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Mári� Sale� Tromboembolism� Pulmonar Caso Clínico: • Emergência TRIAGEM | • Mulher de 24 anos • Dor súbita em pontada no hemitórax esquerdo | • Piora ao tossir e à inspiração profunda DOR PLEURÍTICA: • Doença pleural: • Pneumotórax | • Malignidade pleural (mesotelioma) • Doença do tecido conjuntivo: • Artrite reumatóide | • Lúpus eritematoso sistêmico • Infecção pleural: • Vírus (Coxsackie B) | • Bactéria (empiema) • Condições pulmonares periféricas: • Embolia pulmonar | • Pneumonia Qual seria a etiologia mais provável? • Mulher: • Embolia pulmonar: • Contraceptivos orais | • Gravidez • Terapia de reposição hormonal | • Doença do tecido conjuntivo • Mesotelioma: • Relacionado com exposição crônica ao asbesto (20 a 40 anos) • Pneumotórax: • Mais comum em homens Que detalhes da história poderiam ajudar? • Tosse produtiva com expectoração purulenta ou hemoptoicos: • Doença pulmonar inflamatória: • Pneumonia • Embolia pulmonar • Febre, mal estar geral, mialgia: • Pneumonia bacteriana (calafrios) • Dores articulares e rash cutâneo: • Doença do tecido conjuntivo • Dor na panturrilha: • Trombose venosa profunda – precede a embolia pulmonar geralmente Que detalhes da história poderiam ajudar? • O quadro é recorrente? • Embolia pulmonar • Pneumotórax | • Fatores de risco: • Imunossupressão: • Pneumonia • Doença pulmonar prévia (DPOC ou bronquiectasias): • Pneumotórax (espontâneo em homens magros e altos) Fatores de Risco na Embolia Pulmonar: • Estase venosa: • Imobilidade prolongada: • Longas viagens • Adoecimento | • Compressão de veias pélvicas: • Malignidade pélvica • Gravidez • Obesidade • Insuficiência cardíaca Fatores de Risco na Embolia Pulmonar: • Hipercoagulabilidade: • Congênita: • Trombofilias: • Mutação do Fator V de Leiden • Deficiência de proteína C ou S • Adquirida: • Malignidade • Estrogênio (anticoncepcionais, gravidez, terapia de reposição hormonal) • Infecções | • Síndrome nefrótica | • Policitemia | • Tabagismo Fatores de Risco na Embolia Pulmonar: • Lesão Endotelial: • Cirurgia recente ou trauma • Principalmente ortopédica de membros inferiores • Veias varicosas • Tabagismo Mári� Sale� Caso Clínico: • Atendimento na Emergência: • Início: 24 horas • Tosse com sangue vivo • Sem febre • Dor na panturrilha direita (considerou distensão muscular) • Há 3 dias, viagem de avião com duração de 4 horas • Tabagista de 20 cigarros/dia há 3 anos • História de trombose venosa profunda na mãe (durante a gravidez) Diagnóstico mais provável: • Embolia pulmonar: • Dor pleurítica e hemoptise sem febre • Dor na panturrilha direita: • Provável fonte do êmbolo | • Fatores de risco: • Imobilidade (viagem recente prolongada) • Tabagismo • História familiar Exame Físico: • Sinais vitais: • Temperatura: 36,4ºC • Pulso: 105 bpm • Pressão arterial: 115/70 mmHg • SpO2: 93% em ar ambiente • Frequência respiratória: 25 irpm • Ausculta pulmonar: • Atrito pleural no hemitórax esquerdo | • Extremidades: • 36 cm (direita); 33 cm (esquerda). Panturrilha ingurgitada à palpação (direita) O exame físico ajudou? • Consistentes com embolia pulmonar (não são específicos): • Taquicardia com pressão normal • Hipóxia e taquipneia | • Atrito pleural: • Não está presente em todas as inflamações pleurais | • Quando presente corrobora com o diagnóstico | • Diferencia-se do atrito pericárdico (fazer apneia) • Edema na panturrilha direita: • Sinal de trombose venosa profunda O que fazer em seguida?: • D-dímero: • 840 mcg/L (normal < 300 mcg/L) • Importante em pacientes com baixo risco de embolia pulmonar • Alto valor preditivo negativo Porque aconteceu a trombose venosa profunda? • Veias profundas dos membros inferiores: • Maior parte do sangue desoxigenado e sem nutrientes • Fluxo do sangue depende: • Compressão muscular | • Sistema de válvulas • Geralmente, não há trombose nessa circulação espontaneamente Tríade de Virchow: • Estase venosa: • Maior tempo de sangue "parado" • Aumenta a viscosidade sanguínea | • Facilita o acúmulo de pequenos coágulos • Hipercoagulabilidade: • Fatores pró coagulantes, anticoagulantes e fibrinolíticos • Trombofilia pode modificar a balança • Lesão endotelial: • Ativa a cascata de coagulação Mári� Sale� É grave? • Hemoptise + Dor pleurítica: • Embolia periférica ou não maciça • Segmento da artéria pulmonar ou ramificações | • Infarto pulmonar segmentar • Embolia maciça: • Parada cardiorrespiratória • Sem infarto devido à circulação brônquica • Geralmente nas artérias pulmonares principais ou tronco da artéria pulmonar • Bloqueia a saída de sangue do coração | • Choque obstrutivo O que fazer? • Na suspeita de embolia pulmonar: • Tratamento! • Oxigênio suplementar • Tateando com a oximetria de pulso | • Analgesia | • Anticoagulação x Trombólise • Heparina (baixo peso molecular x não fracionada) Heparina?? • Mucopolissacarídeo presente na parede interna dos vasos • Descoberta inicialmente no fígado | • Retirada hoje do pulmão bovino ou intestino suíno • Baixo peso molecular: 1.000 – 10.000 kDa | • Não-fracionada: 300 – 30.000 kDa • Mecanismo de ação: • Catalisa a ligação da Antitrombina III com os fatores Xa e trombina • Indicações: • Prevenção ou tratamento da TVP e do TEP • Tratamento precoce na angina instável e infarto do miocárdio • Prevenção de trombose em dispositivos (diálise, cânulas...) • Farmacocinética: • Baixo peso molecular → absorção ruim por via subcutânea • Meia vida plasmática de 4 horas, mas de longa duração (1x ou 2x/dia) • Não necessita de acompanhamento do efeito anticoagulante • Excretada pelo rim (cuidado em pacientes com insuficiência renal) • Efeitos adversos: • Sangramento • Hipersensibilidade: derivada de animais • Trombocitopenia induzida pela heparina • Osteoporose em pacientes com uso prolongado • Inibe a progressão do êmbolo/trombose venosa profunda • Reduz o risco de novos eventos • O trombo será dissolvido por cascatas naturais fibrinolíticas • Desfechos: • Organização | • Recanalização | • Calcificação • Não tem efeito no trombo propriamente dito! Mári� Sale� Porque não dar logo um trombolítico? • Rt-PA (alteplase) • A cascata fibrinolítica endógena é mais segura | • Risco importante de sangramento • Indicado na embolia maciça quando há choque cardiogênico Caso Clínico: • Oxigênio por cateter nasal 3 l/min -> SpO2: 98% | • Dipirona 1 g IV 6/6 horas • Enoxaparina 60 mg SC 2x/dia (peso da paciente 60 kg) | • Solicitada AngioTC de tórax Caso Clínico: • AngioTC de tórax confirmou a hipótese de embolia pulmonar • Após o 4º dia de anticoagulação com enoxaparina (subcutânea), houve melhora da dor e da hipoxemia • Realizado ecocardiograma e próBNP que foram normais • Trocada a anticoagulação por warfarina (oral) • Demora de 3-4 dias para seu efeito anticoagulante • Controle pelo INR • 6 meses de tratamento Warfarina?? • Mecanismo de ação: • Inibe a regeneração da vitamina K reduzida | • Fatores de coagulação II, VII, IX e X • Indicações: • Prevenção da recorrência de TVP ou TEP • Prevenção de trombose intracardíaca na fibrilação atrial ou prótese valvar metálica • Farmacocinética: • Metabolizada no fígado • Estreita faixa terapêutica (controlada pelo tempo de protrombina – INR) | • Várias interações com outras drogas • Efeitos adversos: • Sangramento | • Teratogênica | • Necrose de pele Mári� Sale� Por quanto tempo é o tratamento? • Diminuir o risco de recorrência: • 6 meses • Se o fator de risco não puder ser corrigido, será contínuo • Se for um episódio de recorrência, também será contínuo • Alta probabilidade de um 3º evento • Se fator de risco claramente identificado e exames normais, pode ser removido antes dos 6 meses Novas opções de anticoagulantes: • Fondaparinux (SC) • Inibidor do Fator Xa • Rivaroxaban (VO) • Inibidor do Fator Xa independente da antitrombina III • Apixaban (VO) • Inibidor do Fator Xa independente da antitrombina III • Dabigatran (VO) • Inibidor competitivo da trombina (livre e aderida ao coágulo) Mais algum exame? • Investigar trombofilias: • Deficiências no sistema anticoagulante: • Mutação do fator Vde Leiden: • Resistente à inativação natural da proteína C • Deficiências de: • Proteína C • Proteína S • Antitrombina III • Síndrome do anticorpo antifosfolípide • Hiperhomocisteinemia • Investigar malignidades mais prováveis (ginecológicas)
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