Mod III - Aula 06

Prévia do material em texto

Aula 6
Alergias
Condição que afeta tanto pessoas quanto animais;
Nos animais, a maioria dos casos são dermatológicos.
Por vezes o diagnóstico ocorre pela exclusão de diferentes patologias pruriginosas;
Sinais comuns:
Prurido, pelagem feia, úlceras, eritema (vermelhidão), piodermite (infecção);
Os sinais que chamam a atenção dos donos:
Prurido, mau cheiro na pele, queda de pelos, infecção de pele.
Primeira ação: descartar a presença de parasitas de pele.
Usar medicamentos contra pulgas/carrapatos.
Segunda ação: testar a alimentação.
Remover alimento que possa ser a causa da alergia.
Oferecer ração especial, ou comida caseira, por 60 dias.
Requer muita paciência e comprometimento dos proprietários.
Na sequencia, são feitos exames para descartar:
Infecções por bactérias ou fungos, endocrinopatias, doenças autoimunes, etc.
Concluídas todas as etapas estabelecidas pelo Vet, e o animal ainda não apresenta melhora...
Pode ser um caso de Dermatite atópica (Atopia).
As principais alergias
Dermatite atópica (Atopia):
Desencadeada pelo contato com pólen, plantas, ervas, pó, ácaros, fungos, bolores e outros elementos ambientais.
É uma doença sazonal (periódica).
Altamente pruriginosa.
Tem carácter hereditário.
Não tem cura: necessita tratamento permanente.
Dermatite atópica (Atopia): Raças com maior predisposição...
Labrador/Golden
Pug
Lhasa Apso
Shar Pei
Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP):
Reação de pele à saliva da pulga.
Ocorre mesmo com poucas pulgas.
Alergia muito comum e que provoca coceira e falhas de pêlo (alopecia).
Alergia alimentar:
Geralmente à carne bovina, carne suína, leite, milho, trigo, soja.
Conservantes/corantes também podem ser alergênicos.
Os sintomas podem ser dermatológicos ou gastrointestinais.
Frequentemente é necessária a prescrição de rações especiais.
Alergia de contato:
Surge pelo contato constante com determinados produtos químicos ou materiais. Frequentemente manifesta-se nas patas.
Tratamento
Imunoterapia: aplicações de substâncias alergênicas.
Medicamentos: corticóides e/ou anti-histamínicos.
Controle de parasitas: produtos de aplicação tópica.
Mudança de alimentação.
Eutanásia
Processo que nunca é fácil, nem para donos, nem para Vets.
É necessário muita compreensão do estado de saúde do animal.
Das possibilidade de reversão – ou não – do quadro clínico.
Do nível de sofrimento pelo qual o animal está passando.
É fundamental que haja diálogo claro e franco entre os envolvidos.
Escolher por uma partida de forma digna, serena e livre de dor, também é um ato de cuidado. 
Como funciona
Como se fosse uma preparação para uma cirurgia, porém com sobredose de analgésicos e sedativos.
1º Injeção, no músculo.
2º Acesso venoso.
3º Aplicação de anestésico.
4º Aplicação de medicamento que promove parada cardiorrespiratória.
5º Constatação/confirmação do óbito.
Quando fazer
Dor que não se 
consegue amenizar
Proprietário sem
interesse ou $$$
Perda de dignidade
do ser vivo
Esgotamento das
possiblidade terapêuticas
Grande perda em 
qualidade de vida
Doença incurável ou
muito agressiva
???
Quando NÃO fazer
Enquanto há possibilidades claras de tratamento.
Mesmo que seja uma solução radical como amputação de membro.
Enquanto o proprietário estiver comprometido com o caso.
Enquanto a dor for controlável.
Enquanto for possível manter o animal com qualidade de vida.
Banco de Sangue
Assim como no Banco de Sangue humano, é fundamental manter os estoques para poder atender as necessidades clínicas.
Dificuldade pela falta de informação e/ou interesse dos proprietários.
Quando é necessária uma transfusão?
É um procedimento emergencial para combater anemias severas, hemorragias ou outras disfunções do sangue.
Principais indicações:
Acidentes ofídico;
Atropelamentos/quedas;
Doença do carrapato;
Insuficiência renal;
Coagulopatias.
Pré-requisitos para um animal doador
Peso > 28 Kg (Cães) ou 4Kg (Gatos).
Idade: 1 a 8 anos.
Ter vacinas, vermífugo e controle de pulgas e carrapatos em dia.
Ser dócil e preferencialmente castrado.
Não ter livre acesso à rua.
Não estar tomando medicamentos no momento da doação.
Não ter recebido transfusão de sangue.
Como é feita a coleta do sangue?
Primeiramente, são realizados exames para saber se o doador tem boas condições de saúde.
Como é feita a coleta do sangue?
Como é feita a coleta do sangue?
A coleta dura entre 15 e 30 min.
Em 21 dias todo o sangue doado já foi reposto no organismo.
Conservação e processamento do sangue
Coletado em bolsa com anticoagulante:
Resulta em Sangue Total (dura 35 dias armazenado de 1 a 8ºC).
Caso o sangue total seja centrifugado, temos os hemoderivados:
Concentrado de Hemácias (dura 35 dias refrigerado).
Concentrado de Plaquetas (dura 5 dias refrigerado).
Plasma fresco congelado (dura 1 ano congelado a -18ºC).
Dúvidas Frequentes
É perigoso doar sangue?
Não.
O volume coletado é proporcional ao peso do animal doador: 15ml a 20ml por Kg.
O doador é monitorado antes, durante e após a doação.
O procedimento é interrompido a qualquer sinal de alterações.
Dúvidas Frequentes
Quais os benefícios de ser doador?
Realiza-se uma completa revisão de saúde do animal.
Incluiu exame físico e laboratoriais, como hemograma, pesquisa de parasitas sanguíneos.
Também se realizam testes para brucelose e leishmaniose nos cães, além de Fiv/FelV nos Gatos.
Se detectados problemas que impossibilitem a doação de sangue, o proprietário já receberá orientações de como tratar seu pet.
Comportamento
Cães
Comportamentos herdados de animais ancestrais;
Comunicação pela linguagem corporal.
Posturas e expressões faciais 
Comunicação vocal;
Animais sociais;
Deixaram as matilhas para viver com seres humanos.
Comportamento
 Gatos
Animais sociáveis, que vivem em colônias;
Domesticados pelas habilidades de caça e controle de pragas;
Comunicação por postura corporal;
Repertório vocal diversificado;
Já foram vistos como independentes e autônomos;
Podem ser amigos carinhosos e dóceis;
Também podem se apegar ao seu dono;
Alguns vivem muito próximos e cercados de cuidados;
Risco de desenvolverem dependência aos proprietários;
Outros ainda convivem com outros gatos: oportunidades de exibirem comportamentos naturais
Por vezes entra em conflito com a domesticação.
Comportamento social e Desenvolvimento
Para que se tornem dóceis e companheiros
Necessário contato (precoce e positivo) com seres humanos; 
Período crucial para cães: 
Entre 3 e 12 semanas de vida; 
Período crucial para gatos: 
Entre 2 a 8 semanas de vida;
Animais sem contato com pessoas nesses períodos, dificilmente aceitam o convívio com seres humanos.
Os cães são animais sociáveis: vivem em matilhas;
Comportamento determinado pela hierarquia de dominância.
Dominantes tem prioridade sobre recursos: alimento, proteção ao frio ou calor, fêmeas para reprodução. 
A tendência é que o dominante seja maduro e de maior porte;
O dominante será aquele que exercer liderança nata; 
Linguagem corporal na demonstração de dominância: 
Pêlos eriçados;
Orelhas eretas;
Olhar fixo;
Boca fechada ou ligeiramente aberta (dentes à mostra);
Cabeça alta, acima da cabeça dos demais;
Corpo tenso.
Linguagem corporal do submisso:
Orelhas abaixadas;
Olhos quase fechados, evitando contato “olho no olho”.
Corpo junto ao solo, aceitando a dominância de outros cães.
Pode deixar escapar a urina. 
A cauda fica abaixada.
Agressividade pode ter origem na dominância
Pelo dominante: caso sua postura não gere a resposta esperada. 
Pelo submisso: estando encurralado ou muito assustado.
A agressividade também pode ser resultado de:
Comportamento predatório;
De um forte senso de territorialidade;
Instinto de defesa à prole ou a si próprio.
Linguagem corporal de agressividade
Orelhas para trás + corpo postado com firmeza;
Cão tenta parecer maior e mais ameaçador;
Cauda para cima ou em continuação ao corpo. 
Postura física da agressividade no felino:
Postura arqueada no dorso;
Pêlos das costas eriçados;
Orelhas voltadas para trás;
Cauda colocadaentre as pernas;
Boca aberta (mostrando os dentes).
Gatos: tomar a iniciativa de interação com o animal, não garante uma boa relação;
Há gatos que passam mais tempo interagindo, quando os donos iniciam uma proporção menor de interações. 
O gato gosta de ter o controle das situações.
Inteligência e Aprendizado
Cães e gatos
São observadores e sensíveis a linguagem corporal dos donos;
Proprietários costuma atribuir-lhes capacidades humanas de pensamento e raciocínio; 
São inteligentes e afetuosos, porém:
Sem capacidade cognitiva;
Sem pensamento abstrato;
Não refletem sobre eventos passados/futuros;
Não compreendem linguagem falada. 
Equívoco comum
Se sentir moralmente atingido por uma atitude de um animal: 
Mordeu, quebrou, urinou, arranhou, etc.
Atribuir ao ato motivações como provocação ou vingança. 
Eles não possuem senso de moral.
Não refletem sobre consequências de seus atos.
Princípio básico do aprendizado
Animal realiza uma ação, em resposta a um estímulo, e logo após a recebe uma recompensa (reforço); 
O reforço pode ser:
Um petisco;
Uma palavra de elogio e incentivo;
Um contato físico;
Um contato visual. 
 Qual reforço utilizar, depende de cada cão.
Seres humanos aprendem com
os erros e reflexão
Animais aprendem com os acertos
(repetidos e recompensados)
X
PONTO CHAVE
Pontos-chave sobre aprendizado/comportamento
Recompensa eficaz: 
Fornecida imediatamente após a o animal desenvolver a reposta correta.
Nº de repetições para um cão aprender um comando:
Em algumas são necessárias 7 ou 8 repetições. 
Em outras são necessárias 20 a 25 repetições.
Cães e gatos aprendem um nº limitado de comandos falados:
Devem ser curtos, objetivos e executados com a entonação vocal apropriada.
Nos cães, problemas comportamentais também resultam de aprendizado:
Às vezes por resposta oculta. 
Atenção que o proprietário dá, sob a forma de frustação ou raiva.
Punição 
Medida utilizada em excesso para inibir ações indesejadas;
Geralmente é o 1º método tentado pelos proprietários
Deveria ser o último. 
Para ser eficaz, deve ser ministrada 1 a 2 segundos após o “mal” comportamento.
A intensidade da punição deve ser equilibrada.
Muito forte: gera medo e agressividade. 
Muito branda: não terá efeito.
O resultado da punição varia para cada indivíduo. 
Melhor que uma ação punitiva, é uma ação distrativa. 
É mais eficaz do que agir após a atitude indesejada:
Chamar o animal pelo nome;
Utilizar pistola d’água;
Provocar estímulo sonoro moderado.
Estresse e Ansiedade
Cães e gatos também estão sujeitos
Alguns animais são mais susceptíveis, em razão de:
Fatores genéticos individuais;
Experiências da infância.
A ansiedade pode se manifestar na forma de medo. 
Ansiedade e estresse podem resultar em super excitação. 
Manifestam-se como:
Hiperatividade e latidos (can); 
Micção ou defecação em áreas indesejadas (can/fel);
Caminhar compulsivo (can/fel);
Expressas pelos animais como formas de aliviar a tensão. 
Outros sinais típicos:
Perseguição da cauda; 
Monta em objetos inanimados; 
Mastigação compulsiva;
Escavação; 
Automutilação; 
Lamber-se compulsivo.
Curiosidades: Comportamento do cão
Por quê os cães insistem em dormir na cama conosco?
Porque é mais confortável e quentinho do que o chão.
Além disso, o cão que é autorizado a dormir na cama com o dono, sobe um degrau na hierarquia daquela casa/matilha. 
Por quê as raças retrievers recolhem coisas?
Todos os cães tem um instinto de recolher. Nos retrievers é maior, por causa da sua origem em raças de caça que não matavam a presa, mas a traziam para seus donos.
Por quê os cães põem a cabeça para fora da janela do carro?
Porque assim conseguem sentir muitos cheiros novos e diferentes. O olfato é o sentido principal para um cão. Quando ele está em um carro fechado, é como uma pessoa em um quarto escuro. 
Por quê alguns cães tem o hábito de uivar?
Porque o uivo é uma forma importante de comunicação entre lobos, coiotes e outros canídeos. 
Os cães de raças mais lupinas, como Huskies, são mais propensos a uivar.
Por quê algumas cadelas levantam a perninha para urinar?
Alguma o fazem por terem personalidade dominante sobre um determinado grupo ou território.
Outras o fazem quando estão no cio, justamente para divulgar sua “disponibilidade”.
Por quê os cheiram o traseiro de outros cães?
Existem algumas teorias a respeito: 
 Para verificar a idade 
 Para verificar o estado de saúde
 Para detectar fêmeas no cio
Por quê os cães mexem ou se esfregam em coisas fedidas?
Mais uma herança comportamental. 
Os ancestrais do lobo e do cão faziam isso para disfarçar seu próprio cheiro e ter vantagem na fuga ou na caçada.
Por quê os gatos se roçam nos objetos e nas pessoas?
Demarcação de território. Os gatos possuem glândulas no rosto que, ao serem pressionadas, liberam uma substância com seu odor (perceptível apenas pelos animais).
Por quê os gatos afiam as unhas nos móveis?
Porque não tem árvores por perto. Porque você não comprou um arranhador.
Não estão afiando, estão removendo a bainha externa das unhas.
Por quê os gatos gostam de lugares altos?
São pontos estratégicos para monitorar o território, tanto para a presença de predadores quanto de presas.
Por quê os gatos se lambem tanto?
As lambidas os mantêm limpos, remove os pêlos velhos, estimula a circulação sangüínea e tonifica os músculos.
Alguns gatos se lambem como resposta ao nervosismo.
Por quê os dormem em cima dos tutores?
Em vida livre, em colônias, os gatos dormem amontoados uns sobre outros, por aconchego, proteção e aquecimento. Portanto, eles estão apenas repetindo este comportamento.
Por quê os gatos massageiam objetos com as patas?
Para depositar seu odor, também por prazer, e por memória afetiva da vida de filhote, quando ele era amamentado.
Por quê os gatos correm loucamente à noite?
Porque eles são animais notívagos por natureza. 
Gatos que vivem em apartamento fazem isso para gastar energia e fazer exercícios.