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LEUCEMIAS E REAÇÃO LEUCEMOIDE Escola de Ciências da Saúde e Bem-Estar Curso de Biomedicina e Farmácia Aula 07 OBJETIVOS a. Definir o que é leucemia; b. Classificar os tipos de leucemias; c. Identificar as principais características de cada tipo de leucemia. LEUCEMIA X REAÇÃO LEUCEMOIDE A reação leucemoide (RL) está associada à uma reposta exacerbada do organismo diante de processos: • Infecciosos; • Inflamatórios; • Necroses teciduais; • Substâncias tóxicas e outras doenças não malignas. A leucemia compõe um grupo heterogêneo de desordens hematopoiéticas caracterizadas por uma produção exacerbada e descontrolada de: • Clones malignos de leucócitos na medula óssea; • Ocasionados por uma perda da capacidade do controle do ciclo celular. Contagem de leucócitos superior a 25.000/mm³, mas, geralmente, não ultrapassando o limite de 50.000/mm³ Caracterizada por um aumento significativo de neutrófilos no sangue periférico e desvio à esquerda LEUCEMIAS • Leucemias são um grupo de doenças caracterizadas pelo acú- mulo de leucócitos malignos na medula óssea e no sangue. INFILTRAÇÃO TESTÍCULOS FÍGADO BAÇO SNCOLHOS PELE LINFONODOS PATOGÊNESE DAS LEUCEMIAS DANOS GENÉTICOS • Ativação de protoncogenes e mutações em genes supressores que regulam o ciclo celular. Aumento da velocidade de proliferação (divisão celular) Diminuição da apoptose Bloqueio na proliferação celular Acúmulo de células blásticas = blastos OUTRAS POSSÍVEIS CAUSAS • Radiação ionizante; • Vírus oncogênicos; • Fatores congênitos; • Algumas substâncias químicas e fármacos; • Predisposição a doenças hematológicas. ESTIMATIVAS INCA 2020 https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil ESTIMATIVAS INCA 2020 https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil CLASSIFICAÇÃO Leucemias LMA LLA LMC LLC Tipo celular/linhagem envolvida: MIELÓIDE/LINFOCÍTICA Grau de maturação das células: AGUDAS/CRÔNICAS LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA - LLA • Rápida proliferação e acúmulo de células linfoides imaturas (linfoblastos) que substituem progressivamente a medula óssea. LLA- CARACTERÍSTICAS • Crianças são mais atingidas; – Pico de Incidência: 3-7 anos; • B → (85%) - melhor prognóstico do que T; • T→ (15%); • Ph+ t(9,22) – mau prognóstico. LLA - CLASSIFICAÇÃO Mutação in útero ou pós-natal Porque é importante saber o subtipo? Bom prognóstico Mau prognóstico LLA- DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Anemia normocítica e normocrômica; – Palidez, letargia e dispneia. • Trombocitopenia; – Equimoses espontâneas, púrpura, sangramento gengival. • Leucócitos – variável (N, B e A) – Neutropenia; • Febre, mal-estar, infecções. • Blastos: – A microscopia de distensão sanguínea costuma mostrar blastos em número variável; – Raros ou ausentes em pacientes leucopênicos; – Numerosos em casos de leucocitose; – M.O hipercelular com + de 20% de blastos. • Bioquímica: Ácido úrico; LDH; Hipercalcemia*. LLA- DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Morfologia Imunofenotipagem Citogenética Ácido úrico LDH Hipercalcemia* LLA- DIAGNÓSTICO LABORATORIAL LLA - PROGNÓSTICO Pequeno nº de células leucêmicas não detectadas por morfóloga ou análise citogenética TRATAMENTO E DOENÇA RESIDUAL MÍNIMA NA LLA • Quimioterapia e às vezes radioterapia; • Fatores que guiam o tratamento: idade, sexo, contagem de leucócitos/blastos; • Duas semanas após o tratamento espera-se encontrar uma redução do número de blastos. Doença residual mínima: mesmo quando o sangue e medula parecem estar livres de leucemia – métodos moleculares ou citometria de fluxo podem detectar pequeno número de células leucêmicas; 29º dia em crianças e três meses em adultos. LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA - LLC • Expansão clonal de linfócitos maduros (B ou T), de vida longa, funcionalmente deficientes. LLC - CARACTERÍSTICAS • Doença predominantemente de idosos; – Rara antes da 5ª.década; – Diagnóstico ao acaso – hemograma de rotina; • 20% pacientes assintomáticos; – Não associada à exposição à radiação; – Forte tendência de agregação família; • Incidência aumenta com idade chegando a 40:100.000 na oitava década; – 02 homens : 01mulher; • 30% das leucemias; – 95% de origem B; LLC- CARACTERÍSTICAS • Hepato e *esplenomegalia – sintomas tardios; • Hematomas e púrpura em pacientes com Plt ; • Infecções (herpes, cândida...); • Sinal clínico frequente: – simétrico dos linfonodos superficiais; – número de linfócitos que se acumulam no sangue, baço, fígado e linfonodos. LLC - CLASSIFICAÇÃO LLC – DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Anemia normocítica e normocrômica; • Trombocitopenia; • Linfocitose: > 5.000/L linfócitos (pode >300.000 /L); • Presença de linfócitos pequenos e “smudge cells” = manchas de Gumprecht = células esmagadas. • Prolinfócitos variáveis no S.P - com a evolução da doença. LLC – DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ANORMALIDADES CROMOSSÔMICAS • Deleção de 13q14 (perda de um gene supressor de tumor); • Trissomia do 12; • Deleções em 11q23; • Anomalias estruturais envolvendo o gene p53. LLC – DIAGNÓSTICO LABORATORIAL LLC - CLASSIFICAÇÃO DE BINET GRUPO A: BOM PROGNÓSTICO – Hb ≥ 10 g/dL – Plt ≥ 100.000/L – 0, 1 ou 2 áreas de aumento palpável de órgão. GRUPO B: PROGNÓSTICO INTERMEDIÁRIO – Hb ≥ 10 g/dL – Plt ≥ 100.000/L – 3, 4 ou 5 áreas de aumento palpável de órgão. GRUPO C: PROGNÓSTICO RUIM – Hb < 10 g/dL – Plt < 100.000/L – Não considera organomegalia. LLC - TRATAMENTO LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA - LMA • Grupo heterogêneo de doenças clonais do tecido hematopoético que se caracteriza pela proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mielóide (mieloblastos). NEUTROPENIA ANEMIA PLAQUETOPENIA Ocasiona produção insuficiente de células sanguíneas maduras normais SUBSTITUIÇÃO DO TECIDO NORMAL LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA - LMA LMA - CARACTERÍSTICAS • Doença predominante em idosos (> de 60 anos); • É mais comum no sexo masculino; • Na infância: – 15-20% das leucemias agudas; • Nos adultos: – 80% das leucemias agudas; • Prognóstico pobre, especialmente em pacientes idosos. CLASSIFICAÇÃO DAS LMA CLASSIFICAÇÃO DAS LMA Grupo FAB Colorações citoquímicas Pode ser útil na determinação da linhagem dos blastos, porém não é mais feita em centros com disponibilidade dos testes mais recentes e definitivos. CLASSIFICAÇÃO DAS LMA Imunofenotipagem • Realizada por meio de anticorpos monoclonais marcados. - Citometria de fluxo ou Imunocitoquímica. CLASSIFICAÇÃO DAS LMA Análises Citognética • É um instrumento diagnóstico importante para determinação do prognóstico; • As anormalidades cromossômicas são detectadas em 55- 75% de pacientes recentemente diagnosticados com LMA. Genética molecular Análise do DNA e RNA – Classificação das leucemias; – Estabelecimento da clonalidade; – Identificação de uma recombinação molecular característica de um determinado tipo de leucemia; – Monitoramento da doença residual mínima após a remissão induzida pela terapia. • DIAGNÓSTICO e PROGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO DAS LMA CLASSIFICAÇÃO DAS LMA 1. Microscopia – morfologia 2. Imunofenotipagem 3. Citogenética 4. Biologia molecular AVALIAÇÃO INICIAL DO PACIENTES COM LMA LMA – DIAGNÓSTICO CLÍNICO LMA – DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ✓ Distensão sanguínea mostra número variável de blastos. ✓ Provas de coagulação – resultados anormais na LMA M3; ✓ Exame bioquímico – hiperurinemia→ IRA; ✓ Aspiração M.O. – confirmação LA, hipercelularidade, blastos. • Morfologia geral das células leucêmicas da LMA – Diâmetro: 12-20 m; – Cromatina nuclear difusa; – Nucléolos evidentes; – Citoplasma com grânulos azurofílicos; – Bastões de Auer. • Classificação – FAB, MIC, EGIL e OMS. LM A – D IA G N Ó ST IC O L A B O R A TO R IA L LM A – D IA G N Ó ST IC O L A B O R A TO R IA L LMA - PROGNÓSTICO LMA - TRATAMENTOQUIMIOTERAPIA • Indução da remissão (<5% blastos, Plt > 100.000/L, neutrófilos > 1.000 /L); • Prevenção das náuseas, ttt da anemia; ttt e profilaxia de hemorragia e infecção; • Pós-remissão: – Terapia de manutenção; – Terapia de consolidação; – Remissão completa. LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA - LMC • Progressão mais lenta; • Cromossomo Ph presente em 95% dos casos; • 15% do total das leucemias; • 1-2 casos/100.000 habitantes (rara em crianças). • Pico de incidência: 45-55 anos ; • 4 homens: 1 mulher. LMC - CROMOSSOMO FILADÉLFIA • Fusão do gene BCR (break cluster region) com o gene ABL (Abelson leukemia virus) gerando o oncogene híbrido BCR/ABL; • Produção de uma proteína com atividade tirosinoquinase (p210/p190) responsável por estímulos à proliferação e ao bloqueio na apoptose da célula progenitora hematopoiética. LMC – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Esplenomegalia (90%); • Fadiga, perda de peso; • Saciedade precoce; • Gota; • Ulcerações e sangramentos gastrointestinais; • Raros sangramentos e tromboses; • Cefaléia, dor óssea, dor do infarto esplênico e febre. LMC Diagnóstico Prognóstico Tratamento Resposta Hematológica Resposta Citogenética Resposta Molecular Até 1998: Mielossupressores e TMO Após 1998: Inibidores da Tirosina-quinase LMC - DIAGNÓSTICO • Anemia normocítica e normocrômica - moderada a grave; • Contagem de plaquetas aumentada (mais frequente), mas pode estar normal ou diminuída; • Leucócitos: superiores a 200.000/L; • Granulócitos em todos os estágios de maturação; – Os níveis de neutrófilos e mielócitos excedem aos de blastos e promielócitos; – Basofilia e eosinofilia frequentes; • Ácido úrico – geralmente aumentado. • Ph (+): 95% dos casos; • Reação da fosfatase alcalina leucocitára – teste subjetivo. – Diminuída em 90% dos pacientes; – Negativa em 5-10% dos pacientes. LMC - DIAGNÓSTICO LABORATORIAL LMC - DIAGNÓSTICO LABORATORIAL LMC - EVOLUÇÃO Definição das fases da doença FASE CRÔNICA FASE ACELERADA CRISE BLÁSTICA 20 a 40% pacientes assintomáticos – diagnóstico casual Resistência a terapia Leucemia aguda Hepatoesplenomegalia Febre, fadiga, perda de peso Infecções, anemia, sinais hemorrágicos Leucocitose com desvio à esquerda Mudança nos sinais laboratoriais ≥ 30% de blastos no sangue periférico ou M.O ≥15% de blastos, ≥ 30% de blastos e pró- mielócitos 20% de basófilos e < 100.000 plaquetas/mm3 Definição das fases da doença FASE CRÔNICA FASE ACELERADA CRISE BLÁSTICA 20 a 40% pacientes assintomáticos – diagnóstico casual Resistência a terapia Leucemia aguda Hepato- esplenomegalia Febre, fadiga, perda de peso Infecções, anemia, sinais hemorrágicos Leucocitose com desvio à esquerda Mudança nos sinais laboratoriais ≥ 30% de blastos no sangue periférico ou MO ≥15% de blastos, ≥ 30% de blastos e pró- mielócitos 20% de basófilos e < 100.000 plaquetas/mm3 LMC – TRATAMENTO MIELOSSUPRESSORES→ Bussulfan; Hidroxiuréia e Interferon alfa. (ANTES DE 1998) Inibidores de tirosina quinase (Mesilato de imatinibe - STI- Glivec® -Novartis) – Terapia padrão para todos os estágios de LMC; – Potente inibidor da atividade tirosinaquinase: • 50-60% remissão citogenética em tratamento de 2ª. Linha; • 80% remissão citogenética em tratamento de 1ª. Linha. Suprime totalmente Ph em 20% dos casos; Parcialmente em 40% dos casos; TRANSPLANTE DE MO • Disponível apenas para pacientes relativamente jovens com doador HLA compatível (alogênico); • Bem sucedido primeiros 12 meses; • Procedimento caro; • Mortalidade de 35%. DEFINIÇÃO CRITÉRIOS FREQUÊNCIA REPOSTA HEMATOLÓGICA COMPLETA Leucócitos < 10.000/L; Plaquetas < 450.000/ L; Ausência de precursores granulocíticos na contagem diferencial; Basófilos < 5% (todos os parâmetros acima em sangue periférico); Baço não palpável. A cada 2 semanas até atingir a resposta hematológica completa; após, a cada 3 meses. RESPOSTA CITOGENÉTICA Completa: 0% Ph+; Parcial: 1-35% Ph+; Menor: 36-65% Ph+; Mínima: 66-95% Ph+; Ausente: >95% Ph+ 3 e 6 meses após início do tratamento; Semestral até resposta citogenética completa; Anual após resposta citogenética completa. RESPOSTA MOLECULAR (RT-PCR) Completa: ausência de transcrito; Maior: bcr-abl/gene controle: 0.10 Trimestral; Semestral após resposta citogenética completa e molecular maior. DEFINIÇÕES DA RESPOSTA À TERAPIA E FREQUÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL RESUMO DAS LEUCEMIAS LMA LLA LMC LLC Idade Adulta Criança Adulto Idoso Blastos Muitos Muitos Poucos Poucos Origem Mielóide Linfóide Mielóide Linfóide Cels. Mad Poucas Poucas Muitas com DE Maioria Leucócitos , nl ou , nl ou OBJETIVOS a. Definir o que é leucemia; b. Classificar os tipos de leucemias; c. Identificar as principais características de cada tipo de leucemia. LEUCEMIAS E REAÇÃO LEUCEMOIDE Escola de Ciências da Saúde e Bem-Estar Curso de Biomedicina e Farmácia Aula 07
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