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Prática Simulada Trabalho


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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DA BELÉM, PA 
(10 linhas)
	PAULO BONAMIGO LEÃO, brasileiro, casado, desempregado, portador do RG n. 3554968 e CPF n. 785.048.777.93, residente e domiciliado na rua Antônio Baena, casa 35, bairro: Marco, Belém-PA, CEP 66083-345, endereço eletrônico, vem, respeitosamente, perante V. Exa., através de seu advogado ao final subscrito (Procuração em anexo), com banca/escritório de advocacia (endereço completo), onde recebe intimações e notificações, sob pena de nulidade, para efeito do artigo 791, paragrafo 2° da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), e, com fulcro nos termos do artigo 156/157/158 do Código Civil brasileiro, ajuizar, RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo procedimento ordinário, em face de VITÓRIAS DELICIOSAS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob número: XXX, situada na rua Antônio Figueiredo, número: 45, Belém-PA, CEP 66083-55, com sede no município de Anindeua-PA, com base nas razões de fato e de direito a seguir expendidas: 
I- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA:
	O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo. Nos termos do art. 790, §§ 3º e 4ºda CLT, o reclamante faz jus aos benefícios da justiça gratuita. Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do art. 790, § 3º e 4º da CLT. 
II- DOS FATOS:
	V. Exa, o reclamante vem informar que prestou serviços para reclamada no período compreendido entre 01.01.2009 a 02.07.2020, onde trabalhava todos os dias com jornada de 08 às 16 horas, com intervalo de 30 minutos, ou seja, não tinha descanso semanal, além de ter uma jornada diferenciada as segundas-feiras de 00:30 às 6h00. Vale observar Excelência, que a reclamante costumava ser pontual, e quando se atrasava não ultrapassava 3 minutos.
	Durante o período de vínculo trabalhista com a reclamada, o reclamante não recebia horas extras, pois a empresa vinculou um acordo individual de banco de horas, onde sua validade era de 5 anos. Por duas vezes quando o reclamante doou sangue a reclamada descontou na sua folha do pagamento. 
	No período de validade do contrato a reclamada sofreu outros descontos referente a contribuição sindical, sem ao menos ser sindicalizada. A reclamada comprava quinze dias das férias da reclamante, renumerando a mais no seu salário 1/3 e os outros 15 dias devidos de férias eram fracionados em três períodos, sendo o primeiro de 07 dias e os outros dois períodos em 4 dias. Vale destacar que no seu expediente laboral alternava em duas funções como motoboy e doceiro. 
	O reclamante possui um filho com 7 anos de idade e oficializou isto a reclamada apresentando a certidão de nascimento, mesmo assim recebia somente um salário-mínimo mensal. 	Diante aos fatos expostos a reclamante vem diante a este juízo requerer com devido acatamento o pagamento de horas extraordinárias, o pagamento intervalo intrajornada mínima, o pagamento do adicional noturno, o pagamento repouso semanal renumerado, o pagamento pelo acúmulos de funções, o pagamento do salário-família, o pagamento por descontos indevidos.
III- DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:
III.1 – DAS HORAS EXTRAS EXTRAORDINÁRIAS:
	Vejamos o que estabelece a Constituição Federal de 1988 no seu art. 7° inciso XIII e materializa a Consolidação das Leis Trabalhistas no seu art. 58:
Constituição Federal de 1988:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho
Consolidação das Leis Trabalhistas:
Art. 58 – A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
	Conforme supracitado, o reclamante não teve seu direito obedecido pela reclamada, pois laborava de domingo a domingo, de 08h00 às 16h00, sendo que as segundas-feiras tinha o seu horário diferenciado de 00 h:30 às 06h00. Estabelecendo assim um montante de 53hrs e 30 minutos semanais de trabalho indo contra os preceitos constitucionais e a CLT. 
	Nesse sentido leciona Maurílio:
 O art. 58 da CLT determina que a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá a 8 horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.	Assim, o empregado poderá trabalhar 8 horas por dia, 44 horas semanais e 220 horas mensais, exceto se estiver sujeito à jornada específica, como é o caso de algumas atividades profissionais (ex.: a do médico, dentista, telefonista etc.).
(Juiz Maurílio Brasil - Publ. MG. 16.12.00)
	Assim Exa., venho propor diante deste juízo que o reclamado pague as horas extras que não foram pagas indevidamente ao reclamante.
III.2 – DO INTERVALO DA INTRAJORNADA:
	Observemos o que elenca o artigo 71 da CLT:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
	A reclamada trabalhava acima de 6h00 diárias, então Exa., o empregador infligia a CLT quando concedia a está 00:30 de intervalo para descanso, pois não havia nenhuma convenção trabalhista propondo para tal, e conforme a súmula 437 do TST caberá o reclamante uma vez não cumprindo a intrajornada da reclamada o no mínimo o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, devendo haver acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. 
	 Analisemos a referida súmula:
	
Súmula nº 437 do TST
INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
 I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. 
	Então, conforme explicado, venho com devido acatamento a este juízo que dei a total procedência as horas não descansadas na intrajornada no valor da renumeração.
III.3 – DO ADICIONAL NOTURNO:
	Conforme a CLT no seu artigo 73 prevê:
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946
	
	Conforme demostrado no caso concreto, a reclamada recebia somente um salario mínimo, não fazendo jus pela reclamante do devido adicional noturno, uma vez que a reclamada trabalhava as segundas-feiras de 00h:30 às 06h00, assim Exa., a prorrogação do labor realizado no período noturno, ou seja, aquele que ultrapassa as 05 horas da manhã, deve ser pago com o acréscimo do adicional.
	Nesse sentido julgou o TST na súmula 60:
ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EMHORÁRIO DIURNO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 6 da SBDI-1) -Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. (ex-Súmula nº 60 - RA 105/1974, DJ 24.10.1974) II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. (ex-OJnº 6 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996) (TST, Súmulanº 60).
	
	Então, solicito a este juízo a total procedência ao pagamento do adicional noturno, não pagos a reclamante.
III.4- DAS VERBAS RESCISÓRIAS:
	 Considerando que o contrato de trabalho foi resilido por dispensa imotivada e a reclamada não realizou o pagamento das verbas resilitórias, faz jus o reclamante ao saldo do aviso prévio proporcional proporcional indenizado de 63 dias (art. 1º da Lei 12.506/2011 e Nota Técnica 184/2012 do MTE), férias proporcionais (1/12) + 1/3 (art. 146, parágrafo único da CLT, 13º Salário proporcional (2/12), conforme art. 3º da Lei 4090/62 e indenização de 40% e indenização de 40% sobre o FGTS (art. 18 § 1º, da Lei 8036/90).
III.5 – DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E 477, § 8º, DA CLT:
 	O inadimplemento das verbas rescisórias possibilita a aplicação das multas dos arts. 467 e 477 da CLT, quando inobservadas os prazos legais, razão pela qual requer sua aplicação.
III.6 – DO DESCANSO SEMANAL RENUMERADO:
 O reclamante nunca gozou do descanso semanal remunerado, pois sempre que laborou aos domingos, nunca foi compensado com uma folga subsequente....Ora, sabe-se que, não obstante o descanso semanal remunerado seja obrigatório (imperativo), e deva ser preferencialmente, aos domingos, o seu gozo nesse dia da semana não é obrigatório....Saliente-se que o inciso XIII , do artigo 7º da Constituição Federal revogou expressamente o artigo 67 consolidado no que diz respeito à obrigatoriedade do descanso semanal remunerado aos domingos.
III.7- DO ACUMULO DE FUNÇÃO 
	Invocando o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, pelos fatos narrados, requer a Reclamada, DO ACÚMULO DE FUNÇÕES, devido a mesma exercer, além da função inicialmente pactuada, exerceu,...Destarte, requer que um “plus” salarial pelo acúmulo de funções em parte do horário de trabalho, valor este a ser arbitrado por este juízo... – DOS PEDIDOS. Ante o exposto, requer um “plus” salarial pelo acúmulo de funções em parte do horário de trabalho, valor este a ser arbitrado por este juízo. O Reclamado está ciente do exposto nos artigos 818 da CLT e artigo 333 do CPC.
IV – DO PEDIDO:
Em face do exposto requer: 
1 – a citação da reclamada para apresentar contestação, se for de seu interesse, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia: 
2 – O deferimento do benefício de justiça gratuita. 
3 - O pagamento de horas extraordinárias. 
4 – Multas dos arts. 467 e 477, § 8º, da CLT; 
5 - O pagamento intervalo intrajornada mínima; 
6 – O pagamento do adicional noturno; 
7- O pagamento repouso semanal renumerado;
8- O pagamento pelo acúmulos de funções;
9- O pagamento do salário-família;
10- O pagamento por descontos indevidos; 
6 – A Condenação da reclamada nos honorários sucumbenciais.
V - DAS PROVAS:
	Protesta-se provar o alegado, por todos os meios em Direito admitidos, inclusive prova documental, testemunhal e o depoimento pessoal do réu.
VI – DO VALOR DA CAUSA:
	 Dá-se à causa o valor de R$: XXXXXXXXXX
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local/Data/UF
ADVOGADO
OAB/UF