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5
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – NCPC/2015
RECURSOS EM ESPÉCIE
 
SUMÁRIO
1	APELAÇÃO	5
1.1	CONSIDERAÇÕES INICIAIS	5
1.2	DECISÕES NÃO AGRAVÁVEIS DE INSTRUMENTO (CPC, art. 1.009, § 1º)	6
1.3	A NOVA FUNÇÃO DAS CONTRARRAZÕES	6
1.4	DESNECESSIDADE DE “PROTESTO”	7
1.5	ABRANGÊNCIA E CAPÍTULOS DA SENTENÇA	7
1.6	CONTEÚDO DA PETIÇÃO E PROCESSAMENTO	8
1.7	EXTINÇÃO DA ADMISSIBILIDADE DO JUÍZO DE INTERPOSIÇÃO	8
1.8	ATUAÇÃO DO RELATOR	8
1.9	EFEITO SUSPENSIVO	9
1.10	EFEITO DEVOLUTIVO	10
1.11	JULGAMENTO IMEDIATO DE MÉRITO – TEORIA DA CAUSA MADURA	11
1.12	O CAPÍTULO RELATIVO A TUTELA PROVISÓRIA É APELÁVEL	12
1.13	NOVAS QUESTÕES DE FATO	12
1.14	RESUMO PROCEDIMENTO	13
2	AGRAVO DE INSTRUMENTO	14
2.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO	14
2.2 REQUISITOS DA PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO	17
2.3 INSTRUÇÃO DA PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO	17
2.3.1 PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS	18
2.3.2 CUSTAS E PORTE DE RETORNO	19
2.3.3 FORMAS DE INTERPOSIÇÃO	19
2.4 JUNTADA EM PRIMEIRA INSTÂNCIA	20
2.5 ATUAÇÃO DO RELATOR	21
2.5.1 JULGAMENTO MONOCRÁTICO	21
2.5.2 Efeito suspensivo ou efeito suspensivo ativo	22
2.5.3 INTIMAÇÃO DO AGRAVADO E DO MP	22
2.6 DATA PARA JULGAMENTO	22
2.7 SUSTENTAÇÃO ORAL	22
2.8 resumo do procedimento	23
3	AGRAVO INTERNO	24
3.1 COLEGIAMENTO DE TODA DECISÃO MONOCRÁTICA (CPC, ART. 1021)	24
3.2 IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA (§1º)	25
3.3 RAZõES E CONTRARRAZÕES EM 15 DIAS: SEM RETRATAÇÃO E JULGAMENTO COM INCLUSÃO EM PAUTA (§2º)	25
3.4 FUNDAMENTAÇÃO ESPECIFICADA “PARA JULGAR IMPROCEDENTE” (§3º)	26
3.5 RECURSO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL E CONDICIONAMENTO AO PAGAMENTO	26
3.6 resumo procedimento	27
4 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO	27
4.1 HIPÓTESES LEGAIS (CPC, ART. 1022)	27
4.2 PRAZO DE CINCO DIAS E APLICAÇÃO DO ARTIGO 229 ( CPC, ART. 1023, “CAPUT” E §1º)	28
4.3 CONHECIMENTO COMO AGRAVO INTERNO	29
4.4 EFEITO MODIFICATIVO OU INFRINGENTE	30
4.5 SEM EFEITO MODIFICATIVO E RECURSO JÁ INTERPOSTO	30
4.6 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E PREQUESTIONAMENTO	31
4.7 AUSÊNCIA DE EFEITO SUSPENSIVO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO	32
4.8 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS	33
4.9 ordem cronológica de julgamento e possibilidade de amicus curiae	34
4.10 resumo procedimento	34
5 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL	35
5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS	35
5.2 recurso ordinário constitucional para o stf	35
5.3 recurso ordinário constitucional para o stj	36
5.4 resumo procedimento	36
6 RECURSOS EXCEPCIONAIS: RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO	37
6.1 características comuns	37
6.2 competência do STF e STJ	37
6.3 modelo constitucional do RE e do Resp	38
6.4 pressuposto genéricos do resp	38
6.5 pressuposto genéricos do RE	38
6.6 pressupostos específicos do recurso especial	41
6.7 pressupostos específicos do recurso extraordinário	42
6.8 artigo 1029 do CPC	44
6.8.1 § 3º: atividade saneadora se o vício não for “grave”	44
6.8.2 §5º efeito suspensivo	44
6.9 contrarrazões e atuação do presidente e vice-presidente do tribunal recorrido	45
6.10 inTerposição conjunta de re e resp	46
6.11 conversão de re e resp ou vice versa	46
6.12 julgamento procedente	47
7 AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO	47
7.1 PECULIARIDADES DO AGRAVO EM RESP E RE	48
7.2 resumo procedimento	49
8 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA	50
8.1 CABIMENTO	50
8.2 PECULIARIDADES	51
9 ENUNCIADOS NCPC DO CJF (PRIMEIRA JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL)	53
10 ENUNCIADOS FPPC	55
11. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	59
12. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	59
ATUALIZADO EM 21/01/2019[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
RECURSOS EM ESPÉCIE[footnoteRef:2] [2: Por Bruna Daronch] 
Os recursos são apenas aqueles criados por lei. O rol legal é numerus clausus, taxativo. Dessa forma, recurso cabível é aquele previsto no ordenamento jurídico e, nos termos da lei, adequado contra a decisão. Esse requisito aproxima-se da possibilidade jurídica do pedido, que integra o interesse de agir.
O art. 994 do CPC enumera os recursos: apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário e embargos de divergência.
#CASCADEBANANA: Nada impede que lei especial crie outros, como os embargos infringentes na Lei de Execução Fiscal, ou o recurso inominado contra a sentença no Juizado Especial Cível.
1 APELAÇÃO
	CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
#RECORDARÉVIVER: O que é sentença? É o pronunciamento do Juiz por meio dos quais ele, com fundamento nos arts. 485 e 487 do CPC, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Contra elas caberá a apelação e, eventualmente, embargos de declaração.
A princípio, apelação cabe da sentença. Exceções:
a) ROC (art. 1027, inciso II, alínea “b”);
b) Recurso inominado no JEC;
c) Embargos infringentes na LEF (art. 34);
d) Agravo de instrumento contra a sentença que decreta a falência.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ: É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisões interlocutórias em processo falimentar e recuperacional, ainda que não haja previsão específica de recurso na Lei nº 11.101/2005 (LREF). Fundamento: interpretação extensiva do art. 1.015, parágrafo único, do CPC/2015. STJ. 4ª Turma. REsp 1.722.866-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/09/2018 (Info 635).
Contudo, também é correto dizer que cabe apelação de todas as decisões interlocutórias não agraváveis de instrumento. Trata-se de uma das novidades do Código de 2015, o qual mantém a dicotomia entre sentença e decisão interlocutória – o Código, inclusive, apresenta os respectivos conceitos legais (CPC, art. 203).
Art. 203: (...)
§1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º.
#SELIGA: O NCPC possui uma postura diferente para o agravo de instrumento. Não no que diz respeito à definição da interlocutória, mas ao cabimento do agravo (CPC, art. 1.015). Ele modifica e restringe bastante as hipóteses cabimento de agravo de instrumento, conforme será estudado posteriormente.
	DECISÕES NÃO AGRAVÁVEIS DE INSTRUMENTO (CPC, art. 1.009, § 1º)
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 
Art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
Além da sentença, as decisões interlocutórias não agraváveis de instrumento serão apeláveis em razão da restrição das hipóteses de cabimento de agravo de instrumento. 
#SELIGA: Se a matéria for suscitada em preliminar nas contrarrazões, o apelante será intimado para se manifestar em 15 dias.
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesativer mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
	A NOVA FUNÇÃO DAS CONTRARRAZÕES
Muitas vezes, aquele que é vencedor no processo não possuirá interesse recursal, pois obteve do juiz tudo aquilo que requereu ao réu. 
Imagine, no entanto, que o réu apele e que exista alguma decisão interlocutória, proferida ao longo do processo, a qual não prejudica diretamente o autor. Contudo, a depender da decisão do Tribunal quanto à apelação do réu, essa decisão poderá ser importante para o autor. Portanto, apesar de ter vencido o processo, a interlocutória que estava “adormecida” ganha relevância. Nesse caso, ao apresentar suas contrarrazões, por exemplo, o autor trará a interlocutória à tona. 
§ 2º Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.
#DEOLHONOEXEMPLO: O autor requer determinada produção de prova, a qual é indeferida pelo juiz. Trata-se de uma decisão interlocutória, da qual não cabe, atualmente, agravo de instrumento. Apesar disso, o autor vence o processo. O réu apela citando determinada questão probatória. Portanto, aquela decisão interlocutória passa a ter relevância. O autor, então, poderá dizer em suas contrarrazões que, “caso o tribunal se incline a mudar o resultado, devem reexaminar a prova indeferida, sob pena de cerceamento de defesa”
	DESNECESSIDADE DE “PROTESTO”
Há uma discussão doutrinária em torno da interposição desta apelação no sentido de ser necessário, ou não, protestar ou peticionar tão logo a decisão seja proferida com o intuito de evitar a preclusão.
Art. 278.  A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Existem autores que sustentam a necessidade de um “protesto”, a exemplo do que ocorre na prática do processo trabalhista e ocorria no Código anterior com o agravo retido. No entanto, prevalece que, apesar da redação do artigo 278, “caput”, a primeira oportunidade em que a parte tem para falar dos autos é justamente a apelação ou as suas contrarrazões. Portanto, seriam desnecessários “protestos” ou petições avulsas a respeito da decisão que não será objeto de recurso imediatamente (mas, apenas em sede de apelação). 
	ABRANGÊNCIA E CAPÍTULOS DA SENTENÇA
A questão do cabimento de apelação das decisões interlocutórias não agraváveis de instrumento se aplica, inclusive, nas hipóteses em que as decisões referidas no rol do artigo 1.015 estiverem decididas na sentença - o parágrafo § 3º reforça o conteúdo do “caput”.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
#SELIGANOEXEMPLO: O juiz posterga para a sentença a decisão de concessão (ou não) dos benefícios da justiça gratuita. Nesta hipótese, caberá apelação, apesar do fato de que a decisão seria objeto de agravo de instrumento se fosse uma decisão interlocutória.
	CONTEÚDO DA PETIÇÃO E PROCESSAMENTO
CPC, art. 1.010: “A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; [apenas se houver alguma novidade – a princípio, basta o “já qualificado”]
II- a exposição do fato e do direito; [contextualizar a decisão dialogando com o que ocorreu no processo]
III- as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; [parte argumentativa da apelação – apontar os erros/vícios da sentença; apresentar o direito e jurisprudência, etc.]
IV- o pedido de nova decisão.
§ 1º: O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias [#RECORDAR: úteis].
§ 2º: Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. (...)”.
#OUSESABER #RECORDARÉVIVER #OLHAOGANCHO:
O efeito regressivo refere-se à possibilidade de o julgador se RETRATAR da sua decisão, quando da interposição do recurso. No âmbito do CPC/2015, em quais hipóteses a apelação possuirá efeito regressivo? Vejamo-las, comparando com o sistema previsto no CPC/73:
1) Apelação contra sentença que INDEFERE A PETIÇÃO INICIAL: Essa hipótese de efeito regressivo já era prevista pelo CPC/73. O art. 331 do NCPC manteve a previsão, porém com DUAS MUDANÇAS: a) estendeu o prazo de retratação, que passou de 48h para 5 DIAS; b) estabeleceu a necessidade de citação do réu para responder ao recurso, no caso de não haver a retratação pelo juiz.
2) Apelação contra sentença de IMPROCEDÊNCIA LIMINAR: O CPC/73 previa a possibilidade de retratação no caso específico do art. 285-A (improcedência prima facie), no prazo de 05 dias. O NCPC, em seu art. 332, possibilitou a retratação do julgador em quaisquer dos casos de improcedência liminar do pedido do autor, mantendo o prazo de 05 dias, bem como a necessidade de citação do réu para apresentar contrarrazões, caso a sentença não seja modificada.
3) Apelação contra sentença que EXTINGUE O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. Trata-se de novidade introduzida pelo NCPC. Em qualquer caso de extinção do processo sem resolução do mérito poderá o juiz se retratar, no prazo de 5 dias, conforme previsto no art. 485, § 7º, do CPC/15.
4) Vale ressaltar ainda uma outra hipótese, não prevista no NCPC, em que será possível que o juiz se retrate e modifique a própria sentença: apelação em causas relacionadas aos direitos da criança e do adolescente, conforme o art. 198, VII, do ECA.
	EXTINÇÃO DA ADMISSIBILIDADE DO JUÍZO DE INTERPOSIÇÃO
Trata-se de uma novidade do novo Código.
A interposição da apelação será feita perante o juízo da primeira instância (órgão jurisdicional que proferiu a sentença). O cartório da primeira instância abrirá vistas dos autos à parte contrária para apresentar suas contrarrazões. Com ou sem as contrarrazões, os autos seguirão diretamente ao Tribunal competente para julgar o recurso, sem prévio juízo de admissibilidade (trata-se de outra novidade do NCPC)):
Art. 1.010, § 3º: “Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade”.
#OBSERVAÇÕES #IMPORTANTE:
•	No regime anterior, o juízo de admissibilidade era feito pelo Juízo sentenciante.
•	Em razão disso, não é mais cabível agravo de instrumento da decisão de inadmissibilidade – a decisão não mais existe (o próprio tribunal irá proferir o juízo de admissibilidade).
#ATENÇÃO: ENUNCIADO 207 DO FPPC: (arts. 988, I, 1,010, § 3º, 1.027, II, b) Cabe reclamação, por usurpação da competência do Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal, contra a decisão de juiz de 1º grau que inadmitir recurso de apelação. 
	ATUAÇÃO DO RELATOR
CPC, art. 1.011: “Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator: 
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;
II - se não foro caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado”.
#OBSERVAÇÕES:
- Hipóteses do artigo 932 (possibilidade de decisão monocrática):
Inciso III: juízo de admissibilidade – a atuação monocrática (apesar de ser comum) não é obrigatória, pois a questão da admissibilidade poderá ser perfeitamente decidida pelo colegiado.
Incisos IV e V: atuação monocrática em casos em que houver indexadores/referenciais jurisprudenciais (CPC, arts. 926, 927 e 928).
- Não mais existe a figura do revisor, como havia no antigo código.
	EFEITO SUSPENSIVO
Em regra, os recursos não têm efeito suspensivo. Isso significa que o cumprimento provisório das decisões é a regra no Código de Processo Civil de 2015. 
No entanto, conforme previsto no art. 1.012, “caput”, a apelação, em regra, tem efeito suspensivo. 
Art. 1.012.  A apelação terá efeito suspensivo.
Portanto, em regra, a apelação tem efeito suspensivo. No entanto, há exceções:
§ 1º: “Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença a que: 
I– homologa divisão ou demarcação de terras; 
II – condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI – decreta a interdição”.
#RECORDARÉVIVER: HÁ OUTRAS HIPÓTESES EM LEI ESPECIAL que a apelação não terá efeito suspensivo, como por exemplo, LACP, Lei de Locação, Lei do Mandado de Segurança, Lei de Alimentos.
§ 2º: “Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença”. [Em rigor, não precisa nem esperar a outra parte apelar].
No cumprimento provisório “ope legis”, a própria lei retira o efeito suspensivo da apelação e, consequentemente, autoriza o cumprimento provisório (como ocorre no art. 1.012, § 1º).
Existe outra situação em que é o juiz que retira o efeito suspensivo da apelação (“ope iudicis”). A hipótese mais pertinente é a do artigo 1.012, § 1º, V – principalmente ao conceder ou revogar a tutela provisória na sentença. É como se o próprio juiz retirasse o efeito suspensivo da sentença. 
Nesses casos, a parte que sofrerá o cumprimento provisório poderá requerer o efeito suspensivo da apelação. É a hipótese contrária:
§ 3º: “O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação”.
#OBSERVAÇÃO: Não concretiza uma cautelar, mas um mero pedido dirigido desde logo ao Tribunal.
Requisitos para obstar o cumprimento provisório:
· Probabilidade de provimento (independentemente de “periculum in mora”); OU
· Relevante fundamentação (“fumus boni iuris”) + risco de dano grave ou de difícil reparação.
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
#RESUMEAÊCOACH: Pode ter o pedido de efeito suspensivo baseado exclusivamente em uma chance grande de êxito do apelo, independentemente de periculum in mora OU baseado na boa chance de êxito (fumus boni iuris) + periculum in mora. Essas situações podem ser associadas, para fins didáticos, com a tutela provisória da evidência e tutela provisória de urgência, respectivamente.
#OLHAOGANCHO: A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime constitucional dos precatórios. Assim, em caso de “obrigação de fazer”, é possível a execução provisória contra a Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade com a Constituição Federal. Ex: sentença determinando que a Administração institua pensão por morte para dependente de ex-servidor. STF. Plenário.RE 573872/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/5/2017 (repercussão geral) (Info 866).
	EFEITO DEVOLUTIVO
Tudo aquilo que é impugnado na apelação será devolvido ao Tribunal. Mais correto do que “devolver” ao tribunal, seria dizer “transferir” ao tribunal para reexame.
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 1º: “Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado”. [O que não for impugnado, terá transitado em julgado]
Como o CPC aceita o julgamento parcial, nesses casos, precisa-se correlacionar ao capítulo impugnado. O que não tiver sido impugnado, transitará em julgado. 
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. [Reexame amplo da causa com base amplitude da defesa e da cognição]
#OLHAOGANCHO¹: O efeito devolutivo precisa ser examinado em seus dois aspectos fundamentais: o da extensão e o da profundidade.
 Efeito devolutivo por extensão: A parte sucumbente pode ficar inconformada com a rejeição de todas as suas pretensões, ou de apenas algumas delas. Isso será indicado quando ela interpuser o recurso: nele, dirá qual a extensão das matérias que pretende sejam reexaminadas pelo tribunal, se todas as pretensões em que sucumbiu, ou se apenas algumas delas. Se o recurso for parcial, a tribunal só reexaminará a parte recorrida. O recurso devolve ao conhecimento do tribunal tão somente a reapreciação daquilo que foi impugnado: tantum devolutum quantum appellatum, princípio que vem expressamente consagrado no art. 1.013, caput, do CPC: “A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada”.
 Efeito devolutivo por profundidade: Portanto, do ponto de vista da profundidade, o efeito devolutivo devolve ao conhecimento do tribunal não apenas aquilo que foi decidido pelo juiz e impugnado pelo recorrente, mas todas as questões discutidas nos autos, relativas ao capítulo impugnado (art. 1.013, §1º, NCPC). É como se, em relação aos fundamentos e às questões discutidas, o órgão ad quem se colocasse na posição do órgão a quo, devendo examinar todos aqueles que foram suscitados.
#OLHAOGANCHO²: A apelação é dotada de efeito translativo, o que permite ao tribunal conhecer de ofício das matérias de ordem pública, ainda que não suscitadas.
	JULGAMENTO IMEDIATO DE MÉRITO – TEORIA DA CAUSA MADURA
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
Os §§ 3º e 4º pressupõem a seguinte hipótese: sentença, objeto de apelação, possui determinados vícios que, uma vez supridos, permitem ao Tribunal enfrentar, desde logo, o mérito da causa. Portanto, ao invés de invalidar a sentença e remeter os autos à primeira instância, é proferido julgamento de mérito, desde que a matéria esteja madura.
A discussão sobre a constitucionalidade desse dispositivo não pode passar incólume. Ada Pellegrini, desde 1975, criticava a constitucionalidade dessa situação. Contudo, não obstante esse entendimento, em geral, se diz que, no conflito entre os princípios do duplo grau e da celeridade/economia processual, o segundo deve preponderar. 
Hipóteses de cabimento dessas decisões de mérito pelo tribunal:
· Nas hipóteses do CPC, art. 485 (sentença terminativa);
· Falta de congruência da sentença com os limites do pedido e da causa de pedir;
· Omissão do exame de um dos pedidos (desde que haja prova produzida e submetida ao contraditório – processo madura para julgamento).
· Nulidade por falta de fundamentação;
· Sentença que decreta prescrição ou decadência.
#CEREJADOBOLO: Tecnicamente a teoria da causa madura mitiga o duplo grau de jurisdição em prol da efetividade. Exatamente, por ser um regra de efetividade, sempre que presentes os requisitos será um DEVER do tribunal aplicá-la.
	O CAPÍTULO RELATIVO A TUTELA PROVISÓRIA É APELÁVEL
§ 5º: “O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação”. 
Caso o juiz trate da tutela provisória na sentença, o recurso cabível é a apelação. Isso dialoga com a questão discutida acima: cumprimento provisório “ope iudicis”. O apelante deve apelar e, qualquer coisa, pedir o efeito suspensivo (não cabe o agravo de instrumento). 
	NOVAS QUESTÕES DE FATO
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, sea parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
Tudo que for matéria de fato ou de direito nova (ou para o processo ou para o conhecimento da parte), pode ser proposta na apelação. Será feito um juízo de admissibilidade sobre o fato da prova ser nova ou não e, uma vez concluído o contraditório sobre tal prova, ela poderá ser usada como fundamento da decisão. 
	RESUMO PROCEDIMENTO
1- Interposto no juízo de 1º grau por petição com os requisitos do art. 1010 CPC;
2- Colhe-se as contrarrazões em 15 dias;
3- Após, o recurso é remetido ao tribunal sem qualquer análise de admissibilidade;
4- No tribunal, será distribuído imediatamente ao relator que:
4.1 MONOCRATICAMENTE:
I- Juízo de admissibilidade;
II- Eventual tutela de urgência;
III- Negar provimento;
IV- Dar provimento
4.2 APRESENTA O RELATÓRIO, SUBMETENDO AO COLEGIADO O RECURSO.
5- O colegiado reexamina a admissibilidade (conhece ou não o recurso) e se conhecer julga o mérito.
#ATENÇÃO: NÃO HÁ REVISOR. Os demais desembargadores tomam conhecimento do processo na sessão de julgamento.
#OBSERVAÇÃO: Na sessão, após a leitura do relatório, cabe sustentação oral por até 15 minutos cada parte.
6- TÉCNICA DE PRORROGAÇÃO DE JULGAMENTO
Sempre que a apelação for decidida por maioria de votos será levado a um órgão maior com a possibilidade de mudança da decisão. 
O art. 942 do CPC assim dispõe: "Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores".
#IMPORTANTE: Esse mecanismo, conquanto não tenha natureza recursal, faz lembrar os embargos infringentes. Por não ser recurso, no entanto, não depende de interposição, constituindo apenas uma fase do julgamento da apelação, do agravo de instrumento contra decisão de mérito e da ação rescisória, não unânime.
#SELIGA #OLHAOGANCHO: Referida técnica de ampliação de julgamento veio como forma de substituir os extintos embargos infringentes.
#RESUMEAÊCOACH FOCONATABELA #COLANARETINA[footnoteRef:3]: [3: Tabela retirada do Livro Direito Processual Civil Esquematizado - Marcus Vinicius Rios Gonçalves (2017).] 
	APELAÇÃO
	Cabimento
	Processamento
	Casos Especiais
	O recurso que cabe contra sentença, proferida em qualquer tipo de processo, seja definitiva ou extintiva.
Exceções: sentença que julga embargos à execução fiscal de pequeno valor, contra a qual cabem embargos infringentes; que decreta a falência, contra a qual cabe agravo de instrumento. Também permite que as partes postulem, como preliminar, ou nas contrarrazões, o reexame das decisões interlocutórias não preclusas.
	A apelação é apresentada perante o juízo a quo, que não fará prévio juízo de admissibilidade. O apelado será intimado para as contrarrazões, em quinze dias. No Tribunal, haverá um relator, que tomará as providências estabelecidas no art. 932 do CPC.
	 Contra a sentença de indeferimento da inicial, cabe apelação, que permite ao juiz exercer direito de retratação. Se ele mantiver a sentença, determinará a citação do réu para as contrarrazões e a remessa dos autos à instância superior.
 Nos demais casos de extinção sem resolução de mérito (art. 485), também haverá direito de retratação.
 Contra a sentença de improcedência de plano (art. 332, do CPC), a apelação permitirá a retratação do juiz, e, se a sentença for mantida, o réu será citado, para apresentar contrarrazões.
APELA
2 AGRAVO DE INSTRUMENTO
	2.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO
O artigo abaixo apresenta uma tipologia de decisões interlocutórias e que são agraváveis de instrumento. As interlocutórias não referidas não são agraváveis de instrumento, mas recorríveis por apelação (ou seja, é errado concluir que contra elas não cabe recurso).
CPC, art. 1.015: “Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
#APROFUNDAMENTO: O ROL É TAXATIVO?
Segundo o Scarpinella, há variadas formas de compreender a questão. O anteprojeto do CPC já era muito claro quando à proposta de haver uma restrição do número de agravos de instrumento. Assim, o rol do artigo 1.015 deve ser respeitado, pois não há inconstitucionalidade para descartá-lo. Ele evita usar o termo “taxativo”, pois ele engessa o significado. Inclusive, não seria o termo adequado também em razão da possibilidade de interpretações extensivas.
Em relação ao parágrafo único, o conteúdo da decisão não possui relevância, mas sim o momento. Basta que a interlocutória seja proferida na fase de liquidação de sentença, de cumprimento de sentença, no processo de execução e/ou no processo de inventário, qualquer que seja o conteúdo da interlocutória, para que seja cabível o agravo. Isso pode causar certa estranheza – se estiver na fase de conhecimento e houver um indeferimento de prova por interlocutória, não cabe agravo de instrumento; se estiver na liquidação de sentença pelo procedimento comum, caberia agravo de instrumento de interlocutória que indeferiu a prova. Mas é assim que ficou com a redação do NCPC.
Com relação ao inciso X, boa parte da doutrina entende que os embargos à execução são uma espécie de ação, por isso o CPC distinguiu essa hipótese da hipótese do parágrafo único (interlocutória no processo de execução). 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisão relacionada à definição de competência, a despeito de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015. Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, a decisão interlocutória que acolhe ou rejeita a alegação de incompetência desafia recurso de agravo de instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado julgue a demanda. STJ. 4ª Turma. REsp 1.679.909-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 14/11/2017, DJe 01/02/2018.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ #ATENÇÃO: O rol do art. 1.015 do CPC/2015 é de taxatividade mitigada. O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. STJ. Corte Especial. REsp 1704520/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/12/2018 (recurso repetitivo). Obs.: a tese jurídica fixada e acima explicada somente se aplica às decisões interlocutórias proferidas após a publicação do REsp 1704520/MT, o que ocorreu no DJe 19/12/2018. Antes da decisão acima, o STJ chegou a admitir o cabimento de mandado de segurança. Com a entrada em vigor do CPC/2015, e antes da decisão do STJ no REsp 1704520/MT, havia dúvida razoável na doutrina e na jurisprudência sobre o cabimento ou não de agravo de instrumento contra a decisãointerlocutória que examinava competência. Diante disso, era possível a impetração de mandado de segurança contra decisão interlocutória que examinava competência. Vale ressaltar, contudo, que essa possibilidade de impetração de MS deixou de existir com a publicação do REsp 1704520/MT (DJe 19/12/2018). STJ. 4ª Turma. RMS 58.578-SP, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 18/10/2018 (Info 636).
*#DEOLHONAJURIS DIZERODIREITO #STJ: Não cabe agravo de instrumento contra decisão do juiz que determina a elaboração dos cálculos judiciais e estabelece os parâmetros de sua realização. STJ. 2ª Turma. REsp 1.700.305-PB, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/09/2018 (Info 638).
	O ALCANÇE DO VERBO “VERSAR” CONSTANTE NO CAPUT E OBERVAÇÕES SOBRE O CABIMENTO
Como visto acima, “versar” é tratar sobre determinado assunto (conceder, negar, postergar, condicionar etc.). Exemplo: o juiz indefere o efeito suspensivo dos embargos. Questão: é cabível agravo de instrumento? Sim, pois ela versa sobre concessão.
#ENUNCIADOS CJF- 1ª JORNADA:
Enunciado 70: “É agravável o pronunciamento judicial que postergar a análise de pedido de tutela provisória ou condicioná-la a qualquer exigência”.
Enunciado 71: “É cabível o recurso de agravo de instrumento contra a decisão que indefere o pedido de atribuição de efeito suspensivo a Embargos à Execução, nos termos do art. 1.015, X, do CPC”.
#SELIGA:
Em relação ao inciso XI: se o juiz inverter o ônus da prova (“ope iudicis”), caberá o agravo (acolhido ou rejeitado eventual pedido de inversão do ônus – aqui, enquadra-se no “versar sobre”). Do contrário, não (não dá para defender, por exemplo, que cabe agravo da decisão de indeferir uma prova, como por exemplo a perícia). Neste último caso, também deverá aguardar eventual apelação para recorrer dessa decisão. 
#OBSERVAÇÃO: No rol, não há previsão de agravo contra decisão que indefere prova. Decisão que indefere prova é uma decisão que não é agravável.
A) INCISO I – TUTELAS PROVISÓRIAS: Sejam elas de natureza cautelar ou antecipada, de urgência ou de evidência, antecedentes ou incidentais. São aquelas tratadas nos arts. 294 a 311 do CPC, deferidas em cognição superficial. Também as liminares previstas em procedimentos especiais, como o das ações possessórias e dos embargos de terceiro.
#OBSERVAÇÃO: Se a tutela provisória for dada na sentença, cabe apelação. Aqui está se falando em decisão interlocutória que concedeu tutela provisória, aí sim cabe agravo de instrumento.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A superveniência de sentença de mérito acarreta a perda do objeto do agravo de instrumento interposto contra decisão anteriormente proferida em tutela antecipada. STJ. Corte Especial. EAREsp 488.188-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/10/2015 (Info 573). 
B) INCISO II – DECISÃO QUE JULGA O MÉRITO DA CAUSA: Esse inciso consagra o entendimento de que existe decisão interlocutória de mérito. São as decisões interlocutórias em que o juiz profere o julgamento antecipado parcial do mérito, previsto no art. 356 do CPC. O julgamento do mérito pode, no sistema atual, ser desmembrado. Se um ou algum dos pedidos ou parte deles estiver em condições de julgamento, o juiz proferirá o julgamento antecipado parcial, no qual, em cognição exauriente e definitiva, examinará uma ou algumas das pretensões, ou parte delas. A não interposição do agravo de instrumento, nessas situações, implicará não preclusão, mas coisa julgada material
C) INCISO III – REJEIÇÃO DA ALEGAÇÃO DE CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM: Cabe AI da decisão interlocutória que rejeitar a alegação de convenção de arbitragem. Exemplo: o réu alegou a convenção de arbitragem e o juiz não acolheu. Se o juiz tivesse acolhido, seria uma sentença e, portanto, apelável. Mas como não acolheu, é uma decisão interlocutória agravável.
#UMPOUCODEDOUTRINA #APROFUNDANDO: Embora o rol de AI seja taxativo, pode ser interpretado extensivamente por analogia. O inciso III permite, pelo menos, três interpretações por analogia – segundo o processualista Fredie Didier:
· Situação 1: Também é agravável a decisão interlocutória que versa sobre competência. Porque a alegação de convenção de arbitragem é substancialmente uma alegação de incompetência. E esse raciocínio se aplica para qualquer alegação de competência. Alegação de foro de eleição, que também é um negócio processual, seria agravável. Essa é uma expectativa doutrinária do Novo CPC.
· Situação 2:Também é interpretado extensivamente para os casos em que o juiz nega eficácia ou não homologa negócio processual. O inciso III também trata de um negócio processual – quando o juiz rejeita a convenção de arbitragem, ele rejeita um negócio processual.
· Situação 3:Também se aplica quando o juiz não reconhecer a decisão do Tribunal arbitral sobre a sua competência. Se já houver um processo arbitral em andamento, quem tem que decidir sobre a convenção de arbitragem é o árbitro. Se o árbitro disse no processo arbitral que a convenção de arbitragem abrange aquele caso, a competência é do tribunal arbitral, e o árbitro vai comunicar isso ao juízo que vai ter que extinguir o processo. Se o juiz não extinguir o processo, equivale a rejeitar a alegação de convenção de arbitragem. Se ele não extinguir, caberá agravo. Essa conclusão decorre de uma previsão do próprio NCPC – Art. 485, VII: o processo será extinto sem exame do mérito quando o juiz “acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência”.
D) INCISO IV – INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: É aquele previsto nos arts. 133 a 137. O incidente constitui forma de intervenção de terceiros provocada, em que o juiz verificará se estão preenchidos ou não os requisitos da desconsideração direta ou inversa. Da decisão que apreciar o incidente caberá o agravo de instrumento;
E) INCISO V – REJEIÇÃO DO PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA OU ACOLHIMENTO DO PEDIDO DE SUA REVOGAÇÃO: não caberá agravo de instrumento da decisão que deferir a gratuidade ou rejeitar o pedido de revogação, caso em que a decisão só poderá ser questionada como preliminar de apelação ou nas contrarrazões. O agravo caberá quando a gratuidade for indeferida ou revogada, já que nesse caso caberia à parte recolher de imediato as custas e despesas processuais. Para evitar eventual prejuízo irreparável do litigante é que a lei admite o agravo de instrumento nesse caso.
F) INCISO VI – EXIBIÇÃO OU POSSE DE DOCUMENTO OU COISA: trata-se da decisão que aprecia o incidente de exibição de documento ou coisa, previsto no art. 396 e ss.
G) INCISO VII – EXCLUSÃO DE LITISCONSORTE: trata-se de decisão que precisa ser reexaminada de imediato, não podendo ser relegada para a fase de apelação, sob pena de irreparável prejuízo à marcha do processo. A redação do inciso, conjugada com a do inciso seguinte, leva à conclusão de que só caberá agravo de instrumento se a decisão excluir o litisconsorte. Se o mantiver, a impugnação deverá ser feita como preliminar na apelação ou nas contrarrazões.
H) INCISO VIII – REJEIÇÃO DO PEDIDO DE LIMITAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO: em caso de litisconsórcio multitudinário, o juiz, de ofício ou a requerimento do réu, poderá limitar o número de participantes, determinando o desmembramento do processo. Se ele rejeitar o pedido e indeferir o desmembramento do processo, todos os litisconsortes originários serão mantidos e caberá o agravo de instrumento, com fulcro nesse inciso. Já se o juiz acolher o pedido de limitação, ele excluirá parte dos litisconsortes originários, determinando o desmembramento do processo, e caberá também agravo de instrumento, mas com fulcro no inciso anterior.
I) INCISO IX – ADMISSÃO DO PEDIDO DE LIMITAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO: caráter amplo deste inciso torna despiciendo o inciso IV, já que o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é uma das formas de intervenção de terceiro. Caberá agravo de instrumento tanto da decisão que deferir quando da que indeferir a intervenção. A exceção é a admissão do amicus curiae, já que o art. 138, regraespecial, estabelece que a decisão judicial é irrecorrível.
J) INCISO X – CONCESSÃO, MODIFICAÇÃO OU REVOGAÇÃO DO EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO: os embargos, em regra, não têm efeito suspensivo, mas o juiz, excepcionalmente, preenchidos os requisitos legais, poderá concedê-lo. Da decisão que defere, indefere, modifica ou revoga o efeito suspensivo, cabe agravo de instrumento.
K) INCISO XI – REDISTRIBUIR O ÔNUS DA PROVA NOS TERMOS DO ART. 381, §1º: é a hipótese de redistribuição do ônus fundada em lei ou em determinação judicial. A decisão do juiz que aprecia a redistribuição do ônus desafia agravo de instrumento. Parece-nos que o agravo será cabível tanto da decisão que defere a redistribuição quanto da que a indefere, já que, em ambos os casos, a decisão versará, positiva ou negativamente, sobre a redistribuição e, também em ambos, a questão precisa ser reexaminada desde logo pelo tribunal, porque repercutirá sobre o comportamento de uma ou outra parte na fase de instrução.
L) INCISO XIII – OUTROS CASOS EXPRESSAMENTE REFERIDOS EM LEI: A lei pode criar outros casos de cabimento de agravo de instrumento. São exemplos o que pode ser interposto contra sentença declaratória de falência.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
É admissível a interposição de agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito suspensivo aos embargos à execução. As hipóteses em que cabe agravo de instrumento estão previstas art. 1.015 do CPC/2015, que traz um rol taxativo. Apesar de ser um rol exaustivo, é possível que as hipóteses trazidas nos incisos desse artigo sejam lidas de forma ampla, com base em uma interpretação extensiva. Assim, é cabível agravo de instrumento contra decisão que não concede efeito suspensivo aos embargos à execução com base em uma interpretação extensiva do inciso X do art. 1.015: Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; STJ. 2ª Turma. REsp 1.694.667-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/12/2017 (Info 617).
	2.2 REQUISITOS DA PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO
O agravo de instrumento é dirigido para o Tribunal:
CPC, art. 1.016: “O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; 
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo”.
	2.3 INSTRUÇÃO DA PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO
	2.3.1 PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS
Há uma ampliação do contexto decisório:
CPC, art. 1.017: “(...):
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; (...) [há uma ampliação da lista com relação ao CPC anterior]
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis. (...)”.
Declaração de inexistência pelo advogado (inciso II)
Art. 1.017: “(...) II – com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; (...)”.
Não há essa questão de responsabilidade pessoal. Na verdade, o advogado/procurador/membro do MP/membro da Defensoria Pública apenas atesta que não há certas cópias que são exigidas pelo inciso I. Ex.: ainda não há procuração ao advogado do réu, pois, por se tratar de pedido de tutela de urgência, o réu não foi citado. 
Dispensa de peças obrigatórias se autos eletrônicos (§ 5º)
Art. 1.017, § 5º: “Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia”.
Em caso de processos eletrônicos, há a dispensa das peças obrigatórias por motivos óbvios – o processo está totalmente lá – só é preciso juntar algo se houver peças novas. Exemplo: CPC, art. 1.014 (que deveria estar nas disposições gerais e não na parte da apelação).
#CUIDADO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Se o processo é eletrônico na 1ª instância, mas é físico no Tribunal, não se aplica a dispensa de juntada de documentos prevista no art. 1.017, § 5º do CPC/2015 A disposição constante do art. 1.017, § 5º, do CPC/2015, que dispensa a juntada das peças obrigatórias à formação do agravo de instrumento em se tratando de processo eletrônico, exige, para sua aplicação, que os autos tramitem por meio digital tanto no primeiro quanto no segundo grau de jurisdição. STJ. 3ª Turma. Resp 1.643.956-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/5/2017 (Info 605).
Na ausência de cópias, há possibilidade de saneamento: art. 1.017, § 3º: “Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único [permite ao juiz suprir vícios no âmbito dos recursos]”.
Imagine uma situação de autos em papel onde é interposto um Agravo de Instrumento sem o instrumento (ou seja, só as razões do agravo, sem documento nenhum). Ao invés de indeferir de cara, o relator deverá intimar o agravante para sanar o vício, sob pena de não conhecimento. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
As peças que devem formar o instrumento do agravo podem ser apresentadas em mídia digital (DVD). STJ. 2ª Turma. REsp 1.608.298-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/9/2016 (Info 591).
No agravo de instrumento, em regra, se o agravante não juntou a cópia de certidão de intimação da decisão agravada, seu recurso não será conhecido em virtude de esta certidão ser prevista como documento obrigatório (art. 525, I, do CPC 1973 / art. 1.017, I, do CPC 2015). A Lei exige esse documento para que o Tribunal possa saber quando a parte foi intimada e, assim, ter certeza que o recurso foi interposto tempestivamente. Exceção: é possível dispensar a certidão de intimação se existirem outros meios para se aferir a tempestividade do recurso. O termo de abertura de vista e remessa dos autos à Fazenda Nacional substitui, para efeito de demonstração da tempestividade do agravo de instrumento por ela interposto, a apresentação de certidão de intimação da decisão agravada (art. 525, I, do CPC 1973 / art. 1.017, I, do CPC 2015). STJ. Corte Especial. REsp 1.383.500-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 17/2/2016 (recurso repetitivo) (Info 577).
A disposição constante do art. 1.017, § 5º, do CPC/2015, que dispensa a juntada das peças obrigatórias à formação do agravo de instrumento em se tratando de processo eletrônico, exige, para sua aplicação, que os autos tramitem por meio digital tanto no primeiro quanto no segundo grau de jurisdição. STJ. 3ª Turma. REsp 1.643.956-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/5/2017 (Info 605).
#OUSESABER: Segundo disposto no art. 1.017, repetindo o que já existia no CPC de 1973, o agravo de instrumento deve vir acompanhado, como regra geral, das peças obrigatórias e facultativas. Ocorre que existe uma exceção, consoante disposto no parágrafo 5º desse mesmo artigo: caso os autos sejam eletrônicos, é DESNECESSÁRIO que o agravante junte as peças obrigatórias. § 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia. Ora, a alteração tem imensa razão de ser, uma vez que nesse caso o próprio TJ pode ter acesso aos autos eletronicamente de modo completo, sendo desnecessária a formação do instrumento nesses moldes.
	2.3.2 CUSTAS E PORTE DE RETORNO
Art. 1.017, § 1º: “Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicadapelos tribunais”.
	2.3.3 FORMAS DE INTERPOSIÇÃO
CPC, art. 1.017, § 2º: “No prazo do recurso, o agravo será interposto por: 
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo; 
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias; 
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
V - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei; 
V - outra forma prevista em lei. (Meio eletrônico, por exemplo, o que depende de regra de cada tribunal).
CPC, art. 1.017, § 4º: “Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição original”.
	2.4 JUNTADA EM PRIMEIRA INSTÂNCIA
Desde que o agravo de instrumento foi modificado para o formato de interposição direta no Tribunal em 1995, a juntada aos autos do processo era um ônus do agravante – objetivava a colaboração com a outra parte. Em 2001, a juntada tornou-se um ônus relativo, pois dependeria da alegação de prejuízo. Atualmente o tema está regulado no artigo 1.018:
Art. 1.018: “O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso”.
§ 2º: “Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias [úteis] a contar da interposição do agravo de instrumento”.
§ 3º: “O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento”.
#ATENÇÃO: A juntada é uma faculdade quando os autos forem eletrônicos (expressão “poderá” do “caput”).
É ínsita ao recurso de agravo de instrumento a retratação no caso de interposição (efeito regressivo). Nesse caso, para viabilizar a retratação, a juntada é um ônus do agravante.
Autos eletrônicos (§ 2º): § 2º: “Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento”.
Não juntada e ônus do agravado (§ 3º): Art. 1.018, § 3º: “O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento”.
#APROFUNDANDO: ENUNCIADO CJF 1ª JORNADA: N 73: “Para efeito de não conhecimento do agravo de instrumento por força da regra prevista no § 3º do art. 1.018 do CPC, deve o juiz, previamente, atender ao art. 932, parágrafo único, e art. 1.017, § 3º, do CPC, intimando o agravante para sanar o vício ou complementar a documentação exigível”
	2.5 ATUAÇÃO DO RELATOR
O artigo 1.019 retrata a atuação do relator ao julgar o agravo de instrumento.
#RECORDARÉVIVER: Enquanto não julgado o agravo de instrumento, o juízo a quo poderá retratar-se, comunicando ao tribunal. Se a retratação for completa, o tribunal julgará prejudicado o recurso; se for parcial, só reexaminará aquela parte da decisão que não foi reformada. Havendo retratação, poderá ser interposto pela parte contrária um novo agravo de instrumento, desde que a nova decisão se insira nas hipóteses do art. 1.015 do CPC.
Art. 1.018. (...) § 1º: “Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento”.
Art. 1.019.  Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso;
III - determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 1.020.  O relator solicitará dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado.
	2.5.1 JULGAMENTO MONOCRÁTICO
O artigo 1.019 diz que o relator pode julgar monocraticamente o recurso nas hipóteses do art. 932, incisos III e IV, o relator. Essa previsão preza pela celeridade processual e pela observância os precedentes.
Art. 932.  Incumbe ao relator:
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
#OLHAOGANCHO: O agravo interno é aquele que cabe contra as decisões monocráticas do relator. Nos termos do art. 932 do CPC, o relator de qualquer recurso tem uma série de incumbências, cabendo-lhe, entre outras coisas, dirigir e ordenar o processo no tribunal, apreciar o pedido de tutela provisória, não conhecer de recurso inadmissível e dar ou negar provimento ao recurso, nos casos previstos nos incisos III, IV e V. Das decisões monocráticas do relator, quaisquer que sejam elas, tanto as relativas ao processamento quanto ao julgamento do recurso, cabe agravo interno para o órgão colegiado.
	2.5.2 Efeito suspensivo ou efeito suspensivo ativo
CPC, art. 1.019: “(...) I – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; (...)”.
Trata-se de cópia do constante no Código anterior sobre o efeito suspensivo do agravo. O artigo consubstancia a regra do Código (CPC, art. 995 – em regra, recursos não têm efeitos suspensivos, o que não faz com que o relator não possa conceder o efeito suspensivo).
Essa expressão é utilizada para designar a possibilidade de o relator, liminarmente, conceder a tutela antecipada da pretensão recursal, concedendo à medida que foi negada pela primeira instância. Se o juiz a quo concedeu a liminar, e a parte prejudicada teme que seja executada, cabe a ela agravar de instrumento e postular a concessão de efeito suspensivo, para paralisar o cumprimento da medida.
Mas, se o juiz de primeiro grau não concedeu a medida, e a parte tem urgência em obtê-la, pode pedir ao relator que conceda efeito ativo (ou suspensivo ativo, que corresponde à tutela antecipada da pretensão recursal), deferindo a liminar, que o juízo a quo negou.
#SELIGA: Efeito suspensivo ativo são situações em que o agravo de instrumento é interposto contra uma decisão negativa na primeira instância. Exemplo: agravo de instrumento contra a decisão que nega o pedido de tutela provisória, o relator pode conceder o pedido de tutela de urgência.
	2.5.3 INTIMAÇÃO DO AGRAVADO E DO MP
CPC, art. 1.019: “(...)
II – ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; (...)”.
III– determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias”. [Custus legis]
	2.6 DATA PARA JULGAMENTO
Art. 1.020: “O relator solicitará dia para julgamento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado”.
	2.7 SUSTENTAÇÃO ORAL
Art. 937: “Na sessão de julgamento, depois daexposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021: (...)
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência[footnoteRef:4]; [novidade do NCPC] (...)”. [4: Esse artigo foi objeto de questionamento da prova discursiva da DPE ES 2017.] 
	2.8 resumo do procedimento
1) Interposto no tribunal, ENDEREÇADO AO PRESIDENTE, com o comprovante do pagamento do preparo;
2) O agravante poderá, em 03 dias, comunicar com cópia o juízo de 1º grau que houve agravo de instrumento;
3) No tribunal o agravo é distribuído imediatamente ao relator que:
I- Se não for o caso de decisão monocrática de plano:
a) Não admite (art. 932 III, CPC);
b) Negando provimento ao recurso (art. 932, IV);
II- Em 5 dias:
a) Decidirá sobre tutela de urgência;
b) Determinará a intimação do agravado para contrarrazões em 15 dias;
c) Intimarão o MP para parecer em 15 dias, se for o caso;
d) Solicita a inclusão do recurso na pauta de julgamento, em prazo não superior a 1 mês.
#ATENÇÃO #AJUDAMARCINHO:
O Ministério Público ingressou com ação de improbidade contra João, Paulo e Pedro pedindo a indisponibilidade dos bens dos requeridos. O juiz, por meio de decisão interlocutória, deferiu a indisponibilidade em relação a todos eles, no entanto, na decisão não houve qualquer fundamentação quanto ao réu Pedro. Diante disso, ele interpôs agravo de instrumento contra a decisão. O Tribunal, analisando o agravo, decidiu que a decisão realmente é nula quanto à Pedro por ausência de fundamentação. No entanto, em vez de mandar o juiz exarar nova decisão, o Tribunal decidiu desde lodo o mérito do pedido e deferiu a medida cautelar de indisponibilidade dos bens de Pedro, apontando os argumentos pelos quais este requerido também praticou, em tese, ato de improbidade. Pedro interpôs recurso especial contra a decisão do Tribunal argumentando que o CPC, ao tratar sobre a teoria da causa madura, é expresso ao falar em "sentença". Além disso, o parágrafo que trata sobre esse assunto está inserido dentro do artigo que cuida da apelação. Assim, não seria possível a aplicação da teoria da causa madura para agravos de instrumento. Agiu corretamente o Tribunal neste caso? É possível que o Tribunal, ao julgar agravo de instrumento, aplique a teoria da causa madura e aprecie desde logo o mérito? SIM. Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, § 3º, do CPC/1973 / art. 1.013, § 3º do CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento. STJ. Corte Especial. REsp 1.215.368-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/6/2016 (Info 590).
3 AGRAVO INTERNO
É o recurso contra decisão monocrática do relator. Dá efetividade ao princípio da colegialidade das decisões judiciais.
	3.1 COLEGIAMENTO DE TODA DECISÃO MONOCRÁTICA (CPC, ART. 1021)
A colegialidade é um princípio de índole constitucional e, no plano infralegal, foi expressa no artigo 1.021 do Código de Processo Civil: 
Art. 1.021: “Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal”.
A Constituição Federal possui pouca (ou nenhuma) disposição a respeito das decisões monocráticas ou unipessoais dos integrantes dos Tribunais - ao mencionar os tribunais, quase sempre dá a entender que se concretizam órgãos colegiados (CF, art. 97, por exemplo). No entanto, o próprio Supremo Tribunal Federal entende que não há inconstitucionalidade nas hipóteses em que a própria lei, como o Código de Processo Civil, preveja possibilidades de alguém, em nome do colegiado, agir monocraticamente.
À luz da principiologia constitucional (e do modelo constitucional do direito processual civil), toda vez que a lei (CPC ou lei extravagante) admitir que o relator decida monocraticamente, ele estará agindo como um porta-voz do colegiado, o qual é o juiz natural da causa em termos constitucionais. A autorização legal funciona como um adiantamento daquilo que o colegiado decidirá. Portanto, deve (ou deveria) subsistir um recurso para colegiar a decisão. Em última análise, o Agravo Interno é o recurso que submeterá a decisão ao colegiado competente para a discussão.
Atualmente, não há dúvida de que toda decisão monocrática é colegiável em razão do CPC, art. 1.021.
Como visto, para o novo Código toda decisão monocrática é agravável pelo agravo interno. Portanto, não subsistem mais as duas situações de irrecorribilidade do sistema anterior: (a) não subsiste mais agravo retido (sua função é completamente absorvida pela função das contrarrazões de apelação); e (b) eventual deferimento (ou indeferimento) do efeito suspensivo no agravo de instrumento é recorrível pelo agravo interno. 
Por fim, o artigo 1.021 dialoga com o art. 932 (deveres-poderes do relator no âmbito dos tribunais), ambos do Novo Código: são variadas as hipóteses em que ocorre o protagonismo do relator em relação ao colegiado, mas sempre caberá o recurso ao colegiado que, em última análise, é o juiz natural para o julgamento no âmbito dos Tribunais.
	3.2 IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA (§1º)
Art. 1.021, § 1º: “Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada”.
O parágrafo primeiro não expressa nada próprio do agravo interno, pois todo recurso é voltado a demonstrar, especificadamente, o desacerto, por alguma razão, da decisão recorrida. Portanto, é incorreto dizer que o dispositivo cria uma regra específica para o agravo interno.
Em suma, todo recurso, para sê-lo, deve impugnar especificadamente os fundamentos da decisão. Deveria estar nas disposições gerais dos recursos.
	3.3 RAZõES E CONTRARRAZÕES EM 15 DIAS: SEM RETRATAÇÃO E JULGAMENTO COM INCLUSÃO EM PAUTA (§2º)
O prazo para interpor (e para responder) o agravo interno é de quinze dias úteis (exceto casos de contagem em dobro):
Art. 1.021, § 2º: “O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta”.
#OBSERVAÇÕES:
 Tem efeito regressivo: a decisão somente será submetida ao Colegiado, se o relator, após o contraditório, não voltar a trás;
 A inclusão em pauta também é uma novidade do Novo Código.
	3.4 FUNDAMENTAÇÃO ESPECIFICADA “PARA JULGAR IMPROCEDENTE” (§3º)
Art. 1.021, § 3º: “É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno”.
O dispositivo coíbe uma prática forense comum no sentido do improvimento do agravo interno pelas mesmas razões da decisão monocrática.
Em suma, trata-se da mesma dialeticidade, pois é ônus do recorrente demonstrar o desacerto da decisão e é ônus do julgador demonstrar o acerto da decisão. Ademais, mais uma vez, o parágrafo § 3º não disciplina matéria específica do agravo interno, pois o tema está relacionado à teoria geral dos recursos.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Relator do agravo interno não pode simplesmente "copiar e colar" a decisão agravada. É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. O novo CPC proibiu expressamente esta forma de decidir o agravo interno (art. 1.021, § 3º).STJ. 3ª Turma. REsp 1.622.386-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2016 (Info 592).
	3.5 RECURSO MANIFESTAMENTE INADMISSÍVEL E CONDICIONAMENTO AO PAGAMENTO
Art. 1.021, § 4º: “Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado dacausa”.
Art. 1.021, § 5º: “A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final”.
A situação prevista nos §§ 4º e 5º só devem ser aplicadas em casos absurdos (ex.: recurso interposto depois de 04 meses da decisão) e a decisão tem que ser unânime. 
Conforme alguns autores é uma previsão correta no sentido de coibir a litigância de má-fé. 
#Exceção: Fazenda Pública e do beneficiário da justiça gratuita que pagam a final (CPC, art. 1.021, § 5º): “A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final”.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O § 2º do art. 557 do CPC 1973 (§ 4º do art. 1.021 do CPC 2015) prevê que, quando manifestamente inadmissível ou improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa de 1% a 5% do valor atualizado da causa (CPC 2015). Essa multa é aplicada também para o beneficiário da justiça gratuita? SIM. O novo CPC prevê no art. 98, § 4º que a concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas. STF. 1ª Turma. RE 775685 AgR-ED/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808). 
	3.6 resumo procedimento
1) É interposto em 15 dias, endereçado ao relator;
2) Colhe-se as contrarrazões em 15 dias;
3) Juízo de retratação do relator:
a) Se houver retratação – o agravo interno perde o objeto e, conforme o caso, o agravado pode agravar;
b) Se não houver retratação, submete o agravo ao colegiado;
4) O agravo será julgado pelo colegiado que é competente para julgar o recurso principal;
#atenção: não tem sustentação oral.
#seliga: Sempre que o agravo for provido e o recurso principal estiver pronto, ao julgar o agravo o colegiado já julgara o recurso.
4 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
	4.1 HIPÓTESES LEGAIS (CPC, ART. 1022)
Trata-se de um recurso de fundamentação vinculada, ou seja, só cabe nas hipóteses arroladas no incisos do referido artigo. Hipóteses:
CPC, art. 1.022: Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para “(...):
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; 
III – corrigir erro material. (...)”.
Os Embargos não são adequados para modificar a decisão em razão da discordância do recorrente, mas para esclarecer ou integrar a decisão. Em suma, a parte não requer a redecisão, mas a decisão em si (ou a reexpressão).
Erro material (inciso III):
Uma das hipóteses de cabimento é para corrigir erro material da decisão (ampliação das hipóteses com relação ao antigo CPC). Em rigor, o erro material é uma novidade do Novo Código de Processo Civil. 
#OBSERVAÇÕES:
•O dispositivo não afirma que erros materiais só sejam impugnáveis e corrigíveis por Embargos. No entanto, há o benefício inequívoco de atrair para os Embargos de Declaração um regime recursal bem definido, o qual, entre outras questões, impactará na contagem de prazo para interposição de outro recurso.
•O erro material é assim considerado, não por conter um erro de julgamento, mas justamente de expressão. Há o requerimento de uma reexpressão, pois evidentemente aquela exteriorizada não corresponde ao pensamento do juiz. Exemplo: juiz condena a pagar R$400,00, mas era R$40.000,00.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Os embargos de declaração não se prestam a corrigir possíveis erros de julgamento. STF. Plenário. RE 194662 Ediv-ED-ED/BA, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2015 (Info 785)
Qualificação da omissão (parágrafo único)
As hipóteses dos incisos I e II (obscuridade, contradição e omissão) não possuem nenhuma novidade muito grande com relação ao regime anterior. Importante ressaltar que a decisão que será embargada deve conter esses vícios intrinsecamente: (i) contradição: juiz afirma uma coisa no relatório e outra, oposta, no dispositivo; (ii) obscuridade: parte não consegue entender o que o juiz quis dizer (até por questões gramaticais); e (iii) omissão: juiz deixa de julgar um dos pedidos ou a reconvenção, por exemplo. 
Sobre a omissão, especificamente, o parágrafo único traz um esclarecimento do que seria uma decisão omissa: 
Art. 1.022, parágrafo único: “Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º [o juiz pode não observar um precedente, mas tem que fundamentar – explicando porque não caberia naquele caso, por exemplo]”.
#SELIGA #IMPORTANTE #CASCADEBANANA: Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não admite recurso extraordinário. Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes não irão suspender ou interromper o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do CPC/2015. Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo. Nas palavras do STF: os embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que não admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para interposição de agravo, por serem incabíveis. STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 28/11/2017 (Info 886).
	4.2 PRAZO DE CINCO DIAS E APLICAÇÃO DO ARTIGO 229 (CPC, ART. 1023, “CAPUT” E §1º)
O prazo de interposição dos Embargos de Declaração é de cinco dias úteis - trata-se da única exceção ao CPC, art. 1.003, § 5º (regra geral dos recursos). 
Art. 1.023: “Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias [úteis], em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229. (...)”.
Art. 229.  Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Contrarrazões em cinco dias (§ 2º)
Art. 1.023, § 2º: “O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada”.
Julgamento em cinco dias (CPC, art. 1.024)
Art. 1.024: “O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias”.
Em mesa na sessão subsequente ou inclusão em pauta (§ 1º)
Art. 1.024, § 1º: “Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente”. 
Possibilidade de decisão monocrática (§ 2º)
Se há Embargo de decisão monocrática, sem prejuízo do agravo interno, os embargos de declaração também serão julgados monocraticamente:
Art. 1.024, § 2º: “Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente”.
	4.3 CONHECIMENTO COMO AGRAVO INTERNO
Art. 1.024, § 3º: “O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente [embargante] para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º”.
#SELIGA: Caso de fungibilidade expressa pelo CPC 15.
Em outras palavras, aceita-se um recurso pelo outro mediante uma complementação(especificação da fundamentação). Os Embargos são recursos de fundamentação vinculada; o agravo interno não, por isso a necessidade de complementação da fundamentação (e inclusive para evitar a multa de recurso manifestamente improcedente/incabível). 
	4.4 EFEITO MODIFICATIVO OU INFRINGENTE
Art. 1.024, § 4º: “Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada [efeito infringente/modificativo], o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração”.
Os embargos de declaração podem fazer com que haja mudança na decisão embargada. A decisão embargada pode sofrer mudança pelo julgamento dos embargos de declaração. 
A exemplo no caso de embargos de declaração por omissão, em que a omissão vai ser suprida e necessariamente vai mudar a decisão.
A doutrina no lugar de falar em efeito modificativo, fala em EFEITO INFRINGENTE dos Embargos de Declaração. 
O Novo CPC é expresso nesse sentido, de que pode haver modificação. Em razão disso, o NCPC disse que há contrarrazões nos embargados de declaração sempre que puderem modificar a decisão – sempre que puderem modificar a decisão é preciso ouvir o embargado.
#RECORDARÉVIVER: O NCPC consagra um entendimento antigo de exigência de contrarrazões – porque o CPC/73 não previa isso.
	4.5 SEM EFEITO MODIFICATIVO E RECURSO JÁ INTERPOSTO
Art. 1.024, § 5º: “Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação”.
#OBSERVAÇÕES (em relação aos §§ 4º e 5º do artigo 1.024):
• Relembrando que não há nada de errado se os embargos de declaração gerarem efeitos modificativos. No entanto, ele não pode ser a causa, mas apenas o efeito do julgamento;
• O acolhimento dos embargos de declaração afetará o recurso interposto anteriormente? No regime anterior, havia jurisprudência (defensiva) no sentido de que sim. Contudo, o NCPC divide a questão em duas hipóteses:
1- Caso o julgamento dos embargos de declaração interferir na decisão anterior (efeito modificativo) e, de alguma forma, influenciar o objeto do recurso, é necessário conceder prazo para o recorrente para ajustar seu recurso.
2- Se, a despeito do julgamento dos embargos, não houver efeitos modificativos, o recurso mantém-se incólume por si só. Esse entendimento desformaliza questões que estavam sendo formalizadas excessivamente, dando preferência à celeridade processual.
#seliganasúmula: Súmula 579-STJ: Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração, quando inalterado o resultado anterior. (CORTE ESPECIAL, julgado em 01/07/2016, DJe 01/08/2016)
	4.6 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E PREQUESTIONAMENTO
Art. 1.025: “Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior [STJ/STF] considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade”.
#IMPORTANTE: O que se entende por Prequestionamento ficto? A parte alega e o tribunal não enfrenta, nem com os Embargos de Declaração da parte (que são rejeitados).
Ainda que os embargos sejam rejeitados, as questões ficarão prequestionadas (ou decididas) para todo e qualquer fim, viabilizando o acesso ao STJ ou ao STF. 
Em suma, o Código formaliza expressamente uma prática forense: prequestionar no sentido de “deixar claro” no acórdão do qual se pretende recorrer especial ou extraordinariamente, o que foi decidido (as teses jurídicas do que foi decidido, quais dispositivos foram ou não aplicados e o porquê etc.). 
Ademais, a terminologia “prequestionamento ficto” quer dizer que a rejeição dos embargos já é, por si só, significativa da decisão (“ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados”). Por isso é ficto. 
A súmula 211 do STJ, embora bem anterior ao NCPC, interfere nessa discussão. Em última análise, ela vai de encontro ao art. 1.025, ao dispor que, caso o tribunal não entenda prequestionada a matéria, ele pode invalidar o acordão recorrido e mandar proferir outro suprindo omissão, contradição, obscuridade ou erro material para fins de decisão/prequestionamento.
*#SELIGANASÚMULA: Súmula 211: Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo (HÁ ENTENDIMENTO DE QUE ESTA REVOGADA COM O CPC 15).
#OUSESABER: O CPC/15 prevê, em seu artigo 1.025, que se consideram incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de prequestionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existente erro, omissão, contradição ou obscuridade. Este dispositivo trata do chamado prequestionamento FICTO. O prequestionamento ficto não se confunde com o prequestionamento IMPLÍCITO, o qual trata da situação em que o acórdão, apesar de se manifestar expressamente sobre a questão federal/constitucional controvertida, não faz menção aos dispositivos legais/constitucionais aplicáveis. O prequestionamento implícito é reputado como insuficiente pelo STF para a admissão do RE, pois, segundo a corte, sendo o RE um instrumento de revisão in jure “não investe o Supremo de competência para vasculhar o acordão recorrido à procura de uma norma que poderia ser pertinente ao caso, mas da qual não se cogitou” (AgRg 253.566-6).
	4.7 AUSÊNCIA DE EFEITO SUSPENSIVO E INTERRUPÇÃO DO PRAZO
Art. 1.026, “caput”: “Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso”.
A interrupção do prazo significa zerar o prazo para o embargante e para o embargado. Isso é efeito da interposição.
ATENÇÃO #PEGADINHADEPROVA: Mesmo do Juizado Especial, com o NCPC, os embargos de declaração tem efeito interruptivo do prazo.
O Novo CPC alterou a Lei dos Juizados Especiais, que diziam que os embargos de declaração suspendiam o prazo para outros recursos. Agora, não há mais diferença entre o regramento dos juizados e do CPC – o prazo é interrompido em ambos.
*OUSESABER: Imaginemos que em determinada ação foi deferida uma liminar e a parte ré foi citada e intimada no mesmo ato, apresentando embargos de declaração em face da decisão interlocutória deferida. O prazo para contestar é interrompido pela apresentação dos embargos? A reposta é negativa. Em recente julgado, o STJ expressamente se manifestou acerca da inocorrência da interrupção do prazo para contestação em casos de interposição de embargos de declaração. Vejamos a decisão da corte: (...) 2. Cinge-se a controvérsia a definir se, na hipótese, a oposição de embargos de declaração contra a decisão que deferiu a antecipação de tutela pleiteada pelo autor interrompeu o prazo para o oferecimento da contestação por parte da recorrida, para fins de determinar a ocorrência ou não de revelia. 3. A contestação é ato processual hábil a instrumentalizar a defesa do réu contra os fatos e fundamentos trazidos pelo autor em sua petição inicial, no intuito de demonstrar a improcedência do pedido do autor. 4. A contestação possui natureza jurídica de defesa. O recurso, por sua vez, é uma continuação do exercício do direito de ação, representando remédio voluntário idôneo a ensejar a reanálise de decisões judiciais proferidas dentro de um mesmo processo. Denota-se, portanto, que a contestação e o recurso possuem naturezas jurídicas distintas. 5. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes, nos termos do art. 538 do CPC/73. 6. Tendo em vista a natureza jurídica diversa da contestação e do recurso, não se aplica a interrupção do prazo para

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