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UNIÃO BRASILEIRA DE FACULDADES - UNIBF A IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA JÉSSICA TERESA FLORO DE LIMA JOÃO PESSOA/PB JULHO/ 2020 JÉSSICA TERESA FLORO DE LIMA A IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA Artigo científico apresentado ao Curso de Pós- Graduação da UNIBF, como requisito parcial para obtenção do Diploma de Especialista em Supervisão Escolar. Prof. Orientador: Esp. Adival José Reinert Junior JOÃO PESSOA/PB JULHO 2020 FOLHA DE APROVAÇÃO JÉSSICA TERESA FLORO DE LIMA A IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA Artigo científico apresentado ao Curso de Pós- Graduação da UNIBF, como requisito parcial para obtenção do Diploma de Especialista em Supervisão Escolar. __________________________________ __________________________________ JOÃO PESSOA/PB JULHO 2020 TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA AUTOR(A): JÉSSICA TERESA FLORO DE LIMA ORIENTADOR(A): Prof. Especialista Adival José Reinert Junior RESUMO O presente artigo tem por objetivo discutir a importância da supervisão escolar como um fator primordial para a garantia do direito à educação de pessoas com necessidades especiais em uma escola inclusiva. Educar não é uma tarefa fácil, principalmente pelo fato de que as escolas devem ser ambientes inclusivos, oferecendo suporte, de acordo com a necessidade de cada indivíduo. A escola envolve diversos horizontes, como: os cuidados com os alunos, a organização do espaço, além da parte administrativa e burocrática, circundando todo um trabalho pedagógico. Logo, a equipe determinada para gerir uma instituição de ensino deve estar sempre bem preparada para isto. Utilizando-se de uma metodologia de análise bibliográfica, através da pesquisa por autores com foco no trabalho da supervisão escolar, do atendimento educacional especializado e da educação inclusiva, demonstrou-se como a formação pedagógica e o trabalho em equipe fará a diferença junto à supervisão escolar, para um trabalho desenvolvido com qualidade e respeito à diversidade. PALAVRAS-CHAVE: Supervisão escolar; O papel do supervisor(a); Escola inclusiva. 5 1 INTRODUÇÃO A educação pode ser avaliada como um fator essencial para o progresso do ser humano, pois em cada avanço para a conquista da cidadania tem-se a necessidade de repasse de conhecimentos aos semelhantes. Dessa maneira, pode-se levar em consideração que a educação surge como meio de garantir valores aprendidos por outras civilizações, que serão propagados para as novas gerações. Para a efetivação desses direitos a escola se faz instrumento em seu formato de instituição. Neste contexto, o setor educacional tem a função de possibilitar acesso para todos, universalizando seus direitos sociais e de cidadania. Educar não é uma tarefa fácil, principalmente pelo fato de que as escolas devem ser ambientes inclusivos, oferecendo suporte de acordo com a necessidade de cada indivíduo. A escola envolve diversos horizontes, como: os cuidados com os alunos, a organização do espaço, além da parte administrativa e burocrática, circundando todo um trabalho pedagógico. Logo, a equipe determinada para gerir uma instituição de ensino deve estar sempre bem preparada para isto. O(a) supervisor(a) escolar, é uma figura que faz parte dessa equipe e tem um papel de extrema importância, pois é ele quem fará a ponte entre alunos, professores, familiares e gestores. Pensando nesse profissional surge o questionamento para elaboração deste trabalho, entender como se dá o papel do(a) Supervisor(a) Escolar na relação entre os professores da sala de aula regular e os professores e profissionais da sala de Atendimento Educacional Especializado numa perspectiva de escola inclusiva. O objetivo é discutir a importância da supervisão escolar como um fator primordial para a garantia do direito à educação de pessoas com necessidades especiais em uma escola inclusiva. Utilizando-se de uma metodologia de análise bibliográfica, através da pesquisa por autores com foco no trabalho da supervisão escolar, do atendimento educacional especializado e da educação inclusiva. Com essa pesquisa, tem-se o desejo de auxiliar professores e profissionais da educação no entendimento da relação existente entre a supervisão e os profissionais que atuam com alunos que necessitam de atendimento especializado, compreendendo as atribuições desse profissional diante do processo educacional. 6 2 A IMPORTÂNCIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA A escola deve estar preparada para promover a qualidade no ensino por meio de ideais democráticos, que combatam a exclusão e que tenham como visão o aluno e a criança, em sua integralidade. E, para que isso aconteça, se faz necessário um trabalho em equipe, no qual a comunidade escolar, alunos, professores, familiares, profissionais e gestores tenham total participação nas ações. O(a) Supervisor(a) Escolar tem seu papel de integração entre esses profissionais e deve estar preparado para garantir o atingimento dos objetivos propostos durante o planejamento anual da instituição. A PL 4106/2012 traz como atribuições ao seu exercício de que O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular crítica e construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da Comunidade Escolar acerca da inovação da prática educativa a fim de garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de currículos que atendam as reais necessidades da clientela escolar, atuando no âmbito dos sistemas educacionais Federal, Estadual e Municipal, em seus diferentes níveis e modalidades de ensino e em instituições públicas e privadas.(BRASIL, 2012, p.1) Esse projeto de lei traduz o trabalho que tem sido desempenhado por profissionais na educação, através de um agente mediador para o equilíbrio do ensino. O(a) supervisor(a)escolar apresenta-se como aquele que deseja realizar suas atividades com responsabilidade e de forma satisfatória e carece de qualidades, perpassando desde uma formação adequada, entendimento pela práxis e o diálogo, até a simples capacidade de desenvolver o trabalho em equipe com os indivíduos que compõem a escola. Nesse panorama, o planejamento escolar age para traçar estratégias que irão guiar o trabalho desenvolvido na instituição, e a função do(a) supervisor(a) se torna uma peça-chave para a aplicação e garantia de que tudo corra conforme previamente estabelecido, lembrando que sempre deve haver uma flexibilidade para adequação às adversidades que venham a surgir. Se pensarmos na escola em uma perspectiva de educação inclusiva temos um trabalho árduo desenvolvido por esse profissional, pois será através dele que o currículo poderá ser adaptado para que os professores e profissionais da sala de 7 atendimento educacional especializado consigam juntamente com os professores da sala de aula regular propor atividades e materiais que se adequem as dificuldades e /ou deficiências das crianças e alunos. O papel do supervisor é dar um sentido preciso, positivo e consciente à ação da escola, para que esta realmente cumpra suas finalidades, bem como, proporcionar um sentido convergente e integrante no atendimento às transformações sociais, e na utilização das novidades tecnológicas, para que o esforço educacional não seja perdido. (SILVA, 2012 apud LOURENÇO, p.263, 2009). Portanto, a função da supervisão é essencial diante de um espaço de muita complexidade que necessita de agentes que atendam as características dos sujeitos envolvidos, respeitando as diferenças, as atividades, as avaliações, a estruturação, os processos psicopedagógicos, e as estratégias e a ações necessárias para entender e operalizar o mecanismo.(ALARCÃO;TAVARES, 2013) A educação é um direito de todos e o ensino deve ser pautado com a criança no centro do planejamento, respeitando as diferenças humanas e ajustando-se à necessidade de cada uma delas. O direito de toda criança à educação foi proclamado na Declaração de Direitos Humanos e ratificado na Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Toda pessoa com deficiência tem o direito de manifestar seus desejos quanto a sua educação, na medida de sua capacidade de estar certa disso. (BRASIL, 2006, p.18) Escolas consideradas inclusivas devem reconhecer e responder às necessidades de seus alunos, moldando-se aos ritmos de aprendizagem e garantindo uma educação de qualidade, por meio de um currículo apropriado, estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com familiares e comunidade em geral. [...]a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada. (BRASIL, 2007, p.1) Nessa perspectiva, o(a) Supervisor(a) escolar para desempenhar seu trabalho junto ao aluno com necessidades especiais - incluindo dificuldades de aprendizagem 8 e deficiências - precisa de embasamento pedagógico e didático, para que, dessa maneira, pratique com técnica adequada sua função junto ao desafio. Partindo desse pressuposto e tendo a determinação de que todos podem aprender e de que a Educação Inclusiva busca a concretização efetiva do direito à educação, à igualdade de oportunidades e de participação na sociedade (SANT`ANNA, 2014), o(a) Supervisor(a) elabora, junto aos professores e profissionais especializados, o Plano Educacional Individualizado, um documento de grande importância que acompanha o aluno com necessidades especiais desde o início de sua vida escolar e apresenta a trajetória dele. O acompanhamento do aluno, desde as percepções das dificuldades na sala de aula regular ou em casa até o diagnóstico e o planejamento para sua inclusão nas atividades, perpassa por vários profissionais que precisam de um direcionamento preciso para desenvolver essas atividades, é nesse momento que a função do(a) Supervisor(a) se faz essencial para mediação desse processo. Segundo Ferreira (2019) o supervisor pedagógico deve acompanhar a prática docente de maneira a torná-los supervisores da sua própria prática, por meio da interação, diálogo e troca de experiências. E, para a implantação de uma escola que se aplique a um desenho universal evitando a exclusão, se faz necessário pensar em prol de uma aprendizagem significativa. Em suma, é notável a importância da supervisão diante da relação professores, profissionais e gestores provendo um equilíbrio e organização do espaço escolar diante de suas complexidades. 9 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O(a) supervisor(a) escolar deve ser um profissional formado em Pedagogia, com especialização em supervisão escolar e profundos conhecimentos no campo pedagógico, capacitado para gerir processos de ensino-aprendizagem. Para que o(a) supervisor(a) escolar consiga atingir seus objetivos ele deve traçar o perfil do planejamento fazendo com que o trabalho escolar seja um modelo de busca e aprendizado em seu dia a dia. Políticas públicas e legislações não darão conta de garantir sozinhas transformações sociais e mudanças de práticas na educação, entretanto se os “sujeitos-chave” nesse processo reivindicarem essas melhorias, aumentarão as possibilidades de um novo olhar acerca destes alunos, que mais necessitam de uma escola acolhedora e inclusiva. Uma ação supervisora comprometida com a educação especial se faz necessária e um(a) supervisor(a) escolar se mostra de grande importância, desde que modele sua atuação, posicionando-se em prol de uma educação emancipadora. Logo, o profissional que assume esse papel deverá estar em contínuo aprendizado, contribuindo para sua formação adequada. Seu embasamento e seu comprometimento serão de suma importância para a administração das atividades escolares e pedagógicas, em conjunto com seus pares para um efetivo trabalho democrático e participativo.10 4 REFERÊNCIAS ALARCÃO, Isabel; TAVARES, José. Supervisão da prática pedagógica: uma perspectiva de desenvolvimento e aprendizagem. Coimbra: Editora Almedina, 2013. BRASIL. Projeto de Lei 4.106, de 2012. Regulamenta o exercício da profissão de Supervisor Educacional, e dá outras providências. Disponível em: <http:// www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarinteg > ______. Saberes e práticas da inclusão : recomendações para a construção de escolas inclusivas. [2. ed.] / coordenação geral SEESP/MEC. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 96 p. (Série: Saberes e práticas da inclusão). Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/const_escolasinclusivas.pdf > ______. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007. Disponivel em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf > FERREIRA, Júnior Fábio. A relação entre professor e supervisor escolar para o sucesso do processo ensino aprendizagem. HUMANIDADES & TECNOLOGIA EM REVISTA (FINOM). Ano XIII, 2019. SANT`ANNA, Geraldo José. Planejamento, gestão e legislação escolar. São Paulo: Editora Érica, 2014. SILVA, Antonia Maria Cardoso e. A Supervisão Escolar como lócus de atuação do pedagogo: a necessária atuação entre saberes, reflexões e ações significativas. IV FÓRUM INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA. Campina Grande: Realize Editora, 2012. http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarinteg http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/const_escolasinclusivas.pdf http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf 11