Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 19/05/2021 16:24 A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 19/05/2021 16:24 3 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 19/05/2021 16:24 A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA A LÍNGUA PORTUGUESA E SUA HISTÓRIA A história da Língua portuguesa pode ser estudada sob duas perspectivas: Perspectiva externa – História externa ( fatores políticos, geográficos, econômicos, sociais etc.) Perspectiva interna – História interna da Língua ( fatores estritamente linguísticos: fonéticos, morfológico, sintático, semântico e pragmático) 19/05/2021 16:24 4 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI DA HISTÓRIA INTERNA DA LÍNGUA PORTUGUESA: - A evolução dos aspectos fonético, morfológico, sintático e semântico Destaquemos apenas dois: O fonético e o morfológico 19/05/2021 16:24 5 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA A evolução fonética ou Fonética Histórica leva em conta os seguinte temas: Vocalismo Consonantismo Metaplasmos A evolução morfológica ou morfologia histórica considera os seguintes temas: Morfologia nominal – a evolução do nomes portugueses Morfologia verbal – a evolução dos verbos 19/05/2021 16:24 6 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA VOCALISMO - é o estudo dos fonemas vogais na passagem do latim para o português. A evolução das vogais 19/05/2021 16:24 7 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA Latim clássico Latim vulgar Português ă ā a a ĕ e (aberto) ê ē ĭ e (fechado) ê ī i i ŏ o (aberto) ó ō ŭ o (fechado) ô ū u u 10 vogais 7 vogais 7 vogais CONSONANTISMO- é o das transformações sofridas pelos fonemas consonantais na sua evolução histórica. Para esse estudo distingui-se: 1) consoantes simples; 2) grupos consonantais Consoantes simples inicial - na passa do latim para o português essas consoantes se mantiveram inalteradas Ex.: corona>coroa Consoantes simples mediais – As surdas se tornam sonoras – p>b: ripa>riba As sonoras ou sofrem síncope, permanecem ou se alteram – filo> fio; amicu>amigo; caballu > cavalo Consoantes simples finais – geralmente sofrem apócope Voce > voze > voz 19/05/2021 16:24 8 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA metaplasmos Aumento Subtração Transposição Permuta ou transfor- mação Substituição ou troca de fonema por outro Prótese – No começo da palavra. Ex.: stella > estrela Epêntese – No meio da palavra. Ex.: arena > areia > arreia Suarabacti – desfaz um grupo de consoantes pela intercalação de uma Vogal entre grupo consonantal. Ex.: grupa > garupa; p´rão > porão Paragoge – adição de fone no Final da palavra. Ex.: ante > antes, Aférese - início da palavra. Ex.: attonitu > ttonito; inamorare > namorare Síncope – Interior da palavra. Ex.: malus > Malu > mau Apócope – no final da palavra. Ex.: Dolore > dolor Haplologia – sílabas parecidas no meio da palavra. Ex.: perdita >perdeda > perda Crase – fusão de dois sons vocálicos juntos. Ex.: Pede > pee > pé Sinalefa – queda da vogal final da palavra quando há uma junção desta palavra com outra começada por vogal. Ex.: de+intro > dentro, de +aquele > daquele Metátese – é a transposição de lugar um fonema para dentro de uma palavra. Ex.: semper > sempre; super > supre > sobre Hiperbibasmo - é a transposição do acento tônico. Pode ser de dois tipos: Sístole (anterior) – oxítona > paroxítona ou paroxítona > proparoxítona. Ex.: pantânu > pântano, - Diástole (posterior) – proparoxítona > paroxítona ou paroxítona > oxítona Ex.: íntegru > inteiro ; pônere >ponêre Sonorização -P > B; T > D; C > G; F > G ( Lupo>lobo; cito>dedo; acutu>agudo; profectu>proveito) Vocalização - CT > IT ou UT (facto>feito); LT > IT ou UT ( alteru>outro); Consonantização - I > J ( iam > já; Hieronymu > Jerônimo); U > V (uagare>vagar; uiuere>viver) Assimilação - é a transformação de um fonema em igual ou semelhante a outro já existente na palavra Ex.: novácula > novacla > Navalha Dissimulação - é a diferença de um fonema por já existir outro igual na palavra (valoroso>valeroso; temoroso>temeroso; Nasalização - Oral > nasal – Ex.: luna>l~ua, mae>mãe Desnazalização - Nasal > Oral – Ex.: luna>lua; sonare>soar Apofonia - Ex.: In + barba > imberbe ; per+factu > perfecto> perfeito Metafonia – Ex.: jôgo – jogos; sôcra>sogra. Ditongação - Malo > maio > mau Monotongação - fructu > fruito (arc ) > fruto Assibilação - T (e, i) + vogal > Ç ou Z - capitia > cabeça; ratione > razão ; São as modificações fonéticas que sofrem as palavras na sua evolução 9 19/05/2021 16:24 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI As leis fonéticas - As chamadas leis fonéticas, proclamadas pelos linguistas da escola Neo-Gramática do século XIX, são mudanças regulares que se observam na evolução de todas as línguas, motivadas pela configuração fonética das palavras. Geralmente as mudanças fonética da Língua Portuguesa seguem essas três leis: A lei do menor esforço – Ex.: Dolore > dolor A lei da permanência da consoante inicial – cáthedra>cathédra>cadeira A lei da persistência da tônica – muliére>mulher 19/05/2021 16:24 10 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA MORFOLOGIA HISTÓRICA Geralmente as mudanças fonética da Língua Portuguesa seguem essas três leis: A lei do menor esforço – Ex.: Dolore > dolor A lei da permanência da consoante inicial – cáthedra>cathédra>cadeira A lei da persistência da tônica – muliére>mulher 19/05/2021 16:24 11 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA II.QUANTO AOS VERBOS 1) As conjugações 2) Tempos que assumiram novas funções 3) Criações românicas MORFOLOGIA HISTÓRICA A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA I. QUANTO AOS NOMES: 1) Os casos 2) As declinações 3) Os gêneros 19/05/2021 16:24 12 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANTOS AOS NOMES Os casos O latim é uma língua sintética Latim Vulgar e as línguas neolatinas são analíticas Latim clássico Latim vulgar português Liber petri Libru de petru Livro de Pedro A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 13 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANTOS AOS NOMES Os casos Assim é que no latim literário existem tantas flexões ou desinências, quantas são as funções sintáticas que uma palavra pode receber na proposição. Explicando melhor: tomemos, por exemplo, a palavra Pedro exercendo as funções de: A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 14 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANTOS AOS NOMES Explicando melhor: tomemos, por exemplo, a palavra Pedro exercendo as funções de: Função sintática Português Latim clássico Sujeito Pedro petrus Compl. Restritivo de Pedro Petri Objeto indireto a Pedro Petro Objeto direto Pedro Petrum Vocativo ó Pedro Petre Adj. Adverbial com pedro cum Petro A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 15 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANTOS AOS NOMES Casos do latim clássico As línguas de origem popular procuram para maior facilidade reduzir essas flexões casuais, substituindo-as pelo uso de artigos e preposições. A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 16 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANTOS AOS NOMES REDUÇÃO DOS CASOS. O CASO LEXICOGÊNICO O resultado dessas reduções foi que apenas dois casos restaram no Latim Vulgar: O nominativoe o acusativo, ou seja, um caso reto e um caso oblíquo. Único caso que restou NA LP foi o acusativo do qual procede a maioria absoluta das palavras portuguesas. É por esta razão que o acusativo é chamado o caso Lexicogênico dos vocábulos de nosso idioma (SEM O M). A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 17 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANTOS AOS NOMES VESTÍGIOS DOS CASOS EM PORTUGUÊS O acusativo é o caso lexicogênico das palavras portuguesas. Entretanto, temos vestígios de outros casos, como: A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 18 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA QUANTOS AOS NOMES VESTÍGIOS DOS CASOS EM PORTUGUÊS Do nominativo Genitivo Dativo Ablativo Deus, Cícero, César, Nero, Júpiter, etc. terremoto (terrae+motu); jurisprudência (júris+prudêntia) crucifixo (cruci+fixu); agora(hac+hora) sóror, serpe, câncer, ladro, virgo, etc. uxoricida (uxoris+Cida). mim (mihi); fidedigno (fide+dignu); eu, tu, ele, nós, vós; este, esse e aquele. genitivo em ici = patronímicos = Fernandici > Fernandez > Fernandes (filho de Fernando); ti (tibi); si (sibi); lhe (illi). (tali+vice). A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 19 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA II. AS DECLINAÇÕES Os substantivos latinos estão classificados em cinco categorias chamadas declinações, cujas características práticas são as desinências do genitivo singular, como seguem: 1ª. d. 2ª. d. 3ª. d. 4ª. d. 5ª. d. ae i is us Ei Nauta-ae Servus-i Civitas-is Manus- us Dies-ei A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 20 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA II. AS DECLINAÇÕES A REDUÇÃO DAS DECLINAÇÕES No latim vulgar as declinações reduziram-se a três: 1ª. d. 2ª. d. 3ª. d. 4ª. d. 5ª. d. A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 21 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA III. O GÊNERO DOS SUBSTANTIVOS O desaparecimento do neutro O gênero neutro no indo-europeu (gênero é igual a sexo) Macho=M; Fêmea=F; Coisas=N Latim (gênero é mais ou menos igual a sexo) Masculino – macho e coisas Feminino – fêmea e coisas; Neutro – coisas Línguas neolatinas (gênero não é igual a sexo) Masculino – macho e coisas Feminino – fêmea e coisas; A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 22 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA MORFOLOGIA VERBAL II. OS VERBOS As terminações dos infinitivos latinos eram as seguintes: 1ª Conjugação: em -ARE, como «amare»; 2ª Conjugação: em -ERE (E breve), como «torrere»; 3ª Conjugação: em -ERE (E longo), como «fidere»; 4ª Conjugação: em -IRE, como «salire». REDUÇÃO DAS CONJUGAÇÕES – DE 4 para 3 - ar, er, ir Amor, as , are, Video, es, ere, Lego, is, ĕre Audio, is, ire A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 23 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI METAPLASMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA O FUTURO DO INDICATIVO Para dar clareza à ação verbal, criou-se a construção perifrástica, formada pelo verbo principal e o indicativo de verbo hebere ( haver em português ) Latim Português Amare + habeo amar + hei : amarei Amare + haves amar + hás : amarás VERBOS ANÓMALOS O verbo ESSE transformou-se em ESSERE. O português SER não vem de ESSERE mas sim de SEDERE que, originariamente, significava "Estar sentado". A EVOLUÇÃO FONO-MORFOLOGÓGICA DA LÍNGUA PORTUGUESA 19/05/2021 16:24 24 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI Verificação da aprendizagem 25 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI 19/05/2021 16:24
Compartilhar