ORIGEM E FORMAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA PORTUGUESA1

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Origem e formação histórica da
Língua Portuguesa
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI
19/05/2021 16:27
ORIGEM E FORMAÇÃO HISTÓRICA DA LÍNGUA PORTUGUESA		 UESPI-2011
LÍNGUA PORTUGUESA
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
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Olavo Bilac
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A LÍNGUA PORTUGUESA E SUA HISTÓRIA
	A história da Língua portuguesa pode ser estudada sob duas perspectivas:
Perspectiva externa – História externa (fatores políticos, geográficos, econômicos, sociais etc.)
2. Perspectiva interna – História interna da Língua (fatores estritamente linguísticos: fonéticos, morfológico, sintático, semântico e pragmático)
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A ESCOLHA DIDÁTICA
	O tema em 4 tópicos:
Origem da língua portuguesa;
História da formação da língua; portuguesa;
Fases e fatos históricos;
A geografia da língua portuguesa. 
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
	A língua portuguesa pode ser entendida como um prolongamento do latim levado pelos romanos à Península Ibérica.
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Os romanos chegaram na Península por volta de 218 a.C
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.1. Os povos pré-latinos
 Os celtas (IX a.C)
 Iberos (IV a.C)
Fenícios 
Gregos
Cartagineses
Celtiberos
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.2. A romanização da Península Ibéria ( inicia-se no sec. III a.C)
	Propósitos da ida dos romanos para a Península:
Atender diretamente ao pedido de socorro da cidade de Sagunto. (cercada em 219 a.C pelo exército cartaginês)
Sustar a expansão de Cartago, que representava séria ameaça aos romanos no mundo mediterrâneo.
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.2. A romanização da Península Ibéria ( inicia-se no sec. III a.C)
	Táticas romanas para a implantação de sua cultura na Península:
Abrir escolas (para o ensino do latim);
Organizar o serviço militar obrigatório;
Construir estradas, igrejas, e urbanizar as cidades;
Organizar o comércio e o serviço de correios;
Implantar a obrigatoriedade do uso do LATIM 
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.2. A romanização da Península Ibéria ( inicia-se no sec. III a.C)
	A língua latina levada para a Península Ibérica não foi o latim clássico de Cícero, Horácio, César, Catulo. A variante latina foi a que ficou conhecida como latim vulgar (sermo vulgaris).
	O sermo vulgaris não possuía naturalmente uma unidade linguística, na verdade consistia de uma conjunto de variantes ( sermo nautarum, sermo agricolarum, sermo militum, etc).
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Gráfico-Resumo da História do Latim
	
	O Latim, língua  dos conquistadores, foi paulatinamente suplantando a dos povos pré-latinos.
 "Os turdetanos, e principalmente os ribeirinhos do Bétis, adotaram de todos os costumes romanos, e até já nem se lembram da própria língua“.
Estrabão 
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.2. A romanização da Península Ibéria ( inicia-se no sec. III a.C)
	.
No século V d.C a Península já se encontrava totalmente romanizada, politicamente pertencendo ao Império Romano e linguísticamente falando o 
LATIM
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.3. Dialetação do latim vulgar:
O enfraquecimento do latim
 O Substrato
No processo de expansão e dominação, os romanos receberam influências dos povos conquistados, principalmente dos gregos, que já se encontravam num estágio muito adiantado de elaboração cultural e artística. No caso específico do latim escrito, foi grande a influência grega, tanto na língua literária – com as obras de Virgílio, quanto no padrão gramatical – a gramática greco-latina.
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GREGO
 le,gei auvtw/| VIhsou/j VEgw, eivmi h` o`do.j kai. h` avlh,qeia kai. h` zwh,\ ouvdei.j e;rcetai pro.j to.n pate,ra eiv mh. di evmou/
João 14:6 
WH
LATIM
dicit ei Iesus ego sum via et veritas et vita nemo venit ad Patrem nisi per me
João 14:6 
Vulgata latina
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.3. Dialetação do latim vulgar:
A fragmentação do Império e as línguas românicas:
	O latim falado nas diferentes regiões do Império Romano tinha uma realidade tão diversificada que, no século III da nossa era, a unidade linguística do Império já não mais existia. Essa imensa diferenciação dialetal é uma das principais causas da transformação do latim nas línguas românicas. 3 fatores:

O fator cronológico - as regiões foram romanizadas em momentos diferentes, recebendo, portanto, o latim em diversos momentos de sua evolução;
O contato entre a cultura romana e as diferentes culturas dos povos conquistados;
A grande diversidade sócio-econômica das regiões dominadas.
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.3. Dialetação do latim vulgar:
1.3.1 Os povos pós-latinos na Península
No século V d.C - Os bárbaros germânicos
Alanos
Godos
Visigodos
Suevos
Vândalos
Vândalos
Visigodos
Francos
Burgúndios
Alamanos
Ostrogodos
IMPÉRIOS BÁRBAROS
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.3. Dialetação do latim vulgar:
1.3.1 Os povos pós-latinos na Península
Ações dos bárbaros que favoreceram a dialetação do latim na Península:
Causaram a dissolução da unidade política do Império;
Fecharam escolas
Extinguiram a nobreza romana na Península Ibérica
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1. A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA
	
1.3. Dialetação do latim vulgar:
1.3.1 Os povos pós-latinos na Península
b) Os árabes (no século VIII d.C)
Só foram definitivamente expulsos em 1492. 
Afonso VI, rei de leão e Castela, inicia as lutas de reconquista para a expulsão dos mouros da Península
2. História da língua portuguesa
As lutas de reconquista
 	
Ao norte da Península, não conquistados pelos mouros, se refugiam os cristãos que preparam a chamada Reconquista Cristã - guerra militar e santa, abençoada pela Igreja e que provocou importantes movimentos de populações. 
	No que a Reconquista progredia a estrutura de poder e a organização territorial vão ganhando novos contornos; os reino do norte da Península (Leão, Castela, Aragão) estendem suas fronteiras para o sul, o reino de Leão passa a pertencer a o Condato Portucalense.   
 Nos séculos IX e X só o norte da península escapou ao domínio árabe. 
A Reconquista ainda era tímida e desorganizada No século XII, a Reconquista ganha força e as conquistas dos reinos cristãos obrigam os árabes a recuar progressivamente. 
Nasce a dinastia de Borgonha. No século XIII, odomínio árabe estava restrito ao sul.
2. História da língua portuguesa
Final do século XI
Rei Afonso VI governava todo o norte da Península. De toda a Europa, vieram cavaleiros para lutar contra os mouros, dentre os quais Raimundo e seu primo Henrique (do ducado de Borgonha). 
	O rei Afonso VI tinha duas filhas: Urraca e Teresa. Agradecido pelo apoio dos nobres, o rei promove dois casamentos:
de Raimundo com Urraca e lhes dá como dote o governo da Galiza;
de Teresa com D. Henrique e lhes dá o Condado Portucalense (território desmembrado da Galiza ).
2. História da língua portuguesa
Elementos decisivos para a formação da língua portuguesa
A conquista romana da Península Ibérica, (ocorre no século III a.C.);
A invasão dos bárbaros - a constituição dos impérios bárbaros, como o visigótico, o domínio árabe na Península;
A luta da Reconquista Cristã.
A formação de Portugal
3. FASES DA LÍNGUA PORTUGUESA
Pré-histórica - das origens ao Séc. IX
Proto-histórica- séc. IX a XII 
Histórica - séc. XII aos dias atuais
Arcaico - século XII ao XVI 
Moderno - do séc. XVI aos dias atuais		 	 							
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Pré-histórica - das origens ao Séc. IX
 Caracteriza-se pelo surgimento dos primeiros documentos latinos portugueses.
 Escasso material linguístico. (inscrições)
Só por conjectura se pode formar uma ideia do romanço falado nessa época (romanço lusitano).
“Anastásia et Laurentina, puellas Dei, quas nos precesserunt in sonum pacis”.
(inscrições cristãs na região de portugal).
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2. Proto-histórica- séc. IX a XII 
 Os textos que então aparecem são todos redigidos em latim bárbaro. 
 Neles, porém, de quando em quando, se encontram palavras portuguesas, o que prova a evidência de que o galaico-português já existia nesse tempo. 
 Esses textos escritos em latim bárbaro eram apenas documentos e, por isso, o latim dessa época era também chamado de latim tabaliônico ou dos tabeliões.
O galego-português
A língua falada era o romanço galego-português, que apresentava relativa unidade e muita variedade e que dá origem ao galego e ao português. 
Em galego-português são escritos os primeiros documentos oficiais e textos literários não latinos da região, como os cancioneiros (coletâneas de poemas medievais).
A separação entre o galego e o português se inicia com a independência de Portugal e se consolida com a expulsão dos mouros em 1249.
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3. Fase histórica - séc. XII aos dias atuais
 Arcaico - século XII ao XVI 
 Moderno - do séc. XVI aos dias atuais	
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3. Fase histórica - séc. XII aos dias atuais
 Arcaico - século XII ao XVI 
Aparece o primeiro texto redigido inteiramente em português.	
1189 d.C 
Primeiro documento da língua portuguesa
 Cantiga da Ribeirinha - Paio Soares de Taveirós 
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3. Fase histórica - séc. XII aos dias atuais
 Arcaico - século XII ao XVI 
 Poesias trovadorescas escritas em português arcaico reunidas nos cancioneiros (D. Dinis e Paio Soares de Taveirós)
 Prosa – surgem os cronistas como Fernão Lopes, Gomes Eanes Zurara e Rui de Pina
 Em 1290, D. Dinis, rei trovador, torna obrigatório o ensino 	
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3. Fase histórica - séc. XII aos dias atuais
 Arcaico - século XII ao XVI 
Cantigas de amigo, de amor escárnio e maldizer	
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3. Fase histórica - séc. XII aos dias atuais
 Período Moderno - século XVI aos dias atuais
 Aperfeiçoamento dos recursos linguísticos voltados à imitação dos modelos latinos por meio Renascimento Cultural.
3. Fase histórica - séc. XII aos dias atuais
 Período Moderno - século XVI aos dias atuais
 Surgimento de “Os Lusíadas”
“As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram”;
Os Lusíadas - Canto I
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3. Fase histórica - séc. XII aos dias atuais
 Período Moderno - século XVI aos dias atuais
 Surgimento das gramáticas da língua portuguesa
1536 - Pe Fernão de Oliveira - Gramática da lingoagem portuguesa
1540 – João de Barros - Gramática da lingoagem portuguesa
4. GEOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Nações Lusófonas da atualidade
Portugal
Guiné-Bissal
O português no mundo atual
O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve às expansões territoriais lusitana ocorrida no século XV a XVI. Assim que a língua portuguesa partiu do ocidente lusitano, entrou por todos os continentes: 
América (com o Brasil), 
África (Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, República Democrática de São Tomé e Príncipe), 
Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), 
Oceania (Timor), além das ilhas atlânticas próximas da costa africana (Açores e Madeira), que fazem parte do estado português. 
Em alguns países o português é a língua  oficial (República Democrática de São Tomé e Príncipe, o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde), 
Em pleno século XXI, falado por cerca de 500 milhões de pessoas em 4 continentes, “última flor do Lácio”, mesmo enfrentando as peculiaridades dos falares locais e o anglicismos difundido pela globalização, mantém uma admirável unidade com o português de Portugal e sobrevive imperiosa como uma língua de cultura.
REFERÊNCIAS
ALI, Manuel Said. Gramática histórica da língua portuguesa. 7. ed. Rio de janeiro: Edições Melhoramentos, 1976 
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática latina. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2000 
CARVALHO, Dolores Garcia; NASCIMENTO, Manoel. Gramática Histórica. São Paulo: Ática, 1972
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao Livro, 1991. 
ILARI, Rodolfo. Lingüística românica. 5. ed. São Paulo: Ática, 2004. 
MARTINS, Nilce S. História da língua portuguesa. Vol.V Século XIX. São Paulo: Ática, 1988.
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
SILVA NETO, Serafim da. História da Língua Portuguesa. 5 ed. Rio de Janeiro: Presença/INL, 1988 
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Obrigado!