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Cont. revogação da doação Revogação por ingratidão → ela não é automática é feita por um processo judicial, uma ação judicial movida pelo doador. Legitimidade exclusiva do doador. Art. 561 do CC → No caso do doador falecer em decorrência do homicídio doloso praticado contra ele, neste caso os herdeiros dele poderão mover a revogação da doação por ingratidão. Efeitos → 1º a sentença que revoga a doação por ingratidão, ela não prejudica terceiros adquirentes de boa fé. E iniciada contra o donatário ela poderá prosseguir contra os herdeiros dele se o donatário vier a falecer. Julgada procedente a ação, o donatário deverá restituir o objeto recebido se ainda estiver em seu poder ou deverá indenizara o doador pagando a ele a metade do valor do objeto doado. → Art. 563 do Código Civil. 2º até a citação, o donatário é considerado possuidor de boa fé e aplica-se então ao donatário todos os efeitos do possuidor de boa fé. Ele faz seus usufrutos, vai ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis, ele vai ser tratado como um possuidor de boa fé. Observações → 1º o prazo para a propositura da ação é de 1 ano a contar da data em que chegara ao conhecimento do doador o fato e a autoria. A partir do momento que o doador sabe quem tentou lhe causar mal, começa a correr o prazo de 1 ano. 2º o doador pode perdoar o donatário. Art. 561, última parte. Tirando a hipótese do homicídio quem pode propor a ação é o doador. Somente no caso de homicídio doloso o legislador dá a possibilidade dos filhos entrarem com a ação. Se o doador perdoar o donatário, os herdeiros não podem entrar com a ação. 3º os atos que dão ensejo a revogação por ingratidão são todos posteriores a doação. Atos anteriores, ainda que se tenha conhecimento por parte do doador não dão ensejo a revogação por ingratidão. Revogação por descumprimento de encargo Uma coisa é exigir o cumprimento do encargo, quem tem legitimidade para exigir o cumprimento do encargo (doador, o beneficiário e o MP, se for encargo de interesse geral e somente após a morte do doador). Outra coisa é revogar a doação por descumprimento do encargo. A revogação da doação por descumprimento do encargo, é prerrogativa exclusiva do doador. Também é personalíssima. A revogação por descumprimento do encargo também se dá por via judicial, movida pelo doador em face do donatário. E para a propositura desta ação é imprescindível que fique caracterizada a mora do donatário, ou seja, que fique caracterizado o inadimplemento do donatário em razão do encargo. Como é feito → se o donatário tinha prazo para cumprir o encargo, vencido o prazo, ele já está em mora; se o donatário não tinha prazo para cumprir o encargo, ele deve ser constituído em mora. Ele deve ser notificado judicialmente, a lei exige notificação judicial para que cumpra o encargo em prazo razoável. Efeitos da sentença → A sentença também aqui não prejudica direito de terceiros. Empréstimo – art. 569 e seguintes. O contrato de empréstimo é gênero, do qual são espécies: o comodato e o mutuo. Contrato de empréstimo é aquele pelo qual uma das partes entrega a outra, determinado bem para que esta, o utilize e devolva em espécie ou gênero. O contrato de empréstimo é uso com o dever de restituir. Se não há dever de restituir não é empréstimo. Comodato É o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, ou seja, pelo contrato de comodato, o comodante entrega ao comodatário determinado bem infungível para que este o utilize gratuitamente e devolva. Características 1º é um contrato gratuito. Que traz vantagens só para o comodatário. A assunção pelo comodatário com pequenos deveres não descaracteriza o comodato, não afasta a gratuidade. O que não pode haver é pagamento pelo uso, contraprestação pelo uso. 2º o contrato de comodato é um contrato real, ele se forma, ele se perfaz com a entrega do objeto feita pelo comodante ao comodatário. A ideia é de que o contrato de comodato nasce com a entrega, se não se entregou o objeto então não se teve contrato de comodato. 3º o contrato de comodato é um contrato unilateral. A obrigação fundamental decorrente do contrato está centralizada no comodatário (quem pega a coisa emprestada), essa obrigação é a de restituir. O contrato que se forma com a entrega do objeto e com obrigação gratuita de restituir. 4º ele é um contrato intuito personae em relação ao comodatário. O comodatário a princípio não pode ceder a terceiro o uso, a coisa dada, em comodato, salvo, expressa autorização do comodante ou se a sessão a terceiros decorrer da natureza ou das circunstancias do contrato. Isso autoriza a resolução do contrato de comodato. Não é porque é comodato que não haja obrigação. Elementos constitutivos do comodato 1 → gratuidade. Se houver contraprestação não é comodato, é locação. 2 → tradição. A entrega é o elemento constitutivo. 3 → natureza do bem. O bem deve ser infungível e inconsumível. Se houve o empréstimo de bem fungível, isso não é comodato, é mútuo. Pode acontecer de um bem fungível e consumível, num caso específico, ser transformado pelas partes em bem infungível (ex: garrafa numerada de vinho que é emprestada para uma exposição). 4 → temporariedade. É da natureza do comodato o dever de restituir, se não existir esse elemento é contrato de doação. E ai pode-se ter um comodato com prazo fixado, sem prazo fixado, mas é imprescindível que exista o dever de restituir. Efeitos do contrato de comodato Obrigações do comodante 1ª → o comodante não pode exigir a devolução do bem antes do término do prazo de fruição. Salvo necessidade imprevista e urgente assim reconhecida pelo juiz ou justa causa para a resolução contratual (culpa do comodatário). O prazo de uso é o prazo determinado previsto no contrato ou se não houver um prazo determinado é o prazo necessário ao uso. Pode-se pedir de volta antes do prazo em dois casos: 1º necessidade imprevista e urgente assim reconhecida pelo juiz; 2º justa causa.
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