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Fisiopatologia das Hepatites Prof.ª Msc. Camila Amato Montalbano Doutoranda do PPGDIP-UFMS Hepatite É toda e qualquer inflamação do fígado Pode ser simples alteração laboratorial (portador- sorologia positiva) ou doença fulminante e fatal (mais frequente nas formas agudas). Vírus das hepatites A, B, C, D, E, F, G, citomegalovírus Pacientes submetidos a transfusões sanguíneas e imunodeprimidos: Epstein-Barr, citomegalovírus e o herpes zoster. Outros agentes de importância são os vírus da dengue e febre amarela Distúrbios metabólicos (doença de Wilson, poli-transfundidos, hemossiderose, hemocromatose) , trans-infecciosos , pós-choque. Destruição das células hepáticas Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a encefalopatia hepática e óbito. Hepatites crônicas 80% (com duração superior a 6 meses), geralmente são assintomáticas e podem progredir para cirrose. Hepatite mais prevalente é a hepatite A, com 48% dos acometidos, seguidos da hepatite B, 34% e C, em 15% dos doentes, a hepatite D é muito menos frequente, juntamente com a E. 1-2%: hepatocarcinoma Brasil: portadores crônicos de hepatite B e hepatite C (1-3%) Algumas drogas levam a Hepatite (anti-inflamatórios, anti-convulsivantes, sulfas, derivados imidazólicos, hormônios tireoidianos, anti-concepcionais, etc) 03/03/2021 Sinais e Sintomas Doença silenciosa Não apresenta sintomas específicos Cansaço Tontura Hepatomegalia discreta e dolorosa Pequena esplenomegalia reacional Sinais e Sintomas Enjôo e/ou vômitos Febre Dor abdominal Pele e olhos amarelados Urina escura e fezes claras. Exames laboratoriais Bilirrubinas (principalmente diretas indicando dano dentro da célula hepática) Transaminases (AST e ALT) Aumento de fosfatase alcalina e GGT proteínas totais e frações(alteração positiva se já apresenta lesão hepatocelular prévia Coagulograma (TAP/ PTTPA alterados, geralmente em indivíduos com dano hepatocelular prévio) Exames laboratoriais Hemograma (inespecífico, com preferencial de linfócitos) Amônia e ácidos biliares Pesquisa de marcadores virais Ultra-som e Tomografia computadorizada Biopsia hepática Tipos de vírus *HEPATITE A (VHA): Conhecida como “hepatite infecciosa” * HEPATITE B (HBV): Também chamada de “soro-homóloga” * HEPATITE C (VHC): Já foi conhecida como “hepatite não A, não B” * HEPATITE D (VHD): Também chamada de “Delta” * HEPATITE E (VHE): Decorrência rara no Brasil, mais comum na Ásia e África * HEPATITE F (VHF): Macaco Rhesus * HEPATITE G (VHG): Pouco conhecido ainda 03/03/2021 Fisiopatologia Lesões dos hepatócitos Inflitrado de linfócitos T citotóxicos que respondem aos antígenos virais expressos nas membranas celulares dos hepatócitos. Linfócitos killer naturais e citotoxidade celular dependente de anticorpos também modulam a inflamação durante a infecção aguda na hepatite A. Com a recuperação do paciente, acontece títulos elevados de anticorpos contra os antígenos do envelope, como anti-HAV, anti-HBs, anti-HCV-E1, anti-HCV-E2, e anti-HEV Esses anticorpos podem conferir imunização, ainda que parcial, contra a reinfecção. HEPATITE A É conhecida como a hepatite do viajante Transmissão fecal-oral (entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus) É totalmente curável (seguindo todas as recomendações médica e sendo de caráter benigno) HEPATITE A Febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos e Diarréia Boas condições de higiene e de saneamento básico previnem SUS disponibiliza uma vacina específica contra VHA Hepatite A Alimentação de moluscos e ostras: risco para a doença Uma vez infectada a pessoa desenvolve imunidade permanente A icterícia é mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). É considerada branda Não há relatos de cronificação e a mortalidade é baixa Não existe tratamento específico Período de incubação do VHA: 30 dias Virologia do HAV RNA Três genótipos em humanos e três em macacos Formado por um capsídeo de formato icosaédrico, composto pelas proteínas estruturais VP1, VP2 e VP3, o qual envolve o genoma viral. 04/03/2021 Fisiopatologia de HAV Tem a capacidade de resistir ao pH ácido do estômago, por isso ele consegue chegar ao trato digestivo. O HAV atravessa o epitélio intestinal, chega às veias mesentéricas e alcançam o fígado pelo sistema porta. O vírus se replica no hepatócito e é excretado pelos canais biliares, atingindo o intestino por meio da bile, onde, finalmente, é eliminado nas fezes. 04/03/2021 A infecção pelo HAV pode ser dividida em duas fases: Fase não citopática: A replicação ocorre exclusivamente no citoplasma do hepatócito, mas há pouca ou nenhuma lesão ao fígado. Fase citopática: Necrose tecidual e infiltração portal. O dano hepatocelular não é causado diretamente pelo vírus, mas sim por uma resposta imunológica do indivíduo. Quando essa resposta for excessiva, pode gerar hepatite fulminante. HEPATITE B É uma doença infecciosa e sexualmente transmissível HBV presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível Vacina: três doses Uso de preservativo e não compartilhar objetos de uso pessoal Anti-inflamatórios Corte de bebidas alcoólicas 03/03/2021 Fisiopatologia de Hepatite B Vírus DNA não-citopático, que necessita se estabelecer nos tecidos hepáticos para completar o seu ciclo de vida. Gera resposta imunológica que produz citocinas e interleucinas, como interferon-gama e o fator de necrose tumoral. A chuva de citocinas inflamatórias será responsável pela lesão hepática e pelas manifestações extra-hepáticas. AgHBs, AgHBc e AgHBe. AgHBs: partícula de superfície que induz formação do anticorpo anti-HBs AgHBc: núcleo. AgHBe: excretado pelos hepatócitos infectados e está relacionado com a replicação do vírus e a indução da formação do anticorpo anti-HBe. 03/03/2021 Fisiopatologia de Hepatite B 4 fases da infecção do HBV: imunotolerância, o clareamento imune, o estado de portador inativo e a reativação. Imunotolerância: transmissão perinatal de AgHBe. C Clareamento imune: ocorre com a diminuição do HBV e o aumento da atividade lítica das células hepáticas. Estado de portador inativo: após a formação de anti-HBe por soroconversão do AgHBe e ocorre diminuição do HBV DNA. Reativação: ocorre o aumento do HBV DNA (imunossupressão ou de forma espontânea pela replicação do HBV). 04/03/2021 Hepatite C Fisiopatologia da Hepatite C 7 genótipos e 67 subtipos do vírus. Tratamento varia de acordo com genótipo. O genótipo 1 é o mais prevalente em todo o mundo e é responsável por 46% de todas as infecções pelo HCV, seguido pelo genótipo 3 (30%). Lesão das células hepáticas mediada pelo sistema imunológico do hospedeiro em resposta a presença do vírus. Análise histopatológica de portadores de hepatite C: esteatose micro ou macrovesicular, dano nos ductos biliares e agrupamentos de células linfocitárias. 03/03/2021 HEPATITE D Vírus D (VHD) Depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa não apresenta sintomas ou sinais da doença. HEPATITE E Rara no Brasil É comum na África e Ásia Doença infecciosa de transmissão feca-oral O diagnóstico por imunocromatografia: anticorpos anti-HEV HEPATITE E Na maioria dos casos a doença não requer tratamento Proibido o consumo de bebida alcoólica Repouso e dieta pobre em gorduras Internação: quadro grave (desidratação severa, muito vômito e diarréia) Hepatite F DNA-vírus Transmitido a macacos Rhesus sp. em laboratório experimentalmente, através de extratos de fezes de macacos infectados. Ainda não há relatos de casos em humanos Hepatite G Descoberta recentemente (1995) Vírus VHG (0,3% de todas as hepatites virais) Desconhecem-se, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe-se que a doença é transmitida pelo contato sanguíneo Hepatites autoimunes (HAI) Auto agressão do organismoAnticorpos atacam e matam os hepatócitos Isto pode acontecer porque uma bactéria, vírus ou um fungo pode conter uma porção muito parecida com a célula hepática, causando confusão do sistema imunológico. Tratamento é feito com corticoides e drogas imunossupressoras Mais comum em mulheres entre 10 e 30 anos (jovens) e por volta dos 50 anos (meia-idade)
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