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Farmacologia - Completo

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farmacologia 
MED XXVIII 
BRUNA LORENA 
 
 
INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA 
Definição de Farmacologia 
É o estudo dos fármacos. 
É uma ciência que estuda as interações entre compostos químicos e organismos vivos ou os sistemas biológicos 
representados por esse organismo. 
Isso resulta um efeito, que pode ser maléfico, ou seja, tóxico, ou benéfico, que é o medicamentoso. 
O que diferencia um do outro? A dose e a via de administração. 
Existe, então, uma faixa de concentração do 
fármaco, na qual ele vai trazer um benefício e 
uma faixa que vai trazer um efeito tóxico, e é isso 
que chamados de janela terapêutica. 
A janela compreende uma faixa entre as 
concentrações mais baixas, que iniciam os efeitos 
terapêuticos, e as concentrações mais altos, que 
iniciam os efeitos tóxicos. 
Abaixa da janela → efeitos subterapêuticos 
Acima → efeitos de toxicidade 
A janela fica entre a concentração máxima 
permitida e o limiar de concentração no qual se 
observa o efeito. 
Conceitos básicos 
DROGA → qualquer substância que interaja com o 
organismo 
FÁRMACO → substância que causa o efeito terapêutico 
MEDICAMENTO → é o fármaco com outros compostos 
FORMA FARMACÊUTICA → forma final do 
medicamento: comprimidos, capsulas, injetáveis 
PLACEBO → baixa [ ] ou ausente 
MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA → medicamento “original”, protegido por uma patente 
MEDICAMENTO GENÉRICO → medicamento com o mesmo princípio ativo, forma farmacêutica, dosagem e 
mesma indicação que o medicamento de referência, mas mais barato 
MEDICAMENTO SIMILAR → medicamento autorizado, mesmo princípio ativo, mesma forma farmacêutica, 
mas com um nome popular 
DOSE LETAL → leva a morte (toxicidade) 
BIODISPONIBILIDADE → [ ] que o fármaco chega na corrente sanguínea 
 
FARMACOCINÉTICA 
Farmacocinética estuda o caminho 
percorrido pelo fármaco no organismo 
animal. 
É dividida em 4 partes: 
1. Absorção 
2. Distribuição 
3. Biotransformação 
4. Excreção 
ABSORÇÃO 
Primeira coisa que acontece é a 
administração. A primeira fase é a fase 
biofarmacêutica, que é a liberação do 
fármaco da forma farmacêutica. Após a 
liberação, o fármaco vai ser absorvido e vai 
cair no compartimento central, que é a corrente sanguínea. Quando ele cai na corrente sanguínea, ele está na 
sua forma livre, mas rapidamente é ligado a proteína plasmática. Por quê? Porque a maioria dos fármacos 
são insolúveis no plasma. Então eles se ligam na proteína, que é solúvel, e são transportados. 
Entretanto, o fármaco ligado as proteínas não têm atividade biológica, não consegue chegar no seu local de 
ação, ele precisa estar livre. 
Como acontece a dinâmica entre o fármaco livre e as ligadas as proteínas? O fármaco livre é deslocado, 
levado pelas proteínas, mas se desprende para se ligar aos seus receptores, ao seu local de ação, para ter 
o efeito terapêutico. Ao se desligar, ele diminui a proporção de fármacos livres e, consequentemente, uma 
maior de fármaco ligado a proteína é desligado para se transformar em fármaco livre. 
Um dos locais que o fármaco pode ir o seu local de ação terapêutico. Mas ele pode ser distribuído nos 
reservatórios teciduais, onde o fármaco tem grande afinidade de armazenamento. 
Além disso, o fármaco pode se ligar a locais de ação inesperadas, causando reações adversas. 
O fármaco pode ir ao fígado, onde vai ser metabolizado e se transforma em uma molécula normalmente 
inativa. Essa metabolização, na maioria das vezes, tem a finalidade de se tornar hidrossolúveis, facilitando 
sua excreção. 
Absorção é a transferência de um fármaco desde o local de administração até a circulação sanguínea. 
Fármacos administrados por via intravenosa não sofrem absorção! 
Então um fármaco, ao ser administrado, passa por todo o TGI, e ao chegar no intestino, passa pela fase 
biofarmacêutica, onde a forma farmacêutica vai ser desmanchada, liberando o fármaco, o seu princípio ativo. 
Eles, após isso, vão atravessar várias membranas: 
1. Membrana Celular: 
Passivos: 
Transporte Paracelular: quando o fármaco atravessa o espaço deixado entre as células. 
Difusão: o fármaco consegue passar livremente pela membrana lipídica. 
Ativo: necessita de gasto de energia 
Difusão facilitada: precisa de proteínas para transportar o fármaco, mas vai ocorrer a favor do gradiente 
de concentração 
Transportadores de fármacos: precisa de proteínas para transportar o fármaco, mas vai ocorrer contra o 
gradiente de concentração 
Propriedade dos fármacos que interferem na permeabilidade: 
1. Peso Molecular 
Fármacos menores tem a maior facilidade de atravessar a membrana que fármacos maiores, que tem o peso 
molecular maior. 
Dentre os fármacos que apresentam o mesmo peso, o que diferencia os dois será o coeficiente de partição. 
2. Coeficiente de Partição 
Quanto maior o coeficiente, maior a permeabilidade em lipídeos. Ele diz o quão solúvel é o fármaco em 
lipídeo em comparação com a água. 
A maioria dos fármacos ou são ácidos fracos ou bases fracas., ou seja, eles têm a capacidade de se ionizar. 
Então, por exemplo, um ácido fraco (HA) tem a capacidade de se ionizar em dois íons, o A menos e o H mais. 
As formas moleculares (HA) são estruturas mais LIPOSSOLÚVEIS do que hidrossolúvel. 
Então quando o fármaco está na forma molecular tem a capacidade de atravessar membranas como um 
fármaco lipossolúvel tem. 
Já na sua forma ionizada, por possuir a carga elétrica, ele não tem a capacidade de atravessar a membrana. 
Então imaginemos um fármaco com o pKa de 
4,4. Se ele estiver em um pH de 4,4, 
aproximadamente 50% de suas moléculas vai 
estar na forma ionizada e 50% na sua forma 
molecular. 
O suco gástrico possui um pH de 1,4, então 
possui uma concentração de ácidos muito 
grandes. Os ácidos do suco gástrico se juntam 
ao ácido do fármaco e desloca o equilíbrio do 
fármaco no sentido da formação da forma 
molecular, para formar o HA. 
Então em pH ácido, os ácidos vão estar em 
maior proporção na sua forma molecular. E a 
forma molecular é a forma que o fármaco vai 
ser absorvido, porque ele é lipossolúvel. 
Mas em outro ph, 7,4 por exemplo, as concentrações de ácido diminuíram e o equilíbrio foi deslocado, gerando 
maior formação de forma iônica que molecular. 
Temos que levar em consideração isso porque temos compartimentos com pH diferente. 
Logo, bases fracas são absorvidas em locais com ph básico e que ácidos fracos são absorvidos em locais com 
o ph ácido. 
Dependendo do pKa do fármaco, teremos fórmulas iônicas e moleculares. E dependendo do pH do 
compartimento e das características do fármaco, ele pode ser muito mais bem distribuído em alguns locais que 
em outros. 
Absorção oral 
O fármaco foi administrado, vai passar pelo suco gástrico, ele vai ter que chegar ate o duodeno e para chega 
lá, ele vai depender do tempo de esvaziamento gástrico (tempo que o estômago leva para que todo o seu 
conteúdo seja transportado para o duodeno). 
Depois que o estomago esvazia, os fármacos, na maioria das vezes vão ser absorvidos no duodeno mesmo e 
essa absorção ocorre principalmente porque a área de absorção é grande, a vascularização é grande, mas 
todo fármaco que é administrado por via oral vai cair na circulação porta. 
Tudo que passa no fígado vai ser transformado, seja em metabólitos inativos ou ativos, mas a maioria é inativo, 
ou substâncias hidrossolúveis que vão ser rapidamente eliminados. 
O que é biodisponibilidade? 
É o percentual da dose que ative o sítio de ação. 
Dosagem terapêutica: 
É considerada a normal. 
Tem a faixa tóxica, que se alcançada, 
vai causar lesões não relacionadas ao 
fármaco. Já a faixa subterapêutica 
produz efeitos praticamente 
inexistentes. A dosagem terapêutica se 
encontra na faixa terapêutica. 
Geralmente vários fármacos só 
alcançam a faixa terapêutica quando 
dados pela segunda vez. 
Dosagem terapêutica com dose de 
ataque: 
A primeira dose é sempre maior que 
todas as outras e as outras serão 
apenas doses demanutenção. 
Ex: antibióticos 
Dosagem tóxica: 
Concentração superior a concentração terapêutica. 
Dosagem subterapêutica: 
Abaixo da terapêutica. Os efeitos desejados não são atingidos. 
 
Situações clínicas que alteram a farmacocinética, podendo modificar a biodisponibilidade: 
1. Metabolismo hepático: normalmente pessoas que tem insuficiência hepática, tem acúmulo de drogas 
porque não vão ser metabolizadas 
2. Disfunção hepática: se reflete no metabolismo hepático 
3. ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva): os fármacos são distribuídos porque o coração bombeia o 
sangue na corrente sanguínea, logo, se tiver problemas na distribuição, altera a biodisponibilidade. 
4. Problemas renais: podem produzir efeitos tóxicos se não forem eliminados 
 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
VIAS ENTERAIS 
VIA ORAL 
Possui uma absorção intestinal e tem uma desvantagem devido a sua passagem pelo fígado (diminui a 
biodisponibilidade) 
Tem também a absorção sublingual – anti-hipertensivos, analgésicos, rivotril etc. 
As veias desse local levam o fármaco diretamente para o sangue sem passar pelo fígado 
Vantagens: 
 Facilidade de administração 
 Menos dispendiosa 
Contraindicação: 
 Náuseas e vômitos 
 Diarreias 
 Dificuldades para engolir 
VIA retal 
Utilizada para supositórios, irrigação ou lavagem ou clister ou enema. 
Vantagens: 
 Protege os fármacos suscetíveis a inativação gastrointestinal 
Desvantagens: 
 A absorção pode ser incompleta 
 Pode irritar a mucosa 
Indicação: 
 Estado de coma 
 Inconsciência 
 Náuseas e vômitos 
 
VIAS parenterais – não utiliza o tgi 
Via intradérmica 
Muito restrita e é abaixo da derme. 
Utilizadas para pequenos volumes (0,1 a 0,5 
mililitros) 
Usadas para reações de hipersensibilidade 
 
Via subcutânea 
Região pouco mais profunda (tela subcutânea ou 
hipoderme) 
Absorção lenta 
Usada para administração de vacinas 
O volume não deve exceder 3 ml
 
 
Via intramuscular 
Via muito utilizada, devido a absorção rápida 
Musculo escolhido: 
 Deve ser bem desenvolvido 
 Ter facilidade de acesso 
 Não possuir vasos de grande calibre 
 Não ter nervos superficiais no seu traje 
Volume injetado: 
 Região deltoide – de 2 a 3 ml 
 Região glútea – de 4 a 5 ml 
 Musculo da coxa – de 3 a 4 ml 
 
 
Via endovenosa 
Introdução de medicação diretamente na veia, 
então não possui absorção 
Aplicação: 
 Membros superiores 
 Evitar articulações 
 Melhor local: face anterior do antebraço 
esquerdo 
Indicações: 
 Necessidade de ação imediata do 
medicamento 
 Necessidade de injetar grandes volumes – 
hidratação 
 Introdução de substâncias irritantes de 
tecidos 
Via tópica ou epidérmica 
Agem no local 
Exemplos: pomadas, cremes, loções 
 
Via respiratória, inalatória ou pulmonar 
Aja no trato respiratório diretamente 
Nebulização e vaporização 
Aplicação na garganta 
 
 
Distribuição 
Um aspecto importante na distribuição do fármaco é a perfusão sanguínea. 
É o volume ou fluxo de sangue que determinado órgão recebe do coração. 
O aumento da perfusão está diretamente relacionado ao aumento da distribuição de fármacos. 
Órgãos que recebem maior volume sanguíneo por peso corporal tem maior taxa de distribuição corporal. 
Então, os fármacos estão de duas maneiras na 
corrente sanguínea: forma livre ou ligada a 
proteína. 
Ligada a proteína ele não consegue atravessar 
a barreira endotelial para chegar no tecido de 
ação. Apenas os fármacos livres conseguem 
atravessar. 
Fármaco ligado não exerce ação farmacológica. 
A quantidade de fármacos que se ligam as 
proteínas vai depender de três fatores: 
 Concentração do fármaco livre: se 
existe muito fármaco livre, então vai ter 
muito fármaco ligado 
 Afinidade do fármaco pelos locais de 
ligação 
 Concentração de proteínas 
Existem dois tipos de fármacos: fármacos 
da classe I e da classe II. 
Classe I: 
A dose é menor que os números de locais 
de ligação das proteínas. 
A maior parte dos fármacos estão ligados. 
Classe II: 
A dose é maior que o número de locais de 
ligação. 
A maior parte dos fármacos estão livres. 
Existem problemas em aplicar os de classe I e II juntos. 
Os fármacos da classe I, por apresentarem menor níveis de ligação, podem ser deslocados pelos fármacos da 
classe II. Isso pode causar muitas reações adversas. Depende do local e do tipo de ligante também, então 
ISSO ACONTECE EM GERAL, NÃO É REGRA. 
Quando os fármacos apresentam afinidades diferentes pela ligação das proteínas e competem pela mesma 
proteínas e, principalmente, pelo mesmo local das proteínas, eles sim podem deslocar um ao outro. 
LIGAÇÃO A PROTEÍNAS: 
NORMALMENTE, as drogas ácidas têm maior afinidade com a albumina. 
E as drogas básicas têm maior aptidão pela alfa I-glicoproteína ácida. 
Então se fármacos ácidos e básicos forem administrados juntos, dificilmente eles vão competir. 
 
Em relação ao tipo de tecido que o fármaco vai se ligar, temos os tecidos: 
 Suscetíveis: são os que de fato possuem ligantes para desempenhar a sua ação farmacológica; 
 Ativos: são os que metabolizam o fármaco; 
 Indiferentes: são os que apenas armazenam temporariamente o fármaco; 
 Emunctórios: são os que excretam o fármaco. Ex: Rins. 
RESUMINDO, EXISTEM TRÊS FATORES QUE INFLUENCIAM NA DISTRIBUIÇÃO: 
 PERFUSÃO SANGUÍNEA 
 LIGAÇÃO AS PROTEÍNAS 
 LIPOSSOLUBILIDADE DO FÁRMACO 
Além da perfusão, existe outras características importantes para a distribuição. Uma delas é a 
Lipossolubilidade. 
Volume de distribuição: 
Volume real: distribuição por todos os líquidos do organismo. 
Volume aparente: relação entre a [ ] dos tecidos e da [ ] sanguínea. 
Se a droga é muito lipossolúvel, ela vai conseguir atravessar facilmente as membranas e se concentrar muito 
nos tecidos. 
Drogas lipossolúveis apresentam elevado volume aparente por ter facilidade em atravessar. 
Já as drogas ligadas (hidrossolúveis) possuem baixo volume aparente. 
Tem vários fatores que influenciam no volume aparente: 
Dependentes da droga: 
 Lipossolubilidade: quanto mais lipossolúvel o fármaco, maior será seu volume aparente 
 Polaridade e ionização: quanto mais hidrossolúvel for o fármaco, menor será seu volume aparente; e 
os fármacos na forma molecular atravessam mais facilmente a membrana. 
 Ligação a proteínas: quanto maior for sua afinidade pelas proteínas, menor será seu volume aparente 
Dependentes do paciente: 
 Idade: quanto mais velho, menor será a perfusão, consequentemente, menor será o volume aparente 
 Peso, tamanho 
 Hemodinâmica (ICC, menor será a perfusão) 
 Concentração de proteínas plasmáticas: pessoas que apresentam poucas proteínas plasmáticas 
possuem menor capacidade de distribuição de fármacos 
 Estados patológicos interferem na permeabilidade dos fármacos aos tecidos 
 Genética 
O fármaco pode ser distribuído por vários locais, 
mas existem barreiras anatômicas especiais: 
 Placentária 
 Hematoencefálica 
 Mamária 
A barreira hematoencefálica protege cérebro e 
medula espinhal e que possuem junções muito 
apertadas entre as células capilares endoteliais 
e devido aos processos gliais altamente 
resistente que cercam os capilares. 
Fármacos hidrossolúveis só conseguem atravessar 
se existir transportadores de membrana. 
No fígado existem grandes espaços entre as células endoteliais e aqueles fármacos hidrossolúveis que não 
conseguem passar através da membrana plasmática passam através dos poros. 
Nos capilares cerebrais, as junções são estreitas e dificultam a entrada dos fármacos hidrossolúveis e eles não 
possuem poros. 
Substâncias que penetram o SNC: 
 Drogas apolares – forma molecular 
 Lipossolúveis 
 Tamanho molecular reduzido (álcool) 
 Elevado coeficiente de partição 
Barreira placentária: 
Revestido por uma única camada de células 
Atravessa a maioria das drogas 
Plasma fetal é ligeiramente mais ácido que o materno, e isso gera o risco de aprisionamento iônico para 
fármacosbásicos, porque os fármacos tornam a sua forma iônicas devido a diferença de pH. 
Alterações farmacocinética na falência hepática: 
Falência hepática gera a diminuição da albumina e um aumento da fração de fármaco livre. 
Diminuição da albumina plasmática gera uma diminuição da pressão osmótica e isso aumenta o fluido tecidual 
e um aumento da velocidade de fármacos hidrossolúveis. 
Armazenamento de drogas: 
Muitos fármacos podem ser distribuídos para vários tecidos, mas existem alguns que ficam armazenados, 
principalmente no tecido ósseo e o adiposo. 
Isso gera a formação de depósitos, gerando um prolongamento no efeito. 
No entanto, a formação de depósito gera consequências: manutenção das concentrações plasmáticas (se o 
fármaco foi distribuído e boa parte foi armazenada, ou seja, não tem metabolismo, ao ser eliminado, parte 
volta pra corrente sanguínea); redução das concentrações plasmáticas iniciais (o fármaco que deveria ter 
determinada concentração, ao ser armazenado, reduz sua concentração); e prolongamento do tempo de 
ação. 
 
Metabolismo dos fármacos 
O que é biotransformação/metabolismo de fármacos? 
Mecanismos enzimáticos que tem como objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, 
neurotransmissores etc.) e eliminar substâncias estranhas aos organismos (xenobióticos). 
São enzimas localizadas principalmente no fígado que transformam moléculas em metabolitos ativos ou 
inativos. 
Principal órgão: FÍGADO. 
Mas existem outros: pulmões, rins, adrenais etc. 
Transformam fármacos lipossolúveis em hidrossolúveis para facilitar a excreção. 
O metabolismo tem três objetivos principais: 
 Inativação 
 Ativação 
 Potencialização 
 
A reações químicas podem ser divididas em quatro: 
 Oxidação 
 Redução 
 Hidrolise 
 Conjugação 
Desfecho do processo de biotransformação: 
 Término da ação de uma substância: 
- Detoxificar ou inativar compostos 
 Facilitar a excreção: 
- Formar produtos mais polares e menos 
lipossolúveis 
 Ativar: 
- Ativar drogas originalmente inativas 
- Alterar perfil farmacocinético 
- Formar metabolitos ativos.
A biotransformação envolve duas grandes 
fases: FASE I e FASE II. 
Normalmente o fármaco passa pelas duas 
fases. Mas se passar apenas pela Fase I 
(reações de oxidação, redução e hidrolise) 
pode ganhar hidrossolubilidade suficiente 
para ser eliminado. A fase I pode tornar o 
fármaco ativo, inalterado ou inativo. 
Alguns fármacos passam pela Fase II. Esses 
que passam pela segunda tem que passar 
pela primeira fase. São reações de 
conjugação. Essas reações inativam o 
fármaco, os tornando cada vez mais 
hidrossolúveis. 
Reações de Fase I: 
 São catabólicas, de quebra 
 Produzem grupos reativos que as vezes podem ser mais tóxicos 
 Esses grupos reativos servem de ponto de ataque para as reações de conjugação. 
Reações de Fase II: 
 São anabólicas, também conhecidas como reação de síntese 
 Resultam em compostos inativos, facilitando a excreção 
 Tem a adição do ácido glicurônico na maioria das vezes 
As reações oxidativas de biotransformação podem ser de dois tipos: 
 Não microssomias: citosol ou mitocôndria 
 Microssomias: REL. as de fármaco acontecem aqui. EXEMPLOS: citocromo P450) 
METABOLISMO DE XENOBIÓTICOS 
INDUTORES 
São compostos que induzem a atividade de enzimas do CP450, portanto aumentam a velocidade da 
excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é menor. 
 
Na presença do indutor: 
 Aumento da atividade de enzima CYP 
 Aumento da velocidade do metabolismo do substrato 
 Aumento da velocidade excreção 
 Diminui a concentração do substrato no sangue 
Então se administramos dois fármacos, um sendo substrato e o outro indutor das enzimas, nós observamos a 
redução dos efeitos do substrato. 
Inibidores 
São compostos que inibem a atividade de enzimas do CP450, portanto diminuem a velocidade da excreção 
de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é maior. 
Na presença do inibidor: 
 Diminuição da atividade de enzima CYP 
 Diminuição da velocidade do metabolismo do substrato 
 Diminuição da velocidade excreção 
 Aumenta a concentração do substrato no sangue 
Na presença de inibir enzimático, o substrato aumenta sua concentração. E isso pode gerar efeitos tóxicos. 
A maioria das pessoas metabolizam os fármacos em velocidades parecidas, mas existem pessoas que 
metabolizam de forma lenta, fazendo com que a taxa de eliminação também seja lenta. Existem também os 
que metabolizam rápido demais. 
As posologias precisam ser ajustadas para essas pessoas para que não gerem dosagens toxicas nem 
subterapêuticas. 
O que é meia vida plasmática? 
Tempo necessário para que a quantidade original do fármaco seja reduzida à metade. 
 
Eliminação dos fármacos 
Existem vários caminhos que uma droga pode ser eliminada, mas principalmente pela via renal. 
Drogas hidrofílicas: 
Ela entra na circulação, é absorvida no intestino e depois é encaminhada para o fígado e não vai ser 
metabolizada pois já é hidrofílica e depois vai cair na circulação sistêmica e ao chegar no rim, essa droga vai 
ser eliminada. Não precisa de processo de biotransformação. 
Drogas lipofílicas sem biotransformação: 
Vai ser absorvida, mas não vai sofrer transformação metabólica, e vai continuar sendo lipossolúvel. Vai 
circular, proceder o mecanismo de ação, mas não tem condições de ser eliminada pelo rim, porque ele, na 
maioria das vezes, só elimina fármacos hidrossolúveis. Vai passar naturalmente e vai recircular para o fígado. 
Parte dela vai sair com os sais biliares e uma pequena parte vai ser com as fezes. 
Droga lipofílica que sofre metabolização lentamente: 
Vai ser absorvida. Parte dela sofre metabolização para ser transformada em droga hidrofílica. Vai circular 
partes hidrofílicas e lipofílicas. As hidrofílicas vão ser eliminadas e os lipofílicos irão circular mais uma vez até 
o fígado para serem convertidas. 
Droga lipofílica que sofre rápida metabolização: 
Vai ser absorvida. No processo de primeira passagem hepática, já é completamente convertida e vai circular, 
agir nos locais específicos, e vai ser diretamente eliminada. 
EXCREÇÃO: 
O rim é um ponto importante de excreção. 
São eliminadas também pelo trato biliar e as fezes. 
Tem drogas eliminados pelo ar, saliva, leite, suor, entre outras vias. 
O rim faz: 
 Filtração glomerular 
 Secreção tubular ativa 
 Reabsorção tubular ativa 
A filtração glomerular representa 20% 
da eliminação de drogas. 
A droga circulante chega no glomérulo 
e ela precisa ter o tamanho suficiente 
para atravessar os poros. 
Tem que ter peso inferior a 20.000 Da. 
De maior tamanho não conseguem ser 
eliminadas. 
A albumina geralmente não é filtrada, 
pois proteínas não são filtradas. 
Se a albumina tiver ligada ao fármaco, 
ele também não é eliminado. 
A secreção tubular é a eliminação dos que não conseguiram sofrer filtração. 
O mecanismo é ativo e lá tem a presença de transportador de membranas que leva o fármaco da corrente 
sanguínea até a luz do túbulo renal. 
Secreta fármacos grandes e fármacos ligados a proteínas. 
O pH também influencia a eliminação dos fármacos. A maioria dos fármacos são bases fracas e ácidos 
fracos. Ou seja, tem capacidade de se ionizar. 
A forma ionizada é a forma hidrofílica e a forma molecular é a forma lipofílica. 
Na forma ionizada ele é mais facilmente eliminado. 
Fármacos ácidos são eliminados mais facilmente em urinas alcalinas. E vice-versa. 
Excreção biliar: 
Acontece principalmente com fármacos lipofílicos que não são convertidos em hidrofílicos. Esses fármacos são 
eliminados juntamente com a bile, durante a digestão. Esses sais, junto com os fármacos, são reabsorvidos, 
veiculados ate o fígado, são conjugados e voltam para a bile para serem eliminados com os sais biliares. Aqui 
ocorre o que chamamos de circulação enterro-hepática. 
Cerca de 5% dos fármacos são eliminados com as fezes. O tempo de duração desses fármacossão maiores 
que os outros. Exemplo: anticoncepcionais. 
Aplicação da farmacocinética: 
Latência: intervalo de tempo desde o momento da administração até o início de efeito. 
Depende da velocidade de absorção, velocidade de distribuição e localização do sítio alvo. 
Pico de ação: concentração máxima atingida. 
Depende do processo que leva o fármaco até o sítio e os que retiram o fármaco do sítio. 
Farmacodinâmica 
Percurso do fármaco (efeito farmacológico) 
Após a administração do fármaco, seja por 
qualquer via, tem-se a absorção e o fármaco passa 
por todas as etapas da farmacinética. 
Quando chega no local de ação, começa a 
farmacodinâmica. 
Farmacodinâmica é o estudo dos efeitos fisiológicos 
e bioquímicos das drogas e seus mecanismos: 
1. Local de Ação 
2. Mecanismo de Ação 
3. Efeitos terapêuticos e tóxicos 
Considerando um dado medicamento, a ação do 
fármaco depende essencialmente de sua estrutura química. 
Ao se ligar no receptor, o fármaco cria um complexo responsável 
por alterar a fisiologia celular. 
Ex: Alguns anti-hipertensivos causam relaxamento dos vasos 
sanguíneos e diminuição da pressão arterial por vasodilatação 
Como o fármaco produz resposta terapêutica na célula? Através 
da TRANSDUÇÃO DE SINAL. 
O fármaco se liga em uma estrutura da célula e essa estrutura é 
responsável por causar uma alteração fisiológica na célula. 
Tem-se um sinal biológico (um aumento da produção de insulina, por exemplo). Essa molécula vai se ligar aos 
receptores (RECEPÇÃO). Ao haver a recepção, o receptor vai alterar a fisiologia celular através de uma 
TRANSDUÇÃO, que tem como resultado uma resposta fisiológica. 
CARACTERÍSTICAS DA TRANSDUÇÃO 
Especificidade: 
Ela mostra que as moléculas 
sinalizadoras são específicas para 
determinados receptores. 
Na especificidade, observamos 
variações de formas moleculares entre 
os fármacos e receptores. 
 
Amplificação: 
Um sinal é capaz de produzir vários 
outros sinais. 
 
Dessensibilização ou Adaptação: 
É um processo importante, porque depois que o sinal é ligado ao seu receptor, ele vai produzir resposta. 
Mas ela não pode ser continua e permanente. Para que haja um reequilíbrio, a resposta trata de inibir o 
mesmo receptor. 
Integração: 
Na transdução de sinal, muitos sinais são integrados. Ela acontece quando um sinal interage com outro sinal. 
Alvos terapêuticos 
1. Receptores 
2. Transportadores 
3. Enzimas 
4. Parede/Membrana celular 
5. Genes 
Como um fármaco interage com um receptor? 
Os receptores, em sua grande maioria, são proteínas. E elas são formadas por encadeamento de AA. Eles 
possuem diversos grupos nas cadeias laterais dos aminoácidos. 
Quando o fármaco for interagir com um receptor, a estrutura do fármaco precisa se posicionar de modo que 
os grupos hidrofílicos do fármaco interajam com os grupos hidrofílicos das proteínas, por exemplo. 
Como acontece a interação? Ou através das interações eletrostáticas ou as de Van der Walls. 
Interações eletrostáticas 
Ocorrem quando há o aparecimento de cargas elétricas que vão atrair o fármaco. 
Podem ser do tipo iônicas, da formação de um dipolo permanente e dipolo temporário. 
Interações de Van Der Walls 
Não há variação de carga significativa. 
São ligações mais fracas. Acontece entre átomos que possuem carga neutra. Principalmente entre carbono e 
hidrogênio. 
Subfamília de receptores 
Possuem 4 subfamílias: 
1. Receptores que abrem canais iônicos 
2. Receptores acoplados a proteína G 
3. Receptores que apresentam atividade enzimática 
4. Receptores citoplasmáticos 
 
 Receptores que abrem canais iônicos 
Receptores na qual o fármaco se liga a ele e ele abre canais iônicos 
São de três tipos: 
1. Receptores regulados por ligantes: nesse o ligante ou fármaco se liga ao receptor e ele abre o canal 
iônico promovendo alterações no transporte de íons para dentro da célula 
2. Receptores regulados por voltagem: não existe ligantes, mas alterações no potencial da membrana vão 
alterar a conformação do receptor para ele abrir 
3. Receptores regulado por segundo mensageiro: por exemplo, a proteína G produz um 2º mensageiro, 
que se liga ao receptor, que ocorre uma alteração conformacional, ele se abre e há uma maior 
condutância de íons. 
O 1º exemplo, os canais de sódio estão 
regulados por voltagem. Eles possuem várias 
estruturas proteicas e dentro dessas 
estruturas tem os sensores de voltagem (os 
pontos vermelhos). São aminoácidos que 
podem se carregar, que vão alterar a 
conformação da proteína, favorecendo ou 
dificultando a entrada do íon. Se houver uma 
despolarização da membrana, há uma 
mobilização das cargas elétricas de um lado 
para outro, que altera a conformação, 
favorecendo a abertura do canal. Se houver 
hiperpolarização, favorecendo alterações 
conformacionais, resultando no fechamento 
do canal. 
No 2º exemplo, os canais de sódio são 
regulados por ligando. Esse canal vai 
receber acetilcolina e ela vai se ligar, 
favorecendo alterações conformacionais, resultando na abertura do canal, permitindo a entrada do íon. 
Um local bastante comum dos canais é no músculo. A região da ligação do nervo com o músculo é chamada 
de placa motora e é uma região onde o nervo produz neurotransmissores do tipo acH e o músculo possui 
receptores do tipo nicotínicos (nM), que são canais iônicos. 
 
 Receptores que possuem atividade enzimática 
Possuem dois tipos: 
1. Receptor Tirosina-Cinase 
2. Receptor Guanilil-Cinase 
Receptor Tirosina-cinase: 
É formado por dois tipos de subunidades: α e β. 
Tem 2 resíduos de tirosina em cada subunidade β, que é 
intracelular. Esses resíduos serão fosforilados para o 
receptor ser ativado. Os primeiros resíduos serão os dos 
próprios receptores para se ativar e posteriormente ativar 
os outros. 
Então digamos que um hormônio qualquer se ligou ao 
receptor. Esses receptores serão autofosforilados, serão ativos e serão capazes de reconhecer substratos, que 
serão fosforilados. Eles podem fazer ativação ou inativação de uma determinada molécula. 
Exemplo de receptor tirosina-cinase: 
A insulina liga-se ao receptor e ao se ligar vai ocorrer a auto fosforilação. 
Receptor Tirosina-fosfatase: 
Eles vão fazer atividade contrária à do tirosina-cinase. Eles vão retirar o grupamento fosfato dos tecidos, que 
isso pode ser o motivo da ativação ou inativação do substrato. 
Receptor serina-treoninacinase: 
Tem capacidade de fosforilar resíduos de serina e treonina. 
Receptor Guanilil-cinase: 
Não vão fosforilar. Eles fazem a quebra do GTP, produzindo o GmP-cíclico. 
 
 Receptores acoplados a proteína G 
O receptor do fármaco fica ligado a 
proteína G e ela é formada por 3 
subunidades: α, que está ligado ao 
GDP, β e γ. 
Quando o receptor está ligado a 
proteína G tem o seu agonista ligado, 
automaticamente ele promove a troca 
do GDP para GTP. 
Esse GTP causa a quebra das 
subunidades, liberando α, e deixa a 
subunidade β e γ ligados ao receptor. 
α vai se deslocar até o efetor ativado 
(enzimas), irá ativá-la e essa enzima 
será responsável por toda a cascata 
intracelular ligada a proteína G. 
Receptor adenilato-ciclase: 
O receptor se liga ao fármaco. Ao se ligar, ele 
promove a ativação da proteína G. A 
subunidade alfa é catalítica e está ligada ao 
GDP. E quando o fármaco se liga ao receptor, 
ele promove a alteração do GDP por GTP, a 
subunidade alfa é ativada e vai ser deslocada 
pela membrana até a adenilato-ciclate e vai 
ativá-la. A adenilato-ciclase vai reconhecer e 
quebrar o ATP, formando o AMPc. 
Qual o papel do AMPc? 
Ao ser produzido, ele ativa a PKA e ela possui dois tipos de subunidades (Catalítica e Reguladora) e precisa 
de dois AMPc para ativar cada PKA. A subunidade catalítica ativada é capaz de abrir canais iônicas, de 
ativar proteínas transportadoras e fosforilar substratos enzimáticos responsáveis por propagar o sinal do 
AMPc. 
O papel do AMPcnos adipócitos e células musculares 
Ele pode ser produzido por adrenalina, glucagon... Então imaginemos que o glucagon foi produzido, vai 
interagir com o receptor, vai promover a ativação da proteína G, gerando o aumento do AMPc, ativando, 
por sua vez, a PKA. E o que ela faz? Vai agir em diversos tecidos. Um dos tecidos é o adiposo e vai gerar a 
ativação da lipase, que vai quebrar triglicerídeos e liberando o acido graxo, que vai alimentar os músculos 
enquanto a glicemia estiver baixa. 
Nas células musculares, temos o processo de fosforilação da glicogênio-sintase, que ao ser fosforilada vai se 
tornar inativa e ela sintetiza glicogênio a partir da glicose. Se a glicogênio-sintase sintetiza glicogênio, a 
glicogênio-fosforilase vai quebrar o glicogênio, liberando glicose. Isso acontece porque o glucagon foi 
produzido em um momento de hipoglicemia. Isso acontece com a adrenalina também. 
 
Sistema da Fosfolipase C: 
O hormônio vai se ligar ao receptor e a proteína G 
vai estar acoplada. Nela vai estar a subunidade 
alfa, que vai ser ativada e que vai ativar a 
fosfolipase C. A diferença é que o adenilato-ciclase 
vai quebrar ATP para produzir o AMPc. Já a 
fosfolipase C vai agir no irá agir em um fosfolipídio 
de membrana, quebrando em diacilglicerol, que irá 
ativar a PKC, fosforilando seus substratos, ou ele 
pode liberar IP3, que vai aumentar a concentração 
de cálcio intracelular. 
 Receptores citoplasmáticos 
Os fármacos que agem nos receptores nucleares 
são altamente lipofílicos. São capazes de 
atravessar a membrana e se ligar em receptores 
localizados dentro da célula. São receptores 
esteroides, por exemplo. Eles atravessam a 
membrana, se ligam aos receptores. Esse 
complexo hormônio-receptor é deslocado para o 
núcleo, onde se liga em determinadas sequências 
nucleotídicas e regulam a transcrição dessas 
sequências. 
Um grande exemplo é o Tamoxifeno. Ele é um 
antagonista do estrógeno. Se liga no receptor do 
estrógeno e impede a ligação do hormônio. Muito 
usado no tratamento contra câncer de mama. 
 
Tem o complexo hormônio-receptor que se 
liga em sequências nucleotídicas 
chamadas de Elementos de Resposta ao 
Hormônio (ERH) e ele promove uma maior 
afinidade da RNA polimerase pelo seu 
promotor, ou seja, ele vai controlar a 
transcrição de determinados genes, genes 
esses controlados pelo esteroide que 
promoveu a ativação desse receptor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos da farmacodinâmica 
O fármaco, ao ser administrado, percorre um longo caminho até chegar ao local de ação e lá interage com 
alvos, principalmente os receptores. Lá eles vão causar um efeito. 
Ação e efeito são a mesma coisa? 
Ação: combinação da droga com seu receptor; 
Efeito das drogas: alteração final da função biológica, consequência da ação da droga; 
Tipos de efeito das drogas: 
 ESTIMULAÇÃO: aumento da atividade celular. 
 DEPRESSÃO: redução da atividade celular 
 IRRITAÇÃO: efeito lesivo sobre células 
 REPOSIÇÃO: acrescentar molécula ausente ou deficiente 
 CITOTÓXICA: destruição seletiva de células 
O que é dose? 
Quantidade adequada de uma droga que é necessária para produzir certo grau de resposta em determinado 
paciente. 
A dose de uma droga deve ser determinada em termos de resposta escolhida 
Tipos de doses: 
 Dose terapêutica: atinge o efeito desejado 
 Dose profilática: impede que a condição terapêutica se inicie 
 Dose tóxica: causa efeitos adversos 
Afinidade: descreve a tendência de uma droga para combinar-se com um tipo particular de receptor. 
As substâncias químicas que possuem afinidade por um dado receptor podem ser classificadas em: 
 Agonistas 
 Antagonistas 
Eficácia: capacidade de gerar um efeito 
O fármaco pode ate ter muita afinidade, mas pode não causar efeito nenhum 
 Efeito máximo: agonista pleno/total 
 Efeito parcial: agonista parcial 
 Nenhum efeito: antagonista 
Agonista pleno/total: produzem resposta máxima por ocupar todos os receptores ou parte deles 
Agonista parcial: não desencadeiam resposta máxima mesmo quando ocupam todos os receptores 
 
Antagonista: impedem que os agonistas se liguem ao receptor e são divididos em três tipos: 
 Antagonista competitivo: se ligam no mesmo sítio do agonista no receptor (é uma ligação reversível) 
 Antagonista não competitivo: se ligam no mesmo sítio do agonista (ligação irreversível); não reduz 
a potência, e sim a eficácia do fármaco 
 Antagonista alostérico: se ligam num sítio alostérico (não o receptor do agonista) e impedem que o 
agonista se ligue ao receptor 
 
Introdução a farmacologia do SNA 
Simpático – segmento tóraco-lombar 
Parassimpático – segmento crânio-sacral 
Simpático 
 Adrenérgico 
 Catabólico 
 Sistema de desgaste 
Parassimpático 
 Colinérgico 
 Anabólico 
 Sistema de conservação 
 
 
Por que o SIMP é adrenérgico? Porque ao ser estimulado pela AcH, o neurônio pós-ganglionar expressa 
nora-adrenalina, e ela vai interagir com receptores adrenérgicos. 
Já na parassimpática, o neurônio pós-ganglionar expressa acetilcolina e ela vai interagir com receptores 
muscarínicos. 
A diferença entre as duas divisões está no 
neurônio pós-ganglionar, que vai expressar 
moléculas diferentes. No caso da simpática, 
será a nora-adrenalina e na parassimpática, 
acetilcolina. 
Os receptores das duas também são 
diferentes. Da simpática são receptores 
adrenérgicos e da parassimpática, 
muscarínicos. 
 
 
 
RESUMINDO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FARMACOLOGIA COLINÉRGICA 
A sinapse colinérgica é definida como a sinapse no qual o neurotransmissor principal é a acetilcolina. 
Na simpática, ela transmite o impulso do 
neurônio pré para o pós-ganglionar. 
Já na parassimpática, ela transmite do 
neurônio pré para o pós e do pós para a 
célula efetora. 
O neurônio colinérgico é aquele capaz de 
produzir acetilcolina. 
Acetilcolina é produzida da junção da colina 
com acetil-coA. A enzima colina 
acetiltransferase faz a junção das duas, e 
forma o neurotransmissor é guardado em 
vesículas até o neurônio colinérgico receba o 
impulso capaz de fundir a vesícula com a 
membrana do neurônio, liberando o 
neurotransmissor. 
A acetilcolina tem diversos destinos. Ela pode se ligar ao receptor pós-sinápticos, que podem ser do tipo 
muscarínico ou nicotínico. Outro destino dela é ser degradada, formando os produtos iniciais. 
Nicotínicos x muscarínicos 
 Podem ser do tipo Nm e Nn Vão induzir o metabolismo 
 Nm – encontrados em músculos São do M1 ao M5 (acoplados a proteína G) 
 Nn – encontrado no neurônio pós-ganglionar M1, M3 e M5 – excitatórios; M2 e M4 – inibitórios 
 
Os receptores muscarínicos estão localizados no coração. São principalmente do tipo M2 – inibitórios. 
Quando a acetilcolina agir sobre esses receptores, ocorrera a redução da atividade biológica. 
Os agonistas colinérgicos que agem em M2 vão promover uma redução da frequência cardíaca; para 
aumentar, usa-se antagonistas colinérgicos. 
Nos vasos sanguíneos, ocorrera o relaxamento vascular. É de responsabilidade dos receptores M3. Quando 
ativados pela acetilcolina, vai ocorrer o relaxamento dos vasos. 
Nas vísceras, no brônquio, por exemplo, o SNP gera contração bronquiolar, que tem como responsabilidade 
do receptor M3. Os agonistas colinérgicos vão promover contração bronquiolar. São contraindicados para 
pessoas que possuem asma. 
O SNP aumenta o peristaltismo gastrointestinal, e o receptor responsável é o M3. O relaxamento dos 
esfíncteres também tem ação do M3. As glândulas também têm estímulo do M3. Já a secreção gástrica tem 
responsabilidade do receptor M1. 
Se você quer reduzir a secreção da atividade gástrica, você pode usar um antagonista do tipo M1 que vai 
gerar a redução. 
Glândulas salivares e lacrimais – M3 
M1, M2 e M3 são os principaisreceptores do tipo muscarínicos no qual os fármacos colinérgicos vão 
agir. 
Quando a AcH está em concentrações muito elevadas, ela tenta se ligar ao a receptor muscarínico, mas ele 
está ocupado, então ele age no receptor nicótico Nn. O parassimpático está bloqueado pela atropina, e o 
simpático libera noradrenalina, aumentando a pressão arterial porque contrai o vaso. 
Acetilcolina produz dois efeitos em dois receptores diferentes. 
Baixas quantidades – SNP 
Altas quantidades – SNS 
EFEITOS FARMACOLÓGICOS DOS AGONISTAS COLINÉRGICOS 
Sistema cardiovascular 
 Efeito inotrópico negativo (↓ força de contração cardíaca devido ao receptor M2) 
 Efeito cronotrópico negativo (↓ frequência cardíaca devido ao receptor M2) 
 Efeito dromo trópico negativo (↓ taxa condução-nódulos sinoatrial e atrioventricular devido ao M2) 
 Vasodilatação (devido ao M3) 
Sistema gastrointestinal 
 Contração do musculo liso do TGI (M3 e M2 por mecanismos diferentes) 
 Estimulação da secreção ácida (M1) 
 
OUTROS EFEITOS 
 Pulmão: bronco constrição e ↑ da secreção traqueobrônquica 
 Glândulas: ↑ da secreção salivar, sudorípara e lacrimal 
 Olho: contração dos músculos circular e ciliar da íris 
Divisão da farmacologia colinérgica 
Atuam em receptores muscarínicos 
 Agonistas muscarínicos 
 Antagonistas muscarínicos 
Alguns são bem seletivos, agem em M1 ou M2 ou outros. E outros não são seletivos, causando vários efeitos. 
Os agonistas promovem efeito igual ao parassimpático e os antagonistas bloqueiam a ação do 
parassimpático. Por bloquearem a ação dos agonistas, os antagonistas muscarínicos terão ação semelhantes 
aos agonistas adrenérgicos. 
Bloqueiam a transmissão neuromuscular – atuam na placa motora (nm) 
 Fármaco não despolarizante 
 Fármaco despolarizante 
 Inibidores da síntese ou da liberação de acetilcolina 
INTENSIFICAM A TRANSMISSÃO COLINÉRGICA 
 Inibidores da colinesterase 
 Estimuladores da liberação de acetilcolina 
Divisão da farmacologia colinérgica 
São fármacos que vão se ligar em algum receptor muscarínico e vão produzir um efeito semelhante a 
acetilcolina. 
Eles são divididos em duas grandes categorias: 
Drogas de ação direta 
Ocupam e ativam receptores muscarínicos. 
Ex: acetilcolina, betanecol e carbacol (derivados sintéticos), pilocarpina, entre outros. 
Drogas de ação indireta 
Inibem a ação da acetilcolinesterase 
Aumentam os níveis de AcH e potencializa seus efeitos 
 
EFEITOS 
DOS 
AGONISTAS 
colinérgicos 
Esses efeitos estão relacionados principalmente a qual receptor o agonista muscarínico vai agir. 
 
 
 
 
 
 
Usos terapêuticos dos agonistas colinérgicos 
Betanecol 
 Estimular músculo liso do TGI 
 Estimular músculo da bexiga (M3) 
Contrai o m. detrusor da bexiga (receptor M3) 
Relaxa o m. trígono e esfíncter externo 
Utilizado em casos de retenção urinária pós-cirúrgica ou parto e em casos de bexiga hipotônica. 
Pilocarpina/carbacol 
 Glaucoma 
 Xerostomia 
Eles contraem os mm. esfíncter da pupila e o ciliar através do receptor M3. 
É utilizado em casos de cirurgias oftálmicas (catarata, por exemplo) e glaucoma. 
metacolina 
Contrai os brônquios através do M3. 
É usado em teste de diagnóstico para hiper-reatividade brônquica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antagonistas colinérgicos 
 
 
 
 
 
São divididos em dois grupos: o grupo derivado da atropina e derivado da escopolamina. 
Um dos principais usos clínicos é na 
bronquiodilatação, em casos de asma ou DPOC. 
Os fármacos são ipratrópio, tiotrópico, entre 
outros. 
Outro uso clínico é na hiperatividade da bexiga e 
se usa o tolteradoina, cloreto de tróspio, entre 
outros. Bloqueiam receptores do tipo M3 e 
bloqueiam a ação da acetilcolina no esfíncter da 
bexiga. 
Também pode se usar na bradicardia 
sinusal/nodal. O fármaco utilizado é a atropina. 
Efeitos adversos de antagonistas: 
 Boca seca 
 Taquicardia 
 Visão borrada 
 Dificuldade de micção 
 Paralisia respiratória 
 Diminuição da motilidade do TGI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo dos fármacos: 
AGONISTAS INDIRETOS (ANTICOLINESTERÁSICOS) 
Não vão agir diretamente do receptor, mas de alguma forma vão aumentar as quantidade de acetilcolina 
no corpo porque inibem a acetilcolinesterase. 
Depois de ser liberada, a acetilcolina vai agir nos 
receptores. Mas depois de algum tempo ela precisa ser 
degradada e vai ser pela enzima acetilcolinesterase, 
que vai degradar ela nos seus compostos originais: 
colina e acetato. 
O que os anticolinesterásicos vão fazer? Vão inibir a 
enzima, fazendo com que os níveis de acetilcolina 
permaneçam por muito mais tempos nas fendas 
sinápticas. 
A acetilcolinesterase é uma enzima de membrana que 
fica no neurônio pós-ganglionar. Ela fica muito próxima 
do receptor da acetilcolina. Quando ela age no 
receptor, por algum momento ela entra em contato com a 
enzima, que a degrada. 
Os antagonistas da acetilcolinesterase vão bloquear a enzima. 
Ela é ancorada a membrana pelo colágeno, que liga ela a 
membrana plasmática do neurônio. Cada colágeno consegue 
ligar pelo menos 3 enzimas diferentes, formando uma espécie 
de árvore. 
Cada enzima possui 4 subunidades e cada subunidade possui 
um sítio ativo para a acetilcolina, ou seja, cada enzima é 
capaz de hidrolise 4 acetilcolinas ao mesmo tempo. 
Sítio ativo da acetilcolinesterase: 
Possui duas regiões: sítio aniônico, pois possui aminoácidos 
com carga negativa (por causa da carboxila) e vai ser atraído por grupamentos positivos, como a acetilcolina 
(nitrogênio quaternário); e sítio esterásico, formando por serina e histidina que são capazes de interagir com 
o grupamento éster da acetilcolina. 
O sítio aniônico ativo associado a tirosina do sítio esterásico é responsável pela ligação da AcH a AchE. 
Os aminoácidos formados pela serina e histidina são responsáveis pela hidrolise da acetilcolina. 
CLASSFICAÇÃO SEGUNDO SUA AÇÃO 
ANTICOLINESTERÁSCOS DE AÇÃO CURTA 
 Liga-se ao sítio aniônico da enzima, mas possui ligação fraca 
 Utilizada com finalidade diagnóstica 
 Exemplo: edrofônio 
ANTICOLINESTERÁSICOS DE DURAÇÃO MÉDICA: 
 Possui uma força de ligação razoável 
 Exemplo: neogstigmina 
ANTICOLINESTERÁSICOS IRREVERSÍVEIS: possui uma força de ligação estável, dificilmente rompida 
 
Se o fármaco se liga apenas ao centro aniônico, 
então eles vão possuir ação curta, vão se 
desprender muito fácil da acetilcolinesterase. É 
o caso do Edrofônio. 
Se ele se liga aos dois centros, o fármaco é 
metabolizado e vai possuir um tempo de ação 
maior. É o caso dos carbamatos. 
Já os organofosforados vão se ligar somente no 
sítio esterásico, que vai degradar a acetilcolina 
e possui uma ligação estável, praticamente 
irreversível. 
 
 
ORGANOFOSFORADOS: 
São compostos difosforos quaternários. Eles se ligam no sítio esterásico, deixando a ligação mais resistente, 
evitando a atuação da enzima. A enzima fica permanentemente ou praticamente permanente inutilizada para 
quebra da acetilcolina. 
REATIVAÇÃO DA COLINOESTERASE: 
Por exemplo, a gente utiliza um organofosforado que inativa a acetilcolinesterase. Mas nós teremos a 
necessidade de degradação da acetilcolina, afinal, é importante que a acetilcolina tenha uma ação, mas é 
importante que ela acabe, porque um dos principais pontos na placa motora é contração muscular. Se a pessoa 
tiver uma inibição irreversível através de uma intoxicação de organofosforado gera acúmulo de acetilcolina 
e acaba gerando uma contração muscular continua e permanente. 
Uma das formas de reativação da 
acetilcolinesterase é utilizando o composto 
chamado pralidoxime. 
Se analisarmos o percentual da atividade de 
enzima, quando usamos um organofosforado, 
temos uma redução brusca da atividade dela. 
Se utilizarmos a pralidoxime, temos um aumento 
da atividade da acetilcolinesterase. 
Precisamos observar em que momento foi 
administrado o pralidoxime.No gráfico, mostra 
algo em torno de 30-45 minutos. Nesse tempo, 
houve possibilidade da ativação da 
acetilcolinesterase, porque a ligação entre o 
organofosforado e a enzima ainda não se 
estabilizou. Se ela se tornar estável, a ligação 
fica irreversível. 
Como funciona? 
Por exemplo, a pralidoxime (antídoto para organofosforados) se liga ao sítio aniônico da enzima e uma parte 
de sua molécula tem uma forte afinidade pelo organofosforado e eles se ligam de uma maneira mais forte 
que a ligação do organofosforado com a enzima. Depois o pralidoxime sai da enzima com o organofosforado. 
Mas tem que ser antes da ligação se tornar estável. 
Os inibidores da acetilcolinesterase vão fazer com que os níveis de acetilcolina se elevem, gerando vários 
efeitos: 
A principal indicação dos anticolinesterásicos é 
para tratar a miastenia gravis. 
No caso dessa patologia, ela produz anticorpos 
que vão se ligar em receptores nicotínicos, 
impedindo que a acH aja. Então, apesar das 
concentrações dela serem normais, ela não 
consegue se ligar aos receptores porque estão 
ocupados. Quando usamos anticolinesterásicos, o 
que queremos é aumentar os níveis de acH para 
que a competição entre ela e anticorpo seja 
favorável a ela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacologia adrenérgica 
É na sinapse simpática que está toda a 
neurotransmissão adrenérgica. 
O neurônio pré-ganglionar é produtor de 
acH, seja na divisão simpática ou na 
parassimpática, mas o neurônio pós-
ganglionar é diferente. 
Na simpática, ele é produtor de nora-
adrenalina (NA). 
Os fármacos agem em dois tipos de receptores: alfa e beta. Neles se ligam potentes catecolaminas. 
ɑ: adrenalina > noradrenalina > isoprenalina 
ꞵ: isoprenalina > adrenalina > noradrenalina 
Essas moléculas são chamadas de catecolaminas porque apresentam a estrutura básica do catecol. 
Principais Catecolaminas: 
 Noradrenalina 
 Adrenalina 
 Dopamina 
 Isoprenalina 
Todas elas são derivadas da L-tirosina. Ela é o precursor metabólico da noradrenalina. 
A L-tirosina hidroxilase é o precursor para formação da noradrenalina. 
Ela converte a L-tirosina em DOPA (enzima altamente 
específica) e essa etapa de hidroxilação é o principal 
ponto de controle da síntese de NA. 
A própria NA pode inibir a tirosina hidroxilase, 
controlando sua própria produção. 
A tirosina (precursor) está lá, e a enzima tirosina 
hidroxilase vai quebrar a molécula em uma 
determinada região, transformando a tirosina em 
DOPA. A dopa é substrato da DOPA-descarboxilase 
(enzima), que vai retirar o grupamento carboxila, 
transformando a DOPA em dopamina. A enzima 
dopamina beta-hidroxilase vai hidroxilar a dopamina 
no local onde existia a carboxila, e a dopamina é 
transformada em NORADRENALINA. 
Isso acontece nos neurônios adrenérgicos. 
Na medula, ocorre uma etapa seguinte, em que há uma metil transferência através da metil-transferase, na 
região amina é adicionada um grupamento metil, transformando a noradrenalina em ADRENALINA. 
Isso ocorre com todas as catecolaminas. 
Após ser formada, essas moléculas são armazenadas em vesículas neuronais. 
A NA é armazenada juntamente com o ATP, que ajuda na sua liberação e com uma molécula chamada 
cromogranina A. A entrada da NA nessas vesículas depende de um transportador (VMAT-2). Um dos 
bloqueadores da entrada da noradrenalina na vesícula é a reserpina. 
Posteriormente a entrada da NA na vesícula sináptica, ela precisa de um potencial de ação para que o 
neurônio libere a vesícula na fenda sináptica, propagando o impulso nervoso. 
Além da ligação com o receptor, ela também vai ser capturada, que pode ser de dois tipos. Essa captura é 
responsável pela inativação do neurotransmissor, porque não pode ficar ativo 24 horas, tem que ter sua 
atividade reduzida. Esse neurotransmissor é capturado de duas formas: 
Captação 1: 
 Ocorre no neurônio pré-sináptico 
 Ocorre através do transportador de norepinefrina (NET) e transportador de dopamina (DAT) 
 Transportador neuronal – possui alta afinidade pelas catecolaminas (DA>NE>EPI) 
 Inibido pela cocaína (por isso que cocaína produz efeitos euforizantes, porque ao proibir a captação 
da NA, ela gera acúmulo na fenda sináptica) 
Captação 2: 
 Ela é extra neuronal (direto no 
tecido) – baixa afinidade pelas 
catecolaminas (EPI>NE>DA) 
 Ocorre através do transportador 
OCT3 – transporta a NA da fenda 
sináptica para o tecido, reduzindo 
assim as quantidades de 
noradrenalina na fenda sináptica 
 Inibidos pela corticosterona e 
isocianinas (aumentam os níveis de 
catecolaminas e geram aumentam 
da pressão arterial) 
A NA foi produzida, liberada, e depois de 
um tempo de ação ela foi capturada. E 
então ela vai ser degradada por dois sistemas enzimáticos: 
MONOAMINO-OXIDASE (MAO): 
 Intracelular – ligada à superfície da 
mitocôndria 
 Atua nas terminações nervosas 
adrenérgicas no fígado e no epitélio 
intestinal 
 Ela converte as catecolaminas em seus 
aldeídos correspondentes 
Aldeído de NA por exemplo, serve de substrato para a desidrogenase aldeídica transformar em DOMA, um 
composto inativo, e a NA perde sua ação. 
Catecol-o-metiltransferase (comt): 
 Promove a metilação de grupos catecol – da hidroxila do grupo catecol 
 Ocorre em tecidos neuronais e não neuronais 
 Atua sobre substratos com grupos catecois – catecolaminas e produtos desaminados (ex: DOMA) 
 Age no citosol da célula, mais na periferia 
Então a NA vai ser liberada após um impulso nervoso 
na fenda sináptica, e pode agir nos receptores pós-
sinapticos (alfa-1, beta-1 e beta-2) ou nos receptores 
pré-sinapticos (alfa-2). 
Por exemplo, ela pode agir no alfa-2, que é um 
receptor inibitório, ele inibe a adenilato ciclase, que 
reduz os niveis de AMPc e sem eles não tem cálcio, 
não abrindo os canais de cálcio, impedindo, assim, 
sua saída. Isso que acontece se ela é liberada em 
grandes quantidades. 
Mas ela pode agir em beta-2, que estimula a 
liberação de NA. 
Ela também pode ser capturada, tanto por 1 como por 2. Se for para neuronios pré-sinapticos, quem age é 
MAO. Se for para o neuronio pós sinapticos, quem degradada é COMT. 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Existem dois tipos, alfa e beta. 
Alfa-1: 
 Encontrado principalmente na musculatura de vasos, brônquios, útero, bexiga e íris (contração) 
 Encontrado no TGI (relaxamento) 
A ação das catecolaminas nos receptores vai depender muito da densidade de receptores naquele tecido. 
Por exemplo, existem muitos receptores alfa-1 nos vasos sanguíneos, e é por isso que a adrenalina, ao agir 
lá, gera a contração do vaso, aumentando a pressão arterial. 
No caso dos brônquios, se adrenalina agir em alfa-1 promove contração do brônquio (bronco constrição), mas 
observamos que a adrenalina ao agir no brônquio gera broncodilatação. Por que isso acontece? Porque a 
densidade de alfa-1 é baixa comparada a beta-2, que gera broncodilatação. 
O SNS é responsável por relaxar o TGI, ao contrário do SNP. Se houver necessidade de diminuir as contrações 
do TGI, em caso de cólica por exemplo, um fármaco alfa-1 resolveria o problema. 
Alfa-2: 
 Pré-sinápticos 
 Inibitórios 
 Promove a redução da liberação do neurotransmissor 
Beta-1: 
 Encontrados principalmente no coração 
 Aumenta o débito 
 Aumenta força de contração 
 Aumento da frequência cardíaca 
Beta-2: 
 Encontrados no músculos de vasos, brônquios, TGI, útero, bexiga, vias seminais (RELAXAMENTO) 
A NA age no vaso promovendo a vasoconstricção, mas visualizamos dois tipos de receptores no vaso: alfa-1 
e beta-2. Um promove contração e relaxamento. E por que observamos contração? Por causa da densidade 
do receptor no tecido. Nesse caso, alfa-1 tem maior densidade. 
Na bexiga também observamos que tem receptores alfa-1 e beta-2. Mas o SNS promove relaxamento da 
bexiga, então existe maior densidade de receptor beta-2 na bexiga doque alfa-1, por isso ela fica relaxada 
na maior parte do tempo. Quem contrai é o SNP. 
A densidade é quem muitas vezes explica o efeito do SNP e SNS naquele tecido específico. O receptor que 
possui maior densidade é quem define o efeito final. 
Beta-3: 
 Encontrado nos adipócitos 
 Aumenta as atividades de enzimas que vão quebrar lipídeos – lipólise 
O SNS é ativado na fuga e na luta e nós precisamos de aporte energético para promover contrações 
musculares, que podem vir dos lipídeos também. 
A relação entre a estrutura química e as catecolaminas 
Todas catecolaminas são derivadas ou da adrenalina ou da noradrenalina. 
A noradrenalina e a adrenalina são ditas agonistas não seletivos, porque agem em qualquer receptor (alfa-
1, alfa-2, e assim por diante). Eles não 
conseguem ter uma função espeficia do 
receptor. 
Mas a partir da adrenalina foram 
produzidos dois compostos, como a 
isoprenalina e salbutamol, que são 
agonistas beta seletivas, ou seja, tem 
maior afinidade por receptor beta. Eles 
são usados principalmente como bronco 
dilatadores, ou seja, agem em beta-2, mas 
não são exclusivos, agindo também um 
pouco em beta-1, gerando alterações 
cardíacas. 
A partir da isoprenalina, foram feitas 
modificações estruturais e foi produzido o 
propranolol, que também agem em 
receptor beta, mas ele não promove ação 
fisiológica ou celular, sendo então, um antagonista beta. Ele tem maior afinidade por beta-1, impedindo que 
a noradrenalina aja sobre o coração. Como beta-1 é encontrado no coração, ele reduz a frequência cardíaca, 
reduz a força de contração, reduzindo a pressão arterial. O propanol é um famoso anti-hipertensivo. 
A partir da NA, também foram produzidas outras substâncias como a alfa-metil-noradrenalina e dela foi 
produzido a metaraminol, que são agonistas alfa seletivos. Metaraminol age principalmente em receptores 
do tipo alfa-1, gerando contração dos vasos sanguíneos, em pessoas que tem hipotensão, por exemplo. 
A NA também consegue se converter em dopamina, gerando aminas simpatomiméticas de ação indireta. 
Da dopamina surge a tiramina, efedrina e anfetamina, que não agem em nenhum receptor, mas aumentam 
os níveis de noradrenalina na fenda sináptica, seja por inibição da captação, ou por aumento da liberação 
de NA das fendas sinápticas. 
Dessa maneira, vemos que existe uma tendência em transformar aquilo que não é seletivo em seletivo, para 
não causar tantos efeitos adversos. 
 
Vemos aqui que a noradrenalina 
tem maior afinidade por 
receptores do tipo alfa e a 
isoprenalina tem maior por 
receptores beta. Por isso que a 
partir da NA podemos produzir 
moléculas tem maior afinidade por 
alfa e de isoprenalina moléculas 
com maior afinidade por beta. 
alfa-1 – Agonistas seletivos 
Temos fenilefrina e metoxamina, 
que produzem efeito semelhante a 
NA. São broncoconstrictores. São 
ótimos como descongestionantes 
nasais. 
 
antagonistas alfa-1 seletivos 
É o caso de prazosina e doxazosina, que se ligam em alfa-1 e impendem que a NA aja nesses receptores, 
evitando a contração muscular. Há uma redução da pressão arterial. 
ALFA-2 – AGONISTAS SELETIVOS 
São receptores pré-sinápticos, que a NA ao se ligar, impede a liberação de mais NA. Os agonistas seletivos 
como a clonidina e clembuterol se ligam aos receptores alfa-2 e impedem que mais NA seja liberada. Podem 
ser usados também como anti-hipertensivos. 
Antagonistas alfa-2 SELETIVOS 
São menos uteis clinicamente, mas temos o ioimbina e idazaxano, que são moléculas que se ligam a alfa-2, 
impendido que NA se ligue, e há uma liberação maior de NA. 
Beta-1 – Agonistas seletivos 
São encontrados no coração. Agonistas seletivos de beta-1, como dobutamina e xamoterol, são fármacos que 
se ligam a beta-1, que aumentam a contração cardíaca e aumento da força de contração. Podem ser usados 
como antiarrítmicos, que vão regular o ritmo cardíaco. 
Antagonistas beta-1 SELETIVOS 
Temos o atenolol e metoprolol, são usados como anti-hipertensivos. Impedem a ação da NA, ou seja, o aumento 
da frequência cardíaca, diminuindo a pressão arterial. 
Beta-2 – Agonistas seletivos 
O salbutamol, terbutalina, salmoterol e formoterol são fármacos que se ligam a beta-2, promovendo ações 
semelhantes a NA. Nesse caso, promove a broncodilatação. 
Antagonistas beta-2 SELETIVOS 
Eles não têm utilidade clínica nenhuma, eles promovem broncoconstrição. Um exemplo é a butoxamina. 
Fármacos que agem sobre a transmissão adrenérgica 
São utilizados para várias finalidades, mas existem três principais: 
 Doenças cardiovasculares: principalmente em beta-1; são fármacos que agem ou reduzindo ou 
aumentando a frequência cardíaca 
 Doenças respiratórias: principalmente em beta-2; causam broncodilatação. 
 Doenças psiquiátricas: NA, dopamina, DOPA; muitos neurônios produzem esses neurotransmissores que 
são importantes no metabolismo de diversas áreas cerebrais. 
Os principais alvos farmacológicos são: 
 Receptores adrenérgicos: que agem em alfa-1, beta-1, beta-2, entre outros. 
 Transportadores de monoaminas: transportadores pré-sinápticos ou pós-sinápticos 
 Enzimas que metabolizam catecolaminas: MAO ou COMT 
 
Agonistas adrenérgicos 
Agem nos receptores específicos de forma a proporcionar ou inibir ação da NA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como sabemos, a NA e a epinefrina são não 
seletivos, então eles agem em todos os receptores. 
Eles têm afinidade maior que um do que por outro, 
mas eles se ligam a todos. No caso do isoproterenol, 
ele é beta seletivo, mas dentro do subtipo beta ele 
não apresenta seletividade. A fenilefrina só age em 
alfa-1, então é alfa-1 seletivo. Como sabemos, eles 
são encontrados principalmente em vasos 
sanguíneos. A clonidina só age em alfa-2, então é 
alfa-2 seletivo. 
O salbutamol e terbutalina são beta seletivos, mas 
agem principalmente no beta-2. 
Já a dobutamina age principalmente em beta-1. 
 
1. Nós precisamos utilizar fármacos agonistas 
beta-2, que promovam broncodilatação. Será 
que adiantariam utilizar um agonista beta-2 
que tivesse afinidade com beta-1 também? Ele 
iria promover broncodilatação, mas como 
reação adversa teria taquicardia e aumento 
da pressão arterial. 
2. O que a NA faz? É um neurotransmissor simpático que age no coração promovendo aumento da 
frequência cardíaca e aumento da força de contração. Ele age em receptores cardíacos do tipo beta-
1. Então fármacos que aumentem a FC precisam agir em beta-1 seletivamente. 
3. Ocorre quando há espaçamento das células endoteliais, que permite que o plasma sanguíneo 
localizado dentro do vaso extravase para o tecido. O que o descongestionante faz? Ele causa 
vasoconstrição, uma aproximação das células endoteliais, não permitindo o extravasamento do plasma. 
Então o fármaco precisa promover vasoconstricção, que são o alfa-1 seletivos. 
 
A NA e a adrenalina não tem grandes 
indicações, a não ser o choque 
anafilático, que precisa de uma ação 
simpática generalizada. 
Já o isoproterenol ele é beta seletivo, 
mas age igualmente em beta-1 e 2. 
Apesar de ser bronquiodilatador, mas 
por agir em beta-2 ele causa problemas 
cardíacos. Então é um broncodilatador 
obsoleto. 
A dopamina age em receptores dopaminérgicos e em beta-1. 
A dobutamina é um fármaco que age na insuficiência cardíaca, porque ele é um agonista beta-1 seletivo. 
Aqui em baixo tem as indicações de cada fármaco e sua seletividade: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agonistas adrenérgicos 
Se ligam ao mesmo receptor, mas não promovem ação nenhuma, apenas bloqueiam a ação da NA. 
Os fármacos de ação direta podem 
agir em receptores alfa. Geralmente 
atuam em alfa-1, por isso classificamos 
em bloqueadores alfa-1 reversíveis e 
irreversíveis. 
Bloqueadores beta podem agir em 
beta-1 e 2. Clinicamente falando, os 
mais importantes são os beta-1 
seletivos, mas temos os beta-1 não 
seletivos, que além de beta-1agem em 
beta-2, o que não é pretendido. 
 
 
Antagonistas alfa 
Temos: 
 Alfa não seletivos: que agem tanto em alfa-1 e alfa-2; ex: fenoxibenzamina, fentolamina; vão 
bloquear receptores alfa-1 e alfa-2. 
 Alfa-1 seletivos: agem em alfa-1; gera vasoconstricção, aumento da PA; ex: prazosina, doxazosina; 
anti-hipertensivo e hiperplasia prostática benigna) 
 Alfa-2 seletivos: agem em alfa-2; ex: ioimbina, idazoxano; aumentam a liberação de NA na fenda 
sináptica; utilizada principalmente na disfunção erétil. 
No coração, temos principalmente beta-1, 
que aumenta a FC. Os receptores alfa-1 são 
encontrados no vasos sanguíneos, 
responsáveis pela contração, mas neles 
também tem beta-2, que são responsáveis 
pela dilatação. Então por que a NA não 
promove a dilatação? Em virtude da 
densidade dos receptores. 
 
Então inibidor alfa-1 vão inibir a contração 
do vaso, gerando a diminuição da RVP, 
diminuindo a PA. Mas pessoas que fazem 
uso desse inibidor alfa-1 que não tem 
hipertensão, eles podem ter hipotensão 
postural ou ortostática. 
Inibidores que não são tão seletivos para alfa-1 também podem inibir alfa2 pré-sinápticos no coração, 
gerando uma maior liberação de NA, gerando a taquicardia reflexa. 
Entre os inibidores beta, temos o beta-1 seletivos que vão inibir a força de contração, diminuir a FC, e isso 
terá como resultado a redução da PA. São usados como anti-hipertensivos. 
Mas vimos que os beta-2 se encontram nos vasos sanguíneos e são responsáveis pela vasodilatação. 
Então os inibidores beta não seletivos diminuem a PA (inibem beta-1) mas inibem a vasodilatação, promovendo 
um aumento da RVP e com isso o aumento da PA. Quando utilizamos um bloqueador beta, pode ser útil na 
redução da pressão se for beta-1 seletivo, mas se não for seletivo pode promover uma diminuição da PA pela 
redução da FC, mas pode aumentar a RVP, aumentando a PA. 
 
Qual a preocupação em se utilizar um inibidor 
que seja bem seletivo para beta-1 em detrimento 
de beta-2² 
Porque ao bloquear beta-2, promove a bronco 
constrição. Então, como podemos observar na 
imagem, o propranolol não é seletivo para 
receptores beta, então vai bloquear beta-1 e 
beta-2, ou seja, vai diminuir a FC e vai promover 
bronco constrição. 
No caso do atenolol, que é um derivado 
bloqueador beta, vai bloquear beta, mas 
principalmente beta 1, agindo no coração. 
 
 
 
 
 
 
Antagonistas adrenérgicos indiretos 
Reduzem os níveis de NA na fenda sináptica. 
Fármacos que afetam com a síntese de NA: 
 Alfa-metiltirosina: inibe a tirosina hidroxilase (usada no tratamento da feocromocitoma) 
 Carbidopa: derivado hidrazina da dopa usada no parkinsonismo; inibe a dopa-descarboxilase 
Temos também fármacos que afetam o armazenamento de NA: 
 Reserpina: bloqueia o transportador vesicular, impedindo que a NA seja armazenada nas vesículas 
sinápticas 
Guanetidina impede a liberação de NA das terminações nervosas. Mesmo que tenha o impulso nervoso, não 
há a liberação. 
Agonistas adrenérgicos indiretos 
São fármacos que conseguem aumentar os níveis de NA. Não agem nos receptores, e sim no neurônio. 
Um grande exemplo é a anfetamina. Ela é 
absorvida pelo neurônio, age na vesícula 
sináptica, permitindo ou aumentando a liberação 
de NA. É um fármaco excitatório. Ele não interfere 
na síntese, só acelera a liberação. 
Temos também inibidores da MAO, que inibem a 
degradação da NA pela MAO. A NA, ao ser 
liberada, age em seus receptores, mas 
porteriormente é captada e degradada pela 
MAO ou COMPT. Umas das enzimas podem ser 
inibidas pela moclobemida ou seleginina. Ao inibir 
a MAO, eles aumentam os teores das 
catecolaminas. 
 
 
Temos também fármacos de ação central. Anfetamina é um fármaco de ação central. Mas também temos a 
cocaína. Ela aumenta os níveis de excitação da NA, porque ela impede a recaptação 1. Ela bloqueia o 
transportador NET. Sem a captação, temos a NA agindo por muito mais tempo na fenda sináptica. 
 
 
Temos aqui diversos mecanismo de 
ação. Vamos ver primeiro os 
indiretos. Eles não agem em 
receptores nenhum, mas sim no 
metabolismo da NA. 
Inibidores da MAO 
 São fármacos que ao 
inibirem a MAO 
 Eles inibem o metabolismo 
da NA, gerando o aumento das 
concentrações da NA. 
Alfa-metil tirosina 
 Vai inibir a tirosina 
hidroxilase, inibindo a síntese de 
tirosina, consequentemente 
diminuindo a produção de NA. É 
uma fármaco capaz de reduzir as concentrações de NA de forma indireta. É um antagonista indireto da NA. 
Reserpina 
 Ela impede que a NA que foi sintetizada seja transportada para dentro da vesícula sináptica. 
 Isso gera a redução dos níveis de NA. 
 É um antagonista indireto. 
Temos a inibição da captação 1, no caso a cocaína. Temos também inibidores da captação 2. 
Além disso, temos os fármacos que agem de forma direta. 
agonistas alfa-2 
 Aumentam a inibição da liberação da NA. 
 Reduzem os níveis de NA. 
 Na prática, são antagonistas adrenérgicos. 
antagonistas alfa-2 
 Proporcionam efeito contrário, geram o estímulo da liberação de NA. 
 São agonistas adrenérgicos. 
Temos os agonistas e antagonistas de receptores beta. 
Temos os antagonista beta adrenérgico, utilizando principalmente para problemas cardíacos (BETA-1). E os 
agonistas beta-2 são usados para problemas respiratórios. 
Os que agem em receptores alfa temos os agonistas alfa-1, usados como descongestionantes. 
E os antagonistas alfa-1 são utilizados como anti-hipertensivos. 
 
 
 
Anti-hipertensivos 
Regulação da pa 
Hipertensão: 
É uma síndrome caracterizada por apresentar níveis tensoriais elevados, associados a alterações 
metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos. 
É caracterizada por vários sintomas diferentes. 
A hipertensão possui causas especificas e inespecíficas. 
ESPECÍFICAS: 
 Constrição da artéria renal 
 Coarctação (constrição) da aorta 
 Feocromocitoma (tumor de adrenal produtor de adrenalina) 
 Aldosteronismo primário 
INESPECÍFICAS: 
 Raça 
 SNA 
 Dieta 
 Herança genética 
 Estresse 
 RVP 
Vários fatores incorrem a um maior risco para o desenvolvimento da hipertensão. Entre eles temos 
tabagismos, apneia do sono, colesterol.. 
Mas 3 deles são mais associados: 
 Sedentarismo (60-80%) 
 Sobrepeso e obesidade (66%) 
 Hiper-insulinemia (50%) 
Fatores que influenciam na pressão arterial: 
 
 
 
Então a pressão arterial depende de 2 fatores: 
 Débito cardíaco: alterações na função do coração como o aumento da frequência, contração ou 
pressão de enchimento podem aumentar a pressão. 
 Resistência vascular periferia: os vasos sanguíneos que chegam aos tecidos, ao se contraírem, há um 
aumento da resistência (passagem do sangue) e um aumento da pressão arterial. 
 
E quais os mecanismos usados para a 
regulação da pressão arterial? 
Se a pressão arterial for reduzida, dois 
sistemas são ativados para retornar a 
pressão aos seus níveis normais. 
Um dos sistemas é o Sistema Nervoso 
Simpático. O outro é o Sistema Renina-
Angiotensina-Aldosterona. 
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO: 
Houve diminuição da PA, então há 
imediatamente o aumento da atividade 
simpática, ou seja, liberação de 
noradrenalina. 
Ela irá atuar em receptores adrenérgicos 
distribuídos por vários lugares do corpo. De importância na PA, está a atuação da NA nos receptores 
noradrenergicos beta-1 no coração (aumentando a frequência cardíaca e força de contração, que geram um 
aumento do débito cardíaco) e alfa-1 nos vasos sanguíneos periféricos, promovendo uma contração desses 
vasos. Uma contração indica uma RVP aumentada. 
São ações rápidas. Se diminui a pressão, rapidamente há a ativação do SNS. 
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA: 
É um sistema no qual a regulação da pressão é demorada, mas os efeitos são duradouros. 
Houve diminuição da PA, então houve uma diminuição do fluxo sanguíneo renal, que irá desencadear duasconsequências: redução da filtração glomerular e indução da produção da enzima Renina. 
Com a redução da filtração glomerular, irá ficar retido no vaso sanguíneo mais sódio e mais água. Sódio e 
água retidos irão aumentar o volume sanguíneo, elevando o débito cardíaco. 
Com a indução da produção de renina, que é uma enzima que vai atuar sobre a angiotensina I, promovendo 
a quebra dela em angiotensina II. O aumento da angiotensina II irá ter duas ações: ela vai atuar sobre a 
glândula adrenal, estimulando a produção de aldosterona (retentor de sódio e água), elevando o volume 
sanguíneo. Além disso, a angiotensina II também vai ter ação direta sobre os vasos sanguíneos, promovendo 
vasoconstricção. Os vasos vão ser contraídos, gerando um aumento da RVP, que irá elevar a PA. 
Existem dois parâmetros de pressão arterial: 
Pressão Arterial Sistólica (PAS), que é a 
pressão arterial nos vasos depois que o 
coração se contrai, e o débito cardíaco 
promove uma grande pressão na parede dos 
vasos, por isso ela é maior. E a Pressão Arterial 
Diastólica (PAD), quando o coração relaxa, 
ele promove o retorno venoso, com uma 
pressão menor, de sucção. 
A hipertensão é classificada em estágios 
(Estágio I, Estágio II, Estágio III e Sistólica 
isolada), dependendo da gravidade dela. 
Se houver divergências entre a PAS e a PAD, 
nós consideraremos, para fins de classificação, 
o maior valor tensional. Por exemplo, se o 
individuo tem o PAD normal e a PAS elevada, nós consideraremos a PAS para fins de classificação. 
AGENTES SIMPATICOLÍTICOS 
Os agentes simpaticolíticos são os agentes que vão reduzir a atividade simpática. 
O SNP promove um aumento da pressão arterial, então fármacos que consigam reduzir o tônus simpático irão 
reduzir a PA também. 
Temos 3 grupos de fármacos que fazem redução do tônus simpático: 
 Agentes de ação central: alfa-metildopa, clonidina, guanabenzo, monoxidina, rilmenidina. 
 Bloqueadores de receptores alfa adrenérgicos: doxazosina, prazosina e trimazosina. 
 Fármacos que bloqueiam os receptores beta adrenérgicos: atenolol, bisoprolol, metoprolol, nadolol, 
propranolol etc. 
Inibidores adrenérgicos de ação central 
EX: Clonidina, metildopa, guanabenzo. 
Agir por se ligarem em receptores alfa-2, ativando-os. Eles, ao serem ativados, promovem uma inibição da 
liberação de noradrenalina. Ela reduz na fenda sináptica, reduzindo a propagação do impulso nervoso nas 
vias adrenérgicas centrais. 
EFEITOS ADVERSOS: 
Por reduzirem os níveis de NA, eles vão causar depressão do SNC, que tem como consequência: 
 Sonolência 
 Sedação 
 Hipotensão postural 
 Disfunção sexual 
Esses efeitos são comuns para todos os anti-hipertensivos de ação central. 
Mas, 
Alfametildopa: galactorreia, anemia hemolítica, lesão hepática. 
Clonidina: hipertensão rebote (ao ser suspendido o medicamento, há uma grande liberação de NA na fenda 
sináptica, causando esse efeito), boca seca +++ 
AÇÕES: 
 Diminui o estímulo adrenérgico central. A redução da PA decorre de: 
↓ Frequência cardíaca 
Relaxamento de vasos de capacitância 
↓ RVP na posição ereta 
 
 Fluxo sanguíneo renal é mantido (usado em pacientes que apresentam também insuficiência renal) 
 Produz retenção de sódio e água 
Associar com um diurético para não ter a retenção 
ANTI-HIPERTENSIVOS DE AÇÃO CENTRAL DE 2ª GERAÇÃO: 
 EX: Monoxidina, Rilmenidina 
 Modificações estrutirais da clonidina 
 Menos efeitos sedativos 
 Baixa afinidade por alfa-2 
Isso leva a cogitar que esses fármacos de 2ª geração atuem em outros receptores, como os receptores 
imidazolínicos 
 
Antagonistas alfa-adrenérgicos seletivos 
Eles irão bloquear seletivamente os receptores alfa-1, que se encontram nos vasos sanguíneos. A NA se liga 
aos receptores alfa-1, causando uma vasoconstricção, gerando um aumento da RVP. Com os antagonistas alfa-
1 se ligando nos receptores, impedindo que a NA se liga, não tem vasoconstrição, nem aumento da RVP. Com 
esse mecanismo, diminuiremos a PA. 
Ex: Prazosina, Terazosina, Doxazosina. 
Se esses receptores estiverem ocupados com um desses fármacos, teremos a inibição da vasoconstrição. 
EFEITOS ADVERSOS: 
 Efeito de 1ª dose: 
Hipotensão postural, que gera uma taquicardia reflexa. O coração começa a bombear sangue mais 
fortemente na tentativa de aumentar a PA. 
 Retenção de líquido → ↑ volemia 
 Impotência sexual 
 Obstrução nasal 
 Diarreia → efeito direto ou ↑ liberação do ACTH 
Bloqueadores dos receptores beta-adrenérgicos – simpaticolíticos 
Eles inibem o tônus simpático. 
Vão se encontrar principalmente no 
coração (beta-1) e na arvore brônquica 
(beta-2). 
Os beta bloqueadores seletivos para 
beta-1 são os principais fármacos 
utilizados como anti-hipertensivos. 
Eles agem bloqueando os receptores beta-
1 no coração. Consequentemente, eles 
diminuirão a frequência cardíaca e força 
de contração do coração, que gera uma 
diminuição do débito cardíaco. Esse é um dos fatores responsáveis pelo aumento da PA, ou seja, se ele diminui, 
a pressão também diminui. 
Mas, os bloqueadores beta adrenérgicos também agem na diminuição da renina. Essa enzima é produzida no 
rim, e é responsável pela conversão da angiotensina I em angiotensina II. Essa tem dois mecanismos 
responsáveis pela redução da PA. Um deles é diretamente sobre o vaso sanguíneo, promovendo uma 
vasoconstricção; se ela está reduzida, há uma menor vasoconstricção, que gera uma diminuição da RVP e da 
PA. 
A angiotensina II também promove o aumento da aldosterona. Se ela está diminuída, tem menos aldosterona 
também. Esse hormônio gera retenção de sódio e água, que ocasiona no aumento da volemia. É um dos fatores 
responsáveis pelo aumento do DC. 
EFICÁCIA E USOS: 
 Redução da morbidade e mortalidade cardiovascular 
 1ª opção em HAS associadas a arritmias 
 Cefaleias de origem vascular 
 Hipertireoidismo 
 Tremores 
 
EFEITOS ADVERSOS: 
 Depressão 
 Insônia 
 Astenia 
 Disfunção sexual 
 Bradicardia (<50 bpm), já que bloqueia a 
atividade cardíaca 
 Vasoconstrição periférica, já que 
receptores beta existem nos vasos 
sanguíneos 
 Broncoespasmo, para os não seletivos, que 
podem bloquear os receptores beta na 
arvore brônquica 
 Intolerância a glicose, hipertrigliceridemia, 
↓ HDL 
 Suspensão brusca pode gerar 
hiperatividade simpática, isquemia 
miocárdica 
 
RETIRADA DA DROGA: 
 Mecanismo: o uso crônico de B-bloqueador determina o “up regulation” (aumento da densidade, 
aumento da expressão, principalmente no coração) dos receptores beta 
 Na suspensão abrupta temos muitos receptores, poucos deles bloqueadores, e o aumento da NA irá 
gerar o aumento da atividade cardíaca, podendo determinar piora da angina, morte súbita, crise 
hipertensiva e taquiarritimias. 
Vasodilatadores 
São fármacos que promovem o aumento da luz do vaso sanguíneo e isso diminuirá a pressão sobre as paredes 
do vaso. 
Eles podem ser divididos em dois grupos: 
 Vasodilatadores diretos: hidralazina e Minoxidil 
 Bloqueadores dos canais de cálcio: derivados da fenilalquilaminas (verapamil), derivados da 
benzotiazepinas (ditilazem) e derivadoras da diidropiridas (amiodipina, felodipina etc.) 
Vasodilatadores diretos 
Ex: hidralazina e Minoxidil. 
Eles dilatam o vaso sanguíneo por: 
 Promover o relaxamento da musculatura vascular e isso gera uma vasodilatação 
 O vaso também se dilata no aparelho justaglomerular do rim, e ao se dilatar lá, nós observaremos o 
aumento de renina, que promoverá a retenção hídrica e taquicardia reflexa (por diminuição da PA, 
o coração, por compensação, aumentará a frequência cardíaca). 
 Por essa razão, eles quase sempre são administrados em associação com 
Diuréticos (↓ retenção hídrica) e/ou betabloqueadores (↓ taquicardia reflexa) 
 Reação adversa do Minoxidil → hipertricose (por essa razão, ele é utilizado para crescimento capilar 
em quantidades inferiores a 2,5 ml). 
Então qual

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