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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ Disciplina: Físico-Química Experimental Nomes: Lucas Juwer Moreira e Thiago Ferreira Kerr Refratometria e Polarimetria I) INTRODUÇÃO A luz é um fenômeno eletromagnético. Um feixe de luz consiste em dois campos oscilantes mutuamente perpendiculares: um campo elétrico oscilante e um campo magnético oscilante, conforme figura abaixo: Quando a luz passa através de um polarizador, este interage com o campo de tal forma que o campo elétrico da luz que emerge do polarizador (juntamente com o campo magnético perpendicular) está oscilando apenas em um plano. Essa luz é chamada de luz polarizada no plano. (SOLOMONS & FRYHLE, 2005) O dispositivo usado para medição do efeito de compostos opticamente ativos é chamado de polarímetro, que é composto por: fonte de luz, polarizador, tubo para substância, analisador e escala (medição do número de graus que o plano foi girado). Se o tubo do polarímetro está vazio ou se uma substância opticamente inativa está presente, os eixos da luz polarizada no plano e o analisador estarão exatamente paralelos, e caso o tubo estiver preenchido com uma substancia opticamente ativa, o plano de polarização da luz será girado à medida que esta passa através do tubo. Uma substância que gira a luz polarizada no plano no sentido horário é chamada de dextrorrotatória, e uma substância que gira a luz polarizada no plano em um sentido anti-horário é dita ser levorrotarória. (SOLOMONS & FRYHLE, 2005) Figura 1. Campos elétricos e magnéticos de um feixe de luz em um plano. O número de graus que o plano é girado à medida que a luz passa através de uma solução de uma substância depende do número de moléculas quirais encontradas. Isso implicará no comprimento do tubo e da concentração da solução. A Lei de Biot unifica todos esses pontos: 𝛼 = [𝛼] . 𝑙. 𝑐 onde, [𝛼] = rotação específica (único para cada substância à uma determinada temperatura t e comprimento de onda 𝜆 ); 𝛼 = rotação observada; l = comprimento do tubo (em dm); e c = concentração da solução (em g/ml). A refratometria é uma técnica utilizada na determinação do desvio angular sofrido por uma radiação (luz eletromagnética) ao passar por um meio diferente do qual estava percorrendo inicialmente. Esse desvio é característico para cada meio, e é conhecimento como índice de refração (n). no qual é regido pela lei de refração (inicialmente proposta por Snell e Descartes), no qual oferece a seguinte equação: 𝑛 = 𝑐 𝜆 𝑥 𝑓 Onde, c = velocidade da luz no vácuo; 𝜆 = comprimento de onda da radiação utilizada; e f = frequência no meio. Largamente utilizada na indústria alimentícia, para determinação do índice de refração causado pelo açúcar em sucos, refrigerantes, cervejas etc., servem para indicar a concentração deste no meio em que está inserido. II) OBJETIVOS Definir, experimentalmente, o índice de refração para diferentes concentrações de soluções aquosa de sacarose Definir, experimentalmente, o ângulo de desvio para diferentes concentrações de soluções aquosa de sacarose, determinando o poder rotatório específico conforme a lei de Biot. III) DADOS EXPERIMENTAIS Após realização de todas as etapas do procedimento, obtiveram-se os seguintes dados mostrados na Tabela 1. Tabela 1. Dados Experimentais. Soluções aquosas de sacarose Concentração (g/mL) 0,000 0,025 0,050 0,100 0,150 0,200 Índice de refração (n) 1,327399 1,334779 1,338395 1,345481 1,352531 1,359804 Ângulo de desvio (α) 1,0° 4,0° 8,5° 13,4° 17,4° 23,6° IV) TRATAMENTO DOS DADOS A partir dos dados da Tabela 1, construiu-se o Gráfico 1, onde é possível observar a variação do Índice de Refração em função da Concentração. O Gráfico 2, também construído a partir dos dados da Tabela 1, representa a variação do Ângulo de Desvio em função da concentração. Para ambos gráficos foi adicionada linha de tendência, calculando o coeficiente angular da reta, bem como o R² (coeficiente de determinação). Para a construção dos gráficos e cálculo de coeficiente de determinação e coeficiente angular, utilizou-se o Excel. Gráfico 1 – Índice de Refração y = 0,1539x + 1,3296 R² = 0,9882 1,325000 1,330000 1,335000 1,340000 1,345000 1,350000 1,355000 1,360000 1,365000 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 Ín di ce d e R ef ra çã o (n ) Concentração (g/mL) Índice de Refração x Concentração Gráfico 2 – Ângulo de desvio V) DISCUSSÃO Ao realizar-se os procedimentos experimentais e a construção dos gráficos 1 e 2, pode-se observar que há um comportamento linear tanto para o índice de refração quanto para o ângulo de desvio - com R² de 0,9882 e 0,9902, respectivamente – conforme esperado e discutido na literatura. O poder rotatório específico da solução pode ser obtido utilizando a lei de Biot, ao dividir- se o coeficiente angular da melhor reta para o Gráfico 2 pelo comprimento, em decímetros, do tubo polarimérico (L), utilizado no experimento. Sabendo-se que o tubo polarimérico utilizado nesse experimento tem 2,0dm de comprimento e que, o coeficiente angular do Gráfico 2 é 109,6, temos o poder rotatório específico experimental da sacarose igual a 54,8 °.mL/g.dm. O poder rotatório específico térico para a Sacarose, conforme o vídeo de suporte, é de 66,5°.mL/g/dm. Dessa forma, temo um erro experimental de aproximadamente 17,6% para o experimento. y = 109,6x + 1,7267 R² = 0,9902 0 5 10 15 20 25 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 Â ng ul o de D es vi o (° ) Concentração (g/mL) Ângulo de desvio x Concentração VI) CONCLUSÃO . Os experimentos feitos foram eficazes em mostrar a linearidade da alteração do índice de refração e do ângulo de desvio em função da concentração para soluções de sacarose. Contudo, os valores calculados para o poder rotatório específico estão divergentes da literatura, fora de um limite aceitável de erro. Fica evidente a presença de erros no processo experimental ao notarmos que há desvio angular para a solução de concentração 0,0g/mL, ou seja, para a água, uma substância que não possui atividade ótica e que, portanto, não deveria apresentar desvios angulares. Algumas possíveis fontes de erro para esse experimento são discutidas a seguir. Pode haver contaminação dos recipientes, alterando a concentração das soluções. A dissolução das soluções de sacarose pode ter sido feita de forma errada, também alterando a concentração desejada em cada etapa do teste. A leitura do instrumento (polarímetro), de forma analógica pode ter sido equivocada, bem como o limite para o “escuro” no campo de polarização. Como o poder rotatório específico depende da temperatura, esse fator também pode ter influenciado nos resultados apresentados. Para garantir-se a eficácia do experimento e validade dos dados obtidos, recomenda-se a realização do procedimento novamente, utilizando-se de balança calibrada, equipamentos descontaminados, uma novo lote de sacarose e água destiladae, uma verificação do polarímetro - a fim de garantir que os prismas e seu funcionamento está em boas condições- e, aferição da temperatura do laboratório, para garantir que encontra-se em temperatura ambiente. Dessa forma, espera-se que os resultados obtidos sejam mais próximos dos resultados teóricos. VII) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOLOMONS & FRYHLE. Química Organica. Rio de Janeiro: LTC, 2005. Roteiro da prática de Físico Química Experimental: Refratometria e Polarimetria, IQ/UFRJ
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