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Coronavírus: conceitos e cuidados - Turma 2021A 1. Coronavírus: conceitos e cuidados 1.1 O que é Coronavírus? COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo coronavírus, SARS-CoV-2, que é um patógeno respiratório. Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies animais. Há registros de coronavírus no gado, em gatos, camelos e morcegos. Pesquisas apontam que é muito raro os coronavírus que infectam animais poderem infectar pessoas, como exemplo do MERS-CoV e SARS-CoV. Por isso, apesar de ser necessário cuidados redobrados de higiene com os animais, não há registros de transmissão direta para humanos. Contudo, por tratar-se de doença ainda em expansão, de conhecimento bastante restrito, recomenda-se que pessoas contaminadas pelo coronavírus mantenham distância dos animais de estimação. Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) teve conhecimento da circulação deste novo vírus a partir de casos em Wuhan, na China, sendo disseminado e transmitido pessoa a pessoa ao redor de todo o mundo, hoje já reconhecido como uma pandemia; isto é, existe disseminação mundial dessa nova doença. 1.2 Transmissão e prevenção do Coronavírus Por ser uma doença relativamente nova na população, ainda está sendo investigado formas de transmissão da doença. Contudo, já está bem estabelecido que ocorre transmissão de uma pessoa portadora do vírus para outra, por contato próximo ou através de objetos e superfícies contaminadas. Destaca-se que muitas pessoas mesmo infectadas com o vírus não apresentam sintomas, são assintomáticas, mas mesmo assim transmitem a doença. Coronavírus: como que pega? • Toque do aperto de mão, abraço; • Gotículas de saliva (através da fala); • Espirro; • Tosse; • Catarro; • Objetos ou superfícies contaminadas (celulares, mesas, talheres, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.) seguido de contato com a boca, nariz ou olhos. Evite colocar suas mãos nos olhos, nariz e/ou boca. Se for realmente necessário, sempre higienize suas mãos antes e depois. Como evitar o coronavírus? • Lave com frequência as mãos. Lembre de lavar até a altura dos punhos, com água e sabão, ou utilize álcool em gel 70%. • Se você estiver em algum ambiente público (mercado, trabalho, ônibus, etc) ou tocar superfícies e objetos de uso compartilhado a higiene das mãos deve ser ainda mais intensificada. • Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com a parte interna do cotovelo. • Não tocar nos olhos, nariz, boca ou na máscara com as mãos não higienizadas. • Se tocar olhos, nariz, boca ou a máscara, higienize sempre as mãos. • Mantenha distância mínima de 1 (um) metro entre pessoas (tanto em lugares públicos, quanto de convívio social). • Evite abraços, beijos e apertos de mãos. Adote um comportamento amigável, mas sem contato físico. • Higienize com frequência o celular, maçanetas das portas, brinquedos das crianças e objetos que são utilizados com frequência. • Não compartilhe objetos de uso pessoal como talheres, toalhas, pratos, copos e chimarrão. • Mantenha os ambientes bem limpos e ventilados. • Evite circulação desnecessária nas ruas, shoppings, mercados, etc. • Se estiver com algum sintoma da doença, evite contato com outras pessoas, busque atendimento nos serviços de saúde e siga as recomendações do profissional de saúde. • Durma bem, tome bastante água e tenha uma alimentação saudável. • Recomenda-se a utilização de máscaras (caseira ou comprada) em todos os ambientes. Importância do uso de máscara para prevenção do Coronavírus Uma das formas de transmissão do coronavírus é através da disseminação de gotículas suspensas no ar quando as pessoas infectadas conversam, tossem ou espirram. Dessa forma, o uso de máscara (comprada ou caseira) é recomendado para diminuir o risco de contaminação pelo coronavírus. Considerando que é possível estar contaminado pelo vírus, mesmo sem apresentar sintomas da doença, o uso de máscara pela população tem como base a proteção coletiva: quem usa se protege e também protege as outras pessoas. Não podemos esquecer que o uso de máscara é apenas mais um dentre os cuidados essenciais que devemos ter para evitar a transmissão do Coronavírus. Ou seja, mesmo utilizando a máscara, devemos atentar para a lavagem de mãos, as medidas de higiene, a distância entre as pessoas e o isolamento social, por exemplo. Além disso, é necessário que as pessoas façam uso correto da máscara. Lembre-se que a máscara é de uso individual; isto é, não compartilhe sua máscara com outras pessoas (nem com mãe, filho, irmão, marido, esposa...). Também, é importante não tocar o rosto depois de colocar a máscara e fazer a limpeza conforme orientações do Ministério da Saúde. E, não esqueça: a lavagem de mãos deve ocorrer sempre, antes e depois de colocar e retirar a máscara do rosto. 1.3 Sintomas do Coronavírus Os sintomas da COVID-19 podem variar de um simples resfriado, a um quadro mais grave, como pneumonia severa, por exemplo. Os sintomas mais comuns são: • Tosse • Febre • Coriza (obstrução nasal, "nariz escorrendo, nariz entupido") • Dor de garganta • Dor de cabeça (cefaléia) • Dificuldade para respirar • Perda de olfato (anosmia) • Alteração do paladar (ageusia) • Distúrbios gastrintestinais (náuseas/vômitos/diarreia) • Cansaço (astenia) • Diminuição do apetite (hiporexia) • Dispnéia ( falta de ar) 1.4 Diagnóstico O diagnóstico deve ser realizado por médico, através dos sintomas que o doente apresenta (diagnóstico clínico). É importante considerar o histórico de contatos próximos, nos últimos 14 dias antes do aparecimento dos sintomas, com pessoas portadoras do coronavírus. O profissional de saúde poderá solicitar os seguintes exames laboratoriais para auxílio no diagnóstico: • Biologia molecular, (RT-PCR em tempo real) que diagnostica tanto a COVID-19, a Influenza ou a presença de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) normalmente até o oitavo dia de início de sintomas. • Imunológico, que detecta, ou não, a presença de anticorpos em amostras coletadas a partir do oitavo dia de início dos sintomas. Além disso, outros exames complementares podem ser solicitados para manejo da doença, bem como para acompanhamento do estado de saúde do paciente. Algumas especificidades Crianças Em crianças, além dos sintomas clássicos, já citados, é importante atentar para sinais característicos de esforço respiratório: batimentos de asa de nariz, tiragem intercostal e alteração na coloração das extremidades que ficam azuladas (cianose). Cuidar, também, a desidratação, que é a baixa concentração de água, de sais minerais e líquidos orgânicos no corpo, podendo ter consequências graves. Nos links abaixo são apresentados quadros clínicos, bem como manejo adequado do paciente com diarréia: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pd f http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/214_diarreia.html Idosos Em pessoas com mais de 60 anos, estar atento para sinais de gravidade como, por exemplo, desmaio ou perda temporária de consciência (sincope), confusão mental, sonolência excessiva e irritabilidade. 1.5 Tratamento Até então, não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus. Diversos medicamentos estão sendo testados, mas ainda não há um consenso sobre a efetividade do uso desses remédios. A grande maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera do coronavírus sem precisar de tratamento hospitalar. Nesses casos, indica-se repouso e consumo de bastante água, além de medidas gerais adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como, por exemplo: uso de medicamento para aliviar os sintomas de dor e febre. Dados apontam que cerca de 20% das pessoas que se infectam com o coronavírus desenvolvem quadros clínicos mais graves e precisam de oxigênio suplementar, com 5% necessitandode cuidados intensivos, com internação em UTI. Isolamento Domiciliar Os casos suspeitos de coronavírus com quadros leves podem não necessitar de hospitalização. Alguns municípios oferecem acompanhamento à distância por equipes de saúde, orientando os cuidados e as medidas de precaução domiciliar para evitar a transmissão a outras pessoas, como por exemplo: • Faça realmente o isolamento; isto é: fique em casa! • Se uma pessoa tiver diagnóstico positivo, todos que moram na mesma casa devem ficar em distanciamento conforme orientação médica. • Não vá para o trabalho, escola, mercado ou áreas públicas e não use transporte público ou táxi/uber. Você não deve sair de casa, a não ser se for para obter assistência médica. • Use máscara quando estiver no mesmo cômodo da casa com outras pessoas (ainda que elas morem junto com você) e uso também quando você precisar ir ao médico. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/214_diarreia.html • As pessoas que moram com você também precisam usar máscara, ainda que dentro de casa, se estiverem no mesmo cômodo da casa com você. • Se for preciso cozinhar, use máscara cobrindo boca e nariz todo o tempo. • Lave as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos. • Mantenha unhas curtas e evite o uso de adereços (anéis, relógios, pulseiras...), pois dificultam a higiene efetiva das mãos. • Use álcool gel a 70% se não houver água e sabão e se suas mãos não estiverem visivelmente sujas. • Evite tocar seus olhos, nariz e boca. • Cubra a boca e o nariz com um lenço de papel quando tossir ou espirrar; • Evite compartilhar itens domésticos. • Não compartilhe pratos, copos, xícaras, utensílios de cozinha, toalhas, roupas de cama ou outros itens com outras pessoas em sua casa. Depois de usar esses itens, você deve lavá-los cuidadosamente com água e sabão. • O lixo produzido precisa ser separado e descartado. • Não receba visitas. • Outros membros da família devem ficar em outra casa, preferencialmente. Se isso não for possível, outros membros da família devem ficar em outro cômodo da casa ou serem separados da pessoa doente o máximo possível. • Limpe superfícies como balcões, mesas, maçanetas, louças, banheiros, telefones, teclados, tablets e mesas de cabeceira pelo menos uma vez por dia. • Antes e depois de usar o banheiro, lave as mãos com água e sabão e sempre o limpe vaso sanitário mantendo a tampa fechada, pia e demais superfícies com álcool, água sanitária ou desinfetante. • Evite compartilhar sofás e cadeiras e realize limpeza e desinfecção frequente com água sanitária, álcool 70% ou desinfetante. • Mantenha a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para isolamento e a porta fechada, limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70%, água sanitária ou desinfetante. • Limpe imediatamente todas as superfícies que contenham sangue ou outros fluidos corporais. 1.6 Covid-19: cuidados que devem ser tomados com os animais domésticos Saiba as respostas de dúvidas como "animais domésticos podem representar risco de contaminação para seres humanos? Cães, gatos, vacas, cavalos, cabras, patos, porcos, podem contrair ou transmitir o novo coronavírus?" Além de outras questões são discutidas por médico veterinário pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz. Clique aqui: https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-pesquisador-esclarece- quais-cuidados-devem-ser-tomados-com-os-animais-domesticos https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-pesquisador-esclarece-quais-cuidados-devem-ser-tomados-com-os-animais-domesticos https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-pesquisador-esclarece-quais-cuidados-devem-ser-tomados-com-os-animais-domesticos 1.7 O que é uma pandemia? No link abaixo você encontrará a definição do termo pandemia, de acordo com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, Bio-Manguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz - vinculada ao Ministério da Saúde. O artigo aborda também outras pandemias que ocorreram na história da humanidade. https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1763-o-que-e-uma-pandemia 1.8 Coronavírus: especificidades sociais Considerando que no Brasil muitas pessoas vivem em condições precárias de moradia, em casas com espaço físico bastante reduzido, sem saneamento básico, pensar estratégias para o enfrentamento do coronavírus deve englobar, também, a reflexão sobre o contexto de vida dessas pessoas, bem como as especificidades do território que habitam. Nesse sentido, não é possível, por exemplo, instituir isolamento social em comunidades carentes da mesma forma que em grandes centros comerciais urbanos. Tais medidas precisam ser pensadas e discutidas por cada comunidade, inserindo as pessoas nesse processo, explicando a necessidade das medidas a serem tomadas, através de uma comunicação aberta, participativa, coresponsabilizando a todos por essas ações. Assim, entende-se de fundamental importância a Educação Popular no âmbito da saúde. Seguindo preceitos de Paulo Freire, reconhecido educador e filósofo brasileiro, essa perspectiva considera valiosos os conhecimentos e saberes de cada pessoa, estimulando o pensar e agir democrático a partir da construção compartilhada do conhecimento. Agentes comunitários de saúde, conselheiros tutelares, pessoas inseridas na comunidade conseguem reconhecer com maior propriedade as condições de vida de seus pares, atuando, assim, a partir da realidade dessas pessoas, o que favorece um pensar e agir mais efetivo, a partir das necessidades de cada um. • Para conhecer melhor sobre Paulo Freire, você pode acessar este link https://brasilescola.uol.com.br/biografia/paulo-freire.htm • Neste link, disponibilizamos artigo que aborda "Educação em saúde: perspectivas de uma equipe da Estratégia Saúde da Família sob a óptica de Paulo Freire": https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034- 71672010000400011&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1763-o-que-e-uma-pandemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672010000400011&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672010000400011&script=sci_arttext&tlng=pt Este curso foi elaborado com base em documentos e publicações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e artigos científicos. 2. Saúde mental em tempos de pandemia 2.1 Impactos psicológicos da pandemia do COVID-19 Diversas foram as mudanças que as pessoas tiveram que fazer em suas rotinas para reduzir a contaminação e também a disseminação do novo Coronavírus, uma situação nova que pode causar impactos no bem-estar psicológicos e na saúde mental (Brooks et al, 2020; Ornell et al, 2020). As medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde para reduzir a contaminação e disseminação do COVID-19 incluem: • Isolamento social: para as pessoas infectadas • Quarentena: para os casos suspeitos ou para as pessoas que tiveram contato com algum caso confirmado • Distanciamento social: para a população em geral, com diminuição do contato e interação social presencial Esses podem ser considerados fatores estressores potenciais, que modificam de maneira significativa a rotina da população e que, consequentemente, podem estar interferindo de forma negativa na saúde mental e influenciando no aumento dos índices de ansiedade, estresse e depressão. Dentro desse contexto, estudos apontam impactos psicológicos ligados diretamente à pandemia do COVID-19, manifestados por meio de sintomas de ansiedade, estresse e depressão (Qian et al, 2020; Zhang et al, 2020; Wang et al, 2020). A pandemia do COVID-19 é a uma emergência de saúde pública.O distanciamento social por ela provocado pode causar impactos na saúde mental, desencadeando sintomas como ansiedade, medo, raiva, estresse e depressão (Vasconcelos et al, 2020). Reforça-se que o convívio social é considerado um fator importante para manutenção da saúde mental. A ansiedade pode ser classificada como normal e patológica, sendo que primeira citada pode ser percebida no momento em que ainda é possível que o indivíduo responda de forma adaptativa a situações ameaçadoras (MANFREDINI; ARGIMON, 2015). Ou seja, é uma emoção própria da vivência humana, caracterizada por uma reação natural e também fundamental para autopreservação (CLAUDINO; CORDEIRO, 2016). Já a ansiedade patológica, é considerada uma resposta inadequada (em duração ou intensidade) a um estímulo específico (MANFREDINI; ARGIMON, 2015), que se revela de maneira mais frequente e intensa do que a ansiedade normal, trazendo junto sintomas que podem causar prejuízo e sofrimento na vida cotidiana, tais como: evasão escolar, abuso de substância e abandono de emprego (DSM-5, 2014). A tristeza é uma reação normal que pode ocorrer em muitos momentos da vida de um indivíduo, principalmente frente a situações que envolvem perda ou frustração. Esse estado de humor não deve ser confundido com a depressão clínica, que traz consequências importantes para a vida da pessoa, interferindo em sua capacidade para trabalhar, se divertir, se relacionar e dormir (EY; BERNARD; BRISSET, 1978). A depressão é considerada uma resposta psicológica na medida em que o indivíduo precisa se adaptar a essa nova condição. Algumas pessoas se aposentam-se por invalidez; outros precisam mudar de trabalho, as atividades sociais e recreativas tornam-se diminuídas, pois a pessoa passa a sentir-se constrangido e estigmatizado devido à sintomatologia tornando-se recluso em sua própria casa (LACASSE; ROUSSEAU; MALTAIS, 2001). A depressão é um sofrimento psíquico que possui causas multifatoriais, e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, esse número chega a 11,5 milhões de indivíduos, o que corresponde a cerca de 5,8% da população brasileira (OMS, 2017). O estresse é a resposta a um evento a partir do qual o indivíduo se sente ameaçado. Diante disso, entende-se que a ansiedade, a depressão e o estresse são importantes fatores que afetam a qualidade de vida e que, diante da pandemia do COVID-19, podem causar impactos na saúde mental. O excesso de notícias sobre a pandemia, a mudança de rotina, o distanciamento físico, e as consequências econômicas, sociais e políticas relativas a esse novo cenário podem aumentar ou prolongar esse desconforto emocional. Dar conta desses desafios atuais pode não ser uma tarefa fácil para todos (WEIDE et al., p. 2). Podemos sentir que estamos sobrecarregados, especialmente quando pensamos ou sentimos que: • não conseguimos fazer as coisas do nosso jeito; • não temos capacidade para lidar com os desafios; • não contamos com o apoio necessário de pessoas que são, para nós, importantes. (WEIDE et al., p. 2) As relações com os outros são muito importantes, pois desde pequenos aprendemos a enfrentar situações desafiadoras e estressantes com o apoio das pessoas que estão à nossa volta. Por isso, cuide das suas relações, pois ter apoio e ajuda dos outros é particularmente importante nas situações de crise (WEIDE et al., p. 3). É extrema importância o desenvolvimento de estratégias de apoio psicológico a serem implementadas pelas políticas públicas durante e após a pandemia do Covid-19. 2.2 Como reconhecer sintomas de depressão e ansiedade Este momento de isolamento e crise pode gerar sintomas de tristeza e ansiedade que, às vezes, podem ficar mais graves e sair do nosso controle. Assim, é importante saber identificá-los e buscar auxílio profissional quando necessário. Cada pessoa reage de uma maneira nessas situações de incerteza. Os sintomas mais frequentes estão listados a seguir. SINTOMAS DE DEPRESSÃO: • Sentir muita tristeza, vazio e desamparo. • Sentir-se inútil. • Sentir-se culpado. • Ter vontade de chorar com frequência. • Ter medo ou preocupações excessivas. • Apresentar mudanças no apetite. • Ter insônia ou sono excessivo. • Perceber que a memória ou a concentração estão piores. • Sentir cansaço físico ou falta de vontade para realizar atividades. • Sentir-se desmotivado ou não ter prazer pelas coisas. • Pensar em morrer ou ter vontade de tirar a própria vida. • Sentir falta de esperança. SINTOMAS DE ANSIEDADE: • Sentir-se muito agitado com frequência. • Ter preocupação excessiva durante grande parte do tempo. • Ter dificuldades para relaxar. • Aborrecer-se muito com pequenas coisas do dia a dia. • Sentir tensão muscular, tremor, taquicardia, suor excessivo, dor de cabeça e desconforto no estômago. • Ter pesadelos. • Ficar nervoso com frequência. • Ficar chateado com frequência. Você deve buscar o auxílio de algum profissional (psicólogo ou psiquiatra) quando perceber que muitos desses sintomas se tornaram diários e frequentes (a maior parte do tempo). Devem ser graves o suficiente para causar prejuízos em outros domínios da sua vida. Se você passar o dia inteiro na cama porque não tem vontade de fazer nada, sentir muita tristeza e vontade de chorar, sentir-se inútil e tiver falta de apetite, fique alerta. E se todos esses sintomas estão presentes há duas semanas pelo menos, na maior parte do tempo, e cada vez piores, procure ajuda! Em alguns momentos da vida ou em situações específicas, é natural apresentarmos alguns desses sinais – por exemplo, quando perdemos o cartão do banco. Nesse caso, é normal termos muitos sintomas de ansiedade até resolvermos a situação. No entanto, eles devem desaparecer assim que for resolvida. Como e onde procurar ajuda? Caso sinta que precisa de ajuda especializada, consulte o Disque-Saúde (número de telefone 136) para instruções. Se houver sofrimento psíquico intenso, você também pode contar com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece apoio emocional pelo número de telefone 188. Atendimentos na modalidade online Neste momento, profissionais da saúde mental oferecem diversos tipos de acompanhamento e atendimento pela internet (por exemplo, através de chamada de vídeo pelo WhatsApp). Alguns tipos de atendimento que você pode encontrar são os listados a seguir: 1. Acolhimento ou aconselhamento psicológico: atendimento que busca diminuir o sofrimento emocional e auxiliar na construção de estratégias de enfrentamentos mais saudáveis. 2. Psicoterapia: atendimento realizado por psicólogo ou psiquiatra para o tratamento de problemas psicológicos e de saúde mental. Esse é o tipo de ajuda que você precisa buscar se estiver pensando em tirar a própria vida (pensamentos suicidas) ou se tem a ideia de que a vida não vale a pena. 3. Grupos de apoio: o atendimento em grupo tem como objetivos o acolhimento e a troca entre pessoas com necessidades em comum. Para ter acesso a esses serviços, você pode entrar em contato com universidades, clínicas, profissionais ou serviços de saúde de seu município, que irão indicar o atendimento dentro das possibilidades de cada um. LEMBRE: CUIDAR DA SAÚDE MENTAL É CUIDAR DA VIDA! 2.3 Autoestima durante a pandemia A autoestima pode ser definida como a consciência que a pessoa tem sobre o próprio valor e o respeito a si mesma. É um sentimento de merecimento, confiança, valorização e satisfação pessoal. Ter um uma autoestima positiva auxilia na manutenção da saúde mental e do bem-estar psicológico. Em função do isolamento e de toda a insegurança gerada pela pandemia, podem surgir sintomas de tristeza, vazio, desamparo, falta de esperança, medo, preocupações excessivas, mudanças no apetite e no sono, irritação, cansaço, desmotivação, agitação, tensão muscular e nervosismo.Além disso, com o afastamento de amigos e de familiares e sem participação em encontros sociais, ficando a maior parte do tempo em casa, é normal que o cuidado pessoal diminua. Com isso, podemos ficar mais inseguros e insatisfeitos em relação a nós mesmos. 2.4 Dicas para cultivar o bem-estar psicológico durante a pandemia O que posso fazer em casa? O isolamento social pode ser incômodo, mas, neste momento, é preciso evitar aglomerações e encontros coletivos. Entretanto, isso não impede que tenhamos contato social. O uso das redes sociais pode contribuir para diminuir o sentimento de solidão, sendo uma aproximação, mesmo que virtual. Você também pode aproveitar esse tempo para organizar sua casa, estimular sua atenção e memória e fortalecer os laços familiares com as pessoas que moram com você ou virtualmente (Irigaray, 2020, p. 17). Dicas para cultivar o bem-estar psicológico • Elaborar um “diário da gratidão”. Envolve escrever, uma vez por dia, algo pelo que você é grato. Por exemplo, ser grato por uma ligação recebida de um neto que não vê há tempo. • Assistir a filmes e seriados. • Brincar com os animais de estimação. • Cuidar das plantas. • Ler, escutar música, cantar e dançar. • Meditar ou fazer uma prática de mindfulness. • Cultivar momentos de espiritualidade. • Reservar um momento do dia para fazer suas orações e reflexões, procurando canalizá-las para aspectos positivos. • Não passar o dia inteiro de pijama. • Não ficar o dia inteiro lendo, ouvindo ou assistindo notícias sobre o Coronavírus. Procure estar informado, mas não sobrecarregue sua mente com informações negativas. Escolha um momento para se informar, como o horário do telejornal preferido. (Irigaray, 2020, p. 19) 2.5 Recomendações em saúde mental no contexto da Covid-19 Acesse o link abaixo para acessar a Plataforma virtual com recomendações e orientações em saúde mental e atenção psicossocial na Covid-19, com acesso livre e gratuito. https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/coronavirus/saude-mental-em-tempos-de- coronavirus/ 2.6 Enfrentando a pandemia de maneira mais positiva Professora Doutora Cristiane Esteves Dalla Costa: Nesse momento atual, é pertinente nos perguntarmos: O que a pandemia do coronavírus pode nos ensinar? Os momentos de crise como esse são oportunidades importantes para desenvolvermos e exercitarmos nossas forças e virtudes, que são pilares da psicologia positiva. A psicologia positiva entende que todos nós podemos desenvolver características para nos tornarmos pessoas mais virtuosas. https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/coronavirus/saude-mental-em-tempos-de-coronavirus/ https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/coronavirus/saude-mental-em-tempos-de-coronavirus/ O nosso cérebro possui uma grande capacidade adaptativa que chamamos de neuroplasticidade. A partir disso podemos entender que o cérebro possui uma habilidade para se adaptar a experiências novas vividas. Tal como a situação de isolamento social em que estamos vivendo. Essa pode ser uma oportunidade para exercer a criatividade, aprender coisas novas, desfrutar de pequenos prazeres e criar novos hábitos. Em 0:53 a tela exibe a mensagem: "Por isso convidamos você a..." Professora Doutora Cristiane Esteves Dalla Costa: Descobrir novas maneiras de enfrentar a pandemia de uma forma mais positiva. Coronavírus: conceitos e cuidados - Turma 2021A 1. Coronavírus: conceitos e cuidados 1.1 O que é Coronavírus? COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo coronavírus, SARS-CoV-2, que é um patógeno respiratório. Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies animais. Há registros de coronavírus no gado, em gatos, camelos e morcegos.... 1.2 Transmissão e prevenção do Coronavírus 1.3 Sintomas do Coronavírus 1.4 Diagnóstico 1.5 Tratamento Até então, não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus. Diversos medicamentos estão sendo testados, mas ainda não há um consenso sobre a efetividade do uso desses remédios. Isolamento Domiciliar 1.6 Covid-19: cuidados que devem ser tomados com os animais domésticos 1.7 O que é uma pandemia? 1.8 Coronavírus: especificidades sociais Este curso foi elaborado com base em documentos e publicações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e artigos científicos. 2. Saúde mental em tempos de pandemia 2.1 Impactos psicológicos da pandemia do COVID-19 2.2 Como reconhecer sintomas de depressão e ansiedade Como e onde procurar ajuda? Atendimentos na modalidade online 2.3 Autoestima durante a pandemia 2.4 Dicas para cultivar o bem-estar psicológico durante a pandemia O que posso fazer em casa? Dicas para cultivar o bem-estar psicológico 2.5 Recomendações em saúde mental no contexto da Covid-19 2.6 Enfrentando a pandemia de maneira mais positiva
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