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Chikungunya

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Chikungunya 
O quadro da doença é bem característico. É uma arbovirose provocada pelo vírus chikungunya e é transmitida através de picada de mosquito, que pode ser o aedes aegypti (mesmo mosquito que transmite dengue).
Chikungunya – vem do dialeto africano que significa “o homem que se dobra”.
-> Justamente por causa das queixas articulares que são bem proeminentes.
Os primeiros relatos dessa doença começaram 2006/2007, já no Brasil foi em setembro de 2014.
Essa virose tem um período de incubação que é em média de 3 a 7 dias mas que pode variar até 2 semanas. Geralmente as pessoas que tem chikungunya são sintomáticas (cerca de 80 a 95% dos pacientes), umas mais leves e outras não.
A doença pode seguir três fases: aguda (7 a 14 dias), subaguda (14dias a 3 meses) e crônica (+ de 3 meses).
FASE AGUDA – Principais sintomas são febre e artralgia
 
-> Poliartralgia
-> Geralmente simétrica
-> Grandes e pequenas articulações
-> Artrite
-> Edema periarticular
-> Tenossinovite
-> Rigidez
Por causa do acometimento das articulações há dificuldade para se locomover.
Manifestações atípicas
· Crianças parecem ter o quadro mais leve.
3 arboviroses presentes no meio que tem sintomas “parecidos”.
Das 3, os sintomas que permanecem por mais tempo é a chikungunya.
FASE SUBAGUDA/CRÔNICA
Pacientes com sintomas de 14 dias até 3 meses e mais de 3 meses, respectivamente.
Cerca de 47,6% dos pacientes.
Persistentes são os sintomas que nunca melhoraram desde a fase aguda eles continuam sem ter o período de remissão.
A maioria dos casos tem o curso recidivantes, que é quando o paciente tem, melhora e depois tem uma recaída e os sintomas voltam a incomodar, principalmente os sintomas articulares.
· Oligo ou poliartralgia
· Simétrica ou não
· Migratório
· Mãos/punhos, pés/ tornozelos (esses são os mais freqüentes, mas afetam outras articulações)
· Rigidez matinal
· Artrite
· Neuropatia 
Geralmente a doença intensifica um problema já existente, por exemplo, alguém que tenha artrose de joelho e tenha pegado chikungunya, o joelho piora.
Além de dor articular o paciente pode apresentar dores neuropáticas (queimação, dor de choque, parestesia). É importante caracterizar por causa do tratamento que é um pouco diferenciado nesses casos.
FATORES DE RISCO – subaguda/crônica
· Sexo feminino
· Idade > 40 – 45 anos
· Sintomas agudos proeminentes
· Doença articular prévia
· Comorbidades (principalmente diabetes m.) 
Diagnóstico 
O ministério da saúde classifica o paciente como caso suspeito, caso confirmado e o caso atípico.
Caso suspeito = Critérios clínicos + epidemiológicos 
Caso confirmado = Caso suspeito + critério laboratorial
Caso atípico = Quando há confirmação laboratorial + sintomas atípicos (neurológicos, cardíacos, dermatológicos, oftalmológicos, renais, respiratórios.) 
Chikungunya e reumatologia 
Por mais que a chikungunya seja uma doença infecciosa, se estuda isso na reumatologia porque é uma doença que apresenta uma manifestação articular muito significativa, mas existem outras relações entre chikungunya e doença reumatológica, a primeira é fazer o diagnóstico diferencial, pode se achar que é chikungunya e ser o começo de uma doença reumatológica ou exacerbar os sintomas da doença reumatológica por causa da chikungunya. 
Outra coisa é a chikungunya funcionar como um gatilho para doença reumatológica. 
Estudo que acompanhou 159 pacientes que continuaram com queixas musculoesqueléticas por mais de 4 meses e foram encaminhados pro reumatologista.
· 43 ficaram com queixa musculoesquelética que pode ser loco regional – 15 ( como bursite, por exemplo) ou queixa musculoesquelética difusa – 28 - que é tipo uma fibromialgia.
· 4 desses 159 desenvolveram um diagnóstico de gota
· De 112 pacientes, 18 tinham uma doença reumatológica pré existente que exacerbou e 94 apresentaram uma nova doença
Por isso a importância da avaliação especializada por causa do tratamento.
Chikungunya >>> doença articular inflamatória crônica reumatológica 
- Possibilidade de a chikungunya evoluir como uma doença articular inflamatória crônica: 
· Comprometimento poliarticular > 3 meses
· Rigidez matinal 
· Pode ter presença de sinovite e tenossinovite (≠ edema periarticular)
· Auto-Anticorpos positivos 
· Alterações radiográficas 
- Esses que são características de doenças reumáticas específicas.
Critérios para doenças articulares inflamatórias crônicas pós chik.
· > 4 articulações com artrite (*)
· Duração ≥ 6 semanas
· Ausência de outro diagnóstico alternativo que explique melhor essa situação (**)
(*) Artrite -> sinovite, calor ou eritema na articulação, rigidez matinal > 30 min e dor inflamatória.
(**) Diagnóstico alternativo -> artrite reumatóide, gota, espondiloartrite, doenças autoimune, sarcoidose, hepatite crônica.
Diagnóstico diferencial 
(não dá pra ver direito mas ela só falou por cima, não focou na tabela porque já tinha falado antes [tabela verde]) 
Diagnóstico diferencial na fase subaguda/crônica
Tem que diferenciar das doenças reumatológicas crônicas: artrite reumatóide, espondiloartrite, osteoartrite, fibromialgia.
Chamando a atenção que o paciente pode já ter esses diagnósticos e piorar por causa da chikungunya ou não ter e depois da chik. passar a apresentar características específicas de uma dessas doenças.
Tratamento
Recomenda-se que na fase aguda o paciente seja tratado na atenção básica mesmo, com a utilização de analgésico comum, como paracetamol, dipirona ou até um analgésico mais forte como tramadol, caso haja componentes neuropáticos irá utilizar medicação específica para isso. Obs: a fisioterapia deve ser recomendada desde a fase aguda.
Se os sintomas persistem após 14 dias, vai para o tratamento da fase subaguda e crônica. Nesses casos tem o maior impacto na qualidade de vida, pode ser a causa de faltas no trabalho, maior gasto na área da saúde (tanto pública como privada). Esse tratamento deve ser interdisciplinar. Os pacientes crônicos são divididos em dois, o grupo que tem queixas musculoesqueléticas não inflamatórios: localizados e difusos; e os pacientes que tem o quadro inflamatório. Os medicamentos são basicamente os mesmos utilizados no tratamento de doenças reumáticas crônicas.
 
A fisioterapia é importante tanto na fase aguda como na fase crônica. 
· OBJETIVOS 
- Dor e redução do edema: crioterapia, TENS, terapia manual, bandagens compressivas;
- Manutenção da função articular: exercícios ativos leves (cautela), órteses
- Melhoria do condicionamento físico e postura: evitar posturas antálgicas, adoção de decúbitos que favoreçam o retorno venoso
Na fase aguda 
* Crioterapia, TENS, terapia manual, bandagens compressivas;
* Exercícios ativos leves (cautela), órteses
* Evitar posturas antálgicas, adoção de decúbitos que favoreçam o retorno venoso
 
Na fase crônica
** Eletrotermofototerapia
** Terapia manual
** Fisioterapia aquática
** Alongamentos
** Exercícios terapêuticos: passivos, ativos livres e ativos resistido – progressivo 
** Treinamento proprioceptivo
**Exercícios aeróbicos

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