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Matemática Empresarial Márcia Castiglio da Silveira Direção Superior Chanceler Reitora Presidente da Mantenedora Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Pró-Reitor Administrativo Pró-Reitora Acadêmica Pró-Reitor de Extensão Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Joaquim de Oliveira Marlene Salgado de Oliveira Jefferson Salgado de Oliveira Wellington Salgado de Oliveira Jefferson Salgado de Oliveira Wallace Salgado de Oliveira Jaina dos Santos Mello Ferreira Manuel de Souza Esteves Marcio Barros Dutra Departamento de Ensino a Distância Diretora Assessora Coordenadora Geral da Pós-Graduação Claudia Antunes Ruas Guimarães Andrea Jardim Maria Alice Correa Ribeiro Ficha Técnica Redação Pedagógica Revisão Projeto gráfico Editoração Capa Marcia Castiglio da Silveira Terezinha Tarcitano Andreza Nacif, Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Editora Imprensa Livre Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Coordenação Geral Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217 - Centro - Niterói RJ Cep 24020-420 www.universo.edu.br © Departamento de Ensino a Distância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de ne- nhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo - Campus Niterói Silveira, Márcia Castiglio. Matemática empresarial / Márcia Castiglio da Silveira – Porto Alegre : Imprensa Livre, 2009. 194 p. ISBN 978-85-7697-127-6 1. Matemática aplicada. I. Título CDU 51 Bibliotecária responsável: Elizabeth Franco Martins CRB 7/4990 S587m 3 Matemática Empresarial Informações sobre a disciplina NOME DA DISCIPLINA: Matemática Empresarial CARGA HORÁRIA: 45h CRÉDITOS: 03 EMENTA Razão e proporção, grandezas proporcionais, regra de três, regras de arredon- damento, porcentagem, conceitos básicos de estatística, juros, desconto, estudo das taxas e equivalência de capitais e séries de pagamento. 5 Matemática Empresarial Sumário Apresentação da disciplina...............................................................................................................7 Plano da disciplina...............................................................................................................................9 Unidade 1 | Razão e Proporção....................................................................................................13 Unidade 2 | Grandezas Proporcionais e Regra de Três.........................................................29 Unidade 3 | Regras de Arredondamento e Porcentagem...................................................43 Unidade 4 | Estatística: Conceitos Básicos................................................................................61 Unidade 5 | Medidas de Tendência Central.............................................................................83 Unidade 6 | Medidas de Variabilidade.......................................................................................99 Unidade 7 | Juros............................................................................................................................115 Unidade 8 | Desconto....................................................................................................................137 Unidade 9 | Estudo das taxas e equivalência de capitais.................................................151 Unidade 10 | Séries de pagamento..........................................................................................167 Conhecendo a autora.....................................................................................................................187 Referências.........................................................................................................................................189 Anexos.................................................................................................................................................191 7 Matemática Empresarial Apresentação da disciplina Caro aluno, Apresentamos neste livro o conteúdo da disciplina de Matemática Empresarial. Ela contempla dois assuntos importantes: matemática financeira e estatística. Nos primeiros capítulos revisamos conceitos básicos de razão, proporção, grandezas proporcionais e regra de três, pois esses são essenciais para o entendimento das relações entre as variáveis, tanto na matemática financeira quanto na estatística. Vamos ver diferentes modos de cálculos envolvendo porcentagens e os conceitos básicos de estatística, as tabelas, os gráficos e as medidas de tendência central e de variabilidade. Com relação à matemática financeira, vamos estudar os juros, os descontos, as taxas, as equivalências de capitais e as séries de pagamento. No estudo de matemática financeira, além das operações simples como multiplica- ções e divisões, são também realizadas operações como potenciação e radiciação. Assim, uma calculadora com quatro operações é insuficiente para realizar as ativida- des propostas. Para operar com as fórmulas da matemática financeira precisamos, no mínimo, de uma calculadora científica. Além dela, podemos utilizar calculadoras financeiras (por exemplo a HP-12C) e também a planilha de cálculo Excel. Por isso, ao longo do livro você vai encontrar dicas de como utilizar essas ferramentas de cálculo. Para complementar seus estudos, sugerimos alguns livros que apresentam os conte- údos de matemática financeira com o uso de calculadoras financeiras: 8 Matemática Empresarial BRANCO, Anísio Costa Castelo. Matemática Financeira aplicada: método algébrico, HP-12C, Microsoft Excel. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. DAL ZOT, Wili. Matemática Financeira. 4. ed. rev. Ampl. Porto Alegre: Ed. da Universi- dade da UFRGS, 2006. GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática Financeira com HP 12c e Excel. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KRUSE, Fábio. Matemática financeira: conceitos e aplicações com uso da HP-12C. 2. ed. Novo Hamburgo : Ed. FEEVALE, 2005. Concluindo, cada aluno deve fazer uso da calculadora que melhor se adequar as suas necessidades. Bons estudos! Profª. Márcia Castiglio da Silveira 9 Matemática Empresarial Plano da disciplina UNIDADE 1: RAzãO E PROPORçãO 1.1 Razão 1.2 Razão inversa ou recíproca 1.3 Proporção 1.4 Propriedade Fundamental das Proporções 1.5 Números proporcionais 1.6 Divisão Proporcional UNIDADE 2: GRANDEzAS PROPORCIONAIS E REGRA DE TRêS 2.1 Grandezas diretamente e inversamente proporcionais 2.2 Regra de três simples 2.3 Regra de três composta UNIDADE 3: REGRAS DE ARREDONDAMENTO E PORCENTAGEM 3.1 Regras de Arredondamento 3.2 Porcentagem 3.3 Imposto de Renda 10 Matemática Empresarial UNIDADE 4: ESTATíSTICA: CONCEITOS BÁSICOS 4.1 Tabelas 4.2 Gráficos UNIDADE 5: MEDIDAS DE TENDêNCIA CENTRAL 5.1 Medidas de tendência central para dados não agrupados 5.2 Medidas de tendência central para dados agrupados UNIDADE 6: MEDIDAS DE VARIABILIDADE 6.1 Amplitude 6.2 Variância e desvio padrão 6.3 Aplicando o conceito de variabilidade UNIDADE 7: JUROS 7.1 Juros Simples 7.2 Taxas de Juros 7.3 Juros Compostos 7.4 Exercícios Resolvidos 11 Matemática Empresarial UNIDADE 8: DESCONTO 8.1 Desconto simples comercial 8.2 Desconto simples racional 8.3 Taxa de desconto e taxa de juros 8.4 Desconto composto racional UNIDADE 9: ESTUDO DAS TAxAS E EqUIVALêNCIA DE CAPITAIS 9.1 Transformação de uma taxa nominal em uma taxa efetiva 9.2 Transformação de taxas efetivas 9.3 Equivalência de CapitaisUNIDADE 10: SÉRIES DE PAGAMENTO 10.1 Séries Postecipadas 10.2 Séries Antecipadas 10.3 Cálculos de séries de pagamento postecipadas e antecipadas no Excel 10.4 Cálculos de séries de pagamento postecipadas e antecipadas com HP-12C 10.5 Séries Diferidas 1 Razão e Proporção Razão Razão inversa ou recíproca Proporção Propriedade Fundamental das Proporções Números proporcionais Divisão Proporcional Bem-vindo à primeira unidade! 15 Matemática Empresarial 1. Razão e Proporção Existem conceitos bastante simples em matemática e que são fundamentais em pro- blemas do dia a dia, além de servirem de base para outros conceitos matemáticos. Vejamos, neste capítulo, os conceitos de razão, proporção e divisão proporcional. 1.1 Razão De modo muito simples, em Matemática, razão significa divisão. Isto é: Razão é o quociente entre dois números. Vamos ver alguns exemplos nos quais podemos perceber a razão como um instru- mento útil para comparar dois números. a) Em determinado período, enquanto a Revista ABC tem vendagem de 20.000 exemplares, a Revista XYZ tem vendagem de 5.000 exemplares. Calculando a razão entre a vendagem das revistas, temos: 16 Matemática Empresarial Isso quer dizer que a Revista ABC vende 4 vezes mais que a Revista XYZ. b) Uma empresa realiza seleção de funcionários para preenchimento de 15 vagas. São inscritos para essa seleção 74 candidatos. Qual é a relação de candidatos por vaga? Calculando a razão entre o número de candidatos e o número de vagas, temos: Isso significa que existem 4,93333... candidatos por vaga. Nesse caso, como a razão é um número decimal, podemos fazer uma aproximação e dizer que temos mais de 4 candidatos por vaga, ou ainda, que temos aproximadamente 5 candidatos por vaga. Conceito de Razão1 Razão de dois números a e b, com b... 0, é o quociente de a por b. Representação: Lê-se: a está para b ou, simplesmente, a para b. Os termos a e b são chamados de antecedente e consequente, respectivamente. Assim, na razão 2/3 por exemplo, lê-se 2 está para 3 ou 2 para 3, em que 2 é o ante- cedente e 3 é o consequente. 1 CRESPO, 1999, p. 11. 17 Matemática Empresarial 1.2 Razão inversa ou recíproca Duas razões são chamadas razões inversas ou recíprocas quando o antecendente de uma é o consequente da outra, e vice-versa. Por exemplo: As razões 2/3 e 3/2 são inversas. As razões ¼ e 4 são inversas. (Lembre-se que 4 é o mesmo que 4/1) As razões 5/4 e 4/5 são inversas. (Não há nenhum problema se as duas razões forem negativas!) É importante ressaltar que o número zero não possui razão inversa, pois zero pode ser antecedente, mas não pode ser consequente. Outra observação é que o produto de duas razões inversas é sempre 1 (um). Veja os exemplos: (Lembre-se que menos vezes menos é mais!) Os conceitos de razão e de razão inversa são bastante simples e muito importantes para fundamentar o conceito de proporção. 18 Matemática Empresarial 1.3 Proporção Uma proporção é a igualdade de duas razões. Desse modo, para que se tenha a igual- dade, as duas razões devem representar a mesma quantidade. Por exemplo, ½ e 4/8 formam uma proporção, pois ½ = 4/8. Para que fique claro, veja a ilustração abaixo: Como se pode notar, a parte destacada mais escura que representa ½ é igual a parte destacada que representa 4/8. Nesse caso, a fração ½ é considerada coeficiente de proporcionalidade ou constante de proporcionalidade. Usa-se a fração na sua forma irredutível, isto é, que não é mais simplificável, mas também está correto utilizar a forma decimal que, neste exemplo, é 0,5. Outros exemplos: 2/6 = 6/18 o coeficiente de proporcionalidade é 1/3, pois as razões são equivalentes a 1/3. 20/100 = 2/10 o coeficiente de proporcionalidade é 1/5, pois as razões são equiva- lentes a 1/5. 19 Matemática Empresarial Conceito de proporção2 Proporção é a igualdade de duas razões a/b e c/d (com a, b, c e d ≠ 0). Representação: ou a : b = c : d Lê-se: a está para b, assim como c está para d. Os termos a e d são chamados extremos e os termos b e c são chamados meios. Assim, na proporção 2/3 = 4/6, por exemplo, lê-se 2 está para3, assim como 4 está para 6, em que 2 e 6 são extremos e 3 e 4 são meios. 1.4 Propriedade Fundamental das Proporções Para toda a proporção, vale a seguinte propriedade: o produto dos meios é igual ao produto dos extremos, e vice-versa. Por exemplo, na proporção 2/3 = 4/6, o produto dos meios (3 × 4) é igual ao produto dos extremos (2 × 6) que é igual a 12. Veja na ilustração abaixo: 3 × 4 = 2 × 6 12 = 12 2 CRESPO, 1999, p. 13. 20 Matemática Empresarial Esta propriedade é muito importante para se calcular um termo desconhecido em uma proporção. Por exemplo, qual o valor de x na proporção Utilizando a propriedade fundamental das proporções, faz-se o produto dos meios (4 × 9) igual ao produto dos extremos (x × 2), isto é: 4 . 9 = x . 2 (Preferimos utilizar o ponto como sinal de multiplicação.) 36 = 2x 2x = 36 (Simplificamos os dois membros por 2.) x = 18 Assim, 18 é o termo desconhecido. Esta propriedade será utilizada na resolução dos problemas em que temos uma divi- são proporcional e também nos problemas de regra de três. 1.5 Números proporcionais3 3 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 25-26. Podemos comparar duas sucessões numéricas de números reais não-nulos (a, b, c, d, ...) e (a’, b’, c’, d’, ...) para saber se elas são sucessões de números direta ou inversa- mente proporcionais. 21 Matemática Empresarial Para ser, diretamente proporcional, precisamos que: Para ser, inversamente proporcional, precisamos que os números reais não-nulos a, b, c, d, ... sejam diretamente proporcionais ao inverso dos números a’, b’, c’, d’, ..., ou seja, diretamente proporcionais a Isto equivale a: a.a’ = b.b’ = c.c’ - d.d’ = ... = k. Vejamos dois exemplos: a) As sucessões (30, 45 e 60) e (2, 3 e 4) são diretamente proporcionais, pois: b) As sucessões (15, 10 e 6) e (2, 3 e 5) são inversamente proporcionais, pois: 15.2 = 10.3 = 6.5 = 30 30 é a constante de proporcionalidade. em que K é a constante de proporcionalidade , isto é: em que K é a constante de proporcionalidade 15 é a constante de proporcionalidade. 22 Matemática Empresarial 1.6 Divisão Proporcional4 Em algumas situações é necessário dividir um número em partes proporcionais ao invés de dividir em partes iguais. Por exemplo, quando duas ou mais pessoas se jun- tam em uma sociedade com atividade de fins lucrativos é justo que os lucros e os prejuízos sejam divididos entre elas proporcionalmente ao que cada uma investiu no negócio, ao invés de dividir igualmente. Por exemplo, imagine duas pessoas entrando em uma sociedade com os valores de R$ 20.000 e R$ 30.000. Transcorrido certo tempo, elas obtiveram R$ 100.000 de lucro. É justo dividir proporcionalmente. Como cada pessoa investiu um valor diferente, cada uma delas irá receber um valor também diferente. Digamos que a pessoa que investiu R$ 20.000 vai receber x e a que investiu R$ 30.000 vai receber y. Ao total terão que receber R$ 100.000, de onde, x + y = 100.000. Para ser diretamente proporcional, 4 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 28. (Em uma proporção, podemos somar os antecedentes entre si e também somar os consequentes entre si que a constan- te de proporcionalidade se mantém.) 23 Matemática Empresarial (Trocamos x + y por 100.000) (Propriedade Fundamental das Proporções) (Simplificamos os dois membros por 50.000.) Como x + y = 100000, então: 40000 + y = 100000 y = 100000 – 40000 y = 60000 Logo, a pessoa que investiu R$ 20.000 terá direito a R$ 40.000 e a pessoa que investiu R$ 30.000 terá direito a R$ 60.000. 25 Matemática Empresarial Exercícios5 – Unidade 1 1. Quais os valores de a e b na proporção , sabendo que a + b = 75? a) a = 30 e b = 45 b) a = 45 e b = 30 c) a = 40 e b = 35 d) a = 35 e b = 40e) a = 25 e b = 50 2. Sabendo que x + y + z = 29, descubra os valores de x, y e z na proporção. a) x = 10, y = 16 e z = 3 b) x = 16, y = 10 e z = 3 c) x = 3, y = 10 e z = 16 d) x = 6, y = 13 e z = 10 e) x = 13, y = 6 e z = 10 3. No Distrito Federal, a relação entre o número de funcionários públicos e o número de habitantes, em 1989, era, aproximadamente de 2 : 45. Se, nessa época, a popula- ção do DF era de 1.567.609 habitantes, o número de funcionários públicos pertence ao intervalo: a) entre 50 e 55 mil b) entre 55 e 60 mil c) entre 60 e 65 mil d) entre 65 e 70 mil e) entre 70 e 75 mil 5 As atividades deste capítulo foram adaptadas de PARENTE e CARIBÉ, 1996. 26 Matemática Empresarial 4. Encontre os valores de x, y e z, sabendo que as sucessões (x, 3, z) e (9, y, 36) são inversamente proporcionais com coeficiente de proporcionalidade k = 36. a) x = 4, y = 12 e z = 3 b) x = 4, y = 12 e z = 1 c) x = 12, y = 4 e z = 3 d) x = 3, y = 12 e z = 4 e) x = 1, y = 4 e z = 12 5. Duas pessoas formaram uma sociedade comercial e combinaram que o lucro da firma seria dividido em partes diretamente proporcionais às quantias investidas por cada uma na formação da sociedade. A primeira pessoa investiu R$ 20.000,00 e a segunda R$ 30.000,00. Sabendo que a sociedade rendeu R$ 15.000,00, no final de um ano, calcule a parte desse lucro que caberá ao sócio que investiu R$ 20.000,00. a) R$ 1.000,00 b) R$ 3.000,00 c) R$ 6.000,00 d) R$ 9.000,00 e) R$ 12.000,00 6. O dono de uma indústria resolveu distribuir entre seus três gerentes uma gratifica- ção de R$ 133.700,00. Quanto coube a cada um, se a distribuição foi feita em partes de proporcionalidade composta, diretamente ao tempo de serviço de cada um e inversa aos seus salários? Gerente Tempo (anos) Salário (R$) A 15 12.000 B 13 9.100 C 12 10.800 27 Matemática Empresarial a) A = R$ 39.200,00, B = R$ 44.100,00 e C = R$ 50.400,00 b) A = R$ 44.100,00, B = R$ 39.200,00 e C = R$ 50.400,00 c) A = R$ 39.200,00, B = R$ 50.400,00 e C = R$ 44.100,00 d) A = R$ 50.400,00, B = R$ 44.100,00 e C = R$ 39.200,00 e) A = R$ 44.100,00, B = R$ 50.400,00 e C = R$ 39.200,00 7. (Banco do Brasil) A e B fundaram uma sociedade. Três meses depois admitiram outro sócio, C. Sete meses depois da entrada do terceiro sócio C, aceitaram também o sócio D. Sabendo-se que todos entraram com capitais iguais, calcular a parte do só- cio D no lucro de R$ 227.835,00, verificado dois anos após a fundação da sociedade. a) R$ 21.352,00 b) R$ 38.430,00 c) R$ 43.560,00 d) R$ 57.645,00 e) R$ 58.000,00 Grandezas diretamente e inversamente proporcionais Regra de três simples Regra de três composta 2Grandezas Proporcionais e Regra de Três Bem-vindo à segunda unidade! 31 Matemática Empresarial 2. Grandezas Proporcionais e Regra de Três Neste capítulo vamos ver mais conceitos fundamentais para lidar com problemas matemáticos do cotidiano. Para melhor compreender a regra de três simples e tam- bém a regra de três composta, precisamos, inicialmente, saber identificar quando duas grandezas são direta ou inversamente proporcionais. 2.1 Grandezas diretamente e inversamente proporcionais6 Para iniciar, vamos entender o que vem a ser grandeza: Grandeza é tudo aquilo que pode ser medido. Por exemplo: comprimento, tempo, força, massa, velocidade, área, volume, intensidade de som, entre outros. Além de ser medida, a grandeza é suscetível a variações, isto é, ela pode aumentar ou diminuir. Ao comparar duas grandezas, podemos classificá-las como diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais entre si. 6 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 44-45. 32 Matemática Empresarial – Para que duas grandezas sejam diretamente proporcionais, ao ocorrer o aumento do valor de uma, necessariamente ocorre o aumento do valor da outra seguindo a mesma proporção. – Para que duas grandezas sejam inversamente proporcionais, ao ocorrer o aumento do valor de uma, necessariamente ocorre a diminuição do valor da outra seguindo a mesma proporção. Vamos ver um exemplo de cada situação: a) Grandezas tempo e distância são diretamente proporcionais. Um automóvel com velocidade constante de 80 km/h percorre: Tempo (h) Distância (km) 1 80 2 160 3 240 Quando ocorre o aumento do tempo de viagem ocorre proporcionalmente o au- mento da distância percorrida. As sucessões numéricas são diretamente proporcio- nais, então a razão entre os valores do tempo e os valores da distância é constante, isto é: 1/80 = 2/160 = 3/240 = ... b) Grandezas tempo e velocidade são inversamente proporcionais. Um automóvel com velocidade constante de 50 km/h percorre certa distância em 7 horas e com velocidade constante de 70 km/h percorre a mesma distância em 5 horas. 33 Matemática Empresarial Velocidade (km/h) Tempo (h) 50 7 70 5 Quando ocorre o aumento da velocidade do automóvel ocorre proporcionalmente a diminuição do tempo de viagem. As sucessões numéricas são inversamente pro- porcionais, então a razão entre os valores do tempo e os valores da distância é cons- tante, isto é: 50 . 7 = 70 . 5 350 = 350 2.2 Regra de três simples7 A regra de três é um conceito básico da Matemática que permite comparar duas grandezas direta ou inversamente proporcionais, relacionando os seus valores em uma proporção, na qual três termos são conhecidos e um termo é desconhecido. Exemplo 1: Em uma fábrica, 300 operários produzem 9.000 peças ao dia. Com a ad- missão de mais 100 operários, quantas peças serão produzidas ao dia? Em primeiro lugar, vamos considerar que a capacidade de cada funcionário é a mes- 7 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 45. 34 Matemática Empresarial ma, ou seja, eles têm o mesmo rendimento, produzindo a mesma quantidade de peças por dia. As duas grandezas relacionadas neste problema são: número de operários e número de peças produzidas ao dia. Então, para facilitar, anotamos os dados em uma tabela: Nº de Operários Nº de Peças 300 9000 400 X Precisamos decidir se a relação entre as grandezas é direta ou inversamente propor- cional. Veja que quanto mais aumenta o número de funcionários, mais peças serão produzidas ao dia. Então, como quando uma grandeza aumenta a outra grandeza também aumenta, a relação é diretamente proporcional. Basta montar a proporção, fazendo a razão entre o número de operários igual a ra- zão entre o número de peças produzidas ao dia: Logo, com 400 funcionários a fábrica produz 12.000 peças ao dia. 35 Matemática Empresarial Exemplo 2: Para realizar a construção de uma casa, 24 pedreiros levaram 180 dias. Se, ao invés de 24 fossem 15 pedreiros, quantos dias eles levariam para construir a mesma casa? Novamente, vamos considerar que a capacidade de cada pedreiro seja a mesma, isto é, que eles têm o mesmo rendimento de trabalho. As duas grandezas relacionadas neste problema são: número de pedreiros e quan- tidade de dias para execução da obra. Então, para facilitar, anotamos os dados em uma tabela: Nº de Pedreiros Nº de Dias 24 180 15 X Veja que, quanto mais diminui o número de funcionários, mais dias serão necessá- rios para a conclusão da obra. Então, como quando uma grandeza diminui a outra grandeza aumenta, a relação é inversamente proporcional. Quando a relação é inversa, para montar a proporção, fazemos a razão entre o núme- ro de pedreiros igual a razão inversa entre o número de dias: Logo, com 15 pedreiros a obra vai levar 288 dias para estar concluída. 36 Matemática Empresarial 8 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 48. 2.3 Regra de três composta8 A regra de três composta nada mais é do que relacionar três ou mais grandezas, sendo que uma delas varia na dependência proporcional das outras. Exemplo 1: Três operários, trabalhando durante 6 dias, produzem 400 peças. Quan- tas peças desse mesmo tipo 14 operários produzirão, trabalhando 18 dias? As três grandezas relacionadas neste problema são: número de operários, número de peças produzidas e número de dias.Então, para facilitar, anotamos os dados em uma tabela: No de Operários No de Peças No de Dias 3 400 6 14 X 18 Na regra de três composta, relacionamos a grandeza que contém a variável com as demais grandezas. Comparando o número de operários com número de peças, note que quanto mais aumenta o número de operários, mais peças serão produzidas. Então, como quando uma grandeza aumenta a outra grandeza aumenta, a relação é diretamente propor- cional. Comparando o número de peças com o número de dias, perceba que para produzir mais peças são necessários mais dias. Logo, quando uma grandeza aumenta a outra grandeza também aumenta, logo, a relação é diretamente proporcional. 37 Matemática Empresarial Neste caso, para montar a equação, fazemos a razão entre o número de peças (gran- deza em que temos a variável x) igual a razão entre o número de operários vezes a razão entre o número de dias: Logo, com 14 operários, trabalhando 18 dias, serão produzidas 5.600 peças. Exemplo 2: Se 20 operários levam 10 dias para levantar um muro de 2 metros de altu- ra e 25 metros de comprimento, quantos dias levarão 15 operários para construir um outro (de mesma largura), mas com 3 metros de altura e 40 metros de comprimento? As quatro grandezas relacionadas neste problema são: número de operários, núme- ro de dias, altura e comprimento. Então, para facilitar, anotamos os dados em uma tabela: No de Operários No de Dias Altura (m) Comprimento (m) 20 10 2 25 15 X 3 40 38 Matemática Empresarial Temos que relacionar a grandeza que contém a variável (nº de dias) com as demais grandezas. Comparando o número de operários com o número de dias, note que quanto mais aumenta o número de operários, menos dias serão necessários para a construção do muro. Então, como quando uma grandeza aumenta a outra grandeza diminui, a relação é inversamente proporcional. Comparando a altura com o número de dias, perceba que quanto mais alto for o muro mais dias serão necessários para a construção. Logo, como quando uma gran- deza aumenta a outra grandeza aumenta, a relação é diretamente proporcional. Comparando o comprimento com o número de dias, veja que quanto mais comprido for o muro mais dias serão necessários para a construção. Assim, como quando uma grandeza aumenta a outra grandeza aumenta, a relação é diretamente proporcional. Neste caso, para montar a equação, fazemos a razão entre o número de dias (gran- deza em que temos a variável x) igual a razão inversa entre o número de operários vezes a razão entre as alturas vezes a razão entre os comprimentos: Logo, 15 operários, para construir um muro de 3 metros de altura por 40 metros de largura levarão 32 dias. 39 Matemática Empresarial Exercícios9 – Unidade 2 1. Uma viagem seria feita em 12 dias percorrendo-se 150 km por dia. Quantos dias seriam necessários para fazer a mesma viagem percorrendo-se 200 km por dia? a) 6 dias b) 9 dias c) 12 dias d) 16 dias e) 18 dias 2. Um litro de água do mar contém 25 g de sal. Quantos litros de água devem ser evaporados para obtermos 8 kg de sal? a) 0,32 litros b) 3,2 litros c) 32 litros d) 320 litros e) 3200 litros 3. Um certo rei mandou 30 homens plantar árvores em seu pomar. Se em 9 dias eles plantaram 1000 árvores, em quantos dias 36 homens plantariam 4400 árvores? (Proposto no Líber Abaci, do ano de 1202) a) 17 dias b) 24 dias c) 33 dias d) 47 dias e) 53 dias 9 As atividades deste capítulo foram adaptadas de PARENTE e CARIBÉ, 1999. 40 Matemática Empresarial 4. Se 6 datilógrafos, em 18 dias de 8 horas, preparam 720 páginas de 30 linhas, com 40 letras por linha, em quantos dias de 7 horas, 8 datilógrafos comporão 800 pági- nas, de 28 linhas por página e 45 letras por linha? a) 10 dias b) 12 dias c) 14 dias d) 16 dias e) 18 dias 5. A produção de uma tecelagem era de 8 000 m de tecido/dia. Com a admissão de mais 300 operários, a indústria passou a produzir 14 000 m de tecido/dia. Qual era então o número de operários antes da admissão dos 300? a) 200 operários b) 300 operários c) 400 operários d) 500 operários e) 600 operários 6. (Banco do Brasil) Vinte e sete operários, trabalhando 8 horas diárias, durante 15 dias, fizeram um muro de 20 metros de comprimento, 1 metro e 80 centímetros de altura e 30 centímetros de espessura. Quantos operários seriam necessários para a construção de outro muro de 30 metros de comprimento, 2 metros de altura e 27 centímetros de espessura, se eles trabalhassem 9 horas por dia, durante 18 dias? a) 27 operários b) 28 operários c) 29 operários d) 30 operários e) 31 operários 41 Matemática Empresarial 7. As dificuldades de dois trabalhos estão na razão de 3 para 4. Um operário, que faz 20 metros do primeiro trabalho, quantos metros fará do segundo, no mesmo tempo? a) 15 metros b) 16 metros c) 17 metros d) 18 metros e) 19 metros Regras de Arredondamento Porcentagem Imposto de Renda 3Regras de Arredondamento e Porcentagem Bem-vindo à terceira unidade! 45 Matemática Empresarial 3. Regras de Arredondamento e Porcentagem Este capítulo aborda as regras de arredondamento e o conceito de porcentagem. Os arredondamentos são necessários, pois os valores obtidos tanto nos cálculos de ma- temática financeira como nos cálculos estatísticos frequentemente são não exatos, de modo que precisamos utilizar um valor aproximado. Já o conceito de porcenta- gem é fundamental nos cálculos estatísticos e as taxas de juros costumam ser dadas como uma taxa percentual. 3.1 Regras de Arredondamento Para realizar contagens e numerações, utilizam-se, de modo exato, os números natu- rais (0, 1, 2, 3, 4, ...) que são valores discretos ou descontínuos. Para realizar algumas outras medidas, utilizam-se escalas contínuas de tal forma que os valores sendo não exatos precisam ser arredondados. A precisão da medida está relacionada ao número de casas decimais consideradas. Por exemplo, quando traba- lhamos com moeda interessa uma aproximação em duas casas decimais. No caso do Real, uma aproximação em centavos. 46 Matemática Empresarial Desse modo, quando for necessário realizar um arredondamento de dados, utiliza- se a Resolução nº 886/66 da Fundação IBGE10: Tabela 1: De acordo com a Resolução nº 886/66 da Fundação IBGE, o arredondamen- to é efetuado da seguinte maneira: Condições Procedimentos Exemplos < 5 O último algarismo a permanecer fica inalterado. 53,24 passa a 53,2 > 5 Aumenta-se de uma unidade o algarismo a permanecer. 42,87 passa a 42,9 25,08 passa a 25,1 53,99 passa a 54,0 = 5 Se ao 5 seguir em qualquer casa um algarismo diferente de zero, aumenta-se uma unidade no algarismo a permanecer. Se o 5 for o último algarismo ou se ao 5 só seguirem zeros, o último algarismo a ser conser- vado só será aumentado de uma unidade se for ímpar. 2,352 passa a 2,4 25,6501 passa a 25,7 76,250002 passa a 76,3 24,75 passa a 24,8 Fonte: Adaptado de CRESPO, 1998, p.174. De modo mais prático: – Quando a condição for menor que 5, o último algarismo fica inalterado. – Quando a condição for maior ou igual a 5, aumenta-se uma unidade no último algarismo a permanecer. OBSERVAçÕES: – Em todos os capítulos deste livro serão utilizadas as regras acima. 10 CRESPO, 1998, p. 174. 47 Matemática Empresarial – Para evitar distorções, não devem ser feitos arredondamentos sucessivos, o melhor é fazer o arredondamento no final dos cálculos. Usando uma calculadora: As calculadoras científicas operam no modo algébrico, as calculadoras financeiras, como, por exemplo, a HP-12C operam no modo RPN. Ambas apresentam no visor valores arredondados, mas elas operam, internamente, com o máximo de precisão. Em uma calculadora financeira, podemos definir o número de casas decimais no vi- sor, por exemplo, usando as teclas f (2) determinamos que serão usadas duas casas decimais. Desse modo, ao fazer (2 / 3 x 100) digitamos: 2 Enter 3 / 100 x no visor mostrará 66,67.48 Matemática Empresarial Usando o Excel: O Excel (planilha de cálculo do pacote Microsoft Office) possui uma função =ARRED(núm;núm_digitos) para arredondamentos. O exemplo acima poderia ser feito assim: 3.2 Porcentagem11 A expressão p%, que se lê “p por cento”, é chamada taxa percentual* e representa a razão p/100 . p% = P/100 *Também é correta a expressão taxa porcentual. 11 MORGADO, CESAR, 2005. 49 Matemática Empresarial Assim, 5% = (cinco por cento) 12% = (doze por cento) 30% = (trinta por cento) A taxa percentual pode ser transformada em taxa unitária, fazendo a razão ser expressa na forma decimal. Isto é: Cálculo direto de porcentagem Calcular p% de um valor x é multiplicar x por P/100. Exemplo: Calcule 15% de 800. É multiplicar 800 por 15%. 50 Matemática Empresarial Como 15% = 15/100 = 0,15, na prática, basta multiplicar por 0,15: 800 × 0,15 = 120 Logo: 15% de 800 é 120. Cálculo direto de acréscimo Acrescentar p% a um valor x é multiplicar x por um fator de correção f (maior que 1), dado por f = 1 + P/100. Exemplo: Um produto com preço R$ 150,00 tem seu valor reajustado em 18%. Cal- cule o seu novo preço. Valor Inicial: 150 Acréscimo: 18%, então f = 1 + P/100 = 1 + 18/100 = 1 + 0,18 = 1,18 Valor final: 150 × 1,18 = 177 Logo: O seu novo preço será de R$ 177,00. Cálculo direto de desconto Reduzir um valor x de p% é multiplicar x por um fator de correção f (menor que 1), dado por f = 1 - P/100 . Exemplo: Um produto com preço R$ 150,00 tem seu valor reduzido em 18%. Calcule o seu novo valor. Valor Inicial: 150 Redução: 18%, então f = 1 - P/100 = 1 - 18/100 = 1 - 0,18 = 0,82 51 Matemática Empresarial Valor final: 150 × 0,82 = 123 Logo: O seu novo valor é R$ 123,00. Cálculo direto de “quanto por cento” Para saber quanto por cento um valor x é de um valor y, calcula-se a razão entre x e y, ou seja, x/y. Exemplo: 182 corresponde a quanto por cento de 650? Calcula-se a razão 182/650 = 0,28 = 28/100 = 28% Então, 182 corresponde a 28% de 650. Cálculo do fator de correção Podem ocorrer três casos: f (correção) > 1, neste caso houve um acréscimo. f (correção) = 1, neste caso valor final é igual ao valor inicial. f (correção) < 1, neste caso houve uma redução. Exemplo 1: Um equipamento teve seu valor reajustado de R$ 100,00 para R$ 125,00. Qual foi o percentual de acréscimo? f (correção) = 125/100 = 1,25 = 125% = 100% + 25% 52 Matemática Empresarial Então, o percentual de acréscimo foi de 25%. Exemplo 2: Um produto com preço R$ 500,00 foi vendido por R$ 450,00. Qual o per- centual de redução no preço deste produto? f (correção) = 450/500 = 0,9 = 90% = 100% – 10% Então, o percentual de redução é de 10%. Cálculo do fator acumulado f (% acumulado) = produto dos fatores Exemplo: Os índices semestrais de inflação em certo ano foram de 4,2% e 5,5%, res- pectivamente. Qual o índice de inflação nesse ano? f (% acumulado) = 1,042 × 1,055 = 1,09931 = 1 + 0,09931 = 100% + 9,931% Então, p% = 9,931% Cálculo do ganho real Para f (ganho nominal) diferente de f (inflação) podem ocorrer dois casos: f (ganho real) > 1, neste caso, houve um ganho real. f (ganho real) < 1, neste caso, houve uma perda real. Exemplo 1: Uma aplicação semestral foi remunerada à taxa de 30%. Se nesse período a inflação foi de 25%, qual o ganho real desse investimento? 53 Matemática Empresarial f (ganho real) = 1,30/1,25 = 1,04 Exemplo 2: Com uma inflação anual de 12% admitindo-se que o salário foi corrigido em 8%, qual a variação real do poder de compra de um assalariado? f (ganho real) = 1,08/1,12 = 0,9643 Como 0,9643 é menor que 1, houve uma perda é de 1 - 0,9643 = 0,0357 = 3,57% Então, a perda real é de 3,57%. Imposto de Renda12 Vamos ver o exemplo de contribuição ao Imposto de Renda (IR) como uma aplicação dos cálculos de porcentagem. Como o cálculo da contribuição ao IR é feito sobre o salário bruto menos a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), vamos conhecer primeiro como é calculada a contribuição ao INSS. Mensalmente, os trabalhadores segurados pelo INSS pagam uma alíquota propor- cional ao seu salário bruto, seguindo normas estabelecidas. Este valor vem descon- tado em sua folha de pagamento. Veja abaixo as alíquotas válidas a partir de 1º de março de 2008. Tabela 2: Tabela de contribuição dos segurados empregados, empregado domésti- co e trabalhador avulso, para remuneração a partir de 1º de março de 2008. Salário de Contribuição (R$) Alíquota para fins de reolhimento do INSS até 911,70 8,00% de 911,71 até 1.519,50 9,00% de 1.519,51 até 3.038,99 11,00% 12 ARAÚJO, 2006, p. 27. Fonte: Portaria nº 77, de 12 de março de 2008 54 Matemática Empresarial Existe um valor máximo de contribuição, também denominado teto de contribuição. Para esse período a partir de 1º de março de 2008 o teto foi fixado em R$ 334,28. Vamos ver alguns exemplos: Exemplo 1: Um trabalhador com salário bruto de R$ 750,00 está na primeira faixa de contribuição, sendo a alíquota de 8%. Calculando: 750 . 8% = 60 Este trabalhador contribui com R$ 60,00. Exemplo 2: Outro trabalhador com salário bruto de R$ 2.500,00 está na segunda fai- xa de contribuição, sendo a alíquota de 11%. Calculando: 2500 . 11% = 275 Este trabalhador contribui com R$ 275,00. Depois de descontada a contribuição ao INSS, é descontado o Imposto de Renda. O desconto desse imposto segue uma tabela anualmente atualizada pelo governo federal e publicada no Diário Oficial. Vamos citar abaixo a tabela válida para 2008. Tabela 3: Tabela Progressiva Mensal – 2008 Base de Cálculo (R$) Alíquota Parcela a Deduzir do IR (R$) Até 1.372,81 – – De 1.372,82 até 2.743,25 15 205,92 Acima de 2.743,25 17,5 548,82 Fonte: Receita Federal. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/2007/lei11482.htm. Acesso em 12/12/08. Exemplo 1: O trabalhador com salário bruto de R$ 750,00 e contribuição ao INSS de R$ 60,00, terá como salário líquido parcial 750 – 60 = 690. 55 Matemática Empresarial Então, R$ 690,00 é menos que R$ 1.372,81, por isso este trabalhador é isento. Exemplo 2: O trabalhador com salário bruto de R$ 2.500,00 e contribuição ao INSS de R$ 275,00, terá como salário líquido parcial 2500 – 275 = 2225. R$ 2.225,00 está na segunda faixa, na qual a alíquota do imposto é de 15%. Então, 2225 . 15% = 244,75. Do valor R$ 244,75 deduzir a parcela R$ 205,92: 244,75 – 205,92 = 38,83 Salário líquido: 2225 – 38,83 = 2.186,17. Exemplo 3: O trabalhador com salário bruto de R$ 5.000,00 terá como contribuição ao INSS o teto de R$ 334,28 e seu salário líquido parcial 5000 – 334,28 = 4.665,72. R$ 4.665,72 está na terceira faixa, na qual a alíquota do imposto é de 27,5%. Então, 4665,72 . 27,5% = 1283,073, arredondando R$ 1.283,07. Do valor R$ 1.283,07 deduzir a parcela R$ 548,82: 1283,07 – 548,82 = 735,25 Salário líquido: 4665,72 – 735,25 = 3.930,47. 57 Matemática Empresarial Exercícios13 – Unidade 3 1. Qual a porcentagem de desconto que a loja está dando na venda de uma jaqueta de couro de R$ 260,00 por R$ 221,00? a) 8% b) 10% c) 12% d) 15% e) 17% 2. Sobre o trabalho noturno feminino, consta na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): “Cada hora do período noturno de trabalho das mulheres terá 52 minutos e 30 segundos”. Levando-se em conta que uma funcionária trabalha das 22h às 5h do dia seguinte, qual será, aproximadamente, o percentual de acréscimo do seu salário nesse período? a) 10,2% b) 12,1% c) 14,3% d) 16,3% e) 18,4,% 3. O salário de um trabalhador passou de R$ 840,00 para R$ 966,00. Qual foi a por- centagem de aumento? a) 14% b) 15% 13 As atividades deste capítulo foram adaptadas do Banco de Questões Super Pro da Interbits. 58 Matemática Empresarial c) 16% d) 18% e) 19% 4. A diferença entre o preço de venda anunciado de uma mercadoria e o preço de custo é igual a R$ 2,00.Se essa mercadoria for vendida com um desconto de 10% sobre o preço anunciado, dará ainda um lucro de 20% ao comerciante. Determinar seu preço de custo. a) R$ 6,00 b) R$ 6,60 c) R$ 6,90 d) R$ 7,20 e) R$ 7,50 5. A população de uma certa cidade crescerá 10% a cada ano por 4 anos. A porcenta- gem de crescimento da população após esse período é de, aproximadamente, a) 10% b) 20% c) 24% d) 40% e) 46% 6. Um lojista sabe que, para não ter prejuízo, o preço de venda de seus produtos deve ser no mínimo 44% superior ao preço de custo. Porém, ele prepara a tabela de preços de venda acrescentando 80% ao preço de custo porque sabe que o cliente gosta de obter desconto no momento da compra. Qual é o maior desconto que ele pode conceder ao cliente, sobre o preço da tabela, de modo a não ter prejuízo? a) 10 % 59 Matemática Empresarial b) 15 % c) 20 % d) 25 % e) 36 % 7. 95% da massa de uma melancia de 10 kg é constituída por água. A fruta é submeti- da a um processo de desidratação (que elimina apenas água) até que a participação da água na massa da melancia se reduza a 90%. A massa da melancia após esse processo de desidratação será igual a: a) 5/9 kg b) 9/5 kg c) 5 kg d) 9 kg e) 9,5 kg Tabelas Gráficos 4Estatística: Conceitos Básicos Bem-vindo à quarta unidade! 63 Matemática Empresarial 4. Estatística: Conceitos Básicos Veja como Cordani14 explica o que é Estatística: O verbete Estatística foi introduzido no século XVIII, com origem na palavra latina status (Estado), e serviu inicialmente a objetivos ligados à organização político-social, como o fornecimento de dados ao sistema de poder vigente, provavelmente para cobrança de impostos e registros de nas- cimento e morte. Hoje em dia, a metodologia estatística é utilizada em diferentes contextos, como testes ligados ao desempenho escolar, pesquisas eleitorais, estudos financeiros, controle de qualidade, análises de crescimento de doenças, taxas populacionais, data mining, índices de desenvolvimento, índices de desemprego, modelagem de fenômenos da natureza etc. Assim, de maneira geral, pode-se dizer que a Estatística surgiu da necessidade de organizar dados e informações para o Estado. No Brasil, os dados são coletados, or- ganizados e divulgados pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística15, órgão federal subordinado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Os jornais e revistas apresentam dados estatísticos organizados em tabelas ou em gráficos. Para compreensão destas informações, as pessoas devem ser capazes de ler e interpretar tabelas e gráficos. Assim, neste capítulo, vamos conhecer as caracterís- ticas das tabelas e dos diferentes tipos de gráficos. 14 CORDANI, 2006, p. 3. 15 http://www.ibge.gov.br/ 64 Matemática Empresarial 4.1 Tabelas As tabelas são quadros que resumem um conjunto de dados observados. Em uma tabela, temos: a) corpo – conjunto de linhas e colunas que contém informações sobre a variável em estudo; b) cabeçalho – parte superior da tabela que especifica o conteúdo das colunas; c) coluna indicadora – parte da tabela que especifica o conteúdo das linhas; d) linhas – retas imaginárias que facilitam a leitura, no sentido horizontal, de dados que se inscrevem nos seus cruzamentos com as colunas; e) casa ou célula – espaço destinado a um só número; f) título – conjunto de informações, as mais completas possíveis, respondendo às perguntas: O quê?, Quando?, Onde?, localizando no topo da tabela. Há ainda a considerar os elementos complementares da tabela, que são a fonte, as notas e as chamadas, colocados, de preferência, no seu rodapé. Fo nt e: C RE SP O , 1 99 8, p . 2 5 65 Matemática Empresarial Para nosso estudo, interessa conhecer as tabelas de distribuição de frequências. Va- mos ver tabelas de distribuição de frequências para dados não agrupados e tabelas de distribuição de frequências para dados agrupados. Vamos supor que a Empresa ABC deseje contratar um plano de saúde para seus fun- cionários e que para isso precise conhecer se seus funcionários são mais jovens ou mais velhos. Para isso, foi anotada a idade de cada funcionário e organizada em or- dem crescente, como mostrado abaixo: Tabela 1: Idade dos funcionários da Empresa ABC 26 36 41 45 54 28 38 41 51 58 34 39 42 51 60 36 40 42 53 60 36 41 42 54 65 A partir destes dados, pode ser organizada uma tabela de distribuição de frequên- cias, anotando em uma coluna a variável idade e na outra a frequência com que esta idade ocorre entre os funcionários: Tabela 2: Frequência de idade dos funcionários da Empresa ABC Idade (anos) Frequência 26 1 28 1 34 1 36 3 38 1 39 1 Fonte: Hipotética 66 Matemática Empresarial 16 Existem outras regras, como a regra de Sturges, que calcula k = 1 + 3,3 . log n, mas também não é uma determinação, vai depender de um julgamento pessoal. 40 1 41 3 42 3 45 1 51 2 53 1 54 2 58 1 60 2 65 1 A tabela acima apresenta os dados não agrupados, no entanto, ele não é prático, na medida em que apresenta cada uma das idades que ocorre na população (funcioná- rios da Empresa ABC). Assim, podemos apresentar a tabela de outro modo, criando intervalos de idades. Em estatística, os intervalos são denominados classes. Para definir quantas classes teremos, podemos calcular , em que n é o número de elementos da amos- tra e 5 < K ≤ 20, isso porque com menos de 5 classes pode-se perder muita informa- ção ou com mais de 20 classes pode-se ter detalhamento desnecessário. Na verdade, este é um cálculo feito apenas para dar alguma referência a quem está organizando a tabela, mas não é um valor determinante16. No exemplo acima, , Então fazemos 5 classes. Depois disso, precisamos calcular a amplitude total (H) que é a variação total dos dados da amostra. H = Ls – Li 67 Matemática Empresarial Em que: Ls é o limite superior da distribuição de frequências. Li é o limite inferior da distribuição de frequências. No exemplo, H = Ls – Li = 65 – 26 = 39 A partir daí, vamos calcular a amplitude da classe (h) que é a variação dentro de cada uma das classes: h = H/k h = 39/5 h = 7,8 Então, para usar números inteiros, vamos fazer classes com variação de oito anos e colocar na primeira coluna (Idade em anos). Tabela 3: Frequência de idade dos funcionários da Empresa ABC. 68 Matemática Empresarial Na segunda coluna (Ponto médio da classe) calcularmos o valor que representa a classe. Ele é a média entre o limite inferior e o limite superior de cada classe. Por exemplo, na primeira classe (26 |- 34) a média é calculada por e assim por diante. Importante: o símbolo |- significa que o intervalo é fechado a esquerda e aberto a di- reita, ou seja, na primeira classe (26 |- 34) o 26 está e o 34 não está na primeira classe. Na terceira coluna (Frequência absoluta - fi) calculamos a frequência de ocorrência em cada classe. Na quarta coluna (Frequência absoluta acumulada - Fi) calculamos o somatório das frequências ocorridas até a classe em que estamos. Na quinta coluna (Frequência relativa - fri) calculamos a razão entre a frequência absoluta e o total de elementos. Na sexta coluna (Frequência relativa acumulada - Fri) calculamos o somatório das frequências relativas ocorridas até a classe em que estamos. 69 Matemática Empresarial Os gráficos apresentam os dados estatísticos de modo rápido para uma leitura visu- al. Eles podem ser de diferentes tipos: linhas, colunas, barras, setores e outros. Gráfico de linhas Os gráficos de linhas também são conhecidos como gráficos de segmentos ou grá- ficos em curva. Esse tipo é utilizado, principalmente, quando a intenção é verificar a variação de um valor em tempos distintos ou para estimar valores entre dois pontos quaisquer. Para construir o gráfico utilizamos os eixos cartesianos e marcamos pontos represen- tados pelo par ordenado (x, y). Exemplo:Suponhamos que uma livraria fez o levantamento dos livros vendidos du- rante os seis primeiros meses de 2008, obtendo os seguintes resultados: Tabela 4: Número de livros vendidos Mês Número de livros vendidos Janeiro/08 460 Fevereiro/08 420 Março/08 540 Abril/08 540 Maio/08 575 Junho/08 520 17 CRESPO, 1998, p. 38-53. Fo nt e: H ip ot ét ic a 4.2 Gráficos17 70 Matemática Empresarial Gráfico 1: Número de livros vendidos A inclinação de cada segmento indica se houve crescimento, decréscimo ou estabi- lidade entre um mês e outro. Por exemplo: – De janeiro para fevereiro houve um decréscimo nas vendas. – De março para abril houve uma estabilidade nas vendas. – De fevereiro a março houve um acréscimo nas vendas. Gráfico de colunas ou de barras Este tipo de gráfico representa os valores usando retângulos que podem ser dispos- tos verticalmente (colunas) ou horizontalmente (barras). Exemplo: Imagine que uma empresa avaliou o desempenho de seus funcionários e chegou ao seguinte resultado: 71 Matemática Empresarial Tabela 5: Desempenho dos funcionários Desempenho Número de Funcionários Ótimo 15% Bom 65% Regular 15% Insuficiente 5% Gráfico 2 (em colunas): Desempenho dos funcionários Note que quando o gráfico é de colunas, a altura de cada retângulo varia de acordo com a frequência que ele representa em cada categoria. Usando o mesmo exemplo, veja como ficaria o gráfico de barras: Gráfico 3 (em barras): Desempenho dos funcionários Fo nt e: H ip ot ét ic a 72 Matemática Empresarial Observe que quando o gráfico é de barras, o comprimento de cada retângulo varia de acordo com a frequência que ele representa em cada categoria. Tanto o gráfico de colunas como o gráfico de barras mantêm os retângulos espaça- dos uns dos outros. Gráfico de setores O gráfico de setores, também conhecido como gráfico “pizza”, mostra a contribuição de um valor para um total. Usa-se um círculo para representar o total e cada categoria é representada por um setor do círculo, isto é, por uma “fatia da pizza”. É comum usar esse tipo de gráfico quando se tem poucas categorias e quando os valores são dados em porcentagem. Para calcular o tamanho de cada setor usa-se uma regra de três simples e direta, lembrando que 360º corresponde a 100%. Exemplo: Vamos considerar uma empresa divida em três setores distintos, cada um deles contribuindo com os lucros. Tabela 6: Lucros da empresa por setor Setor Contribuição nos lucros A 55% B 25% C 20% Fonte: Hipotética 73 Matemática Empresarial Gráfico 4: Contribuição nos lucros por setor Observe que como o setor do círculo cinza claro é maior, podemos visualmente con- cluir que o setor A contribui mais que os setores B e C para os lucros da empresa. Além disso, é possível perceber que o setor A contribui com mais da metade dos lucros, pois sua região é maior do que a metade do círculo. Histograma O histograma é usado quando os dados são agrupados em classes (intervalos). A representação é feita por retângulos justapostos, cujas bases se localizam sobre o eixo horizontal, de tal modo que seus pontos médios coincidam com os pontos médios dos intervalos de classe. Exemplo: Vamos usar a tabela apresentada anteriormente que apresenta a frequên- cia de idade dos funcionários da Empresa ABC: Fonte: Hipotética 74 Matemática Empresarial Tabela 7: Frequência de idade dos funcionários da Empresa ABC Idade (anos) Ponto médio da classe Frequência absoluta (fi) 26 |- 34 30 2 34 |- 42 38 10 42 |- 50 46 4 50 |- 58 54 5 58 |- 66 62 4 Histograma 1: Frequência de idade dos funcionários da Empresa ABC Pictograma Os pictogramas têm uma fácil compreensão. São gráficos cuja representação gráfica utiliza figuras e imagens relacionadas ao assunto do gráfico. Exemplo: Pictograma 1: Pictograma da venda anual de lâmpadas em um supermer- cado 75 Matemática Empresarial Fonte: : Imagem disponível em http://www.codelco.com/educa/divisiones/norte/estudio/matematica2.html 77 Matemática Empresarial Exercícios18 – Unidade 4 1. (ENEM 2003) O tempo que um ônibus gasta para ir do ponto inicial ao ponto final de uma linha varia, durante o dia, conforme as condições do trânsito, demorando mais nos horários de maior movimento. A empresa que opera essa linha forneceu, no gráfico abaixo, o tempo médio de duração da viagem conforme o horário de saí- da do ponto inicial, no período da manhã. De acordo com as informações do gráfico, um passageiro que necessita chegar até as 10h30 ao ponto final dessa linha, deve tomar o ônibus no ponto inicial, no máxi- mo, até as: a) 9h20 b) 9h30 c) 9h00 d) 8h30 e) 8h50 18 As atividades deste capítulo foram adaptadas do Banco de Questões Super Pro da Interbits. 78 Matemática Empresarial 2. (ENEM 2004) O excesso de veículos e os congestionamentos em grandes cidades são temas de frequentes reportagens. Os meios de transportes utilizados e a forma como são ocupados têm reflexos nesses congestionamentos, além de problemas ambientais e econômicos. No gráfico a seguir, podem-se observar valores médios do consumo de energia por passageiro e por quilômetro rodado, em diferentes meios de transporte, para veículos em duas condições de ocupação (número de passagei- ros): ocupação típica e ocupação máxima. Esses dados indicam que políticas de transporte urbano devem também levar em conta que a maior eficiência no uso de energia ocorre para os: a) ônibus, com ocupação típica. b) automóveis, com poucos passageiros. c) transportes coletivos, com ocupação máxima. d) automóveis, com ocupação máxima. e) trens, com poucos passageiros. 3. (FGV 2006) O gráfico a seguir representa os lucros anuais, em reais, de uma empre- sa ao longo do tempo. 79 Matemática Empresarial Podemos afirmar que: a) O lucro da empresa em 2003 foi 15% superior ao lucro de 2001. b) O lucro da empresa em 2005 foi 30% superior ao lucro de 2001. c) O lucro da empresa em 2004 foi 10% inferior ao de 2002. d) O lucro em 2003 foi 90% do lucro obtido pela empresa no ano anterior. e) O lucro obtido em 2005 superou em 17% o do ano anterior. 4. (UFMG 2006) Este gráfico representa o resultado de uma pesquisa realizada com 1 000 famílias com filhos em idade escolar: Considere estas afirmativas referentes às famílias pesquisadas: I) O pai participa da renda familiar em menos de 850 dessas famílias. 80 Matemática Empresarial II) O pai e a mãe participam, juntos, da renda familiar em mais de 500 dessas famílias. Então, é CORRETO afirmar que a) nenhuma das afirmativas é verdadeira. b) apenas a afirmativa I é verdadeira. c) apenas a afirmativa II é verdadeira. d) ambas as afirmativas são verdadeiras. 5. (UFRN 2003) O gráfico abaixo representa a taxa de desemprego na grande São Paulo, medida nos meses de abril, segundo o Dieese: Carta Capital, 05 de jun. de 2002. Ano VIII, nº 192. Analisando o gráfico, podemos afirmar que a maior variação na taxa de desemprego na Grande São Paulo ocorreu no período de a) abril de 1985 a abril de 1986. b) abril de 1995 a abril de 1996. c) abril de 1997 a abril de 1998. d) abril de 2001 a abril de 2002. 81 Matemática Empresarial 6. (UFRN 2004) Em uma pesquisa de opinião, feita para verificar o nível de aprovação de um governante, foram entrevistadas 1.000 pessoas, que responderam sobre a administração da cidade, escolhendo uma - e apenas uma - dentre as possíveis res- postas: ótima, boa, regular, ruim e indiferente. O gráfico abaixo mostra o resultado da pesquisa. De acordo com o gráfico, pode-se afirmar que o percentual de pessoas que conside- ram a administração ótima, boa ou regular é de a) 28%. b) 65%. c) 71%. d) 84%. 7. (UFRGS 2004) Os resultados de uma pesquisa de opinião foram divulgados utili- zando um gráfico de setores circulares, como o representado na figura abaixo. Ao setor a estão associadas 35% das respostas, ao setor b, 270 respostas e, aos setores c e d, um mesmo número de respostas. Essenúmero é: 82 Matemática Empresarial a) 45. b) 90. c) 180. d) 450. e) 900. 8. (UFSCAR 2001) Em um curso de iniciação à informática, a distribuição das idades dos alunos, segundo o sexo, é dada pelo gráfico seguinte. Com base nos dados do gráfico, pode-se afirmar que: a) o número de meninas com, no máximo, 16 anos, é maior que o número de meni- nos nesse mesmo intervalo de idades. b) o número total de alunos é 19. c) a média de idade das meninas é 15 anos. d) o número de meninos é igual ao número de meninas. e) o número de meninos com idade maior que 15 anos é maior do que o número de meninas nesse mesmo intervalo de idades. Medidas de tendência central para dados não agrupados Medidas de tendência central para dados agrupados 5 Medidas de tendência central Bem-vindo à quinta unidade! 85 Matemática Empresarial 5. Medidas de tendência central As medidas de tendência central são bastante importantes, pois os valores de uma distribuição de frequência tendem a se agrupar em torno dos valores centrais. Den- tre as medidas de tendência central, as mais utilizadas são: média aritmética, media- na e moda. Neste capítulo vamos ver como são calculadas essas medidas de tendência central com dados não agrupados e com dados agrupados. 19 ARAÚJO, 2006, p. 37-48. 5.1 Medidas de tendência central para dados não agrupados19 Vejamos como calcular média aritmética, mediana e moda para dados não agrupa- dos. Média Aritmética para dados não-agrupados (X) A média aritmética é, com certeza, a medida de tendência central mais utilizada no cotidiano. É calculada pela soma dos elementos, dividido pela quantidade de ele- mentos. 86 Matemática Empresarial Exemplo: Considerando um grupo de pessoas com 22, 20, 21, 24 e 20 anos, observa- mos que a média de idade é: Dizemos então que a média de idade do grupo é de 21,4 anos. Generalizando, com n valores x1, x2, x3, ..., xn de uma variável, a média aritmética (x) é obtida por: Nota: o símbolo significa o somatório dos números x sabendo que o índice i varia de 1 a n. A média aritmética pode ser ponderada, isto é, quando a importância dos elementos é diferente e para cada um deles é dado um “peso”. Para calcular a média aritmética ponderada (podemos dizer apenas média pondera- da), multiplicamos o valor de cada elemento pelo seu “peso”, somamos os resultados e dividimos pela soma dos “pesos”. Exemplo20: O Índice Geral de Preços (IGP-M) é calculado pela Fundação Getúlio Var- gas (FGV) por meio de uma média ponderada entre o Índice de Preços no Atacado (IPA), que tem peso 6; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Rio designifica o somatório dos números x sabendo que o índice i varia de 1 a n. n x n x...xxx x n 1i i n321 ∑ == ++++ = n x n x...xxx x n 1i i n321 ∑ == ++++ = 20 ARAÚJO, 2006, p. 56. 87 Matemática Empresarial A média aritmética pode ser ponderada, isto é, quando a importância dos elementos é diferente e para cada um deles é dado um “peso”. Para calcular a média aritmética ponderada (podemos dizer apenas média pondera- da), multiplicamos o valor de cada elemento pelo seu “peso”, somamos os resultados e dividimos pela soma dos “pesos”. Exemplo : O Índice Geral de Preços (IGP-M) é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) por meio de uma média ponderada entre o Índice de Preços no Atacado (IPA), que tem peso 6; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Rio de Janeiro e São Pau- lo, com peso 3; e o Índice de Custo da Construção Civil (INCC), com peso 1. Imagine que, em um determinado mês, o valor do IGP-M tenha sido de alta de 0,992%, do IPA tenha sido de alta de 1,2%, do INCC, alta de 0,32%. Qual será a alta registrada para o IPC? Escrevendo a expressão para a média ponderada temos: 88 Matemática Empresarial Generalizando, com n valores x1, x2, x3, ..., xn de uma variável e pesos f1, f2, f3, ..., fn, respectivamente, a média aritmética ponderada (MP) é obtida por: Nota: o símbolo significa o somatório dos produtos dos valores de x pelos valores dos pesos p, sabendo que o índice i varia de 1 a n. O símbolo significa o somatório dos pesos fi, sabendo que o índice i varia de 1 a n. Mediana para dados não-agrupados (Md) A mediana é a medida de tendência central que divide os dados ordenados em duas partes de mesma frequência. Deste modo, com n elementos colocados em ordem crescente ou decrescente, a mediana é: – o número que ocupa a posição central, se n for um número ímpar; – a média aritmética dos dois números centrais, se n for um número par. Exemplo: Vamos supor que estas sejam as notas de 15 alunos: 3; 5; 7; 6; 9; 10; 7; 4; 8; 9; 7; 2; 6; 7; 3; 89 Matemática Empresarial Moda para dados não-agrupados (Mo) A moda nada mais é do que o valor mais frequente de um grupo de valores obser- vados. No exemplo anterior, a moda é a média 7,0, pois ela é a que mais aparece, em um total de quatro vezes. Em um evento em que temos dois valores que aparecem em uma mesma quantida- de, e são os que mais aparecem, dizemos que ele é bimodal. 90 Matemática Empresarial 5.2 Medidas de tendência central para dados agrupados21 21 ARAÚJO, 2006, p. 49-60. 22 CRESPO, 1998, p. 85. Vejamos como calcular média aritmética, mediana e moda para dados agrupados. A média aritmética para dados agrupados (x) Para calcularmos a média aritmética para dados agrupados, convencionamos que todos os elementos de uma classe sejam iguais ao seu ponto médio e calculamos a média aritmética ponderada por meio da fórmula: Onde xi é o ponto médio da classe e fi é a frequência da classe. Exemplo22: Considere a tabela a seguir com dados das alturas de 40 pessoas. x 91 Matemática Empresarial Tabela 1: Frequência de alturas i Alturas (cm) fi xi fi xi 1 150 |- 154 4 152 608 2 154 |- 158 9 156 1404 3 158 |- 162 11 160 1760 4 162 |- 166 8 164 1312 5 166 |- 170 5 168 840 6 170 |- 174 3 172 516 = 40 = 6440 O modo mais fácil é criando na tabela colunas para fi (frequência da classe), xi (ponto médio da classe), e xi fi (produto das duas colunas anteriores). Assim, Portanto, a média de altura das 40 pessoas é 161 cm. Mediana para dados agrupados (Md) O cálculo da mediana para dados agrupados é bastante semelhante ao cálculo da mediana para dados não-agrupados. Um cálculo importante a se fazer é a frequên- cia acumulada em cada classe. Encontrada a classe mediana, ou seja, aquela classe que corresponde à frequência acumulada imediatamente superior a Fonte: CRESPO,1998, p. 85. 92 Matemática Empresarial Usando o exemplo das alturas de 40 pessoas, vemos que a classe mediana é a ter- ceira, pois: Tabela 2: Frequência de alturas i Alturas (cm) fi Fi 1 150 |- 154 4 4 2 154 |- 158 9 13 3 158 |- 162 11 24 4 162 |- 166 8 32 5 166 |- 170 5 37 6 170 |- 174 3 40 = 40 Para o cálculo da mediana, devemos supor que dentro da classe os valores estejam uniformemente distribuídos. Então, como há 11 elementos na classe mediana e o intervalo de classe é igual a 4, fazemos: Logo, Md = 160,54 cm. 93 Matemática Empresarial Generalizando: 1º) Determinamos as frequências acumuladas 2º) Calculamos 3º) Marcamos a classe correspondente à frequência acumulada imediatamente su- perior a – classe mediana – e, em seguida, empregamos a fórmula: Na qual: l* é o limite inferior da classe mediana F(ant) é a frequência acumulada da classe anterior à classe mediana f* é a frequência simples da classe mediana h* é a amplitude do intervalo da classe mediana. Fonte: CRESPO, 1998, p. 98 Moda para dados agrupados (Mo) No caso de dados agrupados, a moda está na classe de maior frequência, sendo, portanto, denominada classe modal. No entanto, é possível calcular uma moda bruta, fazendo o ponto médio da classe modal. 94 Matemática Empresarial Onde: l* é o limite inferior da classe modal L* é o limite superior da casse modal Usando o exemplo das alturasde 40 pessoas, vemos que a classe modal é a terceira. Tabela 3: Frequência de alturas i Alturas (cm) fi Fi 1 150 |- 154 4 4 2 154 |- 158 9 13 3 158 |- 162 11 24 4 162 |- 166 8 32 5 166 |- 170 5 37 6 170 |- 174 3 40 = 40 Fazendo: Logo, a moda é 160 cm. Fonte: CRESPO, 1998, p. 85 95 Matemática Empresarial Exercícios23 – Unidade 5 1. (FGV 2007) Quatro amigos calcularam a média e a mediana de suas alturas, tendo encontrado como resultado 1,72 m e 1,70 m, respectivamente. A média entre as al- turas do mais alto e do mais baixo, em metros, é igual a: a) 1,70. b) 1,71. c) 1,72. d) 1,73. e) 1,74. 2. (FGV 2008) Sejam os números 7, 8, 3, 5, 9 e 5 seis números de uma lista de nove números inteiros. O maior valor possível para a mediana dos nove números da lista é a) 5. b) 6. c) 7. d) 8. e) 9. 3. As notas de um candidato em suas provas de um concurso foram: 8,4; 9,1; 7,2; 6,8; 8,7 e 7,2. A nota média, a nota mediana e a nota modal desse aluno são, respectiva- mente: a) 7,9; 7,8; 7,2 b) 7,2; 7,8; 7,9 c) 7,8; 7,8; 7,9 23 As atividades deste capítulo foram adaptadas do Banco de Questões Super Pro da Interbits. 96 Matemática Empresarial d) 7,2; 7,8; 7,9 e) 7,8; 7,9; 7,2 4. (FUVEST/G.V. 92) Em um determinado país a população feminina representa 51% da população total. Sabendo-se que a idade média (média aritmética das idades) da população feminina é de 38 anos e a da masculina é de 36 anos, qual a idade média da população? a) 37,02 anos b) 37,00 anos c) 37,20 anos d) 36,60 anos e) 37,05 anos 5. (UFU 99) O Departamento de Comércio Exterior do Banco Central possui 30 fun- cionários com a seguinte distribuição salarial em reais. Quantos funcionários que recebem R$3.600,00 devem ser demitidos para que a me- diana desta distribuição de salários seja de R$2.800,00? a) 8 b) 11 c) 9 d) 10 e) 7 97 Matemática Empresarial 6. (PUCCAMP 2005) Nas principais concentrações urbanas do país, trabalhadores de baixa renda percorrem grandes distâncias a pé. Outros pedalam muitos quilôme- tros para usar uma condução a menos, deixando a bicicleta em estacionamentos próprios. A tabela abaixo mostra os resultados de uma pesquisa sobre a faixa salarial dos fun- cionários de uma empresa que usam bicicleta para ir ao trabalho. O salário médio desses trabalhadores é a) R$ 400,00 b) R$ 425,00 c) R$ 480,00 d) R$ 521,00 e) R$ 565,00 Amplitude Variância e desvio padrão Aplicando o conceito de variabilidade 6Medidas de variabilidade Bem-vindo à sexta unidade! 101 Matemática Empresarial 6. Medidas de variabilidade As medidas de tendência central – média aritmética, moda e mediana – são impor- tantes para caracterizar um conjunto de valores, mas não o bastante, pois não con- seguem expressar o grau de homogeneidade ou heterogeneidade que existe entre os valores que compõem um conjunto. Então, neste capítulo, para ver o quanto um conjunto de valores é homogêneo ou heterogêneo, estudaremos as medidas de va- riabilidade: amplitude (A), a variância (s2) e o desvio padrão (s). 24 CRESPO, 1998, p. 109-111. 6.1 Amplitude24 A amplitude é medida de variabilidade que nos diz em quanto os valores variaram, logo, é dada pela diferença entre o maior e o menor dos valores. Com dados não agrupados, fazemos: A = xmáx – xmín Em que: xmáx é o maior valor observado e xmín é o menor valor observado. 102 Matemática Empresarial Exemplo: Considerando um grupo de pessoas com 22, 20, 21, 24 e 20 anos a ampli- tude é dada por: A = xmáx – xmín A = 24 – 20 A = 4 Com dados agrupados, fazemos a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira classe. A = Lmáx – Lmín Em que: Lmáx é o limite máximo e Lmín é o limite mínimo. Exemplo: Considere a tabela abaixo com dados das alturas de 40 pessoas. Tabela 1: Frequência de alturas i Alturas (cm) fi xi fi xi 1 150 |- 154 4 152 608 2 154 |- 158 9 156 1404 3 158 |- 162 11 160 1760 4 162 |- 166 8 164 1312 5 166 |- 170 5 168 840 6 170 |- 174 3 172 516 = 40 = 6440 Fonte: CRESPO,1998, p. 85. 103 Matemática Empresarial A amplitude é calculada por: A = Lmáx - Lmín A = 174 - 150 A = 24 A amplitude nos dá uma noção da variabilidade, mas é pouco precisa, na medida em que só considera dois valores extremos, desconsiderando a variabilidade entre os valores intermediários. Em situações como determinar a variação da temperatura em um dia, calcular a amplitude pode ser suficiente, mas, em outras situações, é melhor utilizar outras medidas de variabilidade, como a variância e o desvio padrão. 6.2 Variância e Desvio Padrão25 25 CRESPO, 1998, p. 111-113. A variância ( ) é uma medida de variabilidade que considera os valores de um con- junto em sua totalidade e, por isso, é mais geralmente empregada que a amplitude que só considera os extremos. A variância utiliza os desvios em torno da média aritmética, calculando a média dos quadrados dos desvios, ou seja: 104 Matemática Empresarial Em que: xi são os valores da variável x é a média aritmética n é o número de elementos do conjunto é o somatório Quando temos uma população, utilizamos a fórmula acima, mas quando temos ape- nas uma amostra (isto é, parte da população), devemos multiplicar o resultado da variância por . Então, para o cálculo da variância: De uma população, usamos De uma amostra, usamos Porém, esta não é uma medida de variabilidade muito utilizada, pois não expressa o resultado na mesma unidade dos valores observados (conjunto de dados). Em geral, a medida usada é o desvio padrão ( ) que significa o quanto, em média, os valores estão afastados do valor médio e, como se pode perceber, o desvio padrão ( ), por não ter o termo ao quadrado ( ), é dado pela raiz quadrada da variância, ou seja: 105 Matemática Empresarial O desvio padrão é expresso na mesma unidade dos valores observados (conjunto de dados). O cálculo da variância para dados agrupados é feito pela fórmula: O desvio padrão é calculado da mesma forma, ou seja, é a raiz quadrada da variância. Exemplo com dados não agrupados: Considerando um grupo de pessoas com 22, 20, 21, 24 e 20 anos. Precisamos da média aritmética: Fazemos uma tabela. (para a população) (para a amostra) 106 Matemática Empresarial Tabela 2: Frequência de idade xi xi – x (xi – x )2 20 20 – 21,4 = – 1,4 (– 1,4)2 = 1,96 20 20 – 21,4 = – 1,4 (– 1,4)2 = 1,96 21 21 – 21,4 = – 0,4 (– 0,4)2 = 0,16 22 22 – 21,4 = 0,6 0,62 = 0,36 24 24 – 21,4 = 2,6 2,62 = 6,76 = 107 = 11,2 Calculando a variância: Calculando o desvio padrão: Exemplo com dados agrupados: Considere a tabela abaixo com dados das alturas de 40 pessoas. Tabela 3: Frequência de alturas i Alturas (cm) fi xi fi xi 1 150 |- 154 4 152 608 2 154 |- 158 9 156 1404 3 158 |- 162 11 160 1760 4 162 |- 166 8 164 1312 5 166 |- 170 5 168 840 6 170 |- 174 3 172 516 = 40 = 6440 Fonte: CRESPO,1998, p. 85. 107 Matemática Empresarial Calculamos a média aritmética: Calculamos a variância de uma população, para isso, vamos fazer uma tabela que nos auxiliará nos somatórios: Tabela 4: Frequência de alturas i Alturas (cm) fi xi fi xi fi (xi)2 1 150 |- 154 4 152 608 92416 2 154 |- 158 9 156 1404 219024 3 158 |- 162 11 160 1760 281600 4 162 |- 166 8 164 1312 215168 5 166 |- 170 5 168 840 141120 6 170 |- 174 3 172 516 88752 = 40 = 6440 =1038080 Calculando a variância para dados agrupados: Fonte: CRESPO,1998, p. 85. 108 Matemática Empresarial Calculando o desvio padrão: Observações: – Quando todos os valores de um conjunto de dados são iguais, a variância e o des- vio padrão são iguais a zero. – Quanto mais próximo de zero o desvio padrão, mais homogênea é a distribuição de valores no conjunto de dados. 6.3 Aplicando o conceito de variabilidade Vamos utilizar o conceito de variabilidade em uma situação concreta para perceber a vantagem do usoda variância e do desvio padrão. Suponha que você seja responsável pelo departamento de recursos humanos e há uma vaga de gerente de produção. Após realizar testes com diferentes candidatos, você separou os dois melhores candidatos cujos desempenhos estão na tabela a seguir: 109 Matemática Empresarial Tabela 5: Desempenho dos candidatos Ana e Felipe Ana Felipe Conhecimento de informática 8,5 9,5 Língua Portuguesa 9,5 9,0 Língua Inglesa 8,0 8,5 Matemática 7,0 8,0 Conhecimentos de economia 7,0 5,0 Média = 8,0 Média = 8,0 Como podemos notar, a média aritmética dos candidatos é a mesma, portanto, não há como diferenciá-los. Então, vamos calcular a variância e o desvio padrão de Ana e de Felipe, de modo a ver qual deles tem um desempenho mais homogêneo, ou seja, que suas notas sejam menos dispersas da média. Tabela 6: Desempenho de Ana Ana xi – x (xi – x)2 8,5 8,5 – 8 = 0,5 0,52 = 0,25 9,5 9,5 – 8 = 1,5 1,52 = 2,25 8,0 8,0 – 8 = 0 02 = 0 7,0 7,0 – 8 = –1 (–1)2 = 1 7,0 7,0 – 8 = –1 (–1)2 = 1 = 4,5 Variância: Assunto Candidato 110 Matemática Empresarial Desvio padrão: Tabela 7: Desempenho de Felipe Felipe xi – x (xi – x)2 9,5 9,5 – 8 = 1,5 1,52 = 2,25 9,0 9,0 – 8 = 1 12 = 1 8,5 8,5 – 8 = 0,5 0,52 = 0,25 8,0 8,0 – 8 = 0 02 = 0 5,0 5,0 – 8 = – 3 (–3)2 = 9 = 12,5 Variância: Desvio padrão: Comparando, vemos que a variância do desempenho de Ana é menor do que a va- riância do desempenho de Felipe (0,9 < 2,5). Comparando o desvio padrão deles temos 0,95 < 1,58, isso quer dizer que Ana teve um desempenho mais regular do que Felipe. 111 Matemática Empresarial Exercícios26 – Unidade 6 1. Podemos dizer que a média, associada ao desvio padrão, é uma boa medida de variabilidade quando: a) todos os valores da população ou da amostra estão em seu entorno, o que implica em um grande desvio padrão. b) todos os valores da população ou da amostra estão em seu entorno, o que implica em um pequeno desvio padrão. c) os valores da população ou da amostra estão bastante dispersos e implicam em um grande desvio padrão. d) os valores da população ou da amostra estão bastante dispersos e implicam em um pequeno desvio padrão. 2. Um pequeno desvio padrão significa que: a) todos os valores da amostra ou da população estão bem afastados da média. b) alguns dos valores da amostra ou da população estão bem próximos da média, mas a maioria deles bastante afastada dela. c) a grande maioria dos valores da população ou da amostra está bem próxima da média. d) a variância é um valor bem grande. 3. Um conjunto de dados numéricos tem variância igual a zero. Podemos concluir que: a) a média também vale zero. b) a mediana também vale zero. 26 As atividades deste capítulo foram adaptadas do Banco de Questões Super Pro da Interbits e de Dante, 2008 112 Matemática Empresarial c) a moda também vale zero. d) o desvio padrão também vale zero. e) todos os valores desse conjunto são iguais à zero. 4. A tabela adiante apresenta o levantamento das quantidades de peças defeituosas para cada lote de 100 unidades fabricadas em uma linha de produção de autopeças, durante um período de 30 dias úteis. Considerando S a série numérica de distribuição de frequências de peças defeituo- sas por lote de 100 unidades, julgue os itens abaixo, atribuindo-lhes a letra V, quando verdadeiras, e a letra F, quando falsas. (1) A moda da série S é 5. (2) Durante o período de levantamento desses dados, o percentual de peças defeitu- osas ficou, em média, abaixo de 3,7%. (3) Os dados obtidos nos 10 primeiros dias do levantamento geram uma série numé- rica de distribuição de frequências com a mesma mediana da série S. a) V V V b) F F F c) V F V 113 Matemática Empresarial d) F V F e) F V V 5. Às vésperas de um jogo decisivo, o técnico de uma equipe de basquetebol deve optar pela escalação de um dentre dois jogadores A e B. As duas tabelas seguintes mostram o desempenho de cada jogador nos últimos cinco jogos dos quais parti- cipou: Para tomar sua decisão o técnico calculou o desvio padrão de cada um dos jogado- res nesses cinco jogos. Ele obteve como desvio padrão do jogador A e como desvio padrão do jogador B, respectivamente: a) 1,26 e 6,57 b) 6,57 e 1,26 c) 0,63 e 3,28 d) 3,28 e 0,63 e) 0,54 e 2,28 6. A tabela abaixo mostra o peso (em quilogramas) de um grupo de 20 pessoas. 114 Matemática Empresarial A média, a mediana e a moda são, respectivamente, a) 51,4 kg; 50 kg e 50 kg b) 50 kg; 51,4 kg e 50 kg c) 50 kg; 50 kg e 51,4 kg d) 51,4 kg; 51,4 kg e 50 kg e) 50 kg; 51,4 kg e 51,4 kg Juros Simples Taxas de Juros Juros Compostos Exercícios Resolvidos 7 Juros Bem-vindo à sétima unidade! 117 Matemática Empresarial 7. Juros O conceito de juros é fundamental em Matemática Financeira. Este capítulo vai abor- dar juros simples e também juros compostos. Em primeiro lugar, é preciso ficar claro o que é juro. Nas palavras de Garrity (2000)27: Sempre que se pega dinheiro emprestado, é cobrada uma taxa pelo uso destes fundos. Da mesma forma, quando você investe ou deposita dinheiro em uma caderneta de poupança, você é pago pelo uso de seus recursos. O juro (J) refere-se à quantidade de dinheiro que se ganha ou se cobra pelo uso do dinheiro. Às vezes, você ganha, como quando deposita em uma caderneta de poupan- ça, às vezes você paga, quando financia um carro ou faz uma hipoteca. O valor dos juros é determi- nado pela taxa que o banco emprega para calculá-los. E com a matemática, seremos capazes de determinar o valor dos juros. São dois os fatores que influenciam o cálculo dos juros: tempo e taxa. Quanto mais tempo, mais juros serão gerados. Quanto maior a taxa, maiores os juros. Tempo e taxa implicam nos juros e consequentemente no valor futuro (montante). 27 GARRITY, 2000, p. 5. 118 Matemática Empresarial 28 Vamos utilizar preferencialmente as mesmas siglas utilizadas na calculadora HP-12C. 29 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 83. 7.1 Juros simples No regime de juros simples, não há capitalização dos juros no final de cada período, só no final do prazo. Isso quer dizer que os juros simples são calculados unicamente sobre o valor presente (PV)28, também denominado valor inicial, capital ou principal. O valor futuro (FV) também é denominado valor final ou montante. A taxa de juros refere-se sempre a um dado período financeiro: ao dia (a.d.), ao mês (a.m.), ao bimestre (a.b.), ao semestre (a.s.), ao ano (a.a.), etc. e pode ser apresentada de duas formas: – Percentual, por exemplo, 14% a.m. – Unitária, por exemplo, 0,14 a.m. O número de períodos é o tempo que decorre desde o início até o final da operação financeira. É o prazo durante o qual os juros estão sendo acumulados. Existem duas convenções29 para contagem dos períodos de tempo: – Prazo exato: é aquele que leva em conta o ano civil de 365 dias e 366 dias (anos bissextos). – Prazo comercial (ou bancário): é aproximado considerando o mês com 30 dias e o ano com 360 dias. Observação: O prazo comercial (ou bancário) é o mais frequentemente usado, por 119 Matemática Empresarial isso, neste livro, será utilizado o prazo comercial (ou bancário) quando não estiver especificado o uso do prazo exato. Exemplo: Vamos analisar os juros um capital de $ 10.000,00, aplicados por cinco meses, à taxa de 5% a.m. Tabela 1: Juros Simples Meses (n) Capital (PV) Juros (J) Montante (FV) 1 10.000,00 500,00 10.500,00 2 10.000,00 500,00 11.000,00 3 10.000,00 500,00 11.500,00 4 10.000,00 500,00 12.000,00 5 10.000,00 500,00 12.500,00 Fórmula para cálculo do Montante no regime de Juros Simples FV = PV + PV. i . n FV = PV (1 + i . n) FV: valor futuro, valor final, montante. PV: valor presente, valor inicial, capital, principal. i: taxa de juros. n: número de períodos. No exemplo: FV = 10000 (1 + 0,05 . 5) FV = 12500,00 120 Matemática Empresarial Usando a calculadora científica Digitar:10000 × (1 + 0.05 × 5 ) = Usando acalculadora HP-12C f(2) Define o número de casas decimais no visor f REG Limpa memória 5 Enter 0.05 x Multiplica 5 por 0,05 1 + Adiciona 1 10000 x Multiplica por 10000 Usando o Excel O montante é uma P.A. (Progressão Aritmética) de razão (PV. i). No exemplo: (10500, 11000, 11500, 12000, 12500). 121 Matemática Empresarial 7.2 Taxas de Juros30 Devemos sempre ter o cuidado de utilizar a taxa de juros e o período em uma mes- ma unidade de tempo. Tratando-se de juros simples, basta multiplicarmos ou dividir- mos diretamente valores que obteremos esta relação, veja dois exemplos: Taxa de 15% a.m. é o mesmo que: Se o período estiver em dias: 15 ÷ 30 = 0,5 % a.d. Se o período estiver em anos: 15 x 12 = 180% a.a. 3 meses é o mesmo que: Se a taxa estiver em dias: 3 x 30 = 90 dias Se a taxa estiver em anos: 3 ÷ 12 = 0,25 anos Desta forma, quando temos juros com taxas mensais, nosso período tem de ser em meses, se a taxa for diária, o período tem de ser em dias, e assim por diante. 30 ARAÚJO, 2006, p. 88. 122 Matemática Empresarial 7.3 Juros compostos No regime de juros compostos há capitalização dos juros no final de cada período. Isso quer dizer que os juros simples são calculados, em cada período, sobre o mon- tante do período anterior. Exemplo: Vamos analisar os juros um capital de $ 10.000,00, aplicados por cinco me- ses, à taxa de 5% a.m. Tabela 2: Juros Compostos Meses (n) Capital (PV) Juros (J) Montante (FV) 1 10.000,00 500,00 10.500,00 2 10.500,00 525,00 11.025,00 3 11.025,00 551,25 11.576,25 4 11.576,25 578,81 12.155,06 5 12.155,06 607,75 12.762,82 Fórmula para cálculo do Montante no regime de Juros Compostos FV = PV . (1 + i)n FV: valor futuro, valor final, montante. PV: valor presente, valor inicial, capital, principal. i: taxa de juros. n: número de períodos. 123 Matemática Empresarial No exemplo: FV = 10000 (1 + 0,05)5 FV = 12762,82 Usando a calculadora científica Digitar: 10000 × (1 + 0.05) ^ 5 = Obs.: A tecla de potência pode ser ^ ou ainda xy dependendo do modelo da calcu- ladora. Usando a calculadora HP-12C f (2) Define o número de casas decimais no visor f REG Limpa memória STO EEx Convenção exponencial 10000 CHS PV Memoriza 10000 como valor presente 5 n Memoriza o prazo de 5 meses 5 i Memoriza a taxa mensal de 5% FV Calcula valor futuro Obs.: Para usar a convenção exponencial temos que ter no visor a letra “C”. Para isso, teclamos STO EEX. Ao teclar novamente, apagamos a letra “C”, desabilitando a con- venção exponencial. 124 Matemática Empresarial Outra forma de usar a calculadora financeira é fazendo o cálculo algébrico e usando a tecla que calcula potência: No exemplo: 1 Enter 0,05 + 5 10000x Usando o Excel O montante é uma P.G. (progressão geométrica) de razão (1+ i). No exemplo: (10500; 11025; 11576,25; 12155,06; 12762,82). Comparando graficamente Juros Simples e Juros Compostos 125 Matemática Empresarial A função que descreve o montante no regime de juros simples é uma função poli- nomial do primeiro grau, enquanto a função que descreve o montante no regime de juros compostos é uma função exponencial. Quando o período varia entre 0 e 1, o montante a juros simples é maior que o mon- tante a juros compostos. Quando o período é igual a 1, os montantes são iguais (veja que os gráficos se cru- zam). Quando o período é maior que 1, o montante a juros simples é menor que o mon- tante a juros compostos. Logo, juros compostos crescem mais rapidamente que juros simples. 7.4 Exercícios resolvidos a. Calcular os juros simples produzidos por um capital de $ 3.000,00 aplicado duran- te 1 ano a uma taxa de 1,8% a.m. de juros simples. PV = 3000 n = 1 ano = 12 meses i = 1,8% a.m. = 0,018 a.m. J = PV . i . n J = 3000 . 0,018 . 12 J = 648 126 Matemática Empresarial b. Um capital de $ 500,00 produziu em 1 semestre um montante de $ 590,00. Qual a taxa de juros simples mensal aplicada? c. O preço à vista de um produto é R$ 480,00. O mesmo pode ser pago com uma entrada de 25% mais um cheque pré-datado de R$ 381,60. Determine o prazo do cheque, sabendo que a taxa mensal de juros simples é de 4% a.m. 127 Matemática Empresarial d. Determine em que prazo um empréstimo de $ 11.000,00 pode ser quitado em um único pagamento de $ 22.125,00 sabendo que a taxa é de 15% a.s., capitalizado semestralmente, em regime de capitalização composta. Usando logaritmos: Quando a variável aparece no expoente, precisamos utilizar logaritmos. Optamos aqui por utilizar logaritmo neperiano (ou logaritmo natural, representado por ln), pois é a função que temos disponível na calculadora HP-12C. No entanto, com uma calculadora científica ou com o Excel, também é possível utilizar logaritmo de base 10. No exemplo acima, usamos a “propriedade do tombo”: 128 Matemática Empresarial O N que é expoente do logaritmando “cai” multiplicando o ln M. No exemplo: Para calcular usando a HP-12C, digitamos: f REG Zera as memórias f (2) Duas casas decimais 22125 Enter 11000 ÷ Divide 22125 por 11000 g LN Calcula o logaritmo natural de 2,01 1,15 g LN Calcula o logaritmo natural de 1,15 ÷ Calcula a divisão entre os logarítmos No Excel, pode ser assim calculado: 129 Matemática Empresarial e. O valor de $ 550.000,00 é aplicado à taxa de juros compostos de 12% a.m. com capitalização mensal durante 5 meses. Qual o valor acumulado no final da operação? f. Ao aplicar $ 654.000,00 durante 7 meses resgatou-se o montante de $ 2.145.883,80. Qual a taxa mensal de juros da operação a juros compostos? 130 Matemática Empresarial Usando raízes de índice maior que 2: No exemplo acima, precisamos em 3,28116789 = (1+i)7 tirar o expoente 7. Para isso, extraímos a raiz sétima dos dois membros da equação: Então, como calcular raiz sétima? Na calculadora científica, costuma aparecer a tecla neste caso, digitamos: 7 3.28116789 = Na calculadora HP-12C só é possível calcular raiz quadrada, então uma opção é transformar uma raiz em uma potência de expoente fracionário. Vale a propriedade: O expoente a “está por dentro”, quem “está por dentro fica por cima”. O índice b “está por fora”, quem “está por fora está por baixo”. Daí, podemos calcular fazendo Na calculadora HP-12C, digitamos: 3.28116789 Enter 1 Enter 7 ÷ yx No visor, 1,185000000 No Excel para fazer 131 Matemática Empresarial g. Qual o juro pago no empréstimo de $ 1.000,00 à taxa de juro composto de 2% a.m. capitalizado mensalmente e pelo prazo de 10 meses? 133 Matemática Empresarial Exercícios31 – Unidade 7 31 As atividades deste capítulo foram adaptadas de diversos livros citados nas referências. 1. Determine os juros simples de um capital de $ 800,00 aplicado a uma taxa de 12% a.a., durante sete meses. a) $ 56,00 b) $ 58,00 c) $ 60,00 d) $ 63,00 e) $ 65,00 2. O capital de $ 200,00 foi investido a juros simples, à taxa de 7,5% a.m., após certo prazo a taxa foi majorada para 10% a.m. O montante 4 meses após a majoração foi de $ 370,00. Qual o prazo total da aplicação? a) 2 meses b) 4 meses c) 6 meses d) 8 meses e) 10 meses 3. O capital de $ 400,00 foi aplicado à taxa de juros simples de 4% a.m. Após 1 semes- tre a taxa foi majorada, ficando durante três meses com este valor. Se o montante no final de 9 meses foi $ 568,00, qual a taxa no segundo período? a) 4% a.m. b) 5% a.m. 134 Matemática Empresarial c) 6% a.m. d) 7% a.m. e) 8% a.m. 4. Calcule o montante produzido por um capital de $ 20.000,00 aplicado em regime de juro composto a uma taxa de 5% a.m. capitalizado mensalmente, durante 2 me- ses. a) $ 20.050,00 b) $ 21.500,00 c) $ 22.050,00 d) $ 23.500,00 e) $ 24.050,00 5. Calcule o capital que produziu um montante de $ 3.200,00, aplicado em regime de juro composto a 2% a.m., capitalizado mensalmente, durante 4meses. a) $ 2.870,29 b) $ 2.956,31 c) $ 3.950,45 d) $ 3.157,09 e) $ 3.450,11 6. Uma loja financia um bem no valor de $ 320.000,00, sem entrada, para pagamento em uma única prestação de $ 404.000,00 no final de 6 meses. Qual a taxa mensal cobrada, a juros compostos, pela loja se a capitalização é mensal? a) 0,18% a.m. b) 1,49% a.m. c) 2,66% a.m. 135 Matemática Empresarial d) 3,96% a.m. e) 4,12% a.m. 7. Ao aplicar $ 654.000,00 durante sete meses resgatou-se o montante de $ 2.145.883,80. Qual a taxa mensal de juros compostos da operação? a) 18,5% a.m. b) 18,9% a.m. c) 19,3% a.m. d) 19,9% a.m. e) 20,7% a.m. Desconto simples comercial Desconto simples racional Taxa de desconto e taxa de juros Desconto composto racional 8Desconto Bem-vindo à oitava unidade! 139 Matemática Empresarial 8. Desconto Desconto é o abatimento sobre o valor de um título ao qual alguém faz jus por trocá- lo em data anterior ao seu vencimento. Vamos, neste capítulo, conhecer o desconto simples comercial, o desconto simples racional e o desconto composto racional. No desconto de um título são elementos importantes: – Valor nominal (valor futuro do título, valor de face ou valor de resgate) é o valor do título na data do seu vencimento. – Valor atual (valor presente do título) é o valor do título na data (antecipada) em que ele é resgatado. Veja o esquema abaixo: D = valor nominal – valor atual D = VN – VA 140 Matemática Empresarial 32 KRUSE, 2005, p.91. Segundo Kruse32: São inúmeras as situações onde contraímos dívidas a serem pagas no futuro. Para que os credores possam provar que são os beneficiados, emite-se um título com vencimento determinado, onde constam também o nome do devedor, do credor e o valor a ser pago. Os títulos mais conhecidos são: nota promissória (NP) (muito usada entre pessoas físicas ou entre pessoa física e uma insti- tuição financeira), duplicata (emitida por uma pessoa jurídica), e a letra de câmbio (LC) (que já era muito usada antigamente). Os descontos simples podem ser de dois tipos: comercial (bancário ou “por fora”) ou racional (matemático ou “por dentro”). No Brasil, usa-se predominantemente o desconto simples comercial quando as ope- rações são de curto prazo. O desconto simples racional é muito pouco usado. O desconto composto racional costuma ser utilizado em operações de longo prazo. 8.1 Desconto simples comercial O desconto comercial (bancário ou “por fora”) equivale ao juro simples produzido pelo valor nominal (valor de face) do título no período de tempo correspondente e à taxa de desconto (id) fixada. Dc = VN . id . n 141 Matemática Empresarial Como o desconto é a diferença entre o valor nominal e o valor atual, substituindo na fórmula anterior temos: VN – VA + VN id N VN – VN . id .n = VA VN (1 – id.n) = VA ou Exemplo: Qual o valor líquido de uma duplicata de valor nominal equivalente a R$ 120,75, à taxa de desconto de 6% a.a., quatro meses antes do vencimento? VA = 118,335, arredondando, VA = 118, 34. O valor líquido (atual) será de R$ 118,34. 142 Matemática Empresarial 8.2 Desconto simples racional O desconto racional (matemático ou “por dentro”) equivale aos juros simples produ- zidos pelo valor atual (presente) do título numa taxa (i) fixada e durante o tempo (n) correspondente. Dr = VA . i . n Como o desconto é a diferença entre o valor nominal e o valor atual, substituindo na fórmula acima temos: VN – VA = VA . i . n VN = VA - VA . i . n VN = VA . (1 + i . n) Exemplo: Determine o desconto de um título de valor nominal equivalente a R$ 135,00, pago 2 meses antes do vencimento, à taxa de juros de 1% a.m. VN = VA . (1 + i . n) 135 = VA . (1 + 0,01 . 2) 135 = VA . 1,02 VA = = 132,3529412, arredondando, VA = 132,35. D = VN – VA D = 135,00 – 132,35 D = 2,65 O desconto será R$ 2,65. 143 Matemática Empresarial 8.3 Taxa de desconto e taxa de juros33 A taxa de desconto e a taxa de juros não são iguais. É fácil perceber isso, na medida em que a taxa de desconto (id) incide sobre o valor nominal e a taxa de juros (i) incide sobre o valor atual, sendo o valor nominal maior que o valor atual, a taxa de desconto (id) será menor que a taxa de juros (i). As taxas de desconto e as taxas de juros se relacionam diretamente: Exemplo: Em uma nota promissória de valor nominal R$ 452,40, foi abatida a taxa de desconto de 21% a.m., faltando 18 dias para seu vencimento. Calcule o valor do desconto e a taxa de juros, respectivamente. 33 KRUSE, 2005, p.96-97. 144 Matemática Empresarial VA = 452,40.0,874 VA = 395,3976, arredondando, VA = 395,40. D = VN - VA D = 452,4 - 395,40 = 57,00 O desconto é de R$ 57,00. Taxa de juros 24% a.m. Em resumo: No desconto simples comercial devemos utilizar taxa de desconto (id). No desconto simples racional devemos utilizar taxa de juros (i). id < i (taxa de desconto é sempre menor que taxa de juros, pois incide sobre um capital maior) 145 Matemática Empresarial 8.4 Desconto composto racional34 34 CRESPO, 1998, p. 127. Vamos estudar apenas o desconto composto racional, pois o desconto composto comercial não é utilizado. No regime de juro composto, o desconto é calculado por: VA (1 + i)n = VN O termo (1 + i)n é o fator de descapitalização. Exemplo: Calcule o valor atual de um título de valor nominal de $ 1.120,00, com vencimento para 2 anos e 6 meses, à taxa de 18% ao semestre, capitalizados semes- tralmente. (Desconto composto racional) VN = 1120 i = 18% a.s. = 0,18 a.s. n = 2 anos e 6 meses = (4 + 1) semestres = 5 semestres 146 Matemática Empresarial Usando a calculadora científica Para calcular uma potência com expoente negativo, basta atribuir o sinal ao expo- ente. No exemplo acima, digitamos: 1.18 ^ 5 – × 1120 Resultado: 489,56 Atenção: O – “negativo” não é a tecla de “menos” que faz a operação de subtração, mas sim a tecla que muda o sinal do número que está no visor. Dependendo do mo- delo da calculadora científica essa tecla pode ter diferentes apresentações. Usando a HP-12C Para calcular uma potência com expoente negativo, basta atribuir o sinal ao expoen- te, utilizando a tecla CHS. No exemplo acima: 1.18 Enter 5 CHS yx 1120 × Resultado: 489,56 Usando o Excel: 147 Matemática Empresarial Exercícios35 – Unidade 8 35 As atividades deste capítulo foram adaptadas de CESAR, 2000 e PARENTE e CARIBÉ, 1996. 1. Qual o valor atual de uma nota promissória de R$ 7.500,00, quatro meses antes de seu vencimento, quatro meses antes de seu vencimento, à taxa de 60% a.a.? (Consi- dere o desconto racional simples.) a) R$ 5.250,00 b) R$ 5.500,00 c) R$ 6.250,00 d) R$ 6.450,00 e) R$ 6.700,00 2. Por uma duplicata de R$ 20.000,00, um banco pagou o líquido de R$ 19.250,00. Quantos dias ainda faltavam para o vencimento do título, se a operação deu-se à taxa comercial de 30% a.a.? a) 15 dias b) 30 dias c) 35 dias d) 45 dias e) 60 dias 3. (Petrobrás) Resgatei um título em um banco que me pagou o líquido de Cr$ 20.350,00. O resgate deu-se a 10 dias do vencimento, à taxa de 24% a.m., pelo crité- rio do desconto racional. O valor nominal desse título é: a) Cr$ 22.780,00 b) Cr$ 22.030,00 148 Matemática Empresarial c) Cr$ 21.978,00 d) Cr$ 21.359,00 4. (Banco do Brasil) Descontei duas notas promissórias de valores diferentes, cuja soma é de Cr$ 400.000,00, usando a taxa de 7% a.m., de desconto comercial simples. Uma era vencível em 36 dias e a outra, vencível em 48 dias. O total dos descontos foi de Cr$ 36.400,00. O maior valor nominal dentre os referidos títulos é: a) Cr$ 250.000,00 b) Cr$ 300.000,00 c) Cr$ 320.000,00 d) Cr$ 350.000,00 5. (TTN) O valor atual racional de um título, cujo valor de vencimento é de $ 256.000,00, daqui a sete meses, sendo a taxa de juros simples, utilizada para o cálcu- lo, de 4% ao mês é: a) $ 200.000,00 b) $ 220.000,00 c) $ 180.000,00 d) $ 190.000,00 6. (AFTN) Obtenha o valor hoje de um título de R$ 10.000,00de valor nominal, ven- cível ao fim de três meses, a uma taxa de juros de 3% ao mês, considerando um desconto racional composto e desprezando os centavos. a) R$ 9.140,00 b) R$ 9.126,00 c) R$ 9.151,00 d) R$ 9.100,00 e) R$ 9.174,00 149 Matemática Empresarial 7. Um título no valor de $ 20.000,00 foi saldado três meses antes do vencimento. A taxa de desconto comercial composto aplicada foi de 10% ao mês. Qual o valor recebido? a) R$ 12.640,00 b) R$ 13.160,00 c) R$ 13.570,00 d) R$ 14.290,00 e) R$ 14.580,00 Transformação de uma taxa nominal em uma taxa efetiva Transformação de taxas efetivas Equivalência de Capitais 9Estudo das taxas e equivalência de capitais Bem-vindo à nona unidade! 153 Matemática Empresarial 9. Estudo das taxas e equivalência de capitais Neste capítulo, serão abordadas as taxas efetivas e as taxas nominais36. – Chamamos de taxas efetivas de juros aquelas em que o período de capitalização da taxa coincide com o período de referência da taxa. Exemplo: 10% a.m./c.m. (Lê-se dez por cento ao mês com capitalização mensal). Veja que o período de capitalização (mês) é igual ao período de referência (mês). OBSERVAÇÃO: Quando se tem uma taxa efetiva se pode omitir o período de capita- lização. Então, 10% a.m. é o mesmo que 10% a.m./c.m. – As chamadas taxas nominais de juros são aquelas cujo período de capitalização não coincide com o período de referência da taxa. Exemplo: 10% a.m./c.b. (Lê-se 10 por cento ao mês com capitalização bimestral. Como você pode perceber, o período de capitalização é bimensal e o período de referência é mensal). 36 KRUSE, 2005, p.76-77. 154 Matemática Empresarial 9.1 Transformação de uma taxa nominal em uma taxa efetiva É bastante comum no mercado financeiro o uso de taxa nominal (geralmente ao ano), por isso devemos saber transformar uma taxa nominal em uma taxa efetiva. Para calcular uma taxa proporcional equivalente à taxa nominal, basta multiplicar ou dividir. Exemplos: a) 12% a.a./c.m (taxa nominal) Para transformar em taxa efetiva, devemos mudar a.a. para a.m. Então, como um ano tem 12 meses, dividimos por 12. 12% ÷ 12 = 1% a.m./c.m. (taxa efetiva) b) 1,4% a.m./c.a. (taxa nominal) Para transformar em taxa efetiva, devemos mudar a.m. para a.a. Então, como 12 me- ses equivalem a um ano, multiplicamos por 12. 1,4% .12 = 16,8% a.a./c.a. (taxa efetiva) c) 15% a.a./c.s. (taxa nominal) Para transformar em taxa efetiva, devemos mudar a.a. para a.s. Então, como um ano tem 2 semestres, dividimos por 2. 15% ÷ 2 = 7,5% a.s./c.s. (taxa efetiva) 155 Matemática Empresarial d) 0,6% a.d./c.m. (taxa nominal) Para transformar em taxa efetiva, devemos mudar a.d. para a.m. Então, como 30 dias equivalem a um mês, multiplicamos por 30. 0,6% . 30 = 18% a.m./c.m. (taxa efetiva) Generalizando: Para calcular a taxa efetiva (iE), basta dividir a taxa nominal (iN) pelo número de capi- talizações no período ao qual se refere a taxa nominal (k), isto é: Um exemplo clássico nos livros de Matemática Financeira é a taxa de juros da Cader- neta de Poupança. Essa taxa é calculada pela variação da TR e por uma taxa de juros de 6% a.a. A taxa de 6% a.a. é nominal, pois a Poupança tem capitalização mensal, logo, é 6% a.a./c.m. Transformando em taxa efetiva temos: 156 Matemática Empresarial 9.2 Transformação de taxas efetivas37 Duas ou mais taxas de juros são equivalentes quando aplicadas a um mesmo capital, por tempos iguais, produzem montantes iguais. Para transformarmos taxas efetivas não basta dividirmos pelo número de capitali- zações, já que temos uma capitalização composta. A partir da expressão dos juros compostos, facilmente obtemos a seguinte relação para estas taxas: Onde: ia = taxa desejada ib = taxa dada a = prazo da taxa desejada (ia) b = prazo da taxa dada (ib) Vamos ver as relações entre taxas anuais e taxas mensais. Se for dada a taxa mensal e se deseja a taxa anual: ianual = (1 + imensal) - 1, pois um ano é composto de 12 meses. Se for dada a taxa anual e se deseja a taxa mensal: imensal= (1 + ianual) - 1, pois um ano é composto de 12 meses. Como você pode perceber, a razão a/b serve, apenas, para indicar quantas vezes o tempo da taxa que queremos é maior (ou menor) que o tempo da taxa que temos. 37 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 155 157 Matemática Empresarial As relações entre as taxas equivalentes podem ser assim resumidas38: (1 + id)360 = (1 + im)12 = (1 + it)4 = (1 + is)2 = (1 + ia)1 Onde: id é a taxa diária de juro composto im é a taxa mensal de juro composto it é a taxa trimestral de juro composto is é a taxa semestral de juro composto ia é a taxa anual de juro composto Usando a calculadora científica Por exemplo: vamos transformar imensal = 12% em taxa anual. Na calculadora digitamos: 1.12 ^ 12 – 1. Resultado: 2,895975993 arredondando 289,60% a.a. Não é preciso utilizar parênteses, pois a calculadora científica realiza a operação de potenciação antes da subtração. Por exemplo: vamos fazer o contrário, transformar ianual = 12% em taxa mensal. 38 PARENTE, CARIBÉ, 1996, p. 156 158 Matemática Empresarial Na calculadora digitamos: 1.12 ^ ( 1 / 12 ) – 1. Resultado: 0,009488793 arredondando 0,95% a.m. Para calcular uma potência de expoente fracionário, fazemos o uso de parênteses, pois é preciso que a divisão de 1 por 12 seja feita antes de elevar 1.12 ao resultado dessa divisão. Usando a calculadora HP-12C Para calcular na HP-12C potências: Por exemplo: Na calculadora digitamos: 1.12 Enter 12 yx 1 – Resultado: 2,895975993 arredondando 289,60% a.a. No exemplo com expoente fracionário: Na calculadora digitamos: 1.12 Enter 1 Enter 12 ÷ yx 1 – Resultado: 0,009488793 arredondando 0,95% a.m. Usando o Excel: No exemplo com expoente fracionário: 159 Matemática Empresarial Outro modo de calcular potências no Excel é usando a função Potência pré-definida: =POTÊNCIA (núm;potência) No exemplo acima: Exemplo 1: Em Boletim do Banco Central do Brasil de 2003, foi informado que a taxa Selic mensal era de 1,37% a.m. e que esta mesma taxa anual foi de 17,737% a.a. Vamos verificar a equivalência entre essas taxas. Vamos encontrar a taxa anual equivalente à taxa mensal de 1,37%. Como vemos, 17,737% a.a. é o mesmo que 1,37% a.m. Exemplo 2: No ano de 2002, a taxa TBF ficou em 21,78% a.a. Qual a taxa média ao mês? 160 Matemática Empresarial 9.3 Equivalência de Capitais Em Dal Zot39, encontramos uma boa explicação para a equivalência de capitais: Uma situação que ocorre, com muita frequência, no mundo dos negócios é o desequilíbrio entre as entradas e as saídas de caixa, fazendo com que as empresas ou instituições financeiras ora te- nham excesso de disponibilidades de caixa, ora tenham falta de recursos financeiros. Reduzir esse desequilíbrio, atenuando os picos e valores da disponibilidade de caixa, é um dos mais importantes objetivos da administração financeira. Para atenuar o desequilíbrio de caixa, busca-se substituir direitos ou obrigações existentes por outros de datas diferentes. Desse modo, equivalência de capitais é utilizada para mudar a data de vencimento de um título ou para mudar a forma de pagamento, por exemplo, trocando um título por outros dois títulos. Dois ou mais capitais, com datas de vencimento diferentes, são ditos capitais equi- valentes quando, transportados para uma mesma data, à mesma taxa, produzirem, nessa data, valores iguais. A1 = A2 igualando os valores atuais N1 (1 - id.n1) = N2 (1 - id.n2) 39 DAL ZOT, 2006, p.115. 161 Matemática Empresarial Exemplo 1: Um título, com valor nominal de R$ 450,00 e vencimento para 4 meses, será substituído por outro com vencimento para 10 meses. Se a taxa de desconto utilizada nessa operação é de 3% a.m., qual o valor nominal do novo título? N1 . (1 - id.n1) = N2 . (1 - id.n2) 450 . (1 - 0,03 . 4) = N2 . (1 - 0,03 . 10) 450 . 0,88 = N2 . 0,7 396 = N2 .0,7 N2 = N2 = 565,71428, arredondando, 565,71. Logo, ovalor nominal do novo título será R$ 565,71. Exemplo 2: Um título de R$ 3.000,00 com vencimento para 4 meses será substituído por dois novos títulos de mesmo valor nominal com vencimento respectivamente para 3 e 6 meses, considerando a taxa de desconto de 2% a.m. Qual o valor nominal dos novos títulos? N1 (1 - id.n1) = N2 (1 - id.n2) + N3 (1 - id.n3) 3000 . (1 - 0,02 . 4) = N2 . (1 - 0,02 . 3) + N3 . (1 - 0,02 . 6) 2760 = N . 0,94 + N . 0,88 (Substituímos N2 e N3 por N, pois serão valores iguais) 2760 = N . 1,82 N = N = 1516,48351, arredondando, 1516,48. Logo, os dois novos títulos terão o valor R$ 1.516,48. 163 Matemática Empresarial Exercícios40 – Unidade 9 1. (FISCAL TRIB.-CE) Obter a taxa de juros anual equivalente à taxa mensal de 5%, a juros compostos, em porcentagem e aproximação de uma casa decimal. a) 60,0% b) 69,0% c) 72,8% d) 74,9% e) 79,6% 2. (AFTN) Indique qual a taxa de juros anual equivalente à taxa de juros nominal de 8% ao ano com capitalização semestral. a) 8,20% b) 8,05% c) 8,16% d) 8,10% e) 8,00% 3. (Banco do Brasil) Qual a taxa semestral equivalente à taxa de 25% ao ano? a) 11,40% b) 11,50% c) 11,60% d) 11,70% e) 11,80% 40 As atividades deste capítulo foram adaptadas de diversos livros citados nas referências. 164 Matemática Empresarial 4. (AFTN) A taxa de 40% ao bimestre, com capitalização mensal, é equivalente a uma taxa trimestral de: a) 60,0% b) 66,6% c) 68,9% d) 72,8% e) 84,4% 5. Um credor deve a uma financeira dois títulos, um de R$ 1.500,00, com vencimen- to para 2 meses e outro de R$ 1.800,00 com vencimento para 5 meses. Esse credor pretende substituir esses dois títulos por outros dois com vencimento para 12 meses e 24 meses, respectivamente, sendo o segundo, com o dobro do valor nominal do primeiro. Admitindo-se uma taxa de 2,4% a.m., qual o valor nominal desses novos títulos? a) R$ 1.430,56 e R$ 3.761,12 b) R$ 1.930,77 e R$ 3.861,54 c) R$ 1.870,72 e R$ 2.580,45 d) R$ 1.290,32 e R$ 3.541,23 e) R$ 2.230,07 e R$ 3.901,08 6. Um título de R$ 3.000,00 com vencimento para quatro meses será substituído por dois novos títulos de mesmo valor nominal com vencimento respectivamente para três e seis meses, considerando a taxa de desconto de 2% a.m. Qual o valor nominal dos novos títulos? a) R$ 1.298,16 b) R$ 1.450,33 c) R$ 1.516,48 d) R$ 1.602,91 e) R$ 1.870,29 165 Matemática Empresarial 7. Dois títulos de R$ 1.000,00 cada, exigíveis em três e quatro meses respectivamen- te, serão substituídos por dois títulos de mesmo valor nominal para cinco e seis me- ses respectivamente, com taxa de desconto de 3% a.m. Calcule o valor nominal dos novos títulos. a) R$ 1.071,86 b) R$ 1.155,37 c) R$ 1.276,27 d) R$ 1.302,45 e) R$ 1.477,05 Séries Postecipadas Séries Antecipadas Cálculos de séries de pagamento postecipadas e antecipadas no Excel Cálculos de séries de pagamento postecipadas e antecipadas com HP-12C Séries Diferidas 10 Séries de pagamento Bem-vindo à décima unidade! Matemática Empresarial 169 9. Estudo das taxas e equivalência de capitais Séries de pagamento também são chamadas de renda certa ou de anuidades. Vamos ver, neste capítulo, que séries de pagamento são usadas para construir um capital ou resgatar uma dívida depositando ou pagando certas quantias em épocas distintas. Capitalização × Amortização41 • Ao construir um capital temos uma capitalização. • Ao resgatar uma dívida temos uma amortização Principais Elementos das Séries • PV: valor presente, valor atual, soma dos temos descapitalizados. • FV: valor futuro, valor nominal, montante, soma dos termos capitalizados. • PMT: valor de cada prestação, pagamento, termo. • n: número de períodos. • i: taxa. Séries Uniformes de Pagamentos Periódicos • Postecipadas • Antecipadas • Diferidas 41 ARAÚJO, 2006, p. 137. Matemática Empresarial 170 10.1 Séries Postecipadas São aquelas em que o pagamento é efetuado no final de cada período e o valor fu- turo coincide com o pagamento da última prestação. São as compras sem entrada, por exemplo. Adaptado de Araújo, 2006, p.138. Matemática Empresarial 171 Valor presente de uma série postecipada O valor presente (PV) de uma série postecipada é definido como o somatório das prestações descapitalizadas até o instante zero. O termo chamado Fator de Valor Presente. Logo, PV = PMT . fvp(i%,n) Sendo fvp (i%, n) o fator de valor presente tabelado. Valor futuro de uma série postecipada O valor futuro (FV) de uma série postecipada é definido como o somatório das pres- tações capitalizadas até a data da última prestação. Basta capitalizarmos o valor pre- sente por n períodos. aplicando a propriedade distributiva Matemática Empresarial 172 O termo é chamado Fator de Valor Futuro. Logo, FV = PMT . fvf(i%,n) Sendo fvf (i%, n) o fator de valor futuro tabelado. Séries Antecipadas São aquelas em que o pagamento é efetuado no início de cada período e o valor futuro é obtido num intervalo de tempo após o pagamento da última prestação. São as compras com entrada, por exemplo, onde já no ato da compra é paga a primeira prestação. Adaptado de Araújo, 2006, p.147 Matemática Empresarial 173 Valor presente de uma série antecipada O valor presente de uma série antecipada PV (ant) pode ser interpretado como a capitalização de um período do valor presente de uma série postecipada PV. O termo é chamado Fator de Valor Presente. Logo, PV(ant) = PMT . fvp (i%.n).(1 + i) Sendo fvp (i%, n) é o fator de valor presente tabelado. Valor futuro de uma série antecipada O valor futuro de uma série antecipada FV (ant) pode ser interpretado como a capi- talização de um período do valor futuro de uma série postecipada FV. FV(ant) = FV . (1 + i) O termo é chamado Fator de Valor Futuro. Matemática Empresarial 174 Logo, FV(ant) = PMT . fvf(i%,n) . (1 + i) Sendo fvf (i%, n) o fator de valor futuro tabelado. 10.3 Cálculos de séries de pagamento postecipadas e antecipadas no Excel A seguir serão apresentadas algumas fórmulas pré-definidas do Excel sobre valor presente (PV), valor futuro (FV), valor da prestação (PMT), número de prestações (n) e taxa de juros (i) de séries de pagamento postecipadas e antecipadas, juntamente com seus respectivos exemplos: =VP(taxa;nper;pgto;vf;tipo) – Exibe o valor presente de uma série de pagamentos iguais, mediante algumas informações: taxa (constante), número de prestações, va- lor da prestação ou valor futuro e tipo. O valor da prestação deve ser precedido do sinal (-), pois significa uma saída de caixa. Dessa forma, o valor presente calculado será positivo. Atenção: Tipo significa definir se a série de pagamento é postecipada ou antecipa- da. Digitamos em Tipo o número 1 para série de pagamento antecipada e digitamos 0 para série de pagamento postecipada. Se não for informado o tipo, o Excel consi- dera uma série postecipada. Matemática Empresarial 175 Exemplo 1: Supondo que você deseje comprar um DVD pagando em 8 parcelas de R$ 68,80, sem entrada, à taxa de 2,5% ao mês. Qual é o valor presente do DVD? Lembrete: como é sem entrada, o problema trata de uma série de pagamento pos- tecipada, por isso podemos omitir a definição do tipo, ou digitar 0. =VP(0,025;8;-68,80; 0;0) é igual a R$ 493,31 =VF(taxa;nper;pgto;vp;tipo) - Exibe o valor futuro de uma série de pagamentos iguais, mediante algumas informações: taxa (constante), número de prestações, va- lor da prestação ou valor presente e tipo. O valor da prestação deve ser precedido do sinal (-), pois significa uma saída de caixa. Dessa forma, o valor futuro calculado será positivo. Exemplo 2: Suponha que você deseje comprar um DVD pagando em oito parcelas de R$ 68,80 a uma taxa de 2,5% ao mês, sendo a primeira parcela paga no ato da compra. Qual é o valor futuro do DVD? Matemática Empresarial176 Lembrete: como a primeira parcela coincide com o ato da compra, o problema trata de uma série de pagamento antecipada, por isso devemos informar que o tipo é 1. =VF(0,025;8;-68,8;0;1) igual a R$ 616,07 =PGTO(taxa;nper;vp;vf;tipo) – Exibe o valor da prestação a ser paga, mediante al- gumas informações: taxa (constante), número de prestações, valor presente ou valor futuro e tipo. O valor presente ou o valor futuro serão informados com sinal positivo, desta forma o valor de PGTO calculado será negativo, pois significa uma saída de caixa. Exemplo 3: Suponha que você deseje comprar um DVD pagando em oito parcelas, sem entra- da, a uma taxa de 2,5% ao mês e com valor presente de R$ 493,31. Qual é valor da prestação do DVD? Matemática Empresarial 177 =PGTO(0,025;8;493,31;0;0) é igual a R$ 68,80 =NPER(taxa;pgto;vp;vf;tipo) – Exibe o número de prestações, mediante algumas informações: taxa (constante), valor da prestações, valor presente ou valor futuro e tipo. O valor da prestação deve ser precedido do sinal (-), pois significa uma saída de caixa. Os valores de vp e vf são positivos. Exemplo 4: Suponha que você deseje comprar um DVD com a prestação de R$ 68,80, sem en- trada, a uma taxa de 2,5% ao mês, valor presente de R$ 493,31. Quantas serão as prestações? =NPER(0,025;-68,8;493,31;0;0) é igual a 8. =TAxA(nper;pgto;vp;vf;tipo;estimativa) – Exibe a taxa de mediante algumas in- formações: valor da prestação, número de prestações, valor presente ou valor futuro, tipo e estimativa. O valor da prestação deve ser precedido do sinal (-), pois significa uma saída de caixa. Os valores de vp e vf são positivos. Exemplo 5: Suponha que você deseje comprar um DVD pagando em 8 prestações de R$68,80, Matemática Empresarial 178 =TAXA(8;-68,8;493,31;0;0) é igual a 2,5% ao mês sem entrada, com o valor presente de R$ 493,31. Qual será a taxa de juros? 10.4 Cálculos de séries de pagamento postecipadas e antecipadas com HP-12C Para o cálculo de séries postecipadas, você pode usar funções financeiras básicas42: 42 GIMENES, 2006, p. 120-121. Grupo 1 – PV PMT FV Grupo 2 – i n Matemática Empresarial 179 Ao realizar um cálculo usando a HP-12C, deve-se lançar o número zero para tecla do Grupo 1 que não será utilizada. Procure sempre digitar os cinco valores, pois as funções são programadas para trabalhar conjuntamente. Exemplo: Você compra uma televisão de 29 polegadas financiada em 10 parcelas iguais. A loja cobra juros de 5% ao mês e a primeira parcela vence 30 dias após a com- pra. Calcule o valor das parcelas, sabendo que o valor à vista da TV é de $ 1.500,00. Na HP-12C: f CLx f (2) 1500 PV 0 FV 10 n 5 i PMT O valor no visor será -194,26. OBS.: VP e PMT sempre têm sinais contrários. O PMT negativo quer dizer que você irá pagar as parcelas. Para cálculo de séries antecipadas, a HP-12C tem uma função especial, que deve ser acionada antes do cálculo. A função é denominada BEGIN (significa ‘início’). Ela é acionada pelas teclas g 7(BEG). Exemplo: Você compra uma televisão de 29 polegadas financiada em 10 parcelas iguais. A loja cobra juros de 5% ao mês e a primeira parcela é dada na entrada. Calcu- le o valor das parcelas, sabendo que o valor à vista da TV é de $ 1.500,00. Matemática Empresarial 180 Na HP-12C: f CLx f (2) g 7(BEG). 1.500 PV 0 FV 10 n 5 i PMT O valor no visor será -185,01. Depois do cálculo, para desativar a função BEGIN, devem ser pressionadas as teclas g 8(END). A palavra BEGIN desaparece do visor. 10.5 Séries Diferidas São aquelas em que o primeiro pagamento ocorre após certo período de carência (também chamado de diferimento inicial). Também pode ocorrer um diferimento final, quando o valor futuro é obtido num certo período de tempo após o pagamento da última prestação. Matemática Empresarial 181 k – períodos de carência n – prestações Valor presente de uma série diferida O valor presente de uma série diferida PV(dif ) pode ser interpretado como a descapi- talização de k períodos do valor presente de uma série antecipada PV(ant). PV(dif) = PV(ant) . (1 + i)-k Logo, PV(dif ) = PMT X fvp(i%,n) x (1 + i)–k+1 Sendo fvp (i%, n) é o fator de valor presente tabelado. Adaptado de Araújo, 2006, p.151 Matemática Empresarial 182 Valor futuro de uma série diferida O valor futuro de uma série diferida FV(dif ) pode ser interpretado como a capitaliza- ção de k períodos do valor futuro da série antecipada FV(ant). FV(dif) = FV(ant) . (1 + i)k Logo, FV(dif ) = PMT . fvf(i%,n) . (1 + i)k+1 Sendo fvf (i%, n) é o fator de valor futuro tabelado. Matemática Empresarial 183 Exercícios43 – Unidade 10 1. O valor da prestação do financiamento de uma geladeira, em seis vezes, sem en- trada, é R$ 230,00. Sabendo-se que a taxa de juros utilizada foi de 3,5% ao mês, cal- cule o preço, à vista, da geladeira. a) R$ 1.225,57 b) R$ 1.268,46 c) R$ 1.559,26 d) R$ 1.506,54 2. Qual o valor atual de uma série de 20 prestações iguais a R$ 12.500,00, postecipa- das, a uma taxa de 1,9% ao mês? a) R$ 306.424,66 b) R$ 300.711,15 c) R$ 210.300,37 d) R$ 206.379,17 3. Sabendo-se que uma loja financia suas vendas com uma taxa de juros de 4% ao mês e que um cliente deseja comprar um eletrodoméstico no valor à vista de R$ 430,00, em cinco prestações mensais sem entrada, calcule o valor da prestação. a) R$ 76,34 b) R$ 79,34 c) R$ 92,87 d) R$ 96,59 43 As atividades deste capítulo foram adaptadas de diversos livros citados nas referências. Matemática Empresarial 184 4. Uma loja calculou o financiamento de um conjunto de estofados em 10 presta- ções mensais iguais a R$ 600,00, a primeira delas na entrada. Sabe-se que o crediário da loja utiliza uma financeira cuja taxa de juros é de 2,5% ao mês. Calcule qual foi o valor dos sofás à vista. a) R$ 5.251,24 b) R$ 5.382,52 c) R$ 6.722,03 d) R$ 6.890,08 5. O departamento de crédito de uma loja financia seus clientes em cinco prestações mensais iguais, sendo a primeira na entrada. Sabendo-se que a taxa de juros utiliza- da é de 3,5% ao mês, calcule qual será o valor da prestação do financiamento de um refrigerador, no valor de R$ 1.200,00. a) R$ 216,21 b) R$ 223,78 c) R$ 256,79 d) R$ 265,78 6. Calcule o valor da prestação de um enxoval de noivas de R$ 1.700,00, financiado em 6 prestações mensais iguais, a primeira vencendo quatro meses após a compra, a uma taxa de juros de 3,9% ao mês. a) R$ 376,69 b) R$ 362,55 c) R$ 323,24 d) R$ 311,11 7. Sabendo-se que a taxa de juros adotada pelo crediário de uma loja é de 2,70% ao mês, calcule o valor, à vista, de um refrigerador que foi vendido em 12 prestações iguais a R$ 120,00, sendo a primeira com vencimento em cinco meses após a com- pra. Matemática Empresarial 185 a) R$ 1.064,48 b) R$ 1.093,22 c) R$ 1.216,16 d) R$ 1.248,99 187 História do Serviço Social Conhecendo a Autora Autora: Márcia Castiglio da Silveira Natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, nasceu em 25 de março de 1977. For- mou-se professora das Séries Iniciais no Curso de Magistério em 1995. Ingressou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1996, recebendo o diploma de Licenciada em Matemática em 30 de janeiro de 2000. Realizou o curso de Mes- trado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEDU/UFRGS), no período 2000-2002. Sua disserta- ção tem o título “Produção de significados sobre Matemática nos cartuns”. Em 2008, concluiu o curso de Especialização em Educação à Distância pelo Senac/RS. Iniciou sua carreira na docência como professora substituta na Faculdade de Educa- ção da UFRGS, entre 2002 e 2004. Ainda em 2002, foi nomeada professora do Estado do Rio Grande do Sul, onde ainda trabalha como professora de Matemática no Ensi- no Médio. Desde 2004, é professora na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) em diversos cursos tecnológicos, de graduação e extensão. 189 Históriado Serviço Social Referências ARAÚJO, Eduardo. Matemática para negócios e finanças. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006. CESAR, Benjamin. Matemática Financeira: teoria e 800 questões. Rio de Janeiro: Im- petus, 2000. CORDANI, Lisbeth K. Oficina “Estatística para todos”. Associação Brasileira de Estatís- tica – ABE. Disponível em < http://www.redeabe.org.br/OFICINA%20site_educacao. pdf >. Acesso em: 15 abr. 2008. CRESPO, Antônio Arnot. Estatística fácil. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 1998. ___________________. Matemática Comercial e Financeira fácil. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. DANTE, Luiz Roberto. Matemática, volume único. São Paulo: Ática 2008. DAL ZOT, Wili. Matemática financeira. 4. ed. rev. ampl. 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Rio de Janeiro: Campus, 1991. Anexos 193 História do Serviço Social Gabaritos Unidade 1 1.a 2.c 3.d 4.b 5.c 6.e 7.b Unidade 2 1.b 2.d 3.c 4.e 5.c 6.d 7.a Unidade 3 1.d 2.c 3.b 4.a 5.e 6.c 7.c Unidade 4 1.e 2.c 3.d 4.c 5.c 6.d 7.d 8.d Unidade 5 1.e 2.d 3.a 4.a 5.d 6.e Unidade 6 1.b 2.c 3.d 4.e 5.a 6.a Unidade 7 1.a 2.e 3.c 4.c 5.b 6.d 7.a Unidade 8 1.c 2.d 3.c 4.b 5.a 6.c 7.e Unidade 9 1.e 2.c 3.e 4.d 5.b 6.c 7.a Unidade 10 1.a 2.d 3.d 4.b 5.c 6.b 7.b