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FICHAMENTO DE CITAÇÃO HERMENÊUTICA JURÍDICA – AVP2 NOME: MARIA EMILIANE KAMILE CORREIA MACEDO VITÓRIA DE SOUSA ARAUJO TURMA: 322.3 PROFESSOR: JORGE EMICLES PINHEIRO PAES BARRETO Referência: STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica Jurídica em crise: uma exploração hermenêutica da construção do Direito. Porto alegre: Livraria Advogado, 1999. “Temos duas teses sobre a semântica: o naturalismo, pela qual cada coisa tem nome por natureza, tese defendida por Crátilo e o convencionalismo, posição sofista defendida por Hermógenes, pela qual a ligação do nome com as coisas é absolutamente arbitraria e convencional, é dizer, não há qualquer ligação das palavras comas coisas “ (STRECK,1999, c.6, p.97) “Pra Heráclito se a palavra é logos não é apenas palavra, ela excede, desdobra-se como palavra e como coisa, nomeia o devir é o ser do devir. Não há uma separação completa entre palavras e coisas, mas uma espécie de cumplicidade entre ambas, de forma que as propriedades das coisas se refletem nas palavras. Para ele o ser de um ente só poderá alcançar uma linguagem quando o ser a se pensar vier a palavra, o ser é inadiável, porque está sempre a caminho de sua vontade.” (STRECK,1999, c.6, p.98) “Heráclito diz em sua essência o homem pertencem ao ser, determina-se como o que é nele se recolhe dele recebendo as suas próprias habilidades” (STRECK,1999, c.6, p.98,99) “O Cratilo representa o enfrentamento de Platão o sofistas, onde a palavra era pura convenção e não obediência nem a lei da natureza tampouco as leis divinas, como era uma invenção humana, poderia ser reinventada e consequentemente, as verdades estabelecidas podiam ser questionadas.” (STRECK,1999, c.6, p.99) “Sócrates toma como modelo atividade do artesão, onda há a finalidade própria a cada coisa e a cada ação e que analogamente aos instrumentos adequados a cada atividade artesanal, há também um responsável pelo estabelecimento de nomes para as coisas, o nomotela, o sábio legislador (...).”(STRECK,1999, c.6, p.99) “O Sócrates platônico não rompe inteiramente com Crátilo nem Hermógenes, mas defende uma posição que concilia as precedentes. (...) quando o nometa ou o onomaturgo (dador de nomes) estabelece os nomes para as coisas, ele não o faz https://digital.unileao.edu.br/user/view.php?id=4580&course=1 segundo a sua própria vontade, mas segundo um modelo ideal (inato) ao qual ele não tem acesso direto, e que orienta, de alguma maneira.” (STRECK,1999, c.6, p.100) “(...) importante passagem do Crátilo : se todas as coisas não são parecidas ao mesmo tempo e sempre para todos e se , por outro lado, cada coisa não é própria de cada um, é claro que as coisas tem em si próprias uma essência fixa, que elas não são nem relativas para nós, nem dependentes de nós, que elas não estão entregues em todos os sentidos a mercê de nossas imaginações mas, sim , que existem por si mesmo segundo a essência que lhe é natural.” (STRECK,1999, c.6, p.101) “Sua principal crítica a Platão, fita na metafisica, referia-se a questão do dualismo, representada pela teoria das ideias, a partir da dificuldade que via na equação da relação entre o mundo inteligível e o sensível (material).” (STRECK,1999, p.102) “Sua “primeira filosofia” pretende estudar o ser das coisas (ousia), que quer dizer a sua essência, naquilo que elas são em si mesmo, não importando o que elas pareçam e pelas mudanças que sofrem.” (STRECK,1999, c.6, p.103) “Aristóteles acreditava que as palavras só possuíam um sentido definido porque as coisas possuíam uma essência. Há uma unidade objetiva que fundamenta o nome da essência ou aquilo que é. É a essência das coisas que confere às palavras a possibilidade de sentido.” (STRECK,1999, c.6, p.103) “(...) tanto o idealismo platônico como o essencialísmo realista aristotélico, embora discordantes entre muitos aspectos, convergem num ponto considerado por Platão e Aristóteles como fundamental: seja qual for a sua sede ou o seu lugar de origem, a verdade está enquanto tal preservada da corrupção e da mudança para sempre.” (STRECK,1999, c.6, p.104,105) “(...) é possível afirmar que a concepção central do pensamento metafisico ocidental pressupõe um conhecimento visto como u processo de adequação do olhar ao objeto, buscando a similitude entre pensamentos e coisa, desvendando as essências próprias das coisas. Em consequências, a verdade se caracteriza exatamente pela correspondência entre o intelecto e a coisa visada como a formula aristotélica e medieval.” (STRECK,1999, c.6, p.105) “ Para a metafisica clássica, o conhecimento verdadeiro consiste na captação da essência imutável das coisas, o que, precisamente, é depois comunicado pela linguagem (...) Sem conhecimento da essência, não há, para a tradição, conhecimento verdadeiro, ou seja, as palavras tem sentido porque há objetos que elas designam: coisas singulares ou essenciais.” (STRECK,1999, c6, p.105,106) “Contra o mundo das Ideias de Platão (transcendentalismo) e a ontologia de Aristóteles (ideias dos universais), os estoicos assumem uma posição que pode ser denominada de nominalista e materialista. Para eles, somente o indivíduo singular é real. Os universais, as essências, são meros nomes que não designa nenhuma existência real.” (STRECK,1999, c.6, p.106) “A função significante das palavras não se faz pela relação que ele possa ter com a coisa significada, mas sim pela relação que ela tem com outras palavras. Assim, diz Lacan, a linguagem sé é concebível como uma rede, uma teia sobre o conjunto das coisas, sobre a totalidade real.” (STRECK,1999, c.6, p.108) “No século XIV a tradição grega busca da essência enco0ntra forte resistência com o nominalismo de Guilherme e Ockham.(...) Pra Ockham, as coisas denominadas pelo mesmo termo nada tem em comum, exceto a própria nomeação, ou, dito de outro modo, o que todas as escadeiras tem em comum é serem chamadas de cadeiras.” (STRECK,1999, c.6, p.108) “ Anterior a Ockham e muito semelhante ao nominalismo é o conceitualismo de Pedro Abelardo(1079-1142), que sustenta que os que descreve os universais são apenas conceitos, ou seja, predicados de sentenças que descrevem o objeto (...), existindo portanto na mente como meio de unir ou relacionar objetos particulares dotados das mesmas características ou qualidades.” (STRECK,1999, c.6, p.109) “John Locke, que poderia ser definido como o pai da semiótica moderna, (...) diz que as ciências se dividem em três espécies: a física, como conhecimento das coisas espirituais e corpóreas; a pratica, como sistema de regras para as nossas ações; e a semiótica, que é o conhecimento dos signos, isto e, das ideias e das palavras como instrumento das outras ciências.” (STRECK,1999, c.6, p.110) “A abstração, com efeito, é essencial na concepção lockeana das ideias universais: Palavras se tornam gerais ao serem feitas os signos de ideias gerais, e ideias se tornam gerais ao se separarem delas as circunstancias de tempo e de lugar e quaisquer outras ideias que possam determina-las e essa ou aquela existência. Por esse modo de abstração, elas são feitas capazes de representar mais indivíduos do que um; cada um dos quais, tendo nele uma conformidade a essa ideia abstrata, e (como o chamamos) dessa espécie.” (STRECK,1999, c.6, p.112) “(...) as posturas nominalistas- nas suas variadas concepções e variações- trouxeram relevantíssimas contribuições para a discussão da linguagem. O lugar privilegiado que deram a linguagem e a sua posição contraria a existência de universais tornaram-se importantes instrumentos e/ou contributos para o rompimento com os dualismos metafisico-essencialistas.” (STRECK,1999, c.6, p.113) “A teoria de Hume representa um avanço em relação a tese de Locke, pela qual a mente é como uma folha de papel em branco, em que são impressos caracteres por intermédio dos mecanismos da experiência sensível. É possível dizer que a partir de Hume- cujatese foi aproveitada por filósofos ligados ao empirismo logico que as palavras só tem significado na medida em que se referem a fatos concretos.” (STRECK,1999, c.6, p.113) “Na filosofia de Hume, o único que resulta, não seguro, senão prudente, é aceitar que as afirmações que de alguma maneira podem conectar-se com alguma experiência passada oferecem probabilidades de pressões que façam eficaz a tarefa humana.” (STRECK,1999, c.6, p.114) “A semiótica kantiana, conforme Blanco compreende os signos de três subdivisões: voluntarias ou artificiais, frutos da criação humana, naturais, nos quais não há interferência do homem, e portentosos, os quais se referem a fenômenos extraordinários, produtos tanto da natureza como da fantasia humana.” (STRECK,1999, c.6, p.115) “(...), em Kant, a palavra, entendida como signos, não somente não possui relação natural como significado, senão que este, sem sentido estrito, não lhe pertence, uma vez que é graças a algo distinto e alheio a ela, graças ao conceito, que o significante vazio que é o signo linguístico, em princípio, completa seu ciclo significativo. É, pois, o conceito que torna significativo o signo.” (STRECK,1999, c.6, p.116) “Pode-se dizer que é em Nietsche que se produz uma ruptura do paradigma metafisico-essencialista vigente desde a antiguidade grega. (...) Não há, para Nietsche, nenhuma semelhança, nenhuma afinidade, previa entre conhecimento e essas coisas que seria necessária conhecer. Em termos mais rigorosamente kantianos, seria necessário dizer que as condições de experiência e as condições do objeto de experiência são totalmente heterogêneos.” (STRECK,1999, c.6, p.117) “Na medida em que a preocupação deste escorço histórico tem o objetivo de privilegiar o tratamento dado a linguagem desde os pré-socráticos até a contemporaneidade (...), que –muito embora os esforços do nominalismo, mormente por Guilherme de Ockham com suas críticas aos universais aristotélicos e a concepção realistada linguagem de Platão-, a visão da linguagem como simples significação não foi superada nem pelo racionalismo, com seu modelo de linguagem (...), nem pelo crítica da linguagem feita pelo empirismo.” (STRECK,1999, c.6, p.118)
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