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Estrutura de mercado do setor supermercadista

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Estrutura de mercado do setor supermercadista
INTRODUÇÃONeste trabalho textual estarei conceituando sobre a estrutura de mercado do setor supermercadista no estado do Rio Grande do Sul, que de maneira sucinta representa o panorama deste setor no panorama nacional sobre as grandes redes supermercadista e sua estrutura de mercado.
O setor supermercadista, vive um momento de grande competividade, isto se deve pelas mudanças que vem ocorrendo na economia global. Uma das características deste momento é a busca por operacionalização eficiente e competitividade. O setor tem promovido o fechamento de lojas menos rentáveis, profissionalização da administração, capitalização das empresas, maior utilização de automação comercial, uso intensivo da informática, racionalização de operações, programas de redução de custos e diferenciação de produtos e serviços.
A ESTRUTURA
Nas últimas duas décadas, o comércio varejista teve uma evolução significativa , evolução proporcionada pelo desenvolvimento da informática visível até então em grandes redes agora fazem parte do cotidiano de pequenos mercados de bairros ,tal informatização proporcionam técnicas de gestão mais eficientes, melhor conhecimento sobre o modo de circulação dos produtos e serviços, ganhos de eficiência e incorporação de novos modelos organizacionais mais intensivos em conhecimento e informação. Estes fatores aliados ao processo de globalização e aberturas de mercados contribuíram na redução de espaços econômicos regionais ou locais privilegiados. Constatamos , nestesetor, a evolução nas técnicas de distribuição, o sistema de logística e de controle de qualidade da empresas, cujo objetivo maior é satisfazer às necessidades crescentes dos consumidores. 
A crescente busca do consumidor por confiabilidade, conveniência e facilidade nas formas de pagamento foram fatores decisivos para que o setor supermercadista tenha apresentado um crescimento real de 7,39%, no Rio Grande do Sul, no ano de 2013.
Juntamente com as transformações que tem ocorrido na economia mundial, o setor supermercadista, também está vivendo um momento de reestruturação, buscando eficiente operacionalização e competitividade. Assim torna-se imperativo que as empresas se ajustem à nova realidade, para tornarem-se mais eficientes, eficazes, enfim, mais competitivas. Para tanto, recorrem a mudanças nas áreas financeira, operacional e mercadológica: implementam medidas como troca de controle acionário, fechamento de lojas menos rentáveis, reformas para modernizar as lojas existentes, profissionalização dos administradores nas lojas que têm gerência basicamente familiar, capitalização das empresas, maior utilização de automação comercial, uso intensivo da informática, utilização de instrumentos de planejamento, racionalização de operações, programas de redução de custos, eficiência do sistema logístico, diferenciação de produtos e serviços.
A estabilização da moeda, proporcionada pelo Plano Real, possibilitou, por um lado, um substancial incremento no faturamento das empresas do setor de supermercados e, por outro impôs anecessidade de implementar mudanças no posicionamento estratégico das empresas. Além do mais, a estabilização também propiciou o acesso ao mercado de consumo de um público de baixa renda, aumentando ainda mais o potencial deste mercado. 
Com a chegada do Plano Real propiciou redes estrangeiras investiram no Brasil. No trabalho de Aguiar e Amim (2005) os autores apontaram que após a implantação o Plano Real houve um aumento na entrada de redes supermercadistas estrangeiras no país, evidenciando um aumento de concentração de mercado neste setor. Aguiar e Silva (2002), apontaram um aumento expressivo nos processos de fusões dentro do setor de supermercados em meados da década de noventa, principalmente, com ascensão das redes estrangeiras Carrefour (francesa), Wal Mart (norte-americana), Sonae (portuguesa) ,até então desconhecidas. 
A entrada de redes estrangeiras trouxe modificações profundas nesta fatia de mercado que é setor supermercadista brasileiro, uma vez que as gigantes varejistas estrangeiras realizam maciços investimento no País, através de abertura de novas lojas, aquisições e fusões.
O Estado do Rio Grande do Sul se constituiu num pólo de atração destes investimentos, que gerou modificações estruturais neste setor. Ressalta-se que somente a rede holandesa não atua no Estado do Rio Grande do Sul, as demais redes apresentam-se expressivamente atuantes em Porto Alegre e no Estado. 
2.1 TIPOS DE ESTRUTURAS
·         Concorrência Perfeita: Caracteriza-se pela existência de inúmeros compradores e vendedores,onde nenhuma empresa consegue ter influência sobre o preço de mercado. Os produtos elaborados são homogêneos, sendo substitutos perfeitos entre si, bem como existe completa informação e conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores. É o modelo ideal de mercado, pois a entrada e a saída de firmas no mercado são livre, ou seja, não há barreiras. Os empresários sempre maximizam lucro e os consumidores maximizam satisfação, e os consumidores e vendedores tem acesso a toda informação, sem custos. Alguns exemplos da concorrência perfeita são os produtores de hortaliças e os vendedores de picolé em uma área de lazer, uma característica deste mercado é que em longo prazo não existe lucros extras, mas apenas os chamados lucros normais, que apresentam a remuneração implícita do empresário.
Monopólio: Caso extremo de estrutura básica clássica. Situação de um mercado em que não existe concorrência na oferta. O setor é constituído de uma única firma, porque existe um único produtor que realiza toda a produção, ou seja, situação em que uma empresa domina sozinha a produção ou o comercio de uma matéria-prima, produto ou serviço que, por isso, pode estabelecer o preço à vontade. Nessa estrutura de mercado existe concorrência entre os consumidores. A firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo. Há presença de barreiras à entrada de novas firmas, ou seja, é necessário manter os concorrentes em potencial afastados.
Estes osbstáculos podem ser administrados pelo monopolista atravésde:
 1.    Controle sobre o fornecimento da matéria prima;
 2.    Barreiras legais como registro de patentes;
 3.    Licenças e concessões governamentais e outros.
 É importante ressaltar que, em muitas circunstâncias, é a estrutura mais apropriada para a produção de certos bens e serviços como nos monopólios governamentais. A legislação da maioria do países proíbe o monopólio, com exceção dos exercícios pelo Estado, geralmente em produtos e serviços estratégicos. O monopólio “puro” é uma construção teórica, porque, na pratica, ele não existe. Uma categoria diferenciada de monopólio é o monopólio estatal ou institucional, protegido pela legislação, normalmente em setores estratégicos ou de infraestrutura. ·     
    Concorrência monopolista ou imperfeita, também chamada de competição monopolista: Embora apresente, como na concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um número elevado de empresas, a concorrência imperfeita caracteriza-se pelo fato de que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes marcas de sabonete, refrigerante, sabão em pó, etc. Trata-se, assim, de umas estrutura mais próxima da realidade que a concorrência perfeita. A diferenciação de produtos pode dar-se por características físicas, pela embalagem, ou pelo esquema de promoção de vendas. Nesta estrutura, cada empresa tem certo poder sobre a fixação de preços, no entanto a existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas para fugirem de aumento de preços. Damesma forma que na concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de novas firmas no mercado. ·  
       Oligopólio: É um tipo de estrutura que pode ser definido em duas formas: 
1.    Pequeno número de empresas no setor. Ex.: indústria automobilística;
 2.    Pequeno número de empresas que dominamum setor com muitas empresas. Ex.: Nestlé, Parmalat no setor de alimentos; Brahma, Antártica e Coca-cola no setor de bebidas; Pão de Açúcar e Carrefour no setor de supermercados, etc. Devido à existência de empresas dominantes, elas tem o poder de fixar os preços de venda em seus termos, defrontando-se normalmente com demandas relativamente inelásticas, em que os consumidores tem baixo poder de reação a alterações de preços. 
A ação do Oligopólio está presente na forma de atuação da empresas do setor supermercadista na Economia Nacional e Regional do Rio Grande do Sul.
Este estudo tem carater descritivo, apontando as principais modificações estruturais do setor supermercadista do Rio Grande do Sul, tendo como base as mudanças relevantes ocorridas , desde o Plano Real. 
O estudo do setor supermercadista gaúcho foi encaminhado dentro do paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho (E-C-D) empregado na literatura de economia industrial, que pode determinar o poder de mercado das empresas que nele operam. São analisadas as características relevantes da estrutura, tais como: concentração de mercado (identificação do número de concorrentes do setor), diferenciação de produtos e as condiçõesvigentes de mercado que possibilitam ou não a entrada de novas concorrentes, ou seja, a existência de barreiras à novos entrantes no setor supermercadista estadual.
De acordo com o modelo E-C-D, visão tradicional da organização industrial, a estrutura em que operam as empresas tende a influenciar a conduta, a postura e o desempenho das empresas, que por sua vez traz reflexos sobre o grau de satisfação dos clientes das redes varejistas. 
Referente à estrutura de mercado, são considerados fatores como a participação do governo, diferenciação de produtos, distribuição e número de vendedores e compradores, existência de barreiras à entrada de novos concorrentes, integração vertical, elasticidades de demanda e economias de escala de produção.
Já a categoria de análise denominada de conduta das empresas considera as estratégias adotadas pelas as empresas quanto aos preços, produtos (diferenciação), propaganda, colusão e investimentos em pesquisas e inovações. 
Quanto ao desempenho ou performance das empresas a mensuração pode ser realizada pelo crescimento do produto, de avanços tecnológicos e inovações obtidas, da eficiência-distributiva, dos preços praticados e dos lucros alcançados
As informações do presente trabalho foram pesquisadas em fontes secundárias, entre elas, entidades representativas dos supermercados, como a AGAS (Associação Gaúcha de Supermercado) e ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados). Desta forma será apurado o número das principais redes do setor e como se processou a entrada e saída de novas redesnesse segmento. Além disso, calculou-se três tipos de indicadores de concentração de mercado, com base nos dados fornecidos pela AGAS e ABRAS, que seguem abaixo discriminados. 
1) Índice de Concentração – CkEste índice retrata a participação das “k” maiores empresas no mercado, considerando a somas das suas participações nesse mercado, ou seja, seu market-share.
Se por exemplo, tivermos C4, então estaríamos considerando a soma das participações das quatro maiores empresas do setor supermercadista do Rio Grande do Sul. 
Fórmula:
k
Ck si
i
Onde:
si = a participação de mercado da empresa i
k = o número de empresas selecionadas do mercado 
2) Índice de Concentração de Herfindahl-Hirschman - H
O índice acima é calculado considerando a soma quadrados das parcelas de mercado pertencentes a cada empresa. Este índice pode ser expresso na forma percentual ou decimal. Se o índice H for expresso em forma decimal, o resultado irá varia entre zero e um. Quanto mais próximo de zero o resultado, maior o número de empresas no mercado e maior igualdade na distribuição das participações de mercado entre as empresas. Já o índice H mais próximo de 1, indica menor número de empresas no mercado e maior desigualdade na participação da empresas no mercado. 
Quando é utilizada a notação percentual, um índice H abaixo de 1000 é tomado como um indicador de baixo poder de mercado. É um índice sensível a dominância de uma empresa, caso uma empresa detivesse 70% do mercado, a contribuição dela para o índiceseria de 4.900 pontos, bem superior ao H de 1.800 pontos, que é considerado limite para caracterização de poder de mercado.
Fórmula
n
H si2
i
Onde:
si = a participação de mercado da empresa i
n = número de empresas no mercado
3) Medida de Volatilidade - I
Este indicador permite identificar as variações das participações das empresas de um período em relação a outro período. Seus resultados dependem de mudanças nas participações das empresas no mercado em que atuam.
Fórmula
n
I (1/2) si2 - si1
i=1
Onde:
si1 = a participação de mercado da empresa i no período 1 
si2 = a participação de mercado da empresa i no período 2
n = número total de empresas ativas em pelo menos um período
O intervalo de variação de I é [0,1]. Quando as participações de cada empresa não sofrem nenhuma alteração de um período a outro, teremos o desvio das cotas de toda e cada empresa é igual a zero. Já a instabilidade é máxima quando todas as empresas existentes em um período dão lugar a novas empresas no período seguinte e (0,si) e (si,0) são os elementos do somatório. Então o somatório é 2 e I = 2/2 = 1. Este índice independe do grau de concentração, uma vez que depende apenas da diferença entre as participações de cada empresa no mercado. O significado desse resultado é de que poderíamos ter dois setores com graus de concentração bastante diferentes entre si, mas com índices de instabilidade semelhantes.
Gestão de Compras nos Supermercados de Médio Porte da Cidade de Castro
Avaliação da gestão de compras em supermercados de médio porte.
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RESUMO
A economia brasileira tem passado por diversas transformações, gerando uma série de mudanças na gestão das empresas, especialmente em seus processos operacionais. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a gestão de compras em supermercados de médio porte, verificando a qualificação dos compradores, entendendo o funcionamento do processo de compras e demonstrando a importância do setor para o aumento da competitividade das organizações. Para tanto, foi adotada uma abordagem empírico-teórica para se obter uma maior compreensão do tema analisado. O estudo foi realizado in loco através de entrevistas, na cidade de Castro-Pr, durante o segundo semestre do ano de 2011, onde foram selecionados 4 supermercados de médio porte da cidade e analisadas variáveis da gestão de compras como: qualificação dos compradores,  importância dos mesmos em relação à sua função, como estes compradores são contratados, entre outras. De posse dos dados obtidos, foi possível concluir que a gestão de compras vem ganhando espaço dentro das organizações e que os compradores estão desempenhando cada vez mais, um papel de grande importância nos supermercados avaliados, conscientes da importância de sua função. Para isso, procuram informar-se e atualizar-se com frequência, pois a partir de um sistema de compras eficiente é possível aumentar a lucratividade da empresa e a satisfação dos clientes.
Palavras-chave:Gestão de compras. Qualificação. Supermercados.
lista de ILUSTRAÇÕES
	FIGURA 1     – Ciclo de compras
	25
	FIGURA 2 – Organograma do setor de compras
	25
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1 – GESTÃO DE COMPRAS
	8
11
	1.1
1.2
1.2.1
1.2.2
1.3
1.3.1
1.3.2
1.3.3
1.3.4
1.3.5
1.3.6
1.3.7
1.4
1.4.1
1.4.2
1.4.3
1.5
1.5.1
	A CIDADE DE CASTRO
SUPERMERCADOS
Conceito
Evolução dos supermercados no Brasil
COMPRAS
Gestão de compras
Histórico
Conceitos
Importância das compras
Função e objetivos das compras
Tipos de compras
Ciclo de compras
COMPRADORES
Tipos de compradores
Estilo de compradores
Qualificação dos compradores
FORNECEDORES
Seleção dos fornecedores
	11
13
15
16
17
17
18
19
21
22
23
24
27
28
29
30
32
33
 
	CAPÍTULO 2 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS EMPÍRICOS
	35
	2.1
2.2
	PESQUISA EXPLORATÓRIA
ANÁLISE DAPESQUISA EXPLORATÓRIA
	35
36
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A – Roteiro para Aplicação da Entrevista
ANEXO A – Modelo de Carta de Sessão
	48
51
56
60
INTRODUÇÃO
No mundo globalizado e informatizado em que as empresas vivem, cada vez mais nota-se a importância da utilização de novas tecnologias de compras e da implantação de técnicas mais vantajosas que busquem a integração entre clientes e fornecedores, para melhorar a qualidade de serviços e/ou produtos. Agora que as facilidades de comunicação estão cada vez mais presentes em todo o mundo, as empresas podem adquirir tecnologia, bens e informações com maior facilidade, apenas acessando um sistema informatizado. No entanto, aspectos como a localização geográfica e a atuação em conjunto também representam facilidades quando se fala na aquisição de produtos ou matérias-primas, o que significa também maior poder de barganha e maior competitividade no mercado.
A atividade supermercadista vem-se transformando nos últimos anos em um negócio de alta tecnologia, no qual a preocupação principal dos gestores empresariais é captar as necessidades dos consumidores e satisfazer suas necessidades de forma mais adequada e diferenciada que a de seus concorrentes.
A gestão de compras é uma atividade fundamental para o bom gerenciamento das empresas e que influencia diretamente nos seus estoques e no relacionamento com os clientes, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da organização. Para que isso aconteça é necessário conhecer exatamente como esse sistema funciona.
Diante do ambiente competitivo das empresas, surge a preocupação com a melhoria contínua da qualidade dos produtos e processos oferecidos por uma organização. Uma forma eficaz de se obter vantagem nesta competição é através do gerenciamento da cadeia de suprimentos, a qual aborda o projeto, o planejamento, a gestão e a coordenação do fluxo de materiais e informações desde o fornecedor até o consumidor final, buscando a integração de recursos humanos e físicos que possibilite o alcance do objetivo final de satisfação do cliente, com entregas no prazo e com qualidade.
Tendo-se em vista a competitividade em alta entre o setor de supermercados na cidade de Castro e com a eminente vinda de duas novas forças no setor para a cidade, vê-se a necessidade de avaliar a gestão de compras nos 4 principais supermercados de médio porte da cidade mostrando assim, que a gestão de compras num fluxo bem organizado e informatizado, juntamente com a qualificação dos compradores pode ser um diferencial para que os mesmos consigam reduzir seus custos e se manter competitivo no mercado.
O objetivo geral do presente estudo é demonstrar e avaliar a gestão de compras de 4 supermercados de médio porte da cidade de Castro.
Os objetivos específicos propostos para o estudo foram os seguintes:
a)     Descrever a função compras;
b)     Fundamentar os conceitos de qualificação e gestão de compras;
c)     Caracterizar os principais setores econômicos da cidade de Castro;
d)     Caracterizar o setor supermercadista;
e)     Demonstrar o grau de qualificação dos compradores.
Para que os objetivos do presente trabalho fossem atingidos, o estudo foi realizado em duas etapas: uma etapa exploratória e uma conclusiva. A etapa exploratória constituiu-se como o modelo conceitual teórico preliminar, a partir de revisão bibliográfica, já a etapa conclusiva, constituiu-se de pesquisa em determinados supermercados da cidade de Castro – Pr, com a aplicação de entrevistas.
O Capítulo 1 – Gestão de Compras, num primeiro momento apresenta-se a cidade de Castro, seu potencial turístico, suas riquezas, local onde o estudo foi realizado, na sequência foram abordados o conceito de supermercado e a sua evolução.
No decorrer do Capítulo apresentou-se a função compras de uma maneira geral, o histórico, os conceitos, sua importância, os objetivos, os tipos e ciclos da compra.
Para finalizar o Capítulo 1, abordou-se os temas compradores e fornecedores, discorrendo sobre o estilo e os tipos de compradores, sobre a qualificação e demonstrando a forma de seleção de fornecedores.
Após o levantamento do referencial teórico foi elaborado um conjunto estruturado de perguntas (entrevista), considerando-se os indicadores que compõem os objetivos da pesquisa e estratégias que favoreçam a condução da entrevista com eficiência (APÊNDICE A). Os questionários foram aplicados aos responsáveis pelas compras dos supermercados.
As entrevistas foram realizadas entre a segunda quinzena do mês de outubro e a primeira quinzena do mês de novembro em 4 supermercados de médio porte da cidade, com os compradores dos mesmos, onde em todos os supermercados tivemos uma ótima recepção e os entrevistados demonstraram grande interesse em prestar as informações solicitadas para a elaboração do estudo. As entrevistas foram conduzidas de maneira cordial e amigável.
No presente estudo os Supermercados e os compradores terão as identidades preservadas, conforme solicitação dos proprietários e entrevistados, sendo representados por Supermercado XX, Supermercado YY, Supermercado WW e Supermercado ZZ.
A apresentação e discussão dos dados empíricos fazem parte do Capítulo 2 deste trabalho, onde num primeiro momento apresenta-se a parte bibliográfica do método utilizado para a coleta dos dados, indispensáveis para o presente estudo, que nesse caso foi a pesquisa exploratória, em seguida foram realizadas a análise dos resultados da pesquisa, e por fim, as considerações finais.
CAPÍTULO 1
GESTÃO DE COMPRAS
Tem aumentado nas empresas a importância da função compras, tanto na gestão de materiais e suprimentos como na seleção e desenvolvimento das fontes de fornecimento. Mas acima de tudo, tem aumentado a importância do profissional do setor de compras, ele vem desempenhando papel fundamental no planejamento, aquisição e conclusão do processo de compras.
Nesse capítulo serão abordados aspectos teóricos relativos à gestão de compras, tais como a evolução, conceitos, histórico, importância, função, objetivos, entre outros, com enfoque na qualificação dos compradores, buscando suporte teórico para o desenvolvimento e conclusão do estudo.
1.1 A CIDADE DE CASTRO
O município de Castro está localizado na região Centro-Sul do Estado do Paraná (Região dos Campos Gerais). Até o século XVIII toda a região que abriga hoje os Campos Gerais era habitada por índios tupis e gês. Por causa da abundância das pastagens, a região e, em especial o território em que se localiza a cidade de Castro, tornou-se caminho dos tropeiros que iam do Sul (Rio Grande do Sul) para São Paulo (Sorocaba) com suas tropas. O ciclo econômico das tropas marcou a forma cultural desta comunidade, tendo como origem o Pouso do Iapó. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO, 2011).
A cidade tem um excelente potencial turístico devido ao relevo privilegiado (Canyon Guartelá e as belezas próprias da região dos Campos Gerais). É a primeira cidade verdadeiramente paranaense, a fundação do município ocorreu em 1778 e foi a primeira cidade fundada no estado do Paraná, quando este emancipou-se de São Paulo. Foi caminho obrigatório para os tropeiros que iam de Viamão até Sorocaba, tendo forte origem no tropeirismo. Castro teve fundamental importância na colonização dos Campos Gerais, região desenvolvida durante a atividade econômica do tropeirismo. Esse grande valor histórico é retratado através do centro histórico, pela sua bela arquitetura do século XVIII e XIX, o grande arquivo documental e as peças expostas no museu e casas de exposições artísticas. O município também soube receber muito bem os imigrantes que vieram motivados pelas terras férteis e em busca de uma melhor qualidade de vida(KREMER, 2007).
Através do regime de sesmarias, a Coroa Portuguesa queria colonizar várias extensões de terras e por isso doava lotes a famílias que pretendessem se fixar nelas. O primeiro pedido da região foi feito pelo capitão-mor Pedro Taques de Almeida e sua família, em 19 de março de 1704. Nessas terras iniciou-se a construção de uma capelinha,hoje atual Igreja Matriz Senhora Sant’Ana. Segundo dados históricos da cidade, a igreja de Sant’Anna começou a ser construída no ano de 1704 e já se estabeleceu como símbolo e força da religião católica no século XVIII. A conclusão da igreja corresponde ao período em que a cidade recebeu um grande número de imigrantes e cresceu substancialmente. Isso ressalta a influência que o movimento imigratório teve sob a cidade no final do século XIX e início do século XX. (INVITI, 2008).
Pela cidade de Castro passa o rio Iapó – conhecido pelos índios como Igapó ou rio que alaga. Esta característica de transbordar com facilidade obrigava os tropeiros a pernoitarem nas margens, transformando o local num pouso costumeiro das tropas. O movimento dos animais pelas margens do rio Iapó era crescente, pois com a construção da capelinha, mais moradores foram se fixando no pouso. Este, em 05 de março de 1774, foi elevado à categoria de Freguesia de Sant'Ana do Iapó. A Freguesia foi elevada à Vila Nova de Castro em 20 de janeiro de 1789. Depois da instalação da Comarca de Castro, em 1854, a Vila foi elevada à categoria de cidade, em 21 de janeiro de 1857, sendo considerada a primeira cidade instituída na Província do Paraná. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO, 2011).
É grande a diversidade cultural das etnias que formaram a população castrense. Hoje esta diversidade pode ser vista através das colônias Castrolanda (holandesa) e Terra Nova (alemã). A colônia Terra Nova, localizada a 15 Km do centro da cidade, foi fundada a partir de 1933. Tem como principais atividades econômicas a produção do leite e o cultivo de milho e soja. Apresenta alguns atrativos como o Museu “Casa do colono – Das Kolonistenhaus”, a Igreja Santa Terezinha, construída em 1937 e a trilha ecológica. Já entre os anos de 1951 e 1954, famílias holandesas chegaram a Castro trazendo consigo tratores, equipamentos agrícolas e gado, dando origem à colônia e à Cooperativa Castrolanda. Localizada a 06 Km do centro da cidade, a colônia mantém suas tradições através da arquitetura típica, do grupo folclórico, gastronomia, língua entre outros. Além destes grupos étnicos que consolidaram-se formando colônias, há muitas outras imigrações presentes no município e que contribuíram para a formação sócio-cultural da população castrense. Destacam-se a presença negra, eslava (poloneses, ucranianos, russos, etc), italiana, árabe, japonesa, existindo ainda, remanescentes de povos indígenas. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO, 2011).
A partir do final do século XIX e início do século XX, a cidade começou a crescer mais substancialmente. Este período coincide com a fase em que a vila já tinha a categoria de cidade e com a chegada dos primeiros imigrantes europeus. Além disso, não se pode esquecer que durante o período revolucionário do Paraná, entre os anos de 1893 e 1894, Castro foi alçada à capital interina do Estado por três meses (de 18/01 a 18/04/1894), período em que Curitiba esteve em poder dos revolucionários. (INVITTI, 2008).
O Município de Castro tem como base de sua economia a atividade agropecuária, sendo considerado um dos maiores produtores do Estado do Paraná. Na agricultura destacam-se como principais produtos o milho, soja, feijão, batata, trigo e aveia. Já na pecuária de corte, a criação de gado, suínos e aves. Em relação à pecuária leiteira, o município é considerado uma das principais bacias leiteiras do Brasil em produtividade e qualidade genética. Castro recebeu o título de maior produtor de calcário agrícola da América Latina devido à exploração e extração mineral. Seu comércio é amplo, reunindo prestadoras de serviços, indústrias de móveis, pincéis e alimentos. Além de contar com um parque industrial para implantação de novas indústrias. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASTRO, 2011).
1.2 SUPERMERCADOS
Dentre os diversos segmentos do comércio varejista, os supermercados são classificados como lojas alimentícias que possuem de 2 a 29 check-outs (terminais de registro) de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), na qual o comprador/consumidor não possui um vendedor para auxiliá-lo no processo de escolha dos produtos. Dentro das suas atividades operacionais, destaca-se a atividade de compra, muito ligadas às de estocagem e distribuição. O comércio varejista de auto-serviço, supermercados, é um dos setores que está aumentando a quantidade de lojas e de empregos diretos gerados no período de 1995 a 2000. (CHAVES, 2002).
O setor supermercadista vem sofrendo grandes mudanças para adequar-se à nova realidade. Originárias do ingresso de empresas multinacionais. Novas tecnologias estão sendo implantadas, além da revolução de métodos e conceitos operacionais. Essas mudanças incrementam os níveis de competitividade nesse ramo, obrigando as empresas a investirem em seus processos operacionais, estabelecendo parcerias com os fornecedores, com o intuito de oferecer aos seus clientes, produtos com qualidade elevada, preços competitivos e serviços adicionais. (CHAVES, 2002). O balanço anual da Revista de Publicação da Gazeta Mercantil (2001) traz uma classificação por setor do comércio, em que o setor de comércio varejista ocupa o primeiro lugar, sua receita líquida representou 51% do total da receita líquida do comércio, contra o segundo lugar que foi o comércio atacadista, que representou 28%. 
Existem várias modalidades de comércio varejistas de alimentos, e os supermercados representam a mais complexa e ampla. Essa complexidade e amplitude são confirmadas, quando se associa as diferentes marcas e categorias dos produtos. As categorias de produtos agrupam os com características e comportamento semelhante como, por exemplo, os de mercearia seca, mas se for analisado o conjunto, verifica-se o elevado grau de complexidade dentro dessas organizações, nas quais são operacionalizadas muitas decisões, dentre elas a de compra dos produtos a serem vendidos aos consumidores/clientes. (CHAVES, 2002).
Além dessas características, segundo Parente (2000) existem alguns fatores determinantes para o local de instalação de um supermercado, quais sejam:
a) potencial e densidade da demanda;
b) o tráfego de pedestre;
c) o acesso e o fluxo de veículos;
d) facilidade de estacionamento;
e) concorrentes;
f) as características e vocação da região para lojas sofisticadas ou populares;
g) a compatibilidade com outros varejistas;
h) localização específica, visibilidade e ambientação da loja.
De acordo com Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (2002), o mercado brasileiro apresenta-se pouco concentrado comparativamente a outros países. Calcula-se que na França, as 5 maiores empresas detenham em torno de 70% do mercado, na Inglaterra, aproximadamente 60%. Nos EUA, a concentração é menor devido ao tamanho do território americano. Com isso, existe espaço para empresas regionais importantes. Essa concentração no setor, embora seja menor que a apresentada em países desenvolvidos, como sugere o estudo do BNDES (2002), demonstra, no Brasil, uma tendência de aumento da concentração do mercado das 5 (cinco) maiores empresas do ramo. Em 1997, as 5 maiores empresas de hiper e supermercados foram responsáveis por 40% do faturamento do setor, enquanto que, em 2004, esse índice era de 44,72%. As duas maiores redes, Carrefour e Pão de Açúcar, responderam por 26% do faturamento do setor em 1997, sendo que, em 2004, essa participação subiu para 31%. Assim, considerando os dados acima, é possível constatar a importância do segmento de supermercado dentro do setor de auto-serviço e o papel dos empreendimentos de pequeno e médio porte para promover a desconcentração do setor, garantido um ganho de bem-estar à sociedade.
1.2.1 Conceito
Buscando uma definição mais apropriada para os supermercados, nota-se um elenco bem extenso de conceitos a serem explorados. Um dos mais antigos é o apresentado por Zimmerman (1959, p. 41) ao escrever um de seus primeiros artigos que trazia a seguinte definição:
Um supermercado é um estabelecimento de venda a varejo com muitas seções que vende alimentos e outrasmercadorias, de propriedade total de qual leva isto ou trabalhando para concessão, com estacionamento apropriado e que tem uma receita mínima de 250.000 dólares ano.
Para Saab e Gimenez (2000, p. 1)
Os supermercados caracterizam-se pela venda predominante de alimentos frescos ou mercearias e artigos de higiene e limpeza, apresentam alto giro e baixa margem, mantém preços competitivos, trabalham com o conceito de auto-serviço e contemplam um mínimo de dois “checkouts” e uma área de vendas superior a 350m².
Segundo Kotler (2000, p. 541)
Supermercado é o “auto-serviço que desenvolve operações relativamente grandes, de baixo custo, baixa margem e alto volume, projetado para atender a todas as necessidades de alimentação, higiene e limpeza doméstica.
1.2.2 Evolução dos supermercados no Brasil
De acordo com Sesso Filho (2003, p. 8):
O início das atividades dos supermercados no Brasil data do final dos anos 40, do século XX. Aspectos como ganho de escala e reduções dos custos operacionais são fatores que contribuem para a implantação dos supermercados no Brasil. Com o advento do Plano Real e a entrada de concorrentes multinacionais, este setor teve sua concorrência acelerada e passou a exigir uma melhor qualificação profissional para as pessoas que trabalham nessa área. E as decisões tiveram que passar a ser tomadas com base em informações, exigindo um sistema de informação, adequadamente estruturado, interligado e integrado à organização como um todo. Na década de 1980, no entanto, o setor passou a sofrer com a crise da economia brasileira que, naquele período, transcendia altas taxas de inflação e diminuição da renda nacional. Logo depois, a estabilidade econômica foi retomada, o que ocasionou o surgimento de novas empresas nacionais e internacionais e compeliu o mesmo a se adaptar a essas mudanças.
Os supermercados apresentaram um desenvolvimento muito intenso no milagre brasileiro, época em que se instalaram as primeiras redes de supermercados juntamente com os primeiros hipermercados do país. A década de 80, considerada como a “década perdida”, interferiu diretamente no processo de desenvolvimento dos supermercados, foi um período de grandes dificuldades para a maioria dos brasileiros e foi também responsável pela diminuição nos resultados e na rentabilidade do setor de supermercadista. Por outro lado, a diversidade de planos governamentais para o controle inflacionário colocou esse setor em dificuldades, afetando inclusive sua imagem junto aos consumidores e devido à concorrência acirrada, muitos supermercados enfrentaram sérias dificuldades. (CAMPOLINA et al., 2007).
1.3 COMPRAS
1.3.1 Gestão de compras
Muitas empresas procuram se ajustar a uma margem de lucro cada vez mais estreita. Outras têm até certa dificuldade para sobreviver e todas estão sempre em busca de alternativas para cortar gastos desnecessários, minimizar perdas e eliminar desperdícios. Como aumentar preços é uma opção desaconselhável, a melhor saída para manter a saúde financeira do empreendimento é a redução de custos. Para isso a gestão de compras e suprimentos pode ser utilizada como uma solução diferenciada para que as compras sejam realizadas de maneira otimizada e inteligente criando, dessa forma, um diferencial competitivo frente à concorrência. Na prática empresarial, a gestão de compras e suprimentos refere-se à administração dos processos que envolvem a aquisição de materiais (insumos) e coordenação do relacionamento com fornecedores. (MATOS, 2011).
Chaves (2002, p. 81) afirma que:
A gestão de compras também pode ser vista sob dois enfoques: como um problema ou como uma oportunidade. No sentido de problema, quando a função de compras não é exercida adequadamente, gera uma série de reclamações como: qualidade dos materiais diferentes da solicitada, quantidade errada, atraso na entrega, entre outros. A outra maneira de ver a área de compras é como uma área que contribui para que a organização atinja seus objetivos por meio da contribuição à otimização do seu resultado, retorno dos ativos, geração de informações, posição competitiva, estratégia gerencial, além de outras contribuições.
De maneira geral, a gestão de compras é uma ferramenta fundamental para o desempenho da empresa como um todo, tendo que ser analisada, estudada estrategicamente e modificada, conforme a necessidade mercadológica. (COLETTI et al., 2002). Mas de acordo com Parente (2000, p. 209):
O fim concreto de gestão de compras consistirá em cobrir as necessidades da empresa com elementos exteriores a mesma, maximizando o valor do dinheiro investido (critério econômico), mas este objetivo de curto prazo deve ser compatível com a contribuição das compras em harmonia com o resto dos departamentos para atingir os objetivos da empresa, mesmo sendo conjunturais (melhoria dos benefícios) ou estratégicos (melhoria da posição competitiva).
Com tudo isso, a área de Compras começou a ter um papel ainda mais estratégico à medida que o conceito de gestão da cadeia de suprimentos - Supply Chain Management - e da cadeia de valor – Value Chain Management - surgiram (CHEN et al., 2004; HOLMEN et al., 2004). O foco da gestão de compras foi, então, se expandindo, passando a abranger também o gerenciamento das interações com seus fornecedores. Surgia, então, o conceito de Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, que é a gestão do fluxo de produtos de forma alinhada, sincronizada, com reduções de estoques entre a empresa e seus fornecedores, por meio do rompimento das barreiras entre áreas de uma mesma empresa e entre empresas. (WOOD, 1998). Recentemente, o termo “gerenciamento da cadeia de valor” tem sido utilizado como uma evolução do conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Isto porque o foco da gestão da cadeia de valor é a criação de valor ao usuário final, agregando mais benefícios com menores custos, por meio da maior integração e do maior compartilhamento de informações entre as empresas da cadeia produtiva. (WALTERS; LANCASTER, 2000).
Segundo Walters e Lancaster (2000), o gerenciamento da cadeia de suprimentos está mais relacionado aos processos logísticos das interações com os fornecedores, ao passo que o gerenciamento da cadeia de valor se foca no valor proporcionado ao consumidor final. Enfim, nota-se que o conceito de compras foi, ao longo do tempo, enriquecido, à medida que a complexidade nos negócios foi aumentando, e assim seu papel estratégico ficou cada vez mais evidente. (CHEN et al., 2004).
1.3.2 Histórico
Na visão de Braga (2011, p. 3):
A evolução do processo de compra se dá em quatro fases desde sua submissão até sua participação que é de grande importância na organização. Na primeira fase o setor de compra era responsável só por uma parte do ciclo de compras. Geralmente essa responsabilidade se restringe somente pelas transações dos materiais e as escriturações. Nessa fase o setor de compras não possuía muita comunicação com o restante da empresa, isso dificultava a visibilidade do setor. Na segunda fase já começava à aparecer à preocupação com a redução de custos, a compra era feita só no próprio setor de compras por alguém com habilidades para a negociação. Na terceira fase o setor de compras através de métodos e técnicas tinha que participar da estratégia competitiva da empresa. Os fornecedores começavam a passar por uma avaliação. Na quarta fase o setor de compras já se integra ao planejamento estratégico da empresa.
Com a crise do Petróleo em 1973-1974, o setor de compras começava a ter um valor maior dentro das organizações, muitas matérias primas tiveram seu estoque em baixa, deixando consequentemente seus preços elevados. A partir dessa fase, saber comprar na hora certa serve como uma alavanca para a empresa.
No passado, o setor de compras das empresas era comandado por familiares de extrema confiança, mas que não tinham um perfil adequado para a execução da função. As compras eram consideradas uma das partes burocráticas da empresa, onde eles só visavam preço, prazo e qualidade. (MARTINS et al., 2008).
1.3.3Conceitos
A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, Lei de Licitações e Contratos Administrativos (BRASIL, 1993) conceitua “compra como toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente. Sua finalidade é suprir com os materiais ou serviços necessários, em quantidades e qualidades certas, a preço adequado, e no momento certo”.
Slack et al. (1997, p. 417) define que:
A atividade de compras é um procedimento pelo qual as empresas determinam os itens a serem comprados, identificam e comparam os fornecedores disponíveis, negociam com as fontes de suprimentos, firmam contratos, elaboram ordens de compras e finalmente, recebem e pagam os bens e serviços adquiridos.
Segundo Lima (2004, p. 28):
Existem algumas características de compras que são usadas pelas empresas com a finalidade de se obter algumas vantagens no processo. São elas as compras centralizadas e as descentralizadas. Com as compras centralizadas, as empresas podem obter preços e serviços em função de maior volume praticado com os fornecedores, recebendo atenção especial por parte deles. Os valores de transporte também podem ser reduzidos em função do volume de compras. As compras descentralizadas, por sua vez, podem oferecer uma velocidade maior de atendimento se praticadas localmente, influenciando ainda o custo do transporte. Algumas organizações optam por utilizar os dois conceitos, comprando itens mais estratégicos de forma centralizada, enquanto as compras de menor quantidade são realizadas localmente.
O ato de centralizar a aquisição de mercadorias em um único ponto é visto pelos empresários como uma possibilidade de ganho de escala nos preços, a partir da compra de maior quantidade, pois, em compras individuais, os gestores teriam menos argumentos para solicitar reduções na tabela de preços dos fornecedores em virtude da baixa quantidade a ser adquirida. (CERVI, 2004).
De acordo com Martins (2011) existem ainda 5 conceitos que devem ser seguidos para uma compra adequada e eficiente:
a) material certo: é importante que o comprador esteja em situação de certificar-se se o material comprado, de um fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador deve, portanto, desenvolver um “sentido técnico a fim de descobrir eventuais discrepâncias entre a cotação de um fornecedor e as especificações da requisição de compras. O comprador deve ter condições de reconhecer, em uma eventual alternativa de cotação, uma economia do custo potencial ou a ideia de melhoria do produto. Evidentemente, em tais circunstâncias a decisão final não será do comprador, mas ele deve ter habilidade para encaminhar aos setores requisitantes ou técnicos da empresa essas sugestões. Toda vez que uma requisição não for suficientemente clara, o comprador deverá solicitar esclarecimentos ou, se for o caso, devolvê-la a fim de que seja preenchida corretamente e de maneira que transmita exatamente o que se deseja adquirir”. Em hipótese alguma o comprador deve dar início a um processo de compras, sem ter a ideia exata de que quer comprar;
b) preço certo:Nas grandes empresas, subordinado a Compras, existe o Setor de Pesquisa e Análise de Compras. Sua função é, entre outras, a de calcular o "preço objetivo" do item (com base em desenhos e especificações). O cálculo desse "preço objetivo" é feito baseando-se no tempo de execução do item, na mão de obra direta, no custo da matéria prima com mão de obra média no mercado; a este valor deve-se acrescentar um valor, pré-calculado, de mão de obra indireta. Ao valor encontrado deve-se somar o lucro. Todos estes valores podem ser obtidos através de valores médios do mercado, e do balanço e demonstrações de lucros e perdas dos diversos fornecedores;
c) hora certa:O desenvolvimento industrial atual e o aumento cada vez maior do número de empresas de produção em série, torna o tempo de entrega, ou os prazos de entrega, um dos fatores mais importantes no julgamento de uma concorrência. As diversas flutuações de preços do mercado e o perigo de estoques excessivos fazem com que o comprador necessite coordenar esses dois fatores da melhor maneira possível, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa;
d) quantidade certa:A quantidade a ser adquirida é cada vez mais importante por ocasião da compra. Até pouco tempo atrás se aumentava a quantidade a ser adquirida objetivando melhorar e preço; entretanto outros fatores como custo de armazenagem, capital investido em estoques etc., fizeram com que maiores cuidados fossem tornados na determinação da quantidade certa ou na quantidade mais econômica a ser adquirida. Para isso foram deduzidas fórmulas matemáticas objetivando facilitar a determinação da quantidade a ser adquirida. Entretanto, qualquer que seja a fórmula ou método a ser adotado não elimina a decisão final da Gerência de Compras com eventuais alterações destas quantidades devido às situações peculiares do mercado;
e) fonte certa:De nada adiantará ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preço certo, o prazo certo e a quantidade certa, se não puder encontrar uma fonte de fornecimento que possa agrupar todas as necessidades. A avaliação dos fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento são fatores fundamentais para o funcionamento de compras. Devido a essas necessidades o comprador, exceto o setor de vendas da empresa, é o elemento que mantém e deve manter o maior número de contatos externos na busca cada vez mais intensa de ampliar o mercado de fornecimento.
1.3.4 Importância das compras
A aquisição de matérias-primas, suprimentos e componentes, representa um fator decisivo na atividade de uma organização, pois dependendo de como é conduzida pode gerar redução nos custos e melhorias consideráveis nos lucros. As atividades relacionadas a compras envolvem uma série de fatores como seleção de fornecedores, qualificação dos serviços, determinação de prazos de vendas, previsão de preços, serviços e mudanças na demanda, entre outros. Já que grande parte do dinheiro de vendas é pago a fornecedores por materiais comprados, reduções pequenas na aquisição dos materiais podem gerar melhorias consideráveis nos lucros. Dessa forma, pode-se dizer que a gestão de compras é de vital importância para o sucesso da empresa. (BALLOU, 2001).
A gestão da aquisição, a conhecida função de compras, assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais para trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesa e não um centro de lucros. (MORAES, 2005).
Hoje saber comprar de forma a beneficiar a organização é determinante não somente para a competitividade, como para a própria permanência da empresa no mercado e calcula que o total gasto pelas empresas com compras varia de 50% a 80% da receita bruta. Portanto, pequenas reduções no custo das aquisições podem repercutir de maneira altamente positiva no lucro da empresa. (SIMÕES; MICHEL, 2004).
1.3.5 Função e objetivo das compras
Ao longo do tempo, a função compras passou a ser imprescindível para a administração de recursos materiais de uma empresa. Hoje saber comprar de forma a beneficiar a organização é determinante não somente para a competitividade, como para a própria permanência da empresa no mercado. Hoje se calcula que o total gasto pelas empresas com compras varia de 50% a 80% da receita bruta. Portanto, pequenas reduções no custo das aquisições podem repercutir de maneira altamente positiva no lucro da empresa. (SIMÕES; MICHEL, 2004).
A função de compras vem sendo valorizada desde os anos 70 após a crise do petróleo. Nessa crise, aprender a comprar na hora certa, o produto certo, ganhou grande importância dentro das empresas. Conforme Martins; Alt (2007, p. 64):
Hoje a função compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos. (supply chain). Conforme o autor, muitas empresas usam a denominação gerenciamento dacadeia de suprimentos ou simplesmente gerenciamento de suprimentos, um conceito voltado para o processo, em vez da tradicional compra, voltada para as transações em si, e não para o todo. Dessa forma, passa-se a discorrer sobre o assunto de forma evolutiva e abrangente, para que se tenha a visão de quão importante é a função para as empresas para atender às demandas dos clientes.
De acordo com Gaither; Frazier (2001) apud Coletti et al. (2002 p. 2):
O departamento de compras desempenha um papel fundamental na realização dos objetivos da empresa. Sua missão é perceber as necessidades competitivas dos produtos e serviços, tornando-se responsável pela entrega no tempo certo, custos, qualidade e outros elementos na estratégia de operações. É necessário que os gerentes de compras envolvam-se em várias atividades como manter um banco de dados e seleção de fornecedores, negociar contratos com os mesmos e agir como intermediário entre os fornecedores e a empresa.
Normalmente a função compras tem quatro objetivos principais: obter mercadorias e serviços na quantidade certa, com qualidade e a um menor custo; garantir que a entrega seja feita de maneira correta; e, desenvolver e manter boas relações com os fornecedores. (MARTINS; ALT, 2007).
1.3.6 Tipos de compras
Churchill e Peter (2000) descrevem alguns tipos de compras utilizados:
a)    recompra direta: trata-se de um procedimento rotineiro, no qual o comprador simplesmente repete pedidos anteriores, sem nenhuma alteração. As organizações que usam esta modalidade geralmente são experientes na compra do produto, tem necessidade constante e fornecedores regulares para o produto. Podem inclusive contar com sistema de compra automatizado, via computador;
b)    compra modificada: trata-se de um tipo que envolve o exame de uma série de alternativas antes da sua concretização. Geralmente decorre de mudanças efetuadas nas condições de compras de uma recompra direta, quando novas regras, preções, etc., são avaliados;
c)    compra nova: trata-se de um processo inicial de compra ou aquela que é efetuada uma única vez. Pode-se envolver grandes custos e grandes possibilidades de erro. Exatamente por isso, compras novas podem envolver grande número de tomadores de decisão, necessitando de grande número de informações sobre os produtos e fornecedores alternativos. Também pode ser convertida em compra direta ou modificada.
1.3.7 Ciclo de compras
Para a função compras ser realizada, segundo Longnecker (2004) são necessários o cumprimento de cinco passos como, recebimento de uma solicitação de compra, localização de uma fonte de suprimento, emissão de um pedido de compra, follow-up (acompanhamento) de pedido de compra e verificação do recebimento de mercadorias.
Esses cinco passos, representados pela Figura 1, são denominados como ciclo de compras. O ciclo inicia-se com o recebimento de uma solicitação de compras, onde um departamento faz a requisição de compra, de algum produto. Logo a empresa faz a localização de uma fonte de suprimento, ou seja, a empresa localiza um fornecedor que tenha o material desejado. Após esse procedimento faz a emissão do pedido de compra, um formulário formal, que após assinado passa a ser um contrato de compromisso. Um pedido de grande importância pode exigir o follow-up (acompanhamento) do pedido de compra, para assegurar a pontualidade na entrega. Por fim se faz o recebimento de mercadoria, um funcionário faz a inspeção de recebimento, para verificar se chegou tudo conforme pedido.
FIGURA 1 - Ciclo de compras
Fonte: Silva et al. (2008, p. 97)
Assim como toda a empresa, o setor de compras possui um organograma (Figura 2), que é extremamente importante na hora de fazer os pedidos de compras, o gerente deve seguir o processo de compras com base no que foi determinado como objetivo principal da empresa envolvendo todos os setores.
FIGURA 2 – Organograma do setor de compras
Fonte: Martins et al. (2008, p. 42)
Com base no organograma demonstrado, comenta-se a função exercida por cada participante no processo de compras nas empresas (MARTINS et al., 2008):
a)    chefe de compras: estudar e analisar as solicitações de compra de matérias-primas, máquinas e equipamentos em geral; inteirar-se das necessidades. Coordenar pesquisas de fornecedores e coleta de preços, optando pelo que melhores condições oferecer. Elaborar relatórios e estatísticas de controle geral;
b)    comprador técnico: efetuar compras de materiais especiais de produção mediante a supervisão e orientação da chefia; classificar e analisar solicitações de compra; estudar e analisar necessidades técnicas; pesquisar cadastro de fornecedores; acompanhar e controlar a entrega dos materiais;
c)    comprador de materiais diversos: acompanhar pequenas compras de materiais sob supervisão da chefia da seção; classificar e analisar requisições de compras remetidas por outros setores; efetuar as compras e controlar a entrega de materiais; manter os arquivos de catálogos e fornecedores;
d)    comprador de matéria-prima: efetuar compras de matérias-primas utilizadas em uma ou várias unidades fabris, sob supervisão da chefia da seção; classificar e analisar solicitações de compra remetidas por outros setores; pesquisar cadastro de fornecedores; consultar em publicações específicas as cotações dos produtos; organizar pequenas concorrências; analisar as informações e opinar sobre as melhores ofertas; providenciar as compras e acompanhar as entregas das mesmas;
e)    acompanhador de compras (Follow-up): acompanhar, documentar e fiscalizar as encomendas realizadas em observância aos respectivos prazos de entrega; informar ao comprador o resultado do acompanhamento; efetuar cancelamentos, modificações e pequenas compras conforme determinação da chefia;
f)     auxiliar de compras: controlar o recebimento de solicitações de compras e efetuar conferência dos valores anotados; pesquisar arquivos de publicações técnicas; elaborar relações de fornecedores para cada material; emitir pedidos de compra; controlar arquivos de catálogos e documentos referentes às compras efetuadas.
1.4 COMPRADORES
Responsáveis por adquirir produtos que correspondem a mais de 70% do faturamento da empresa, os compradores terão como principais missões: reduzir custos e fornecer vantagens competitivas que garantam a sobrevivência da organização. (Riggs; Robbins, 2001).
De acordo com Baily et al. (2000) apud Simões; Michel (2004, p. 3) :
O perfil ideal do comprador moderno é aquele que vê a função como geradora potencial de lucro; acredita que deve contribuir para os planos a longo prazo como parceiro em igualdade de condições; possui forte base financeira e tecnológica; assume que a área de compras é vital para o bem-estar da empresa, que necessita de contribuição criativa para os planos e as políticas corporativas; aspira assumir uma diretoria; ansioso para eliminar as deficiências da administração de recursos humanos e proporcionar melhores condições de trabalho. Possui metas bem definidas para atingir objetivos, com o uso de melhor planejamento, criatividade e colaboração de outros executivos da empresa.
Ainda segundo Baily et al. (2000) existem estágios de desenvolvimento de compradores com características e atribuições diferenciadas:
a)    estágio primitivo: sem qualificações especiais; abordagem burocrática; cerca de 80% do tempo é dedicado às atividades burocráticas;
b)    estágio de conscientização: sem qualificações especiais; algumas rotinas básicas de compras; 60-79% do tempo dedicado às atividades burocráticas;
c)    estágio de desenvolvimento: qualificações acadêmicas formais exigidas; envolvimento em negociações; reconhecimento da função compras e suprimentos; 40-59% do tempo dedicado às atividades burocráticas;
d)    estágio de maturação: qualificação gerencial exigida; compradores especializados em commodities integrados com as áreas funcionais; envolvimento com todos os aspectos do desenvolvimento de novos produtos; maior parte do trabalho dedicado à negociação e à redução do custo/desenvolvimento de fornecedores;20-30% do tempo dedicado às atividades burocráticas;
e)    estágio avançado: é necessária qualificação profissional ou pós-graduação; o comprador está mais envolvido com os assuntos mais estratégicos do trabalho; mais dedicado ao custo total de aquisição, à administração da base de fornecedores etc.; menos de 20% de seu tempo dedicado às atividades burocráticas.
Para que o comprador tenha um desempenho satisfatório, faz-se necessário um aprimoramento de suas competências e qualificações, que se consegue por meio do acúmulo de conhecimento e capacitação, que irá determinar a diferença primordial entre um comprador burocrático (reativo) ou um comprador moderno (proativo). (BATISTA; MALDONADO, 2008).
O papel do comprador reativo reflete uma posição mais tradicional e burocrática da atividade de compras, já o papel do comprador proativo mostra uma situação mais atual. (BATISTA; MALDONADO, 2008). Entretanto, segundo Lima (2004) essas posições não são excludentes. Na realidade, o comprador reativo representa uma visão extremamente simplista do ato de comprar, consiste apenas em encontrar um fornecedor que esteja disposto a trocar os bens ou serviços exigidos por determinada quantia. Já o comprador proativo tenta estabelecer parcerias com o fornecedor, que permitam compartilhar ideias e conhecimentos necessários para o fechamento de uma boa compra.
Para Moraes (2005) é necessário também que as pessoas que trabalham nesta área estarem muito bem informadas e atualizadas, além de terem habilidades interpessoais como poder de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de gestão de conflitos.
1.4.1 Tipos de compradores
Apesar de a literatura discutir o papel estratégico que a área de compras vem assumindo nas organizações, de 1990 até os dias de hoje, pouco se falou sobre a estrutura e o processo de compras, bem como o perfil dos profissionais que atuam na área, compradores ou não (LIMA, 2004).
Segundo Araújo (2011), existem vários tipos de compradores, entre eles:
a)    iniciador: a pessoa que, em primeiro lugar, sugere ou tem a ideia de comprar um produto ou serviço;
b)    influenciador: uma pessoa cujos pontos de vista ou conselhos possuem alguma influência na tomada de decisão de compra;
c)    decisor: a pessoa que toma a decisão de compra ou qualquer parte da mesma: se deve comprar, o que, como ou onde comprar;
d)    comprador: a pessoa que faz a compra;
e)    consumidor: a pessoa que consome ou utiliza um produto ou serviço;
f)     avaliador: pessoa que expressa preocupação (positiva ou negativa) sobre a compra.
1.4.2 Estilo de comprador
Cada situação de comprar vai solicitar um estilo de comprador. Como perfil de compradores Morgado e Gonçalves (1999) apresentam:
a)    empresário/comerciante: uma empresa de pequeno porte tem como seu comprador o proprietário que acumula várias funções. A desvantagem desse tipo de comprador é relativa a sua falta de especialização e tempo para dedicar-se às compras, já que este é, apenas, mais uma função exercida por ele;
b)    profissional: refere-se a uma pessoa com conhecimentos específicos sobre a função de compras. Para profissionalizar-se uma empresa, não é necessário contratar pessoas de fora, pode ser feito por meio de promoções internas, desde que estas promoções sejam por conhecimento, e não por parentesco ou outro critério não profissional. A grande dificuldade é encontrar o profissional que além de ter os conhecimentos necessários se adéque à política praticada pela empresa, outro desafio é o desenvolvimento de relatórios que deixem transparecer as ações desta função pra os gestores da empresa;
c)    generalista: é formado pelo tipo de profissional que tem experiência em negociações gerais, mas não conhece o produto que está sendo negociado. A vantagem consiste na experiência com as técnicas de negociação e a desvantagem é a falta de conhecimento do produto, que poderia facilitar a negociação e evitar uma compra não adequada à necessidade do consumidor;
d)    especializado: é composto por um comprador que possui um largo conhecimento em uma linha de produtos, a dificuldade deste perfil está em sua área de atuação, pois só é indicado para empresas de grande porte que possuam uma estratificação da área de compras. Como vantagem, está no profundo conhecimento do produto pelo comprador, facilitando a negociação;
e)    comitês de compra: são formados por um representante da área de marketing, compras, operacional da loja. Tem como objetivo maior, fazer uma análise conjunta do produto/fornecedor. A grande vantagem é a interação das áreas e as desvantagens ocorrem quando ele torna o processo de compra burocrático e demorado. Algumas empresas adotam os comitês para a inclusão ou exclusão dos produtos, no mix da loja.
1.4.3 Qualificação dos compradores
De acordo com Chaves (2002, p. 135):
A atividade de comprar mercadorias é diferente da de vender, mas as duas estão interligadas, pois, fisicamente, uma compra sendo bem feita facilitará o processo de venda. E para que isso ocorra é necessário que a área de compras saiba quais produtos são demandados pelos consumidores e seus volumes, além de outras informações.  
Para Moraes (2005) apud Simões e Michel (2004, p. 3):
É necessário que as pessoas que trabalham na área de compras estejam muito bem informadas e atualizadas, além de terem habilidades interpessoais como poder de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de gestão de conflitos.
O termo qualificação diz respeito às características que deve ter um comprador nos dias de hoje, em que ele se tornou uma pessoa chave para a empresa. O comprador deve ser uma pessoa sempre atualizada no seu ramo de trabalho com o intuito de crescer e consecutivamente fazer crescer a empresa a qual pertence. O bom comprador deverá possuir qualificações, demonstrando conhecimento dos procedimentos a serem adotados, das características dos insumos, bem como a arte de negociar, essencial na prática das transações entre ele e o fornecedor (VIEIRA, 2009.2).
Baily et al. (2000) apud Simões e Michel (2004, p. 3) definem o perfil ideal do comprador moderno da seguinte forma:
É aquele que vê a função como geradora potencial de lucro: acredita que deve contribuir para os planos a longo prazo como parceiro em igualdade de condições. Possui forte base financeira e tecnológica; assume que a área de compras é vital para o bem-estar da empresa, que necessita de contribuição criativa para os planos e as políticas corporativas. Aspira assumir uma diretoria; ansioso para eliminar as deficiências da administração de recursos humanos e proporcionar melhores condições de trabalho. Possui metas bem definidas para atingir objetivos, com o uso de melhor planejamento, criatividade e colaboração de outros executivos da empresa.
Apesar de a literatura discutir o papel estratégico que a área de compras vem assumindo nas organizações, de 1990 até os dias de hoje, pouco se falou sobre a estrutura e o processo de compras, bem como o perfil dos profissionais que atuam na área. (LIMA, 2004). Com o passar do tempo, os processos de compras se tornaram mais complexos e dependentes de atores comprometidos e conscientes do seu papel. Para os compradores mais antigos, para o exercício do cargo deve ter ocorrido a diferença entre a função comprador atual e o primitivo “colocador de pedido”, que antes somente fazia a entrega de formulários preenchidos e assinados, para cuja decisão ou formalização em nada tinha contribuído e influído. Atualmente, compradores com boa qualificação profissional fornecem às empresas condições de fazer bons negócios, daí vem a maior responsabilidade, constituindo o comprador força vital, que faz parte da própria vida da empresa, pois o objetivo é comprar bem e eficientemente, e com isso atender aos objetivos da organização. (SILVEIRA, 2010).
No passado, o comprador não tinha grande importância dentro da empresa, ele era limitado a comprar alguns materiais. Hoje, deve ter ótimas qualificações e se
atualizar sempre, deve ter profundoconhecimento do material comprado, para que possa discutir em igual nível de conhecimento com o fornecedor, deve saber ouvir atentamente os argumentos do vendedor, para que estes o ajudem na negociação. O comprador tem como característica estar identificado com a conduta ética da empresa, o objetivo é conseguir dos fornecedores negócios honestos e compensadores, sem que o fornecedor alimente dúvidas quanto à sua dignidade. A comunicação entre os mais altos níveis da empresa com o departamento de compras pode evitar problemas em relação aos fornecedores, assim, é grande a responsabilidade e a função atribuída a quem realiza as compras, pois está em suas mãos fazer um bom negócio, visando sempre o lucro, o objetivo é comprar bem e eficientemente, pois o departamento de compras é um centro de lucros que deve ser bem administrado, considerando que reflete um percentual elevado dos investimentos feitos pelas empresas. (SILVA et al., 2008).
Atualmente o comprador é um elemento experiente e a função é tida e reconhecida como uma das mais importantes em uma empresa. O padrão atual exige que o comprador tenha ótimas qualificações e esteja preparado para usá-las em todas as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas compras, deve demonstrar conhecimentos amplos das características dos produtos, dos processos e das fases de fabricação dos itens comprados. Deve estar preparado para discutir em igual nível de conhecimento com os fornecedores. Outra característica do bom comprador é estar perfeitamente identificado com a política e os padrões de ética definidos pela empresa, como, por exemplo, a manutenção do sigilo nas negociações que envolvam mais de um fornecedor ou até mesmo quando um só está envolvido. As concorrências, as discussões de preços e a finalização da compra devem ser orientadas pelos mais elevados níveis. O objetivo é obter dos fornecedores negócios honestos e compensadores, sem que pairem dúvidas quanto à dignidade daqueles que o conduziam. (DIAS, 2009).
1.5 FORNECEDORES
A seleção de fornecedores é necessária, pois, sem ela, a empresa corre o risco de contratar fornecedores que não correspondam ao aumento na demanda por determinado material, ou por não estarem preparados para tal, ou por não oferecerem produtos com a qualidade exigida pela empresa. É responsabilidade do departamento de Compras coletar e analisar as informações sobre fornecedores em perspectiva para permitir a seleção daquele que melhor atenda às exigências identificadas do negócio. (OLIVEIRA, 2010).
Martins e Alt (2007) afirmam que énecessário um alto grau de integração entre fornecedor e cliente, que, como parceiros, diminuem custos ao longo da cadeia (entre 10% e 30%) e tempo médio de estocagem (cerca de 50%). Nesse processo a integração com fornecedores é fundamental, pois proporciona um clima de cumplicidade em que ambos têm a ganhar.
Por isso, cada dia mais a relação empresa/fornecedor vêm tendo um importante papel nos negócios, isso esta levando essa relação a ter um constante e acelerado crescimento. Este tipo de relação assim como qualquer outro precisa de confiança mútua, a negociação precisa ser clara para que possa evitar dúvidas de ambas às partes, isso poderá ser evitado com uma conversa construtiva e verdadeira. Tanto o fornecedor quanto o comprador têm interesses na compra. O comprador quer receber seus produtos pelo melhor preço, com qualidade superior no prazo determinado e o fornecedor quer clientes satisfeitos e fiéis. (MARTINS, 2008).
1.5.1 Seleção de fornecedores
Para Silva et al. (2008, p. 101):
A seleção de fornecedores é um critério essencial no gerenciamento da empresa, pois se vive um período de muita competitividade e a importância de ter fornecedores selecionados é indispensável, pois traz um diferencial a mais na hora de venderem seus produtos. Com o mercado concorrido em que se vive hoje, um bom fornecedor pode contribuir para que a empresa saia na frente das outras. As empresas devem possuir no mínimo um cadastro dos fornecedores, pois facilitará ao empresário a aquisição dos produtos, terão dados, como: o preço das mercadorias que vende, telefone para contato, se a entrega estava no tempo combinado entre outras informações, necessárias a tomada de decisão entre um ou outro fornecedor.
A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa exclusiva de compras. O bom fornecedor é quem vai garantir que todas aquelas cláusulas solicitadas, quando de uma compra, sejam cumpridas. Deve o comprador procurar, de todas as maneiras, aumentar o número de fornecedores em potencial a serem consultados, de maneira que se tenha certeza de que o melhor negócio foi executado em benefício da empresa. O número limitado de fornecedores a serem consultados, constituem uma limitação das atividades de compras. (POZO, 2001).
O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única ocasião, ou seja, quando é necessária a aquisição de determinado material. A atividade deve ser exercida de forma permanente e contínua, através de algumas etapas. (POZO, 2001):
a)    levantamento e pesquisa de mercado: estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, é necessário levantar e pesquisar fornecedores em potencial. O levantamento poderá ser realizado através de cadastros de fornecedores do órgão de compra; edital de convocação; guias comerciais e industriais; catálogos de fornecedores; revistas especializadas; entre outros;
b)    análise e classificação: compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respectiva classificação quanto aos tipos de materiais a fornecer, bem como, a eliminação daqueles fornecedores que não satisfazem as exigências da empresa;
c)    avaliação de desempenho: esta etapa é efetuada pós-cadastramento e nela faz-se o acompanhamento do fornecedor quanto ao cumprimento do contrato, servindo não raras vezes como elemento de eliminação das empresas fornecedoras.
Capítulo2
APRESENTAÇÃO DOS DADOS EMPÍRICOS
Neste capítulo será abordada e discutida a gestão de compras em 4 supermercados da cidade de Castro – PR, onde será analisada a qualificação dos compradores desses supermercados no processo de compras.
2.1 PESQUISA EXPLORATÓRIA
Em sentido genérico, método em pesquisa significa a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação de fenômenos. Esses procedimentos se aproximam dos seguidos pelo método científico que consiste em delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las a partir das relações encontradas, fundamentando se possível, nas teorias existentes. Assim, o trabalho de pesquisa deve ser planejado e executado de acordo com as normas requeridas por cada método de investigação (RICHARDSON, 1989).
O método quantitativo, como o próprio nome indica, caracteriza-se pelo emprego da qualificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas. Representa em princípio, a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, é frequentemente aplicado nos estudos descritivos, naqueles que procuram descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como nos que investigam a relação de causalidade entre fenômenos. O métodoqualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não emprega um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema. Não pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas (RICHARDSON, 1989).
A entrevista é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas. É um modo de comunicação no qual determinada informação é transmitida de uma pessoa “A” a uma pessoa “B”, onde a primeira pessoa representa o emissor e a segunda pessoa representa o receptor. O termo entrevista é construído a partir de duas palavras, entre e vista. “Vista” refere-se ao ato de ver, ter preocupação de algo, “Entre” indica a relação de lugar ou estado no espaço que separa duas pessoas ou coisas. Portanto, o termo entrevista refere-se ao atode perceber realizado entre duas pessoas. 
A entrevista não estruturada, também chamada entrevista em profundidade, em vez de responder a perguntas por meio de diversas alternativas pré-formuladas, visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos mais relevantes de determinado problema. Por meio de uma conversação guiada, pretende-se obter informações detalhadas que possam ser utilizadas em uma análise qualitativa. A entrevista não estruturada procura saber que, como e por que algo ocorre, em lugar de determinar a frequência de certas ocorrências, nas quais o pesquisador acredita.
A entrevista guiada é utilizada particularmente para descobrir que aspectos de determinada experiência produzem mudanças nas pessoas expostas a ela. O pesquisador conhece previamente os aspectos que deseja pesquisar e, com base neles, formula alguns pontos a tratar na entrevista. As perguntas dependem do entrevistador e o entrevistado tem a liberdade de expressar-se como ele quiser, guiado pelo entrevistador. A formulação das perguntas é um aspecto crucial da entrevista guiada. Deve-se evitar perguntas que dirijam a resposta do entrevistado ao que o entrevistado considera desejável. Em outras palavras, deve-se evitar perguntas dirigidas.
Toda entrevista precisa de uma introdução, que consiste, essencialmente, nas devidas explicações e solicitações exigidas por qualquer diálogo respeitoso. Em termos gerais deve-se dizer ao entrevistado o que se pretende e por que está fazendo a entrevista. Após essa etapa, antes de iniciar a gravação, o entrevistador solicita ao entrevistado alguns dados que lhe permitam identificá-lo. Uma vez feita a entrevista, deve ser transcrita e analisada, transcrever e entrevista é um trabalho cansativo e tedioso, mas enormemente útil, permite estudar cada entrevista e fazer uma análise preliminar dos resultados alcançados. Em vista da importância da transcrição, o pesquisador deve calcular que nessa fase demorará, pelo menos, duas vezes o tempo dedicado à realização da entrevista.
2.2 ANÁLISE DA PESQUISA EXPLORATÓRIA
Buscando verificar a gestão de compras nos supermercados da cidade de Castro/PR, realizou-se entrevistas com os compradores dos 4 maiores supermercados da cidade, que aqui iremos denominar como: Supermercado XX, Supermercado YY, Supermercado WW e Supermercado ZZ.
A proposta inicial deste trabalho seria analisar a percepção dos responsáveis pelo setor de compras de cada um dos supermercados e relacionar com a visão das respectivas gerências no tocante à relevância da função compras e, consequentemente, da importância de um comprador qualificado. Num primeiro momento, então, pensou-se em realizar entrevistas com os gerentes dos supermercados para verificar a sua percepção com relação ao setor de compras e posteriormente realizar as entrevistas com os compradores, para confrontar as afirmações. Entretanto, realizando uma primeira visita aos possíveis locais de estudo, para verificar a disponibilidade dos gerentes e compradores, constatou-se que em todos os casos o comprador também acumula a função de gerência do estabelecimento.
Após esse primeiro contato, os compradores se mostraram dispostos a colaborar com o presente estudo, ficando combinado que os mesmos iriam retornar, marcando a data, horário e local para a realização das entrevistas.
A primeira entrevista foi realizada com a compradora do Supermercado YY, no dia 28 de outubro de 2011 no período vespertino. No dia 29 de outubro, fomos recebidos pelo comprador do Supermercado XX, nas dependências do Supermercado. A terceira e quarta entrevistas, foram realizadas no dia 04 de novembro, no período matutino com o comprador no Supermercado ZZ e no período vespertino com o comprador do Supermercado WW.
Após a realização das entrevistas, verificou-se que em 3 supermercados o responsável pelo setor de compras é do sexo masculino, com idade variando entre 35 e 48 anos, enquanto que em apenas um supermercado a responsável é do sexo feminino, com idade de 28 anos. A escolaridade dos entrevistados é o Ensino Médio completo e todos afirmaram também que já realizaram cursos de capacitação inerentes ao cargo exercido.
Essa resposta corrobora com o que afirma Moraes (2005) apud Simões e Michel (2004), que as pessoas que trabalham na área de compras devem estar sempre muito bem informadas e atualizadas. Sendo assim, a capacitação para essas pessoas torna-se um fator primordial, pois a partir das atualizações recebidas nos cursos poderão aprimorar seus conhecimentos aplicando-os da melhor forma possível no seu setor de atuação. Podemos observar também, através das respostas dos entrevistados, que Silva et al. (2008), estava correto ao afirmar que o comprador dos dias de hoje tem uma maior importância que o comprador do passado, pois a partir da capacitação que os mesmos recebem, podem negociar com igualdade de conhecimento com os fornecedores.
Em seguida, os entrevistados foram indagados se eram funcionários contratados ou proprietários/diretores da empresa, constatando-se que em todos os supermercados quem exerce a função de comprador é um funcionário contratado, com vasta experiência dentro da organização. Todos os entrevistados já trabalham na empresa há mais de 10 anos, sendo que passaram por diversos setores antes de assumir a função de gerência de compras, onde já respondem por este setor em média há mais de 5 anos. Verificou-se, ainda, que os gerentes de compras possuem o auxílio de dois ou três auxiliares de compras, que são responsáveis por realizar a compra de hortifrutigranjeiros e de carnes, com a supervisão e gerência dos entrevistados.
Dias (2009) afirma que o comprador é um elemento experiente e a função é tida e reconhecida como uma das mais importantes da empresa. Isso pode ser evidenciado através do tempo em que os entrevistados desempenham a função nos supermercados, essa experiência foi sendo adquirida através dos anos, ao passarem por diversos setores do supermercado, até chegarem á função exercida atualmente.
Como já exposto, os entrevistados foram inquiridos se são responsáveis apenas em realizar as compras ou acumulavam outras funções dentro da empresa e verificou-se que em todos os casos os compradores também realizam outras funções, como é o caso do comprador do Supermercado ZZ, que afirma:
[...] além de realizar a compra, também sou responsável por “fazer” o preço de venda do produto. O sistema que utilizamos me mostra a margem mínima e a margem máxima, cabe a mim analisar o mercado e fechar o melhor preço.
No Supermercado XX, o comprador, além da sua função, é responsável também por realizar a formação do preço final dos produtos, além de assessorar todos os subgerentes do supermercado:
[...] como possuo conhecimento em todas as áreas do supermercado assessoro, mesmo que indiretamente todos os setores, tipo um fiscalizador, um auditor [...].
Já a compradora do Supermercado YY, também assegura que acumula outras funções na organização, como a gestão de categoria de produtos:
[...] por exemplo, dentro do departamento de limpeza, tem o amaciante, e dentro do grupo amaciantes, existem os sub grupos com a quantidade, 2 litros, 1 litro, 1/5 litro, etc. Desta forma então, eu faço um estudo desse departamento para verificar qual produto melhor rentabiliza e qual produto está oferecendo menor lucratividade.
No Supermercado WW, o comprador é responsável, além do setor de compras, pelo Departamento Comercial da empresa e também é o gerente da loja.
Quando indagados se já trabalhavam na empresa antes de ocuparem a função de comprador ou se foram contratados especificamente para tal função, percebeu-se que todos os entrevistados não foram contratados especificamente para a função de comprador. Afirmam que por se tratar de mão-de-obra especializada escassa, as organizações percebem um colaborador com potencial e que se encaixa na função e oportunizam a ascensão profissional para que o mesmo exerça o cargo. Todos afirmam que passaram por diversos setores dentro da organização até assumirem o cargo que ocupam hoje.
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