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LIDIANE GONÇALVES 1 FARMACOLOGIA NA INFLAMAÇÃO Na clínica odontológica, a dor invariavelmente é de caráter inflamatório Agudo X crônico; Exodontia cirúrgica de tecido mole X remoção de terceiros molares; Analgésicos, anti-inflamatórios... Toda intervenção cirúrgica odontológica provoca destruição tecidual, gerando respostas inflamatórias agudas. Essas reações se caracterizam pela presença de dor, que pode ser acompanhada por edema e limitação da função mastigatória. Nociceptores são receptores sensoriais que enviam sinais que causam a percepção da dor. (somente desencadeiam o reflexo da dor, quando estimulados). Polimodais (sensíveis a diferentes tipos de estímulos.) Alto limiar de excitabilidade. Entretanto, os nociceptores podem se tornar sensíveis ao receber um estímulo que normalmente não provoca dor, esta condição é chamada de alodinia. Os nociceptores podem também tornar ainda mais sensíveis aos estímulos nociceptivos (que causam dor), recebe o nome de hiperalgesia. Ácido araquidônico é um derivado do ácido linoléico, proveniente da dieta, que após sua ingestão é esterificado como componente dos fosfolipídeos das menbranas celulares e outros LIDIANE GONÇALVES 2 Irá atuar nos fosfolipídios das membranas das células do processo inflamatório, liberando ácido araquidônico. As prostaglandinas são geradas de forma lenta e estão envolvidas com processos fisiológicos, como a proteção da mucosa gástrica, regulação da função renal e agregação plaquetária. complexos lipídicos. Toda vez que ocorre lesão tecidual, o organismo dá inicio á resposta inflamatória. O disparo do gatilho é dado pela ativação da enzima fofolipase A2 . Por ser muito instável, o ácido araquidônico sobre a ação de dois outros sistemas enzimáticos, a cicloxigenase e da 5-lipoxigenase. Pela ação da enzima cicloxigenase, o ácido araquidônico irá gerar substâncias que produzem diferentes efeitos, em função do tipo celular envolvido. 2 tipos de cicloxigenase: (COX-1 e COX-2). é encontrada em grandes quantidades nas plaquetas, nos rins e na mucosa gástrica. está presente em pequenas quantidades nos tecidos. Sua concentração é aumentada após um estímulo inflamatório, por isso é chamada de cicloxigenase pró-inflamatória. LIDIANE GONÇALVES 3 As prostaglandinas irão promover aumento da permeabilidade vascular, gerando edema. A lesão tecidual também irá servir de sinalizador para que as células fagocitárias (macrófagos e neutófilos) produzam mais prostaglandinas diretamente no local inflamado, estimulando a liberação de outras substâncias (interleucina -1 e fator ativador de plaquetas). As células injuriadas do local inflamado irá prostaglandi na. As células epiteliais que revestem as paredes dos capilares sanguíneos prostaciclina. As plaquetas tromboxanas. LIDIANE GONÇALVES 4 Por esta via de metabolização do ácido araquidônico, são gerados autacoides que são os leucotrienos (LT), como produtos finais. Dentre eles o leucotrieno B4 (LTB4) – envolvidos no processo de hiperalgesia. LTB4 atrai os neutrófilos e outras células de defesa para o sítio inflamado, as quais se encarregam de fagocitar e neutralizar corpos estanhos ao organismo. Os neutrófilos são as principais células efetoras da resposta inflamatória aguda. Imediatamente após a lesão tecidual, ocorre a migração e acúmulo dessas células no local injuriado. Desse grupo terá os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs). A substância padrão desse grupo é o ácido acetilsalicílico (AAS), que tem atividade analgésica e antitérmica quando empregadas nas doses 500mg – 650mg. Para obter uma ação anti- inflamatória são necessário 4-5g diários. O AAS inibe a agregação plaquetaria, sendo muito usado na prevenção ou reincidência de fenômenos tromboembólicos, em portadores de doenças do sistema cardiovascular. A potência anti-inflamatória dos AINEs varia de acordo com sua A resposta inflamatória é considerada como um processo de defesa do organismo. LIDIANE GONÇALVES 5 meia-vida plasmática. SURGIU o chamados coxibes (celecoxibe, rofecoxibe, valdecoxibe, parecoxibe, etoricoxibe e lumiracoxibe), que reuniam as qualidades ideais de um AINEs : alta eficácia e baixa toxicidade, por inibirem a COX- 2 de forma seletiva. Porém o desenvolvimento desse fármaco não levou em conta outros ricos trazidos pela inibução seletiva da COX-2, uma vez que esta enzima apresenta papel importante no processo fisiológico. Regulação renal, homeostasia da pressão arterial e controle da agregação plaquetária. Por inibirem a síntese de prostaciclina, os coxibes reduzem uma das defesas preliminares do endotélio vascular contra a hipertensão. O AINEs ideal seria aquele que apresentasse 100% de atividade inibidora da COX-2 e nenhuma da COX-1. O uso crônico dos coxibes pode aumentar o risco de eventos cardiovasculares como infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, hipertensão arterial e falência cardíaca. Por esse motivo, os coxibes devem ser evitados em pacientes portadores de hipertensão arterial, doença cardíaca. LIDIANE GONÇALVES 6 AÇÃO FARMACOLÓGICA NOME GENÉRICO Inibidores não seletivos para a COX2 BUPROFENO, Cetoprofeno, Diclofenaco, Cetorolaco, Piroxicam, Tenoxicam Inibidores seletivos para a COX Etoricoxibe, Celecoxibe, Meloxicam, Nimesulida Quando indicados? Os AINEs são indicados para o controle da dor aguda de intensidade moderada a severa, no período pós-operatório. O regime mais eficaz com os AINE’S é o de analgesia preventiva, introduzido imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa. Ou seja a 1ª dose é administrada ainda sob os efeitos da anestesia local. Uso em odontopediatria!! Período da dor 24h; Pico 6 a 8h; Edema inflamatório 36h; Período máximo de tratamento de 48h a 72h; Se o paciente acusar dor intensa e exacerbação do edema (inchaço), após esse período, o profissional deverá suspeitar de alguma complicação de ordem local. Também é classificado como um inibidor da cicloxigenase, apesa de quase não apresentar atividade anti-inflamatória ( é um fraco inibidor da COX-1 e COX-2). Por esse motivo é empregado apenas como ANALGÉSICO. LIDIANE GONÇALVES 7 São representados pelos corticosteroides. A ação inibitória da enzima fosfolipase A2 - é o principal. Após a lesão tecidual, a inativação da enzima fosfolipase A2, reduz a disponibilidade de ácido araquidônico liberado das membranas das células que participam da resposta inflamatória. A ação dos corticosteróides é conseguida de maneira indireta. Primeiramente eles induzem a síntese de lipocortinas, um grupo de proteínas responsáveis pela inibição da fosfolipase A2. Com isso iram reduzir a disponibilidade do ácido araquidônico. . Outro mecanismo anti-inflamatório dos corticosteroides deve ser levado em consideração é o controle da migração de neutrófilos, pois esta ação mesmo que indiretamente, resulta na menor produção de mediadores, minimizando a dor inflamatória LIDIANE GONÇALVES 8 Dose de 200 mg ação analgésica similar a dipirona, sem praticamente exercer ação anti-inflamatória. O uso em crianças – o ibuprofeno é o único AINE aprovado para o uso em crianças. A duração do tratamento com AINE’S na clínica odontológica quase sempre é restritiva. A ação analgésica e anti-inflamatória dos inibidores seletivos da COX-2 não é superior àquela apresentada pelos inibidores não seletivos (que atuam na COX-1 e na COX-2). O uso dos COXIBES (Celecoxibe e Etoricoxibe), deve serconsiderado exclusivamente para pacientes com risco aumentado de sangramento gastrintestinal. Atenção com inibidores seletivos da COX-2 em pacientes menores de 18 anos. NOME GENÉRICO DOSE INTERVALOS ENTRE AS DOSES DE MANUTENÇÃO Cetorolaco (sublingual) 10mg 8h Diclofenaco Potássio 50 mg 8 – 12h Ibuprofeno 200 – 400 – 600 mg 6 – 8 – 12 h Nimesulida 100mg 12h Cetoprofeno 150mg 12h Piroxicam 20mg 24h Tenoxicam 20mg 24h Meloxicam 15 mg 24h Celecoxibe 200 mg 12 – 24h Etoricoxibe 60- 900 mg 24h LIDIANE GONÇALVES 9 Na prescrição de qualquer inibidor da COX-2 deve – se usar menor dose efetuada pelo menor tempo necessário de tratamento. Atenção com interação medicamentosa: Aspirina e Clopidogrel. Atenção com interação medicamentosa: Piroxicam, Ibuprofeno X Varfarina. Deve- se evitar a prescrição dos inibidores da COX a pacientes com história de infarto do miocárdio, arginina ou stents (prótese) nas artérias coronárias, pelo risco aumentado de trombose. ‘Todos os AINE’S podem causar retenção de sódio e água, diminuição da taxa de filtração glomerular e aumento da pressão arterial sanguínea, especialmente em idosos. Ação inibitória da Fosfolipase A – CATILHO Após a lesão tecidual, a inativação da enzima fosfolipase A, reduz a disponibilidade de ácido araquidônico das membranas das células que participam da resposta inflamatória. Com menor quantidade de substrato a subsequente ação enzimática da COX2 e da 5 – lipoxigenase (LOX) estão presentes nas sementes de soja na forma de três isoenzimas (LOX 1, 2 e 3), fica prejudicada, ou seja, haverá menor produção de prostaglandinas e leucotrienos. COMPARAÇÃO DAS PROPRIEDADES DOS CORTICOSTEROIDES CORTICOSTÉROIDE DURAÇÃO DA AÇÃO POTÊNCIA RELATIVA EQUIVALÊNCIA DAS DOSES Hidrocortisona Curta 1 20 Prednisona Intermediária 4 5 Prednisolona Intermediária 4 5 Triancinolona Intermediária 5 4 Dexametasona Prolongada 25- 30 0,75 Betametasona Prolongada 25- 30 0,6 Os corticosteroides são indicados para previnir a hiperalgesia e controlar o edema inflamatório. Com isso a dexametasona ou a betametasona são os fármacos de escolha, pela maior potência anti-inflamatória e duração de ação. Empregar os corticosteroides em analgesia preemptiva (antes da lesão tecidual). 1h antes LIDIANE GONÇALVES 10 Similar aos AINE’S Dexametasona e Betametasona – Fármacos de escolha. Atenção analgésica preemptiva. Dose 4 a 8 mg, administrada 1h antes do início da intervenção. Em crianças no caso de intervenções mais invasivas, emprega-se a solução oral “gotas”: Betametasona 0,5 mg/ml. Até pouco tempo atrás os corticosteroides eram tidos como potencialmente perigosos para uso na odontologia, com base em alegações de que poderiam ser responsáveis pela disseminação de infecções óssea, entre outros danos. Contudo, deve ser enfatizado que esses e outros efeitos adversos somente são evidenciados quando os corticosteroides são empregados de forma crônica. Quando empregados em dose única pré operatória ou por tempo restrito, podem ser feitas as seguintes considerações quando a prescrição dos corticosteroides, comparada ao uso de AINE’S. Não produzem efeitos adversos significativos; Não interferem nos mecanismos de homeostasia; Muitas reações adversas dos AINE’S ainda não são bem conhecidas; Os corticosteroides são mais seguros para serem empregados em gestantes ou lactante, bem como pacientes hipertensos, diabéticos, nefropatia (lesão ou doença do rim) e hepatopatia (doença crônica do fígado grau leve a moderado de fibrose, não chegando a estágio de cirrose). Relação custo/benefício superior. Pacientes portadores de doenças fúngicas sistêmicas, herpes simples ocular, doenças psicóticas, tuberculose ativa. Nos quadros de dor já instalada, o emprego de fármacos que deprimem diretamente a atividade dos nociceptores será o ideal, pois consegue diminuir o estado de hiperalgesia. LIDIANE GONÇALVES 11 Isso é conseguido por meio do bloqueio da entrada de cálcio e da diminuição dos níveis de AMPc nos nociceptores. Os mais usados são DIPIRONA, PARACETAMOL e IBUPROFENO. Geralmente empregados por períodos 24 a 48h. Analgesia preemptiva: tem início antes do estímulo nocivo, ou seja, previamente ao trauma tecidual. Neste regime, são empregados fármacos que previnem a hiperalgesia, que pode ser complementada pelo uso de anestésicos locais de longa duração. Analgesia preventiva: o regime tem início imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa. Em termos práticos, a primeira dose do fármaco é administrada ao final do procedimento (com o paciente ainda sob os efeitos da anestesia local), seguida pelas doses de manutenção no pós-operatório, por curto prazo. Analgesia perioperatória: o regime é iniciado antes da lesão tecidual e mantido no período pós-operatório imediato. A justificativa para isso é de que os mediadores pró-inflamatórios devem manter-se inibidos por um tempo mais prolongado, pois a sensibilização central pode não ser prevenida se o tratamento for interrompido durante a fase aguda da inflamação. ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES DIPIRONA É um analgésico eficaz e seguro para uso em odontologia; Por via IM ou IV, deve ser administrada com cautela a pacientes com condições circulatórias instáveis; O uso da dipirona deve ser evitado nos três primeiros meses e nas últimas seis semanas da gestação e, mesmo fora desses períodos, somente administrar em gestantes em casos de extrema necessidade; Deve ser evitada em pacientes com história de anemia ou leucopenia. Dose usual: 500 mg a 1 g, intervalo entre as doses: 4h. LIDIANE GONÇALVES 12 Dose pediátrica: solução oral “gotas”, 500 mg/mL, 0,5 a 1 gota /kg/peso. PARACETAMOL Analgésico seguro para uso em gestantes e lactantes; Pode causar danos ao fígado. Dose máxima diária 3,25 g; Atenção com o uso de bebidas alcoólicas e Eritromicina; Contraindicado para pacientes fazendo uso continuo da varfarina sódica, pelo risco de aumentar o efeito anticoagulante e provocar hemorragia. Dose usual: 500 a 750 mg, intervalo entre as doses 6h. Doses pediátricas: solução oral “gotas” (200 mg/mL) 1 gota/kg/peso. Reações adversas: Cefaléia, hepatotoxicidade, icterícia, anúria e hipoglicemia. ANALGÉSICOS OPIÓIDES OU AÇÃO CENTRAL CODEÍNA A codeína é comercializada em combinação com o paracetamol. Paracetamol 500 mg + Codeína 30 mg, o intervalo entre as doses é de 6 horas. TRAMADOL O cloridrato de tramadol possui potência analgésica 5 a 10 vezes menor do que a morfina. Seu início de ação ocorre, em geral, 1 h após a administração de uma dose de 50 mg. Não é indicado para pacientes menores de 16 anos, pela falta de estudos clínicos controlados. 01- O que é forma farmacêutica... a) É a descrição do produto farmacêutico, ou seja, a discriminação dos princípios ativos que o compõem e de suas respectivas dosagens b) É a forma de apresentação do produto farmacêutico: solução, comprimido, xarope... c) É o produto tecnicamente obtido e elaborado Codeína e Tramadol: Não são recomendados para uso em crianças. LIDIANE GONÇALVES 13 d) É todo e qualquer produto que modifica a função fisiológica do organismo e) Nenhuma das sentenças acima 02- Ao orientar um paciente sobre a terapia farmacológica para inflamação, você descreve sucintamente a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção dos agentes anti-inflamatórios. Qual o princípio da farmacologia? a) farmacoterapia b) farmacologia empírica c) farmacocinética d) farmacodinâmica e) nenhuma das alternativas anteriores 03- Assinale a sentença falsa: a) O limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga, denomina-se margem de segurança.b) O termo farmacoterapia refere-se ao tratamento de pacientes com medicamentos ou fármacos. c) Considerado um efeito diferente e indesejado daquele considerado como principal por um fármaco, é a descrição do conceito de reação adversa. d) Interação medicamentosa é definida como uma resposta farmacológica ou clínica à administração de uma combinação de medicamentos e) Nociceptor é uma característica de comportamento peculiar de um indivíduo ou de determinado grupo. LIDIANE GONÇALVES 14 04- Os anti-inflamatórios são medicamentos empregados para controle do processo inflamatório. Ele pode ser classificado em dois grupos distintos: anti-inflamatório não esteroide e anti-inflamatório esteroide, também denominado corticoide. A seguir, referente a esta temática, assinale a alternativa verdadeira. a) Referente ao uso de anti-inflamatórios esteroide na clínica odontológica, sabe-se que na analgesia preventiva, utiliza-se Betametasona ou Dexametasona e deve ser administrado dose de 4 a 8 mg, até 1h após a intervenção odontológica. b) AINE’s não causam retenção de sódio e água, diminuição da taxa de filtração glomerular e aumento da pressão arterial sanguínea. c) Se o paciente acusar aumento da dor ou aumento de edema após 48 horas, deve ser sugerido um novo exame clínico. Pois sabe- se que na prática odontológica dentro de 36 horas o processo inflamatório deve estar cessado. d) O Ibuprofeno é considerado um anti-inflamatório seguro, além disso ele apresenta ação analgésica semelhante a Tramadol, ou seja, podemos afirmar que é uma ótima escolha na clínica odontológica. e) Cetorolaco, Ibuprofeno, Nimesulida, Piroxicam, Meloxicam e Celecoxibe, são alguns exemplos de fármacos anti-inflamatórios empregados na clínica odontológica. 05- A Dipirona e o Paracetamol são analgésicos não opióides, referente a estes fármacos assinale a questão verdadeira. a) O uso da Dipirona pode ser mantido durante o período gestacional. Este medicamento é proibido somente em gestantes com história de anemia. LIDIANE GONÇALVES 15 b) O uso do Paracetamol pode trazer prejuízos ao sistema hepático, assim deve ser evitado a pacientes com história de hepatite e cirrose. c) O Paracetamol não é seguro para gestantes e lactentes pois é excretado em pequena quantidade pelo leite. d) O Paracetamol além de analgésico, apresenta ação anti- inflamatória, ou seja, atua na inibição das prostaglandinas. e) nenhuma das alternativas. 06- Sobre os analgésicos opióides e não opióides, assinale a questão verdadeira. a) A codeína e o tramadol não apresentam efeito potencializado quando administrados concomitantemente com outros fármacos que atuam sobre o SNC. b) Os analgésicos opióides aumentam a formação de saliva, contribuindo para o desenvolvimento de tártaro c) O Tramadol possui ação analgésica de 5 a 10 vezes maior que a Morfina. Sendo uma ótima opção de analgesia na clínica odontológica. d) O Tramadol deve ser empregado em pessoas somente acima de 18 anos. e) A codeína é comercializada em combinação com o paracetamol. Paracetamol 500 mg + Codeína 30 mg, o intervalo entre as doses é 6 horas. 07- Sobre o regime analgésico para uso na clínica odontológica, assinale a alternativa falsa. a) Na analgesia preemptiva, têm-se o início antes do estímulo nocivo, ou seja, previamente ao trauma tecidual. LIDIANE GONÇALVES 16 b) Uma das melhores opções na analgesia preemptiva é Dexametasona 4 mg, 1 hora antes do procedimento. c) Na analgesia preventiva administra-se o medicamento imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa. d) Na analgesia perioperatória o regime é iniciado após a lesão tecidual e é mantido no período pós operatório imediato. e) Na analgesia perioperatória o regime é iniciado antes da lesão tecidual e mantido no período pós operatório imediato. 08- No que diz respeito a duração do tratamento odontológico, podemos afirmar que: a) A dor decorrente de procedimentos odontológicos cirúrgicos perdura em geral por um período de 24h, com o pico de intensidade sendo atingido entre 6 a 8 h pós cirúrgicas. Da mesma forma, o edema inflamatório atinge seu ápice após 36h do procedimento. b) A duração do tratamento com AINE’s deve ser estabelecido por um período máximo de 48 horas. Se o paciente acusar dor intensa e exacerbação do edema após esse período o profissional deverá suspeitar de alguma complicação de ordem local e agendar uma nova consulta para reavaliar o quadro clinico. c) A dor decorrente de procedimentos odontológicos cirúrgicos perdura em geral por um período de 48h, com o pico de intensidade sendo atingido entre 2 a 4 h pós cirúrgicas. Da mesma forma, o edema inflamatório atinge seu ápice após 24h do procedimento. d) A duração do tratamento com AINE’s deve ser estabelecido por um período máximo de 36 horas. Se o paciente acusar dor intensa e exacerbação do edema o profissional deverá optar por uma LIDIANE GONÇALVES 17 medicação de potência maior, como por exemplo: Tramadol ou Codeína (associado ao Paracetamol). e) Nenhuma das sentenças é correta. 09- Referente aos anti-inflamatórios não esteroides (AINE’s) assinale a alternativa verdadeira: a) Faz parte dos principais AINE’s empregados na clínica odontológica: Ibuprofeno, Nimesulida, Cetoprofeno, Meloxicam, Cetorolaco e Piroxicam. b) O uso de Celecoxibe e Etoricoxibe deve ser considerado exclusivamente para pacientes com risco aumento de sangramento gastrintestinal. c) Todos os AINE’s podem causar retenção de sódio e água, diminuição da taxa de filtração glomerular e aumento da pressão arterial sanguínea, especialmente em idosos. d) O regime mais eficaz com os AINE’s é o de analgesia preventiva, introduzido imediatamente após a lesão tecidual, porém antes do início da sensação dolorosa. e) Todas as alternativas estão corretas. 10- Os anti-inflamatório esteroides (AIEs) também denominados de corticoides, fazem parte dos medicamentos que podem ser empregados na clínica odontológica. Desta maneira, assinale a alternativa incorreta: a) Há precauções no uso de corticoides em pacientes com herpes simples ocular, doença psicótica e doença fúngica sistêmica. LIDIANE GONÇALVES 18 b) Os corticoides são mais seguros em pacientes gestantes, lactantes, pacientes hipertensos, diabéticos, nefropatas e hepatopatas. c) Hidrocortisona, Prednisona, Prednisolona, Dexametasona e Betametasona são exemplos de corticoides. Porém na clínica odontológica os fármacos de escolha são: Dexametasona e Betametasona. d) Alguns anos atrás os corticoides eram tidos como potencialmente perigosos para o uso em odontologia, com base em alegações de que poderiam ser responsáveis pela disseminação de infecções bucais e pelo retardo nos processos de cicatrização. e) Os efeitos adversos mais graves dos corticoides são evidenciados quando o mesmo é empregado de forma crônica. 1. O que é automedicação? R. A Automedicação é um procedimento caracterizado especialmente pela iniciativa de um paciente ou seu responsável, em utilizar um medicamento por acreditar que o mesmo lhe trará benefícios no tratamento de doenças ou alívio de sintomas. A automedicação assim como a prescrição equivocada pode ter como consequência diversos riscos à saúde do paciente, como efeitos colaterais, enfermidades e mascaramento de doenças, muitas vezes aumentando o problema ao invés de solucioná-lo. 2. Quais os fatores contribuem para a realização da automedicação? LIDIANE GONÇALVES 19 R. O desconhecimento dos riscos, a falta de acesso aos serviços de saúde, etc. A fatores econômicos, políticos e culturais, que têm contribuído para o crescimento e a difusão do uso irracional demedicamentos pelo mundo, tornando-o um problema de saúde pública. 3. Quais os perigos acerca da medicação? R. Uso irracional de medicamentos pode agravar doenças, comprometer eficácia dos tratamentos, além de gerar risco de reações alérgicas, dependência e até mesmo morte. Boa parte desses acidentes ocorrem devido à automedicação, que é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo usuário, sem a avaliação prévia de um médico. De acordo com a Anvisa, os analgésicos, os antitérmicos e os anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam. LIDIANE GONÇALVES 20 Medicamento referência É o produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente. Medicamento genérico É aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o medicamento de referência no país podendo, com este, ser intercambiável. Medicamento similar É aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca. LIDIANE GONÇALVES 21 Medicamento magistral É o medicamento do passado, do presente e principalmente do futuro. Diferencia-se do medicamento industrializado por ser preparado em farmácia e por ser personalizado, isto é, específico para atender as necessidades individuais de um paciente, onde o médico ou outro profissional de saúde habilitado a indicar medicamentos aos seus pacientes, leva em consideração características fundamentais como idade, peso, sexo e condição de saúde. Droga Modifica a função fisiológica, com ou sem intenção benéfica. Remédio Tudo aquilo que cura Medicamento É produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado. Forma farmacêutica É a forma de apresentação do produto farmacêutico: solução, comprimido, xarope, etc. Exemplos: Furosemida – comprimidos; Dipirona – injetável; Ampicilina – suspensão. Fórmula farmacêutica É a descrição do produto farmacêutico, ou seja, a discriminação dos princípios ativos que o compõem e de suas respectivas dosagens. LIDIANE GONÇALVES 22 Ação local Quando age no próprio local onde é aplicado (na pele ou mucosa), sem passar pela corrente sanguínea, ou quando age diretamente no sistema digestivo. Exemplo: pomada. Ação sistêmica Um medicamento tem ação sistêmica quando seu princípio ativo precisa primeiro ser absorvido e entrar na corrente sanguínea para, só depois, chegar ao local de ação. Exemplo: paracetamol. Cápsula Constituída de um invólucro de gelatina e um medicamento em forma sólida, semi-sólida ou líquida (desde que o medicamento nessa forma não dissolva a cápsula). Drágea Contém um núcleo com o medicamento, revestido por uma solução de queratina, açúcar e corante. Enquanto a maioria dos comprimidos se dissolve no estômago, as drágeas têm liberação entérica, isto é, liberam o princípio ativo no intestino. Comprimido É o comprimido em formato próprio, por exemplo redondo ou ovalado. Pode ser sulcado, isto é trazer uma marca que auxilia sua divisão em partes. Administração oral Oferece o meio mais seguro, mais conveniente e menos dispendioso de administrar vários medicamentos. Com maior frequência, você LIDIANE GONÇALVES 23 fornecerá medicamentos em forma de comprimidos, cápsulas ou liquido (como elixir, xarope ou suspensão) por via oral. Administração bucal Implica colocar um comprimido na boca do paciente, de modo que o medicamento se mova para a corrente sanguínea por meio da mucosa da bochecha do paciente. Um benefício da administração bucal é que, quando o paciente desenvolve efeitos excessivos ou adversos, ele pode retirar da boca o que restou do comprimido. Administração sublingual O medicamento é absorvido por meio da mucosa sob a língua do paciente. A absorção rápida e os efeitos medicamentosos máximos tornaram essa via muito bem aceita para os medicamentos antianginosos, como o dinitrato de isossorbida. Os pacientes utilizam esses comprimidos sublinguais par aliviar angina e evitá-la em situações de estresse ou em curtas situações de alto risco. Farmacocinética É o estudo do destino dos fármacos no organismo após sua administração. Abrange os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Ou então a movimentação dos fármacos pelos diferentes sítios orgânicos. Farmacodinâmica É a ação dos medicamentos e substâncias químicas no organismo. LIDIANE GONÇALVES 24 Margem de segurança É o limite existente entre a dose terapêutica e a dose tóxica da droga. Por exemplo, os digitálicos possuem uma estreita margem de segurança porque o paciente mesmo fazendo uso de dose terapêutica pode, com relativa facilidade, apresentar sinais de intoxicação digitálica, isto é, sinais de toxicidade da droga. Farmacoterapia Refere-se ao tratamento de pacientes com medicamentos ou fármacos Interação medicamentosa É definida como uma resposta farmacológica ou clínica à administração de uma combinação de medicamentos, diferente dos efeitos de dois agentes administrados individualmente. Exemplo: anticoncepcional + antibiótico. Reação adversa É considerado um efeito diferente e indesejado daquele considerado como principal por um fármaco. Segundo a ANVISA é “qualquer resposta a um medicamento que seja prejudicial, não intencional, e que ocorra nas doses normalmente utilizadas em seres humanos como profilaxia, diagnóstico e tratamento de doenças, ou para a modificação de uma função fisiológica.” Iatrogenia Refere-se a doenças ou alterações patológicas criadas por efeitos colaterais dos medicamentos. Idiossincrasia É uma característica de comportamento peculiar de um indivíduo ou de determinado grupo. LIDIANE GONÇALVES 25 Nociceptor É um receptor sensorial que envia sinal que causa a percepção da dor em resposta a um estímulo que possui potencial de dano. Prostaglandinas Estão ligadas aos quatro sinais típicos do processo inflamatório: calor, tumor, rubor e dor. Histamina Uma substância química encontrada em algumas das células do corpo – causa muitos dos sintomas de alergias, como coriza ou espirros. Os coxibes são 100% seletivos e exclusivos para a COX-2. Tem que ter justificativa para prescrever. Meloxicam e Nimesulida são mais seletivos para a COX-2, mas também atuam na COX-1.
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