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DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
Carla Gomes Toledo de Almeida 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
A Constituição Federal de 1988, conhecida como “Constituição Cidadã”, institui 
direitos e garantias fundamentais, bem como a institucionalização de um país democrático, 
sendo um marco no que tange aos direitos dos cidadãos brasileiros por garantir liberdades 
civis. 
O presente trabalho consistirá na realização de uma pesquisa acerca dos direitos da 
personalidade. Também previstos no Código Civil de 2002, estão inseridos no ordenamento 
jurídico para a garantia essencial do desenvolvimento da dignidade da pessoa humana como, 
segundo Caio Pereira (2020, p. 201), “uma cláusula geral de tutela da personalidade”, seja na 
integridade física, seja na integridade psíquica e moral dos sujeitos. Dentro desse contexto, 
serão abordados diversos aspectos, tais como: fundamentos constitucionais dos direitos da 
personalidade; características gerais e que apontam para a garantia da proteção a esses direitos 
e como se comportam nas relações entre pessoas jurídicas. Por fim, será apresentado o rol 
desses direitos. 
2 – DIREITOS DA PERSONALIDADE 
2.1 – Fundamentos constitucionais dos direitos da personalidade 
Os direitos da personalidade são aqueles inerentes à natureza não patrimonial, 
estudados sob a égide do direito privado, além de estabelecidos, de modo explícito, no núcleo 
substancial da dignidade da pessoa humana. Hodiernamente, existe uma tendência no 
processo de análise das instituições que preveem esses direitos de maneira 
constitucionalizada, ante o fato destes se originarem da idealização dogmática no que se 
refere ao princípio da dignidade humana, cânone máximo do Estado Democrático de Direito, 
dotado de valor moral. 
Pontes de Miranda (1971, v. 7, p. 6), por sua vez, versa que, “com a teoria dos direitos 
de personalidade, começou, para o mundo, nova manhã do direito. Alcança-se um dos cimos 
da dimensão jurídica”. Análogo a isso, veja-se o que aduz o teórico Paulo Lôbo (2021, p. 
137), em seu manual de Direito Civil, sobre essa constitucionalização: “A 
constitucionalização dos direitos fundamentais muito contribuiu para alcançar essa relevância 
jurídica, pois os direitos da personalidade, ambientados nas relações privadas, são espécies do 
gênero direitos fundamentais”. 
Dessa forma, é possível perceber que a tutela dos direitos da personalidade se afirma, 
fundamentalmente, a nível constitucional, ao passo que o Código Civil, por ser um instituto 
infraconstitucional, versa à luz do plano consagrado nos princípios constitucionais, sobretudo 
com base no princípio da dignidade da pessoa humana. Por consequência disso, esses direitos 
são reconduzidos na esfera cível, no quadro dos artigos 11 a 21 desse mesmo código, que 
estão inseridos em capítulo específico acerca da temática em comento para as normas gerais 
do artigo 5º, inciso X, da Carta Magna, segundo o qual: “são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação”. Um fato que ratifica que todos esses elementos 
são capazes de admitir uma configuração dogmática, decorrentes de previsão superior 
apresentada constitucionalmente. 
2.2 – Características do Direito Civil contemporâneo que apontam para a garantia da 
proteção aos direitos da personalidade 
De início, vale mencionar que o Direito Civil constitui a base sólida do ordenamento 
jurídico atual, visto que aponta, principalmente, para a garantia da proteção jurídica aos 
direitos da personalidade. Sendo o ramo que engloba o resultado de uma profunda descrição 
da história da civilização, o Direito Civil contemporâneo abrange características que 
disciplinam as relações privadas estabelecidas entre particulares, com grande ênfase no estudo 
sobre os direitos os quais permitem a individualidade do ser. 
Ainda com destaque no histórico da constatação dos direitos da personalidade, sua 
proteção estava restringida ao âmbito do direito público, vindo a ter respaldo na esfera privada 
após a evolução das constituições e declarações de direitos, fato esse apoiado na efetiva 
proteção aos direitos individuais. Nesse sentido, aponta Sílvio Venosa (2021, p. 165) que: 
A matéria não é tratada sistematicamente na maioria dos códigos civis, e 
nosso provecto código de 1916 não era exceção, embora a doutrina não tão 
recente já com ela se preocupasse. No entanto, somente nas últimas décadas 
do século XX o direito privado passou a ocupar-se dos direitos da 
personalidade mais detidamente, talvez porque o centro de proteção dos 
direitos individuais situa-se no Direito Público, no plano constitucional. 
Aponta-se, contudo, que nosso código do século XX trazia alguns princípios 
nítidos de proteção à personalidade, como, por exemplo, referências à 
imagem (art. 666) e ao direito do nome do autor de obra (arts. 449 ss). 
Além disso, preceitua: 
Na busca de audiência e sensacionalismo, já vimos exemplos de programas 
televisivos nos quais pessoas autorizam que seu comportamento seja 
monitorado e divulgado permanentemente; que sua liberdade seja cerceada e 
sua integridade física seja colocada em situações de extremo limite de 
resistência etc. 
Sendo assim, no entendimento do autor, embora existam ressalvas, o caso mencionado 
não se trata de uma exceção, em que os indivíduos na relação renunciam a direitos, em regra, 
irrenunciáveis. Não tendo relação com cessão de direitos, trata-se de um contexto puramente 
contratual, à proporção que “cumpre ao legislador regulamentar as situações semelhantes, no 
intuito de evitar abusos que ordinariamente podem ocorrer nesse campo” (2021, p. 165). 
2.3 – Características dos direitos da personalidade 
Como atributos elencados no manual de Direito Civil, de Paulo Lôbo, têm-se a 
irrenunciabilidade, a intransmissibilidade e a imprescritibilidade, ou seja, os direitos da 
personalidade não são, em regra, renunciáveis, transmissíveis e prescritíveis. 
No que tange à irrenunciabilidade desses direitos, observa-se que sua titularidade deve 
atingir a um único e exclusivo indivíduo, de modo que “a renúncia a qualquer direito da 
personalidade afetaria sua inviolabilidade e significaria renunciar a si mesmo, para converter-
se de sujeito em objeto” (2021, p. 139) se transferida fosse essa titularidade. No plano da 
intransmissibilidade, por sua vez, o autor faz uma ressalva ao direito de imagem-retrato, 
afirmando ser transmissível pelo fato de as habilidades de determinado grupo de criadores e 
autores se singularizarem, produzindo efeitos patrimoniais mediante, por exemplo, exposição 
pública. Contudo, nesse campo, os direitos, em sua maioria, são intransmissíveis, haja vista a 
compreensão de que não se pode separar a honra e a intimidade de seu titular. 
Por fim, na imprescritibilidade, tem-se, na visão do mesmo teórico, que “são 
imprescritíveis as pretensões relativas a fazer cessar a violação ou para interdição preventiva” 
(2021, p. 140). Já nos demais casos, os direitos da personalidade não se extinguem pelo uso 
ou desuso deles. 
2.4 – Direitos da personalidade das pessoas jurídicas 
De acordo com a interpretação de Caio Pereira, os direitos inerentes à personalidade 
estão direcionados às pessoas físicas, as quais recebem a proteção de sua integridade, tanto 
física quanto moral. Levando em consideração as pessoas jurídicas, pode-se dizer que essas se 
constituem de uma gênese do direito para fins de execução das atividades humanas. Dessa 
maneira, o Código Civil, em seu artigo 52, estabelece o seguinte: “Aplica-se às pessoas 
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”. 
O destaque é, pois, dado à tutela ou proteção ao nome referente a empresas, à honra e 
à imagem, já que podem, também, sofrer dano moral em razão dos direitos previstos para esse 
grupo, ante o entendimento acerca de que a pessoa jurídica é formada por umconjunto de 
pessoas físicas. No entanto, aduz o autor (2020, p. 289): 
Todavia, em virtude dos efeitos essencialmente econômicos da lesão a tais 
direitos, cabe ressaltar que não se confundem com os bens jurídicos 
traduzidos na personalidade humana, os quais recebem proteção especial da 
ordem jurídica, em razão da cláusula geral de tutela inserta no art. 1º, III, da 
Constituição Federal. 
Na perspectiva de Paulo Lôbo, o direito à reputação das pessoas jurídicas pode ocorrer 
e é o mais afetado dentro da esfera de direitos, tendo em vista o entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ), na Súmula nº 227, a respeito do assunto: “A honra objetiva da 
pessoa jurídica pode ser ofendida pelo protesto indevido de título cambial, cabendo 
indenização pelo dano extrapatrimonial daí decorrente”. 
2.5 – Rol de direitos da personalidade 
São vários os direitos existentes, como se pode perceber na listagem feita por Paulo 
Lôbo, em seu manual. De modo geral, sob a ótica de classificação desses direitos em 
integridade física e moral, pode-se elencar o seguinte: como integridade física, existem o 
direito à vida e o direito ao próprio corpo; como integridade moral, o direito à honra, à 
imagem e ao nome, bem como o direito à intimidade e à liberdade. 
2.5.1 – Direito à vida 
Previsto no artigo 5º, caput, da Constituição Federal, como garantia fundamental, este 
direito é tido como sustentáculo para a prerrogativa jurídica do cidadão, isto é, a pessoa deve 
estar com vida para ter acesso aos outros direitos. Por ser o direito mais importante do 
ordenamento jurídico, é considerado uma cláusula pétrea. 
2.5.2 – Direito ao corpo 
Preliminarmente, faz-se crucial mencionar o artigo 13 do Código Civil, o qual diz: 
“Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”. Com isso, o 
princípio geral transcrito, segundo Sílvio Venosa (2021, p. 176), está “no sentido de que 
ninguém pode ser constrangido à invasão de seu corpo contra sua vontade. Quanto aos atos de 
disposição do próprio corpo, há limites morais e éticos que são recepcionados pelo direito”. 
2.5.3 – Direito à honra 
Também intitulado como “direito à reputação”, o direito à honra se reporta à esfera 
cível, porém, pelo fato de estar previsto no artigo 5º, inciso X, da lei suprema do Brasil, o 
qual, como afirma Paulo Lôbo (2021, p. 163), “tutela o respeito, a consideração, a boa fama e 
a estima que a pessoa desfruta nas relações sociais”, são vistos aspectos não só perante os 
particulares, mas também sobre o direito público. 
2.5.4 – Direito à imagem 
Não podendo ser confundido com o direito mencionado acima, pelo motivo de que não 
diz respeito à reputação, o direito à imagem possui previsão constitucional e é entendido 
como a personalidade revelada pelo indivíduo na sociedade. No que se refere à utilização 
indevida da imagem, o artigo 20 do Código Civil determina que “a exposição ou a utilização 
da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas”, se não forem permitidas ou necessárias “à 
administração da justiça ou à manutenção da ordem pública”. 
Outrossim, em harmonia com o pensamento de Paulo Lôbo (2021, p. 153), “o direito à 
imagem é um dos principais alvos de tensão ou colisão com a liberdade de imprensa”, mesmo 
que funcione como um limite às invasões da imprensa. Um direito que merece cautela, na 
tentativa de resguardá-lo. 
2.5.5 – Direito ao nome 
A respeito deste direito, o artigo 16 do Código Civil prevê: “Toda pessoa tem direito 
ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”. Os dispositivos seguintes, quais 
sejam o 17 e o 18, ainda determinam: 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em 
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda 
quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda 
comercial. 
O direito à identidade pessoal, ligado ao que se faz presente neste subtópico, expressa 
(LÔBO, 2021, p. 164) “o direito a ser identificado por símbolos e signos, principalmente o de 
ter nome”. Concomitantemente, Sílvio Venosa (2021, p. 180) afirma que: 
O nome é, portanto, uma forma de individualização do ser humano na 
sociedade, mesmo após a morte. Sua utilidade é tão notória que há a 
exigência para que sejam atribuídos nomes a empresas, navios, aeronaves, 
ruas, praças, acidentes geográficos, cidades etc. O nome, afinal, é o 
substantivo que distingue as coisas que nos cercam, e o nome da pessoa a 
distingue das demais, juntamente com outros atributos da personalidade, 
dentro da sociedade. É pelo nome que a pessoa fica conhecida no seio da 
família e da comunidade em que vive. Trata-se da manifestação mais 
expressiva da personalidade. 
Sendo assim, em sua acepção, o nome é a principal maneira de singularização de um 
indivíduo e que, além de distinguir as coisas de pessoas, versa sobre a expressão mais 
significativa da personalidade. 
2.5.6 – Direito à intimidade 
Sobre o direito em tese, Caio Pereira (2020, p. 218) afirma que: 
Ao assegurar o direito à intimidade, a norma constitucional aproxima-o ao 
direito à vida privada (art. 5º, X). Este direito oferece caráter dúplice: o 
direito de estar só, de não se comunicar; e simultaneamente de não ser 
molestado por outrem, como também pela autoridade pública, salvo quando 
um imperativo de ordem pública venha a determiná-lo. Cada um tem o 
poder, assegurado constitucionalmente, de conviver com quem queira, como 
o de se recusar a qualquer aproximação. 
Ao alegar isso, o autor faz jus a situações que o indivíduo almeja vivenciar à luz de 
seu próprio domínio, de modo que cada um possui comando sobre o fato de com quem se 
deseja conviver, bem como o de recusar quaisquer aproximações. 
2.5.7 – Direito à liberdade 
A este último direito elencado nesta pesquisa (não menos importante), parafraseando o 
ponto de vista de Paulo Lôbo (2021, p. 144), pode-se atribuir a simples ideia de que todo e 
qualquer ser humano possui o direito de ser livre. Todavia, quando se há o cometimento de 
determinado crime, o indivíduo passa a ser privado de tamanha liberdade. 
Acerca dessa restrição, ressalta o teórico: “A privação ou a restrição indevida da 
liberdade dá ensejo à reparação compensatória por danos morais”. Assim, é cabível de 
entendimento que, quando retirado o indivíduo de sua plena liberdade de modo injusto, passa 
a ser responsabilizado quem agiu de tal forma, tendo em vista a inviolabilidade do direito à 
liberdade, prevista no artigo 5º, caput, da Constituição Federal. 
 
CONCLUSÃO 
Depreende-se que, com a realização da pesquisa, foi possível conhecer o 
posicionamento de três teóricos sobre o mesmo assunto, todos com perspectivas diferentes, 
mas que, ao final, chegavam sempre a um denominador comum. 
Por outro lado, para o entendimento do que vem a ser direito da personalidade, 
hodiernamente, vislumbrou-se que, além de ser um conjunto de direitos inatos e permanentes, 
os quais perduram por toda a vida do indivíduo, imprescindível se fez entender ou fazer uma 
análise entre o Direito Civil da época e o contemporâneo para, assim, poder delimitar, diante 
de tantas evoluções, os aspectos que garantem a proteção aos direitos inerentes à 
personalidade humana. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
LÔBO, Paulo. Direito Civil – volume 1: parte geral. 10ª ed.. São Paulo: Saraiva Jur, 2021. 
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil: introdução ao Direito Civil. 
33ª ed.. Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – parte geral. 21ª ed.. São Paulo: Atlas, 2021.

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