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QUESTÃO SOCIAL E 
SERVIÇO SOCIAL 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Valdirene da Rocha Pires 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, alunos e alunas! Sejam bem-vindos à quinta aula da disciplina de 
Questão Social e Serviço Social! Nesta aula, vamos estudar o contexto da 
formação da questão social dentro da realidade brasileira. 
 Para garantir um melhor aprendizado, nosso conteúdo está organizado da 
seguinte forma: nosso primeiro tema será a questão social na particularidade do 
capitalismo brasileiro, para, em seguida, trabalhar alguns aspectos da 
flexibilização nas relações de trabalho; na sequência, trataremos do desemprego 
enquanto expressão da questão social; veremos, ainda, como o capitalismo 
monopolista contribui para o acirramento das expressões da questão social no 
Brasil; finalizamos nossa aula com o debate sobre a construção do projeto 
profissional e a questão social. 
Bons estudos! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A questão social, no contexto do desenvolvimento do capitalismo 
brasileiro, assume características singulares decorrentes do processo de 
implementação do capitalismo industrial e do acirramento das desigualdades 
produzidas por este processo. 
Para compreender os fatores presentes nesta dinâmica, é necessário 
realizar uma abordagem de alguns elementos que estiveram presentes na 
história da formação nossa sociedade, principalmente os que dizem respeito à 
geração de campos de trabalho no contexto da industrialização. 
Os determinantes das expressões da questão social e as suas 
particularidades na realidade brasileira perpassam, principalmente, pelo modelo 
de regulação do regime de trabalho, pela precariedade nas relações trabalhistas, 
e, também, pela situação de desemprego enfrentada, historicamente, pelos 
trabalhadores. 
 
TEMA 1: QUESTÃO SOCIAL: A PARTICULARIDADE DO CAPITALISMO 
BRASILEIRO 
Como já vimos nas aulas anteriores, para entender a questão social é 
necessário partir do movimento entre a exploração do trabalho pelo capital e, ao 
 
 
3 
mesmo tempo, compreender as “lutas sociais protagonizadas pelos 
trabalhadores”, frente ao desenvolvimento capitalista. (SANTOS, 2012, p.133) 
A questão social é uma categoria que pode ser utilizada para explicar 
fenômenos sociais de ordem mundial, pois se configura no conjunto de 
disparidades sociais decorrentes do desenvolvimento capitalista industrial. Mas, 
no caso brasileiro, a questão social assume características singulares, tendo em 
vista que o processo de implementação do capitalismo industrial nos países 
periféricos, como é o caso do Brasil, acontece em período posterior ao dos 
países de capitalismo central, ou seja, nos Estados Unidos em países da Europa. 
Em seu estudo sobre a questão social no Brasil, Santos (2012) destaca 
que, na formação da sociedade brasileira, o alto índice de desemprego aparece 
como uma das formas mais gritantes de expressão da questão social. No 
entanto, adverte a autora, não devemos: 
 
Esquecer, é claro, que também trabalhadores inseridos no mercado de trabalho, e, 
portanto, empregados (formal e/ou informalmente) não estão isentos dos processos 
de pauperização. É claro também, para continuar no mesmo exemplo, que a 
pauperização remete a outros indicadores sociais, como acesso a saneamento 
básico, habitação, educação, que determinam, por sua vez, indicadores de saúde, 
assim por diante. (SANTOS, 2012, p. 134) 
 
 De acordo com o explicitado pela autora, a constituição do mercado e das 
relações de trabalho no Brasil se configuram em particularidades na formação 
da nossa sociedade. Dentro deste contexto, a autora enfatiza a importância do 
período entre os anos de 1930 a 1956 para a formação do mercado de trabalho 
no Brasil, momento este em que se consolida a centralidade da indústria na 
formação de empregos. É importante lembrar que, inerente a este período, 
temos o processo migratório campo-cidade que culminou na formação do perfil 
urbano-industrial do trabalhador brasileiro. 
Segundo Josiane Santos (2012, P. 136), é a partir deste período que se 
originou a “implantação de uma nova estrutura industrial com base nas indústrias 
mecânicas, de material elétrico e comunicações, de material de transporte 
químico e de uma nova indústria metalúrgica”. 
Após 1964, com o golpe militar, o país viveu uma nova realidade política 
e econômica com a reforma trabalhista promovida pela ditadura, que acentuou 
a flexibilidade nas relações de trabalho, levando à maior precarização das 
 
 
4 
condições impostas aos trabalhadores. Neste cenário, a questão social assume 
particularidades decorrentes, portanto, da relação entre capital x trabalho no 
contexto brasileiro, as quais podem ser visíveis até os dias de hoje. 
Então, quando falamos em questão social no contexto brasileiro, é 
necessário realizar um resgate histórico de elementos que estiveram presentes 
na formação sócio-industrial do Brasil, para, como isto, compreender os 
determinantes das expressões da questão social e suas particularidades na 
atualidade. 
 
TEMA 2: FLEXIBILIZAÇÃO NAS RELAÇÕES DE TRABALHO 
No Brasil, a flexibilização nas relações de regime trabalhista aparece 
como umas das características mais marcantes na história da regulação das 
relações entre capital e trabalho. Antes de mencionarmos as consequências 
desta relação para os trabalhadores – ou seja, porque se considera que a 
flexibilização das relações trabalhistas resulta na precarização das condições de 
trabalho – vamos discorrer um pouco sobre os elementos constantes na 
chamada flexibilização ocorrida no golpe militar de 1964. 
A partir da nova conjuntura política, a luta dos movimentos operários por 
melhores condições de trabalho é marcada por fortes atos repressão por parte 
do Estado. A marca mais expressiva da flexibilização das condições do 
trabalhador é a alta rotatividade de mão de obra nos postos de trabalho, em 
detrimento da garantia de estabilidade. 
Outras características presentes na precarização desta “nova forma” de 
regular as relações trabalhistas dizem respeito a: 
 Terceirização de mão de obra (inclusive nos setores públicos); 
 Contratos temporários (por tempo determinado); 
 Baixos valores salariais (principalmente para mão de obra não 
especializada); 
 Realização de exaustivas horas extras (aumenta-se a carga horária para 
o trabalhador); 
 Banco de horas (horas extras não pagas). 
 
Tendo em vista os fatores apontados, o que se pretende explicitar aqui diz 
respeito à importância da compreensão das implicações da chamada 
 
 
5 
flexibilização no regime de trabalho brasileiro, como particularidade da questão 
social brasileira. 
 
TEMA 3: EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL: O DESEMPREGO 
Antes de iniciarmos nosso diálogo sobre o desemprego como parte do 
conjunto de disparidades sociais produzidas pelo modo de produção capitalista, 
vamos discorrer um pouco sobre o que se entende por desemprego para 
posteriormente refletirmos “como ele se traduz numa das mais centrais 
expressões da ‘questão social’” (SANTOS, 2012, p. 171) 
Segundo a autora acima menciona, a noção de desemprego, utilizada 
atualmente, remete à situação do “não trabalho”. Esta expressão, por sua vez, 
está vinculada ao desenvolvimento do sistema capitalista e, por consequência, 
da criação do trabalho assalariado. 
Compreender o problema do desemprego, no contexto da realidade 
brasileira, significa considerar que “o desemprego enquanto expressão da 
‘questão social’ adquire o caráter de desemprego estrutural na economia 
brasileira desde que o capitalismo retardatário completa seu ciclo, no auge da 
‘industrialização pesada’. (SANTOS, 2012, p. 173) 
Conforme podemos observar na reflexão da autora, a vinculação da 
noção de desemprego, entendida como a não efetivação da venda da força de 
trabalho pelo trabalhador ao capital, é, portanto, um fenômeno da sociedade 
capitalista, decorrenteda divisão da sociedade em classes. 
Outro fator, também importante de se ressaltar em relação ao fenômeno 
do desemprego, diz respeito ao excedente de força de trabalho disponível ao 
capital, uma vez que, estrategicamente, os postos de trabalho gerados pelo 
capital não comportam a mão de obra de todos os trabalhadores. 
O desemprego é, portanto, uma das expressões da questão social mais 
visíveis. Os seus desdobramentos se constituem, ainda, em outras formas de 
expressão da questão social, pois a ausência de renda pode levar a alto índice 
de pobreza, que vai se manifestar em indicadores da fome, no analfabetismo, 
nas formas de trabalhos insalubres, entre outros. 
 
 
 
 
6 
TEMA 4: CAPITALISMO MONOPOLISTA E QUESTÃO SOCIAL 
A partir de meados da década de 1950, com o advento da consolidação 
do capitalismo monopolista, isto é, com a chegada e instalação de grandes 
corporações internacionais no país, ocorrem mudanças significativas nas 
relações de trabalho. 
De acordo com Iamamoto (2008), estas mudanças se expressam, 
principalmente, “através da política salarial e sindical”, que vai culminar no 
aumento da exploração dos trabalhadores assalariados, por meio da: 
 Ampliação da jornada de trabalho; 
 Regulamentação das horas extras; 
 Maior disciplina no âmbito da produção; 
 Ritmo de trabalho mais intenso. 
 
Estas são algumas das estratégias de desenvolvimento implantadas para 
a promoção da produção industrial, com aspecto altamente concentrador de 
renda e de capital, promovendo, desta forma, “a queda do padrão de vida dos 
assalariados” (Iamamoto, 2008, p.82) e elevando a desigualdade social já 
existente no país. 
Vejamos, então, algumas formas de expressão da questão social, neste 
cenário: 
 Agravamento da desnutrição; 
 Aumento do número de pessoas atingidas por doenças; 
 Aumento da taxa de mortalidade infantil; 
 Maior número de acidentes de trabalho. 
 
Nas palavras da Marilda Iamamoto, o que se verifica neste cenário é o 
aumento da miséria de grande parte da população trabalhadora. Fato este que 
se traduz em expressões da questão social, isto é, em demandas sociais a serem 
atendidas pelo Estado e pela sociedade. 
No que se refere ao tratamento dado à questão social, segundo Iamamoto 
(2008), é por medidas repressivas e assistenciais que o Estado procurará manter 
a ordem social. 
Por outro lado, este tratamento, dado à questão social, tende a agravar 
as tensões sociais relativas à pauperização da classe trabalhadora e às 
consequências daí resultantes. Isto acarretará em uma crescente demanda de 
 
 
7 
campo de trabalho para os assistentes sociais, tanto no que diz respeito à 
implementação de políticas sociais, quanto no interior de empresas privadas, as 
quais vão absorver mão de obra especializada para atuar junto às demandas 
dos trabalhadores. 
 
TEMA 5: A CONSTRUÇÃO DO PROJETO PROFISSIONAL E A QUESTÃO 
SOCIAL 
A década de 1980 foi um período determinante para o debate acerca dos 
pressupostos teórico-metodológicos e ético-políticos no interior do serviço social, 
tanto no que diz respeito ao enfrentamento das questões sociais, quanto às 
novas bases para a formação profissional. (Iamamoto, 2008) 
Como fruto deste amplo debate, surge uma proposta de projeto 
profissional para a categoria dos assistentes sociais, o qual se desenrola junto 
aos movimentos da sociedade civil contra a ditadura e pela redemocratização do 
país, que mais tarde vai resultar em dois importantes documentos: 
 O Código de Ética Profissional do Assistente Social (1993); 
 A Lei nº 8.662/1993 que regulamenta a profissão (1993). 
 
Portanto, quando falamos da contribuição do processo de renovação do 
serviço social para o “novo olhar” sobre a questão social, necessariamente, há 
que se pensar na trajetória de lutas pela redemocratização do país como a base 
social para as grandes mudanças, de cunho teórico-metodológico e ético-
política, incorporados pela categoria profissional. (IAMAMOTO 2008) 
Ainda de acordo com a professora Marilda Iamamoto, (2008, p.51) as 
transformações decorrentes desse processo, permitiram “dar um salto qualitativo 
na análise sobre a profissão”, trazendo para o debate atual uma relação de 
continuidade e de ruptura. 
 Continuidade ao preservar as conquistas e os avanços obtidos; 
 Ruptura, porque ainda é necessário superar impasses vivenciados pela 
categoria profissional. 
 
Mas, quais são estes impasses e qual sua relação com ao entendimento 
de questão social? Sobre este aspecto, um dos desafios debatidos no interior do 
Serviço Social diz respeito ao distanciamento de referenciais teóricos-
metodológicos e o exercício da prática profissional. Só a aproximação do 
 
 
8 
profissional com os referenciais teóricos-metodológicos pode permitir a leitura 
crítica da realidade na qual atua em sua prática profissional e, por sequência, o 
levará a compreender as expressões da questão social enquanto fruto de uma 
sociedade de classes. 
É, portanto, neste sentido que a professora Iamamoto (2008, p.56) lembra 
que para se entender a gênese da questão social é necessário o envolvimento 
dos profissionais com a pesquisa enquanto “dimensão integrante do exercício 
profissional”. 
 
NA PRÁTICA 
Para melhor compreensão dos temas estudados, agora vamos refletir um 
pouco mais sobre como o desemprego e a pauperização das relações de 
trabalho podem acarretar em outros indicadores sociais, como saúde, habitação, 
educação, desnutrição, violência, entre outros, os quais vão compor o conjunto 
de desigualdades que envolvem a questão social no contexto brasileiro. 
Uma das respostas para esta questão diz respeito ao fato de que em 
nossa sociedade o emprego/trabalho – formal, ou não – é o principal meio de 
sustento das famílias, ou seja, de onde vem a sua renda e as condições para 
manterem sua vida. Neste caso, quando há ausência de emprego, ou quando os 
baixos salários não correspondem às necessidades básicas das pessoas e seus 
familiares, a tendência é o aumento dos índices de pobreza e, por consequência, 
o acirramento das desigualdades sociais. 
 
SÍNTESE 
Nesta aula, tratamos de alguns elementos presentes na formação da 
sociedade brasileira, principalmente os que dizem respeito às relações de 
trabalho no contexto do capitalismo industrial. Entre os elementos presentes 
neste processo, a precarização e a flexibilização do regime de trabalho são 
apontadas como os principais fatores que levam à formação da expressão das 
desigualdades na questão social no Brasil, pois permitem maior exploração do 
trabalhador, ao invés de garantir melhores condições de vida e de trabalho. 
Discorremos também sobre o problema do desemprego enquanto 
expressão da questão social e como isso pode ocorrer no desdobramento de 
outros indicadores sociais. 
 
 
9 
Tratamos ainda dos aspectos da questão social no capitalismo 
monopolista, ou seja, o atual estágio do capitalismo. Uma das características do 
capitalismo monopolista é, como o nome já sugere, o monopólio obtido por 
grandes empresas multinacionais sobre a fabricação de determinados produtos. 
 
REFERÊNCIAS 
IMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. São Paulo: Editora Cortez, 2010. 
 
SANTOS, J. S. Questão social: particularidades no Brasil. São Paulo: Editora 
Cortez, 2012.

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