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KATARINA DIAS COLANGITE INTRODUÇÃO O termo colangite define a infecção bacteriana do trato biliar, quase sempre associada a uma síndrome obstrutiva. O primeiro a descrevê-la foi Charcot, e por isso seus sintomas cardinais (febre, icterícia e dor abdominal) receberam a denominação de tríade de Charcot. Há três tipos de colangites: • Colangite ascendente (AGUDA), causada por infecção bacteriana, geralmente precedida por uma coledocolitíase; • Colangite esclerosante primária, de origem autoimune • Colangite esclerosante secundária, devido a outras causas, como cálculos biliares, presença de vermes, AIDS ou complicações com endoscopias na via biliar. As colangites acontecem na maioria dos casos por obstruções das vias biliares em decorrência de cálculos, estenoses ou neoplasias. Menos comumente, as obstruções ocorrem por parasitas, como Ascaris lumbricoides, pela AIDS ou pela coledococele (dilatação de natureza congênita da parte terminal do colédoco). QUADRO CL INICO GERAL O quadro pode evoluir lentamente para uma cirrose hepática e, consequentemente, haverá necessidade de transplante de fígado. Por isso, é importante identificá-lo precocemente. Os principais sintomas da colangite são: • fadiga; • icterícia; • perda de peso; • prurido COL ANGITE AGUDA A colangite aguda, também conhecida como colangite ascendente, é uma infecção da árvore biliar potencialmente fatal se não tratada imediatamente. Na maioria dos casos, ocorre devido à obstrução biliar por cálculos, mas outras causas de obstrução do ducto biliar também podem ocasionar a colangite, tais como: neoplasias, estreitamentos biliares, infestações parasitárias e anormalidade s congênitas dos ductos biliares. QUADRO CL ÍNICO A apresentação clássica da colangite aguda é conhecida como Tríade de Charcot, que consiste em febre, dor abdominal localizada no abdome superior direito e icterícia, embora apenas 50 a 75% dos pacientes com colangite aguda tenham todos os três achados. A febre e a dor abdominal ocorrem em aproximadamente 80% dos pacientes, enquanto a icterícia é observada em 60 a 70% dos pacientes. Além de febre, dor abdominal e icterícia, os pacientes com colangite grave podem apresentar hipotensão e alterações do estado mental, fechando a Pentade de Reynolds. A hipotensão pode ser o único sintoma manifesto em adultos mais velhos ou em pessoas que tomam glicocorticoides. Pacientes com colangite aguda também podem apresentar complicações de bacteremia, incluindo abscesso hepático, sepse e choque. As características-chave no diagnóstico de colangite aguda são a história detalhada, tendo em mente que apenas um ou dois elementos da síndrome de Charcot podem estar presentes e o exame físico, fora a icterícia, pode estar inalterado... COL ANGITE ESCL EROSANTE PRIMÁRIA A colangite esclerosante primária (CEP) é uma hepatopatia colestática crônica de etiologia autoimune, caracterizada por inflamação e fibrose de ductos biliares intra e extrahepáticos, KATARINA DIAS apresentando curso clínico variável e progressão lenta para a cirrose hepática. Apresenta associação com antígenos HLA-DR3 e DR13 e se associa frequentemente com outras doenças autoimunes, tais como doença inflamatória intestinal (DII), espondilite anquilosante e hepatite autoimune (síndrome de imbricamento). EPIDEMIOLOGIA A prevalência estimada da doença é de 6,3 casos para cada 100.000 na Suécia e de dois-sete casos para cada 100.000 habitantes nos Estados Unidos da América. A CEP é relativamente rara no Brasil, sendo responsável por menos de 1-5% dos casos de doença crônica parenquimatosa de fígado (DCPF) requerendo transplante hepático no país. Acomete, preponderantemente, adultos jovens do sexo masculino na proporção de 2:1. A doença se associa em 70-100% dos casos à DII: retocolite ulcerativa idiopática (RCUI) (87-98%) ou doença de Crohn (1-13%). QUADRO CLINICO A manifestação inicial da doença varia desde sintomas inespecíficos de fadiga, astenia e perda de peso até quadro mais característico de colestase com icterícia, colúria, acolia fecal e/ou prurido. Um terço dos pacientes pode apresentar, inicialmente, episódios recorrentes de colangite aguda. Os ataques podem ainda ser causados por cálculos (alguns autores consideram como parte do espectro da CEP), neste caso a CPER pode inicialmente sugerir doença calculosa, depois paciente evolui com fibrose progressiva das vias biliares e pode evoluir com hipertensão portal, cirrose e suas complicações como ascite e sangramento por varizes de esôfago. DIAGNOSTICO É diagnosticada por elevação de enzimas hepáticas detectadas em exames de rotina. Os exames laboratoriais revelam padrão bioquímico colestático com elevação de fosfatase alcalina (FA) e gamaglutamiltranspeptidase (GGT).
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