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2º PARECER JURÍDICO

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2º PARECER JURÍDICO 
 
 
Foi solicitado um parecer pelo Sr. Carlos, o qual teve o seu imóvel locado por 
Paulo no valor de R$: 2.000,00. 
 
Ocorre que o Sr. Paulo contratou a locação de um apartamento de propriedade 
de Carlos. Intervieram como fiadores José e Márcio, todos qualificados no 
instrumento do respectivo pacto locatício, oportunidade em que renunciam 
expressamente ao benefício de ordem na forma da lei civil. No momento, Paulo 
encontra-se inadimplente com suas obrigações locatícias relativas às três 
últimas prestações. 
 
De acordo com o caso em análise, verifica-se que a situação se enquadra no 
tema de Ação de Despejo por Falta de Pagamento Cumulada com Cobrança 
de Aluguel e Acessórios da Locação, regida pela lei 8.245/1991 em seu Art. 23, 
I; Art. 9º, III; Art. 62,I; Art. 5º; Art.39, ação de despejo; Art. 58; Art. 37; Art. 818 
e seguintes. 
 
Por sinal a Doutrina é pacífica quanto a esse caso. O 
doutrinador Gildo dos Santos entende que merece ser 
mantida a regra de doze aluguéis para a fixação do valor 
da causa, sob o argumento que a lei especial prevalece 
sobre a regra geral, impedindo, portanto, a aplicação do 
Art. 259,II CPC. O TJSP se posicionou no mesmo sentido 
“Agravo de instrumento. Despejo por falta de pagamento 
cumulado com cobrança. Valor da causa que deve 
corresponder a 12 meses de alugueres. Aplicação da 
regra do Art. 58, inciso III, da Lei do Inquilinato. Ainda que 
cumulada com cobrança de aluguel e encargos de 
locação. O valor da causa é correspondente a 12 
alugueres. Recurso provido’’. 
 
Corroborando com o entendimento, a jurisprudência Locação de imóvel – 
Ação de Despejo por Falta de Pagamento c .c. Cobrança – Sentença de 
procedência – Apelo do réu – Valor atribuído à causa – Retificação – 
Impossibilidade – Discussão acerca da necessidade de retificação do valor 
da causa, por conta da cumulação do art. 58, inc. III, da Lei n.º 8.245/91 e 
do art. 292, inc. VI do CPC em vigor, correspondente ao art. 259, inc. II, 
do CPC/73, que não colhe êxito. Com efeito, consoante já decidiu o C. STJ, 
com apoio em abalizada doutrina, para a definição do valor da causa nas 
ações de despejo cumuladas com cobrança deve prevalecer, em razão da 
especialidade, a lei de locação sobre a lei processual, de caráter geral, uma 
vez que, nestes casos, os pedidos formulados derivam do mesmo título. 
Em suma, tratando-se de ação de despejo c.c. cobrança de aluguéis e 
encargos, dúvida não há de que o valor da causa deve corresponder a 12 
aluguéis, tendo em conta o disposto no inc. III, do art. 58, da Lei n. 
8.245/91 – Mora incontroversa – Multa moratória – Abusividade – 
Inocorrência – Relação contratual de natureza civil, em que as partes 
transacionam em pé de igualdade. Multa moratória que tem por fim 
desestimular a inadimplência. Inteligência do art. 62, II, b, da Lei nº 
8.245/91. Inaplicabilidade à espécie, do CDC. – Dilação de prazo para 
desocupação do imóvel – Impossibilidade – Com efeito, o § 1º., do art. 63, 
da Lei n. 8.245/91, é categórico ao estabelecer que é de 15 dias o prazo 
para desocupação voluntária do imóvel locado quando se tratar de 
despejo por falta de pagamento (art. 9º., inc. III, da Lei n. 8.245/91). – 
Recurso improvido. 
(TJ-SP - AC: 10001984720188260177 SP 1000198-47.2018.8.26.0177, 
Relator: Neto Barbosa Ferreira, Data de Julgamento: 11/02/2021, 29ª 
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 11/02/2021) 
 
 
 
É o Parecer. 
 
 
Recife, 18 de Março de 2021. 
 
Carolaine, Advogada, OAB: 123456

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