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Metabolismo da bilirrubina

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Alice Bastos 
Metabolismo da bilirrubina 
Formação, transporte e conjugação 
da bilirrubina 
A bilirrubina tem sua origem na degradação do heme 
presente em algumas proteínas, como hemoglobina, 
mioglobina, cytocromos, entre outras; 
→ 70-80% da bilirrubina produzida diariamente é 
derivada da hemoglobina; 
A degradação do heme é mediada por dois grupos de 
enzimas: 
→ Heme oxigenasse; 
→ Biliverdina redutase; 
A heme oxigenase está presente em altas 
concentrações nas células do sistema retículo-
endotelial do baço e nas células de Kupffer no fígado; 
→ Ou seja, a formação da bilirrubina ocorre nas 
células retículo-endoteliais, principalmente no 
baço e no fígado; 
A heme oxigenase catalisa a reação de abertura do anel 
do heme, resultando na liberação de: 
→ Uma molécula de monóxido de carbono (que 
será excretada pela via pulmonar); 
→ Um átomo de ferro (que será reutilizado); 
→ Molécula de biliverdina; 
A biliverdina redutase reduz a ponte de metileno 
central da biliverdina e a converte em bilirrubina; 
A bilirrubina não-conjugada formada vai para o plasma, 
onde se liga fortemente à molécula de albumina; 
→ Essa ligação com a albumina ocorre pelo fato 
de a bilirrubina formada nas células retículo-
endoteliais ser praticamente insolúvel em água 
e para ser transportada no sangue, ela precisa 
estar solubilizada; 
• Essa solubilização ocorre através da 
ligação com a bilirrubina; 
A bilirrubina não-conjugada ligada à albumina é 
transportada ao fígado; 
Nos sinusóides hepáticos, o complexo bilirrubina-
albumina dissocia-se e acontece o seguinte: 
→ A bilirrubina entra por difusão facilitada (a 
favor de um gradiente de concentração, sem 
consumo de energia); 
→ Albumina retorna à circulação sistêmica; 
Depois de entrar no hepatócito, a molécula de 
bilirrubina não conjugada liga-se a GSTs (glutationa-S-
transferases); 
→ Esse complexo reduz o efluxo da bilirrubina 
para o soro, aumentando sua concentração no 
interior da célula (disponibilizando-a para 
conjugação); 
No retículo endoplasmático, a bilirrubina é tornada 
solúvel em água por conjugação com o ácido 
glicurônico; 
→ Esse processo quebra as ligações internas de 
hidrogênio hidrofóbicas e forma 
monoglicuronídeo e diglicuronídeo de 
bilirrubina; 
A conjugação da bilirrubina com o ácido glicurônico 
ocorre pela ação da bilirrubina-UDP-glucoronisil-
transferase (UGT), enzima encontrada em maior 
concentração no fígado, mas também presente nas 
células do túbulo renal e nos enterócitos; 
→ A partir do momento em que a bilirrubina é 
conjugada pela ação da UGT, torna-se solúvel 
em água, podendo ser eliminada pela urina e 
pela bile; 
Alice Bastos 
A excreção da bilirrubina conjugada ocorre através da 
membrana dos canalículos biliares, contra um 
gradiente de concentração, envolvendo transporte 
ativo; 
→ Há quatro transportadores canaliculares, 
sendo o mais importante o transportador 
multiespecífico de ânions orgânicos (cMOAT). 
IMPORTANTE! 
A excreção da bilirrubina conjugada está prejudicada 
em uma série de condições adquiridas (hepatites virais 
ou alcoólicas e na colestase da gestação), assim como 
em situações congênitas (síndrome de Dubin-Johnson, 
síndrome de Rotor e na colestase intra-hepática 
benigna recorrente). 
Degradação da bilirrubina do 
trato digestivo 
A bilirrubina conjugada excretada dentro da bile drena 
para o duodeno e atravessa inalterada a parte proximal 
do intestino delgado; 
A bilirrubina conjugada é solúvel em água e não é 
absorvida através do epitélio do intestino delgado, em 
razão de sua hidrofobicidade e do seu peso molecular 
alto; 
→ A molécula não-conjugada é reabsorvida, 
participando da circulação êntero-hepática; 
Quando atinge a parte distal do íleo e o intestino 
grosso, a bilirrubina conjugada é hidrolisada em 
bilirrubina não conjugada pelas β-glicuronidases 
bacterianas; 
A bilirrubina não conjugada é reduzida pelas bactérias 
do intestino normal para forma o urobilinogênio e 
outros produtos, cuja composição e quantidades 
relativas dependem da flora bacteriana existente; 
→ O urobilinogênio dará a coloração 
característica das fezes. 
IMPORTANTE! 
Nas situações em que já obstrução completa do trato 
biliar ou colestase intra-hepática severa, as fezes 
adquirem coloração esbranquiçada. 
Urobilinogênio e seus derivados são absorvidos no 
intestino, participando da circulação êntero-hepática; 
→ Eventualmente, são excretados na urina e nas 
fezes; 
IMPORTANTE! 
A excreção urinária aumentada de urobilinogênios 
pode ser causada pelo aumento da produção de 
bilirrubina, aumento da reabsorção hepática de 
urobilinogênio originado do cólon, ou eliminação 
hepática reduzida de urobilinogênio. 
 
Referências 
NOVA, M. L.; ONO-NITA, S. K.; CARRILHO, F. J. Icterícia. 
In: MARTINS, M. A. Clínica Médica: doenças do 
aparelho digestivo, nutrição e doenças nutricionais. 
Barueri, SP: Manole. 2016. p. 241-252. 
PRATT, D. S.; KAPLAN, M. M. Icterícia. In: LONGO, D. L.; 
FAUCI, A. S. Gastrenterologia e hepatologia de 
Harrison. 2. Ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. p. 48-53.

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