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DIREITO-COLETIVO-DO-TRABALHO (1)

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1 
 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5 
2 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO ........................................................ 6 
3 PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO ...... 6 
3.1 Princípios assecuratórios da existência do ser coletivo ........................ 6 
3.2 2.1.1 Princípio da liberdade sindical ..................................................... 7 
2.1.2 Princípio da autonomia sindical ............................................................ 9 
3.3 Princípios regentes das relações entre os seres coletivos ................. 10 
2.2.1 Princípio da interveniência sindical na normatização coletiva ............ 10 
2.2.2 Princípio da equivalência dos contratantes coletivos ......................... 11 
2.2.3 Princípio da lealdade e transparência na negociação ........................ 11 
3.4 Princípios que tratam das relações e efeitos perante o universo e 
comunidade jurídicos das normas produzidas ....................................................... 11 
2.3.1 Princípio da criatividade jurídica da negociação coletiva ................... 12 
2.3.2 Princípio da adequação setorial negociada ........................................ 12 
4 ORGANIZAÇÃO SINDICAL BRASILEIRA ................................................ 14 
4.1 Integrantes da organização sindical brasileira .................................... 14 
4.2 Sindicatos ........................................................................................... 14 
4.3 Federação e confederação ................................................................. 16 
4.4 Centrais sindicais ............................................................................... 17 
4.5 Categorias .......................................................................................... 20 
5 SINDICATOS ............................................................................................ 22 
5.1 Condições de registro e funcionamento ............................................. 22 
5.2 Atividades e prerrogativas .................................................................. 24 
4.2.1 Defesa dos interesses ........................................................................ 24 
4.3.2 Celebrar instrumentos normativos de trabalho ................................... 30 
4.3.3 Eleição dos representantes da categoria ........................................... 33 
 
3 
4.3.4 Colaboração na solução de problemas .............................................. 34 
5.3 Fontes de recursos financeiros .......................................................... 34 
4.3.1 Contribuição sindical .......................................................................... 34 
4.3.2 Contribuição sindical dos trabalhadores ............................................. 35 
4.3.3 Contribuição sindical das empresas ................................................... 35 
4.4.4 Rateio legal ........................................................................................ 37 
4.4.5 Cobrança ............................................................................................ 38 
5.4 Contribuição confederativa ................................................................. 40 
5.5 Contribuição assistencial .................................................................... 41 
5.6 Mensalidade associativa .................................................................... 42 
6 INSTRUMENTOS NORMATIVOS NEGOCIADOS ................................... 42 
6.1 Convenção e acordo coletivo de trabalho .......................................... 42 
5.2.1 Conteúdo e efeitos ............................................................................. 44 
5.2.3 Extensão ............................................................................................ 47 
5.2.4 Forma e duração ................................................................................ 48 
5.2.5 Limite da multa imposta em norma coletiva ....................................... 52 
6.2 Contrato coletivo de trabalho .............................................................. 52 
7 DIREITO DE GREVE ................................................................................ 53 
7.1 Greve e sua conceituação .................................................................. 53 
7.2 Greve no direito brasileiro .................................................................. 55 
6.2.1 Greve e seu conceito legal ................................................................. 55 
6.2.2 Legitimidade para instauração ........................................................... 56 
6.2.3 Procedimentos para deflagração da greve ......................................... 56 
6.2.4 Negociação direta e mediação ........................................................... 59 
6.2.5 Dissídio coletivo de trabalho............................................................... 59 
6.2.6 Decisão judicial sobre a greve............................................................ 62 
6.2.7 Manutenção da greve após a decisão judicial .................................... 64 
 
4 
6.2.8 Efeitos quanto ao contrato individual de trabalho ............................... 64 
6.2.9 Pagamento dos salários ..................................................................... 66 
7.3 Lockout ............................................................................................... 67 
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 68 
 
 
 
5 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
6 
2 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
Direito coletivo representa o conjunto de normas elaboradas pelo Estado e 
pelas organizações de trabalhadores e de empresários, que busca disciplinar as 
relações coletivas de trabalho, propondo soluções e instrumentos na pacificação dos 
conflitos advindos destas relações. 
Os elementos integrantes do Direito Coletivo do Trabalho são: (a) organização 
sindical; (b) convenção coletiva de trabalho (direito normativo); (c) conflitos coletivos 
de trabalho; e (d) solução dos conflitos coletivos de trabalho. 
Haveria, ainda, para uns autores, o direito de participação dos trabalhadores 
na empresa, como defende Alfredo J. Ruprecht, “segundo alguns autores, esse 
aspecto estaria compreendido nas associações profissionais, mas há situações em 
que essa coparticipação escapa ao âmbito do direito sindical para abranger um 
espaço maior”. 
O conteúdo do direito coletivo de trabalho, preconiza Delgado, 
“É, pois, dado pelos princípios, regras e institutos que regem a existência e 
desenvolvimento das entidades coletivas trabalhistas, inclusive suas inter-
relações, além das regras jurídicas trabalhistas criadas em decorrência de 
tais vínculos. São os princípios e normas regulatórios dos sindicatos, da 
negociação coletiva, da greve,do dissídio coletivo, da mediação e arbitragem 
coletivas, ao lado dos dispositivos criados pela negociação coletiva e 
dissídios coletivos, por exemplo”. 
3 PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 
Para fins didáticos, adotamos a classificação dos princípios de Direito Coletivo 
de Mauricio Godinho Delgado. 
3.1 Princípios assecuratórios da existência do ser coletivo 
Neste grupo de princípios, enquadram-se aqueles que têm como finalidade 
assegurar a existência de condições necessárias para o surgimento e manutenção do 
ser coletivo. Abrangem os princípios da liberdade sindical e da autonomia sindical, 
para aqueles que a veem desassociada da liberdade sindical. 
 
7 
3.2 2.1.1 Princípio da liberdade sindical 
Na CF/88, tem-se a liberdade de associação (art. 5º, XVII e XX) e uma aparente 
liberdade sindical (art. 8º, caput e II), adotando o legislador constituinte a unicidade 
sindical por base territorial, nunca inferior à área de um município (art. 8º, II), não vige 
em nosso sistema a liberdade sindical plena apregoada pela OIT. 
Há de ser ressaltado que a norma infraconstitucional não poderá exigir 
autorização do Estado para fundação do sindicato, com a ressalva do registro no 
órgão competente e com vedação ao Poder Público a interferência e a intervenção na 
organização sindical (art. 8º, I). 
Para José Afonso da Silva, a liberdade sindical 
“Implica efetivamente: a) liberdade de fundação de sindicato, que significa 
que o sindicato pode ser constituído livremente, sem autorização, sem 
formalismo, e adquirir, de pleno direito, personalidade jurídica, com o mero 
registro no órgão competente, que é o registro das pessoas jurídicas, 
vedadas, ao Poder Público, a interferência e a intervenção na organização 
sindical, e é o que consta do art. 8º, I, que assim, consagra, também, o 
princípio da autonomia dos sindicatos, ou seja, a sua desvinculação com 
qualquer poder ou entidade; b) liberdade de adesão sindical, que consiste no 
direito de os interessados aderirem ou não ao sindicato de sua categoria 
profissional ou econômica, sem autorização ou constrangimento, liberdade 
que envolve também o direito de desligar-se dele a hora que o interessado 
desejar, pois ‘ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a 
sindicato’, diz o art. 8º; c) liberdade de atuação, garantia de que o sindicato 
persiga seus fins e realize livremente a representação dos interesses da 
respectiva categoria profissional ou econômica, manifestando-se aqui, mais 
acentuadamente, a autonomia sindical, agora devidamente definida no art. 
8º, I, quando proíbe a interferência e a intervenção do Poder Público na 
organização sindical, e, pois, no seu funcionamento, de tal sorte que não mais 
se legitima a submissão dos sindicatos à tutela do Ministério do Trabalho ou 
de qualquer outro órgão, e menos ainda sua intervenção, como era no 
passado; d) liberdade de filiação do sindicato a associação sindical de grau 
superior, também previsto no art. 8º, IV, que até autoriza a fixação de 
contribuição para custeio de sistema confederativo da representação sindical 
respectiva”. 
Na visão de Arnaldo Süssekind, a liberdade sindical deve ser vista sob um 
tríplice aspecto: 
“a) liberdade sindical coletiva, que corresponde ao direito dos grupos de 
empresários e de trabalhadores, vinculados por uma atividade comum, similar 
ou conexa, de constituir o sindicato de sua escolha, com a estruturação que 
lhes convier; b) liberdade sindical individual, que é o direito de cada 
trabalhador ou empresário de filiar-se ao sindicato de sua preferência, 
representativo do grupo a que pertence, e dele desligar-se; c) autonomia 
sindical, que concerne à liberdade de organização interna e de funcionamento 
da associação sindical e, bem assim, à faculdade de constituir federações e 
confederações ou de filiar-se às já existentes, visando sempre aos fins que 
fundamentam sua instituição.” 
 
8 
Ao lado do princípio da liberdade sindical, parte da doutrina coloca a liberdade 
de trabalhar, a liberdade de se associar, a liberdade de se organizar, a liberdade de 
se administrar, a liberdade de atuar e a liberdade de se filiar como princípios 
convergentes ou complementares, de modo que alguns se referem à liberdade 
sindical coletiva e os demais à liberdade sindical individual. 
A 1ª Jornada de Direito Material e Processual da Justiça do Trabalho (realizada 
em novembro de 2007 pelo Tribunal Superior do Trabalho), no Enunciado nº 5, 
deliberou: 
“UNICIDADE SINDICAL. SENTIDO E ALCANCE. ART. 8º, II, DA 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. A compreensão do art. 8º, II, da CF, em 
conjunto com os princípios constitucionais da democracia, da pluralidade 
ideológica e da liberdade sindical, bem como com os diversos pactos de 
direitos humanos ratificados pelo Brasil, aponta para a adoção, entre nós, de 
critérios aptos a vincular a concessão da personalidade sindical à efetiva 
representatividade exercida pelo ente em relação à sua categoria, não 
podendo restringir-se aos critérios de precedência e especificidade. Desse 
modo, a exclusividade na representação de um determinado grupo 
profissional ou empresarial, nos termos exigidos pelo art. 8º, II, da 
Constituição da República, será conferida à associação que demonstrar 
maior representatividade e democracia interna segundo critérios objetivos, 
sendo vedada a discricionariedade da autoridade pública na escola do ente 
detentor do monopólio”. 
 Liberdade sindical no setor público 
É garantido constitucionalmente o direito de se associar em sindicato aos 
servidores públicos civis. 
A Constituição Federal garante a plena liberdade de associação para fins 
lícitos, vedada a de caráter paramilitar (art. 5º, XVII). 
O direito do servidor público civil à livre associação sindical é garantido por 
disposição constitucional (art. 37, VI). Esse dispositivo diz respeito aos servidores 
estatutários civis. 
Constitucionalmente, são vedadas ao servidor público militar das forças 
armadas (art. 142, § 3º, IV), bem como aos militares dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Territórios (art. 42, § 1º), a sindicalização e a greve. 
Aos empregados públicos, a liberdade sindical encontra-se disciplinada no art. 
8º da CF. Neste caso, o sistema é semelhante ao da iniciativa privada, sofrendo 
limitações apenas quanto à celebração de acordos e convenções coletivas de trabalho 
quando o empregador for a Administração Direta, Autarquia e fundacional de Direito 
Público. 
 
9 
Contudo, a negociação coletiva como instrumento do diálogo social não está 
descartada no âmbito da Administração Pública, até porque, como afirmam Enoque 
Ribeiro dos Santos e Juliana Araújo Lemos da Silva, não existe óbice à 
“Negociação coletiva de trabalho no setor público, desde que se tenha por fim 
não a celebração formal de um acordo coletivo, mas, sim, a assunção de um 
compromisso político e moral por parte da autoridade pública competente no 
sentido de propor projeto de lei – ou solicitar sua propositura, quando não 
tiver tal competência – que contemple a solução emanada das discussões e 
do consenso verificado na negociação coletiva”. 
Em relação às empresas públicas, às sociedades de economia mista e suas 
subsidiárias, não há qualquer restrição. 
2.1.2 Princípio da autonomia sindical 
Apenas uma parte da doutrina vê o princípio da autonomia sindical 
desmembrado do princípio da liberdade sindical. Aqueles que assim o fazem dizem 
que a liberdade sindical envolve a criação da entidade e a liberdade de filiação e 
desfiliação do trabalho ou da entidade a outra entidade superior, enquanto o princípio 
da autonomia sindical diz respeito à autonomia político-administrativa da entidade. 
Para aqueles que assim não entendem, a possibilidade de fundar, administrar, 
atuar e filiar-se representam garantias básicas do trabalhador e do empregador. 
Admitida como princípio, a autonomia sindical representa a garantia de 
autogestão da entidade sindical,sem interferência de outras entidades ou do Estado, 
não podendo haver limitações na estrutura interna, atuação externa, sustentação 
econômico-financeira ou controle administrativo estatal ou de outra entidade sindical. 
Certamente que a capacidade de participar e celebrar normas coletivas de 
trabalho, conhecida como autonomia privada coletiva, decorre da autonomia sindical, 
que, em outras palavras, 
“No âmbito do direito coletivo do trabalho, é o poder das entidades sindicais 
de auto-organização e autorregulamentação dos conflitos coletivos do 
trabalho, produzindo normas que regulam as relações atinentes à vida 
sindical, às relações individuais e coletivas de trabalho entre trabalhadores e 
empregadores”. (MANUS, 2015). 
 
10 
3.3 Princípios regentes das relações entre os seres coletivos 
No grupo dos princípios regentes das relações entre os seres coletivos, o que 
se tem em vista são as relações dos entes coletivos e os processos 
consubstanciadores dessas relações. Abrange os princípios da interveniência sindical 
na normatização coletiva, da equivalência dos contratantes e da lealdade e 
transparência nas negociações. 
 
 
Fonte: www.senge-sc.org.br 
2.2.1 Princípio da interveniência sindical na normatização coletiva 
Pelo princípio da interveniência sindical na normatização coletiva, a validade 
do processo coletivo negocial passa pela participação da entidade sindical. 
No Direito Brasileiro, cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses 
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas (art. 8º, III, CF), sendo obrigatória sua participação nas negociações 
coletivas de trabalho (art. 8º, VI). 
Por conseguinte, qualquer negociação feita entre empregador e empregado 
diretamente representará alteração ou ajuste de cláusula do contrato de trabalho, sem 
qualquer cunho de norma coletiva negociada, não atingindo, via de regra, outros 
trabalhadores. 
 
11 
Na Constituição Federal, a redução salarial e a compensação e a redução da 
jornada de trabalho dependem de acordo ou convenção coletiva de trabalho (art. 7º, 
VI e XIII). 
Desse modo, o aumento real concedido pela empresa para todos os seus 
empregados somente pode ser reduzido mediante a participação efetiva do sindicato 
profissional no ajuste, nos termos do art. 7º, VI, da CF (OJ nº 325, SDI-I). 
2.2.2 Princípio da equivalência dos contratantes coletivos 
Como o próprio nome indica, pelo princípio da equivalência dos contratantes, 
os entes negociadores devem ser equivalentes, sendo coletivos, por serem entes 
associativos, contando com instrumentos eficazes de atuação e pressão social. 
Nesse aspecto, o empregador que, isoladamente, já é um ser coletivo, por seu 
próprio caráter, independentemente de se agrupar em alguma associação sindical. É 
claro que pode também atuar através de sua entidade representativa; contudo, 
mesmo atuando de forma isolada, terá natureza e agirá como ser coletivo. 
2.2.3 Princípio da lealdade e transparência na negociação 
O princípio da lealdade e transparência na negociação diz respeito à atuação 
das entidades sindicais nos processos de negociação coletiva, permitindo o 
desenvolvimento no debate das questões trabalhistas de modo democrático. 
3.4 Princípios que tratam das relações e efeitos perante o universo e 
comunidade jurídicos das normas produzidas 
Neste último conjunto de princípios, o ponto comum é a relação e efeito da 
norma coletiva negociada na comunidade e universo jurídicos em que atuam. Reúne 
os princípios da criatividade jurídica da negociação coletiva e da adequação setorial 
negociada. 
 
12 
2.3.1 Princípio da criatividade jurídica da negociação coletiva 
Pelo princípio da criatividade jurídica da negociação coletiva, os entes coletivos 
podem, ao lado das normas estatais, criar normas jurídicas pela materialização da 
negociação coletiva (acordo coletivo, convenção coletiva e contrato coletivo de 
trabalho), a qual é reconhecida pelo Estado (art. 7º, XXVI, CF). 
A 1ª Jornada de Direito Material e Processual da Justiça do Trabalho (nov./07, 
TST), no Enunciado nº 33, deliberou: 
“NEGOCIAÇÃO COLETIVA. SUPRESSÃO DE DIREITOS. NECESSIDADE 
DE CONTRAPARTIDA. A negociação coletiva não pode ser utilizada 
somente como um instrumento para a supressão de direitos, devendo sempre 
indicar a contrapartida concedida em troca do direito transacionado, cabendo 
ao magistrado a análise da adequação da negociação coletiva realizada 
quando o trabalhador pleiteia em ação individual a nulidade de cláusula 
convencional”. 
2.3.2 Princípio da adequação setorial negociada 
O princípio da adequação setorial negociada trata das possibilidades e dos 
limites jurídicos da negociação coletiva. É o limite da autonomia da vontade privada 
dos entes coletivos de trabalho. 
Não há dúvida de que 
“Os caminhos teóricos pelos quais transita o princípio da autonomia da 
vontade são tortuosos, cheios de altos e baixos, suscetíveis com maior ou 
menor intensidade às fixações doutrinárias ligadas às vicissitudes do 
processo histórico, influenciando as legislações e a jurisprudência. 
Entretanto, em que pese as necessárias limitações à liberdade jurídica 
individual, sua aceitação é admitida em sentido muito lato, obedecidas as 
restrições impostas pela ordem pública, porque, como sustenta com 
brilhantismo Bustamante Y Sirven, o Estado não pode ser considerado uma 
camisa-de-força que prive os cidadãos e os estrangeiros de toda ação e de 
todo movimento”. (TST – 5ª T. – RR – 37791/2002-900-09-00.8 – Rel. Min. 
Emmanoel Pereira – DEJT 5/6/2009. TST – 8ª T. – RR 22259/2001-652-09-
00.0 – Relª Minª Maria Cristina I. Peduzzi – DEJT 8/5/2009.) 
Para Emilio Betti, 
“A autonomia de um ente ou sujeito subordinado pode ser concebida de duas 
funções distintas: a) como fonte de normas destinadas a formar parte 
integrante da própria ordem jurídica que a reconhece como tal e por meio 
dela realiza uma espécie de descentralização da função monogenética, fonte 
esta que poderia ser qualificada como regulamentar, por ser subordinada à 
lei; e b) como pressuposto da hipótese de fato gerador de relações jurídicas 
já disciplinadas, em abstrato e em geral, pelas normas de ordem jurídica, 
revelando semelhante distinção um dado fenomenológico que não pode ser 
 
13 
desconhecido, bastando, para compreender o problema, comparar as regras 
resultantes de um acordo normativo entre entes dotados de autonomia, v. g., 
as produzidas pelo contrato coletivo de trabalho celebrado entre associações 
profissionais titulares dessa faculdade, como as decorrentes do contrato 
concluído entre particulares. E conclui: autonomia privada verdadeira e 
própria consiste no poder que os sujeitos privados possuem de ditar as regras 
de seus interesses particulares em suas relações recíprocas”. 
Até porque, é preciso ver bem que a liberdade de convencionar não é absoluta, 
e sim é sempre condicionada, tanto pelo tempo, porque a manifestação da vontade 
deve ser feita até o momento de ser redigido o ato, como pela própria natureza das 
estipulações que devem ser lícitas e adequadas ao tipo de contrato fornecido em 
branco aos contratantes. 
Enoque Ribeiro dos Santos, após discorrer sobre os direitos humanos na 
negociação coletiva, afirma que 
“O principal direito fundamental garantido pela nossa Constituição Federal de 
1988 é o da dignidade da pessoa humana, que constitui o arcabouço para a 
fruição dos demais direitos individuais e coletivos, como podemos depreender 
do art. 1º da Carta Magna. Logo, o fundamento da dignidade humana pode 
ser considerado como o princípio nuclear para a hermenêutica de todos os 
direitos e garantias conferidos à pessoa. Metaforicamente, poderíamos 
visualizar esses direitos como eflúvios do espírito humano, enraizados e 
agregados intrinsecamente à nossa própria alma pelo simples fato de termos 
nascido na condição humana”. 
Assim, nas situações em que a norma coletiva violardireitos fundamentais 
(criando, por exemplo: discriminações de sexo, ração, cor, credo etc.) deve ser 
repudiada do sistema jurídico, seja em ações individuais, seja por ação anulatória de 
cláusula convencional. 
No sistema jurídico vigente, em duas hipóteses, a norma negociada prevalece 
sobre a norma estatal: (a) quando mais benéfica que a norma estatal; (b) quando 
atingir normas trabalhistas de indisponibilidade relativa, como no caso de jornada de 
trabalho e redutibilidade salarial. 
Importante também mencionar que a norma negociada pode disciplinar 
questões não tratadas pela norma estatal (novos direitos), como o fornecimento de 
uniformes pelo empregador ou estabilidade em período militar ou pré-aposentadoria, 
mas devem estar em consonância com o sistema jurídico vigente. 
Por fim, podemos também mencionar que, em determinadas situações, a 
norma estatal delega à norma negociada sua efetivação e regramento específico, 
 
14 
como ocorre para implantação do banco de horas, participação nos lucros e resultados 
etc. 
4 ORGANIZAÇÃO SINDICAL BRASILEIRA 
4.1 Integrantes da organização sindical brasileira 
Até o advento da Lei nº 11.648/08, a organização sindical brasileira era 
composta de sindicatos, federações e confederações. 
Pela Lei nº 11.648/08, houve o reconhecimento formal da central sindical, como 
entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, 
tendo como atribuições e prerrogativas: (a) coordenar a representação dos 
trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; (b) participar de 
negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo 
social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos 
de interesse geral dos trabalhadores (art. 1º, I e II). 
Considera-se central sindical a entidade associativa de direito privado e 
composta por organizações sindicais de trabalhadores (art. 1º, parágrafo único). 
As centrais sindicais não detêm a legitimação para fins de negociação coletiva. 
Nesse sentido, Amauri Mascaro Nascimento afirma: 
“Como dissemos, as Centrais não estão legitimadas para a negociação 
coletiva o que significa que a lei não as autoriza a direta e isoladamente atuar 
e assinar convênios coletivos de trabalho. Desse modo, as negociações 
coletivas continuam sendo da competência dos Sindicatos”. 
4.2 Sindicatos 
Sindicato é o instituto organizado para o exercício do direito nas relações entre 
empregadores e empregados, de forma agrupada ou individualmente, característica 
utilizada tanto para os empregadores como para os empregados. 
Octávio Bueno Magano considera o sindicato como uma “associação de 
pessoas físicas ou jurídicas, que exercem atividade profissional ou econômica, para a 
defesa e a promoção dos respectivos interesses”. 
Elucida Octavio Bueno Magano os elementos da definição de sindicato: 
 
15 
“Os termos dessa definição explicam-se da seguinte maneira: primeiro, trata-
se de associação porque esta é a sua verdadeira natureza jurídica, consoante 
procuraremos demonstrar no item seguinte. Caracterizar o sindicato como 
agrupamento – critério adotado por alguns autores – é inseri-lo no âmbito da 
categoria sociológica e não jurídica. Segundo, os sujeitos componentes da 
associação são pessoas físicas ou jurídicas, distinção essa que se faz 
necessária por causa dos sindicatos de empregadores. Terceiro, as pessoas 
que se reúnem em sindicato devem exercer atividade profissional ou 
econômica, o que exclui a possibilidade de que organizações culturais, 
grêmios estudantis ou associações de beneficência tomem a feição de 
sindicatos. Quarto, a finalidade do sindicato não consiste exclusivamente na 
defesa senão também na promoção dos respectivos interesses” 
O seu elemento primordial é refletir a organização de um grupo que existe na 
sociedade, podendo reunir pessoas naturais (físicas) ou pessoas jurídicas, 
respectivamente, trabalhadores e empresas. O sindicato tem como escopo básico a 
representação dos interesses de um grupo na esfera das relações trabalhistas. 
O sindicato é formado pela assembleia geral, o conselho fiscal e a diretoria. 
A administração será exercida pela diretoria constituída, no máximo, de sete e, 
no mínimo, de três membros e de um conselho fiscal, composto por três membros. 
Todos os seus membros são eleitos (art. 522, CLT). 
Os sindicatos podem ser de categoria econômica (dos empregadores), 
profissional e diferenciada (art. 511, §§ 2º e 3º, e art. 577). 
Vários eram os enfoques dados à natureza jurídica do sindicato, 
principalmente, quando se verificavam os requisitos para a aquisição da 
personalidade jurídica. Destacam-se: (a) aqueles que o consideravam como pessoa 
jurídica de Direito Privado; (b) pessoas de Direito Privado que exercem atribuições de 
interesse público; (c) Direito Público, e (d) pessoa jurídica de Direito Social. 
Atualmente, o sindicato é visto como pessoa jurídica de Direito Privado. 
Não há mais interferência do Estado (art. 8º, I, CF). A associação é livre (art. 
8º). Possui uma estrutura associativa. 
A 1ª Jornada de Direito Material e Processual da Justiça do Trabalho (nov/07, 
TST), nos Enunciados nos 30 e 32, deliberou: 
“ENTIDADE SINDICAL. DENOMINAÇÃO. RESULTADO DE SUA REAL 
REPRESENTATIVIDADE. ART. 572 DA CLT. EXPLICITAÇÃO DA 
CATEGORIA E BASE TERRITORIAL. Da inteligência do art. 572 da CLT 
decorre a exigência de que as entidades sindicais, em sua denominação, 
explicitem a categoria e a base territorial que realmente representam, para 
assegurar o direito difuso de informação”. 
“ENTIDADE SINDICAL CONSTITUÍDA POR CATEGORIAS SIMILARES OU 
CONEXAS. FORMAÇÃO DE NOVA ENTIDADE COM CATEGORIA MAIS 
ESPECÍFICA. POSSIBILIDADE. NÃO FERIMENTO DA UNICIDADE 
SINDICAL. INVOCAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LIBERDADE SINDICAL. É 
 
16 
possível a formação de entidade sindical mais específica, por 
desmembramento ou dissociação, através de ato volitivo da fração da 
categoria que pretende ser desmembrada, deliberada em Assembleia Geral 
amplamente divulgada com antecedência e previamente notificada a 
entidade sindical originária”. 
4.3 Federação e confederação 
Faculta-se aos sindicatos, sempre em número superior a cinco, desde que 
representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, 
similares ou conexas, organizarem-se em federação (art. 534, CLT). Via de regra, a 
representação é estadual. Excepcionalmente, interestadual ou nacional (art. 543, § 
2º). 
A confederação é formada por, pelo menos, três federações, e terá sede na 
capital do país (art. 535). As confederações existentes são: Confederação Nacional 
da Indústria, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, Confederação 
Nacional do Comércio, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, 
Confederação Nacional dos Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, Confederação 
Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, 
Confederação Nacional de Transportes Terrestres, Confederação Nacional dos 
Trabalhadores em Transportes Terrestres, Confederação Nacional das Empresas de 
Crédito, Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito, 
Confederação Nacional de Educação e Cultura, Confederação Nacional dos 
Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura; Confederação Nacional 
das Profissões Liberais (arts. 535, §§ 1º e 2º, e 577, CLT). 
O pedido de reconhecimento de uma federação será feito ao Ministro do 
Trabalho, o qual expedirá a carta de reconhecimento (art. 537, caput e § 2º). Sendo 
confederação, o reconhecimento será feito pelo Presidente da República, mediante 
decreto (art. 537, § 3º). Eduardo Gabriel Saad afirma que a previsão legal do pedido 
de reconhecimento para a Federação e Confederação perdeu a eficácia com a 
Constituição de 1988. Na verdade, a exigência legal está em desconformidade com a 
CF, de modo que as condições de registro da federação e confederaçãodevem ser 
as mesmas do sindicato (Súm. nº 677, STF; OJ nº 15, SDC). 
A estrutura interna de ambas é composta pela diretoria, conselho de 
representantes e conselho fiscal. 
 
17 
A diretoria e o conselho fiscal serão constituídos de, no mínimo, três membros 
cada, eleitos pelo conselho de representantes, para mandato de três anos (art. 538, 
caput e § 1º, CLT). 
O conselho de representantes será formado pelas delegações dos sindicatos, 
constituída cada delegação de dois membros, com mandato de três anos, cabendo 
um voto a cada delegação (art. 538, § 4º). 
A competência do conselho fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira 
(art. 538, § 5º). 
A 1ª Jornada de Direito Material e Processual da Justiça do Trabalho (nov./07, 
TST), no Enunciado nº 32, deliberou: 
“ENTIDADES SINDICAIS DE GRAU SUPERIOR. REQUISITOS PARA SUA 
CONSTITUIÇÃO ARTS. 534 E 535 DA CLT. MANUTENÇÃO DESSES 
REQUISITOS PARA A PERMANÊNCIA DO REGISTRO JUNTO AO 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. A permanência do número 
mínimo de entidades filiadas consubstancia-se condição sine qua non para a 
existência das entidades de grau superior”. 
4.4 Centrais sindicais 
As centrais sindicais são entidades que se encontram acima das categorias 
profissionais e econômicas. Agrupam organizações que se situam tanto em nível de 
sindicatos como de federações ou confederações. 
Amauri Mascaro Nascimento ensina que as centrais representam 
“A maior unidade representativa de trabalhadores na organização sindical. 
São entidades de cúpula. Situam-se, na estrutura sindical, acima das 
confederações, federações e sindicatos. Representam outras organizações 
sindicais que a elas se filiam espontaneamente. São intercategoriais, 
expressando-se como um referencial de concentração da pirâmide sindical. 
Surgem em congressos de trabalhadores interessadas ou institucionalmente 
– mas podem ser previstas em leis –, como uma necessidade natural, do 
mesmo modo como que são criados grupos econômicos. 
São organizações intercategoriais, numa linha horizontal, abrangentes de 
diversas categorias. Das mesmas, são aderentes, não os trabalhadores 
diretamente, mas as entidades de primeiro grau que os representam ou as 
de segundo grau que integram os sindicatos. Portanto, representam 
sindicatos, federações e confederações de mais de uma categoria. Atuam 
numa base territorial ampla, quase sempre, todo o país”. 
Apesar de que era considerada uma entidade privada, a central sindical não 
possuía poderes de representação dos trabalhadores, bem como não pode assinar 
documentos em nome deles. Vale dizer, a central sindical não tinha poderes para 
participar de negociação coletiva ou de propor dissídio coletivo. 
 
18 
Vale dizer, não havia regulamentação legal quanto à organização ou atuação 
da central sindical, contudo, existem apenas menções da lei. 
A título exemplificativo, as centrais sindicais compõem: (a) o Conselho 
Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) (art. 18, § 3º, Lei nº 7.998/90); 
(b) o Conselho Curador do FGTS (art. 3º, § 3º, Lei nº 8.036/90); (c) o Conselho 
Nacional da Previdência Social (CNPS) (art. 3º, § 2º, Lei nº 8.213/91); (d) o art. 5º, da 
Lei 8.677/94, autoriza a participação dos trabalhadores no Conselho Curador do 
Fundo de Desenvolvimento Social. 
 
 
Fonte: wagner.adv.br 
Pela Lei nº 11.648, houve o reconhecimento formal da central sindical, como 
entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, 
tendo como atribuições e prerrogativas: (a) coordenar a representação dos 
trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; (b) participar de 
negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo 
social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos 
de interesse geral dos trabalhadores (art. 1º, I e II). 
Para a participação em negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos 
e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais 
estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores, é necessário 
que a central sindical tenha cumprido os seguintes requisitos em nível de filiação: (a) 
 
19 
de, no mínimo, 100 sindicatos distribuídos nas cinco regiões do País; (b) em pelo 
menos três regiões do País de, no mínimo, 20 sindicatos em cada uma; (c) de 
sindicatos em, no mínimo, cinco setores de atividade econômica; (d) de sindicatos que 
representem, no mínimo, 7% do total de empregados sindicalizados em âmbito 
nacional (art. 2º, caput, I a IV). O índice da letra d será de 5% do total de empregados 
sindicalizados em âmbito nacional no período de 24 meses a contar da publicação da 
Lei nº 11.648. 
A indicação pela central sindical de representantes nos fóruns tripartites, 
conselhos e colegiados de órgãos públicos a que se refere o inciso II do caput do art. 
1º será em número proporcional ao índice de representatividade previsto no inciso IV 
do caput do art. 2º, salvo acordo entre centrais sindicais (art. 3º). 
O critério de proporcionalidade, bem como a possibilidade de acordo entre as 
centrais, não poderá prejudicar a participação de outras centrais sindicais que 
atenderem aos requisitos estabelecidos no art. 2º (art. 3º, § 1º). 
A aplicação deverá preservar a paridade de representação de trabalhadores e 
empregadores em qualquer organismo mediante o qual sejam levadas a cabo as 
consultas (art. 3º, § 2º). 
A aferição dos requisitos de representatividade será realizada pelo Ministério 
do Trabalho e Emprego. O Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, mediante 
consulta às centrais sindicais, poderá baixar instruções para disciplinar os 
procedimentos necessários à aferição dos requisitos de representatividade, bem como 
para alterá-los com base na análise dos índices de sindicalização dos sindicatos 
filiados às centrais sindicais. Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego 
divulgará, anualmente, relação das centrais sindicais que atendem aos requisitos, 
indicando seus índices de representatividade (art. 4º, §§ 1º e 2º). 
Além das centrais sindicais, José Carlos Arouca menciona a existência de 
Organizações Paralelas, que assim são, no seu entender, 
“Porque não se assumem como centrais partidarizadas, mas tendências 
organizadas como braços sindicais de partidos políticos”, são elas “a Unidade 
Sindical (US) nascida com o PCB e a Corrente Sindical Classista (CSC) do 
PC do B. Exceção, a Coordenação Confederativa dos Trabalhadores (CCT), 
sem vinculação política e que, também, não se interioriza nas centrais 
constituída”. 
A relação das entidades sindicais com as Centrais Sindicais decorre da 
liberdade de associação prevista no art. 5º, XVII e XX, da CF. 
 
20 
4.5 Categorias 
A estrutura dos sindicatos no Brasil apresenta: (a) sindicato por categoria 
econômica; (b) sindicato por categoria profissional; (c) sindicato por categoria 
diferenciada. 
A entidade sindical representa uma categoria profissional ou econômica. 
O termo categoria denota o conjunto de empresas ou de pessoas que integram 
as atividades e profissões setorizadas pelo Estado. 
Os sindicatos estão vinculados às respectivas categorias. O sindicato é o 
representante da categoria, porém, não se confunde com a categoria. Há entre os dois 
uma relação de conteúdo (categoria) e forma (sindicato). 
A lei brasileira não define o que é categoria, porém, atribui ao sindicato a função 
de representá-la (art. 513, a, CLT). A CLT somente estabelece padrões do que vem a 
ser categoria econômica e profissional: 
a) é lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus 
interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, 
empregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, 
respectivamente a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares 
ou conexas (art. 511, caput); 
b) a solidariedade de interesseseconômicos dos que empreendem atividades 
idênticas, similares ou conexas constitui o vínculo social básico que se denomina 
categoria econômica (art. 511, § 1º); 
c) a similitude de condições de vida oriundas da profissão ou trabalho em 
comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades 
econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar 
compreendida como categoria profissional (art. 511, § 2º); 
d) categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que 
exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional 
especial ou em consequência de condições de vida singulares (art. 511, § 3º); 
e) os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as dimensões 
dentro das quais a categoria econômica ou profissional é homogênea e a associação 
é natural (art. 511, § 4º). 
Categoria é um vínculo que agrupa atividades ou profissões. Profissão 
corresponde ao lado trabalhista e, atividade, ao lado empresarial. 
 
21 
O enquadramento sindical do trabalhador em determinada categoria é dado 
pela atividade preponderante da empresa. Exceção a essa regra é o profissional de 
categoria diferenciada. 
Tratando da categoria diferenciada, Amador Paes de Almeida afirma que 
“integram tal categoria, pois, os empregados que estão sujeitos a regulamentação 
distinta ou a condições próprias, com relação aos demais empregados que trabalham 
na mesma empresa”. 
Nas palavras de Valentin Carrion, 
“Categoria diferenciada é a que tem regulamentação específica do trabalho 
diferente da dos demais empregados da mesma empresa, o que lhe faculta 
convenções ou acordos coletivos próprios, diferentes dos que possam 
corresponder à atividade preponderante do empregador, que é a regra geral”. 
Contudo, o empregado integrante de categoria profissional diferenciada não 
tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento 
coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria 
(Súm. nº 374, TST). 
O art. 577, CLT, prevê a existência do quadro de atividades e profissões, o qual 
fixa o plano básico do enquadramento sindical. O quadro de atividades e profissões 
aponta como categorias diferenciadas: aeronautas; aeroviários; agenciadores de 
publicidade; atores teatrais em espetáculos de diversões (cenotécnicos), atores 
teatrais, inclusive corpos corais e bailados, atores cinematográficos; cabineiros 
(ascensoristas); carpinteiros navais; classificadores de produtos de origem vegetal; 
condutores de veículos rodoviários (motoristas); empregados desenhistas técnicos, 
artísticos, industriais, copistas, projetistas técnicos e auxiliares; maquinistas e 
foguistas (de geradores termoelétricos e congêneres, inclusive marítimos); jornalistas 
profissionais (redatores, repórteres, revisores, fotógrafos etc.); músicos profissionais; 
oficiais de radiocomunicação da Marinha Mercante; oficiais gráficos; operadores de 
mesas telefônicas (telefonistas em geral); práticos de farmácia; professores; 
profissionais de enfermagem, técnicos, duchistas, massagistas e empregados em 
hospital e casas de saúde; profissionais de relações públicas; propagandistas de 
produtos farmacêuticos (propagandistas-vendedores e vendedores de produtos 
farmacêuticos); publicitários; secretárias; técnicos de segurança do trabalho; 
trabalhadores em agência de propaganda; trabalhadores na movimentação de 
mercadorias em geral; trabalhadores em atividades subaquáticas e afins; 
 
22 
trabalhadores em serviços de segurança do trabalho – técnicos de segurança do 
trabalho; tratoristas (excetuados os rurais); vendedores e viajantes do comércio. 
Importante ressaltar que com a possibilidade de criação de Entidades Sindicais 
sem o controle do Estado a partir da CF/88, dúvidas há sobre a manutenção do quadro 
de atividades e profissões que fixava o plano básico do enquadramento sindical 
previsto no anexo do art. 577 da CLT. 
Certo é que o dissídio coletivo não é meio próprio para o sindicato vir a obter o 
reconhecimento de que a categoria que representa é diferenciada, pois esta matéria 
– enquadramento sindical – envolve a interpretação de norma genérica, notadamente 
do art. 577 da CLT (OJ nº 9, SDC). Contudo, a matéria poderá ser reconhecida 
incidentalmente no curso do processo. 
O enquadramento do empregador e do trabalhador rural observará o previsto 
no Decreto-lei nº 1.166/71, sendo que, para efeito do enquadramento sindical, 
considera-se: I – trabalhador rural: (a) a pessoa física que presta serviço a empregador 
rural mediante remuneração de qualquer espécie; (b) quem, proprietário ou não, 
trabalhe individualmente ou em regime de economia familiar, assim entendido o 
trabalho dos membros da mesma família, indispensável à própria subsistência e 
exercido em condições de mútua dependência e colaboração, ainda que com ajuda 
eventual de terceiros; e II – empresário ou empregador rural: (a) a pessoa física ou 
jurídica que tendo empregado, empreende, a qualquer título, atividade econômica 
rural; (b) quem, proprietário ou não e mesmo sem empregado, em regime de economia 
familiar, explore imóvel rural que lhe absorva toda a força de trabalho e lhe garanta a 
subsistência e progresso social e econômico em área igual ou superior à dimensão 
do módulo rural da respectiva região; (c) os proprietários de mais de um imóvel rural, 
desde que a soma de suas áreas seja igual ou superior à dimensão do módulo rural 
da respectiva região. 
5 SINDICATOS 
5.1 Condições de registro e funcionamento 
Na sistemática anterior, as associações profissionais, para serem reconhecidas 
como sindicatos, deveriam preencher os requisitos legais (art. 511, CLT). O pedido de 
 
23 
reconhecimento era feito ao Ministro do Trabalho (art. 518). Exigia-se a carta de 
reconhecimento (art. 520), também conhecida como a Carta Sindical. 
A Constituição de 1988 acabou com essa exigência, na medida em que passou 
a prever que a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de 
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder público a 
interferência e a intervenção na organização sindical (art. 8º, I, CF). 
Diante da previsão constitucional, criou-se uma polêmica em torno da 
necessidade do registro, qual seria o órgão competente. 
Alguns, considerando o sindicato como pessoa jurídica de Direito Privado, 
defendiam que a aquisição da personalidade jurídica ocorreria nos moldes da lei civil, 
ou seja, com o registro no cartório de títulos e documentos (art. 18, CC). 
O Ministério do Trabalho entendia que era competente para proceder aos 
registros (Portaria CM/MTb nº 3.280, de 6/10/1988). Posteriormente, mudou o seu 
entendimento (Portaria GM/MTb nº 3.301, de 1/11/1988). 
A Instrução Normativa GM/MTPS nº 1, de 27/8/1991, versa sobre o arquivo de 
entidades sindicais brasileiras (AESB) no Ministério do Trabalho. 
Em 10/08/1994, o Ministério do Trabalho editou a Instrução Normativa nº 3, 
estabelecendo o registro naquele órgão, com especificação da categoria, base 
territorial, os órgãos de administração e a sua composição. Em 17/07/1997, o 
Ministério do Trabalho, por meio da Instrução Normativa nº 1, revogou a de nº 3 de 
1994, dispondo sobre o registro sindical. 
O STF considera que, até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao 
Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela 
observância do princípio da unicidade (Súm. nº 677), sendo que a personalidade 
jurídica sindical decorre do registro no Ministério do Trabalho. 
A comprovação da legitimidade ad processum da entidade sindical se faz por 
seu registro no órgão competente do Ministério do Trabalho, mesmo após a 
promulgação da Constituição Federal de 1988 (OJ nº 15, SDC). 
O registro da entidade sindical no Ministério do Trabalho era disciplinado pela 
Portaria do MTE nº 343, de 4/5/2000, com as alterações das Portarias:nº 376, de 
23/5/2000, nº 144, de 5/4/2004 e nº 200, de 15/12/2006. 
Atualmente, o registro das entidades sindicais de primeiro grau (sindicatos) é 
disciplinado pela Portaria MTE nº 326, de 1º/3/2013, enquanto a Portaria nº 186/08 
regula o registro dos atos das entidades de grau superior (art. 50, Portaria nº 326). 
 
24 
Portanto, o sindicato, para o funcionamento, além do registro de seus estatutos 
no Registro Civil, também necessita da inscrição junto ao Cadastro Nacional das 
Entidades Sindicais. 
Convém lembrar que, antes da EC nº 45 (art. 114, III, CF), a Justiça do Trabalho 
era incompetente para decidir quanto à disputa intersindical pela representatividade 
da categoria, sendo atribuição pertencente à Justiça Comum. 
Até que o Ministério do Trabalho e Emprego seja notificado do inteiro teor do 
acordo ou da sentença final que decidir a controvérsia, o pedido de registro ficará 
sobrestado. 
No caso de não ter sido interposta impugnação ou quando essa não for 
conhecida, ou, ainda, após o recebimento da notificação da decisão judicial, a 
Secretaria de Relações do Trabalho submeterá ao Ministro de Estado a proposta de 
concessão de registro. 
5.2 Atividades e prerrogativas 
São prerrogativas do sindicato (art. 513, a a e, CLT): (a) representar, perante 
as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses gerais da respectiva 
categoria ou profissão liberal ou os interesses individuais dos associados relativos à 
atividade ou profissão exercida; (b) celebrar instrumentos normativos de trabalho 
(normatização); (c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou 
profissão liberal; (d) colaborar com o Estado, como órgão técnico e consultivo, no 
estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou 
profissão liberal; (e) impor contribuições a todos aqueles que participam das 
categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas. 
Além dessas, o sindicato de empregados terá a prerrogativa de fundar e manter 
agências de colocação (art. 513, parágrafo único, CLT). 
4.2.1 Defesa dos interesses 
A entidade associativa, quando expressamente autorizada, tem legitimidade 
para representar os seus filiados: judicial ou extrajudicialmente (art. 5º, XXI, CF), 
sendo que ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais 
da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas (art. 8º, III, CF). 
 
25 
A CLT admite a associação para fins de estudo, defesa e coordenação de seus 
interesses econômicos e profissionais (art. 511, caput). 
O sindicato também representa, perante as autoridades administrativas e 
judiciárias, os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou os 
interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida (art. 
513, a, CLT). 
Com o descumprimento ou a inobservância do previsto na lei do fundo de 
garantia por parte da empresa, o sindicato a que o empregado estiver vinculado 
poderá acionar a Justiça do Trabalho para compeli-la a efetuar o depósito das 
importâncias devidas (art. 25, Lei nº 8.036/90). 
Deixando os empregadores de satisfazer o pagamento dos salários, nos termos 
da decisão proferida em dissídio coletivo, o sindicato, independentemente de outorga 
de poderes de seus associados, poderá ingressar em juízo (art. 872, parágrafo único, 
CLT). 
Devidamente autorizado, o empregador poderá proceder descontos nos 
salários para pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e 
operações de arrendamento mercantil do empregado (Lei nº 10.820/03). Nesses 
casos, é facultado ao empregador descontar também os custos operacionais, 
devendo tornar disponíveis às entidades sindicais que solicitem as informações 
referentes aos custos existentes. 
A legitimidade do sindicato para propor ação de cumprimento, como substituto 
processual, se estende também à observância de acordo ou de convenção coletivos 
(Súm. nº 286, TST). 
O sindicato, com base no § 2º, do art. 195 da CLT, tem legitimidade para atuar 
na qualidade de substituto processual para pleitear diferença de adicional de 
insalubridade (OJ nº 121, SDI-I). 
A representação e a defesa dos interesses da entidade sindical perante órgãos 
públicos e as empresas constituem atribuição exclusiva da diretoria do sindicato (ou 
seu mandatário), dos delegados sindicais e associado investido em representação 
prevista em lei (art. 522, § 3º, CLT). 
A Constituição é expressa ao afirmar que, recusando-se qualquer das partes à 
negociação ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar 
dissídio coletivo de natureza econômica (art. 114, § 2º, EC nº 45). O art. 857, CLT, 
 
26 
fala em prerrogativa das entidades sindicais. O dissídio de natureza jurídica não 
possui essas exigências. 
Tratando-se de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão ao 
interesse público, o Ministério Público também poderá ajuizar o dissídio coletivo (art. 
114, § 3º, CF, EC nº 45). 
Na assembleia geral de credores da recuperação judicial ou da falência, os 
sindicatos poderão representar seus associados titulares de créditos derivados da 
legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem, 
pessoalmente ou por procurador (art. 37, § 5º, Lei nº 11.101/05). 
Para o exercício dessa prerrogativa legal, o sindicato deverá apresentar ao 
administrador judicial, até dez dias antes da assembleia, a relação dos associados 
que pretende representar, e o trabalhador que conste da relação de mais de um 
sindicato deverá esclarecer, até 24 horas antes da assembleia, qual sindicato o 
representa, sob pena de não ser representado em assembleia por nenhum deles (art. 
37, § 6º, I). 
Para alguns doutrinadores, a atuação do sindicato no dissídio coletivo ocorre 
pela substituição processual, onde o sindicato age em nome próprio na defesa de 
direito alheio. Exemplos: ações de cumprimento (art. 872, parágrafo único, CLT); 
insalubridade ou periculosidade (art. 195, § 2º, CLT). 
Outros, contudo, visualizam uma legitimação ordinária, à medida que a 
categoria não é pessoa jurídica ou física, não podendo ser sujeita de direito e porque 
os interesses do sindicato são indissociáveis dos interesses da categoria. 
Acrescentam, ainda, que no dissídio de natureza econômica o sindicato não defende 
direitos da categoria, que inexistem e cuja criação se postula pelo dissídio. 
Em várias leis ordinárias, após o advento da Carta Política de 1988, foi atribuída 
aos sindicatos a substituição processual: Leis nos 7.839/89 e 7.708/89 – política 
salarial; nº 8.036/90 (FGTS). 
Como destaque, a Lei nº 8.073, de 30/7/1990, em seu art. 3º assegura que as 
entidades sindicais poderão atuar como substitutos processuais dos integrantes da 
categoria. 
Procurando dirimir a questão, o TST editou a Súm. nº 310. Da leitura desta 
Súmula, o TST entendeu que o art. 8º, III, da CF, não atribuiu a ampla substituição 
processual para a entidade sindical. 
 
27 
O STF, ao apreciar o Mandado de Injunção nº 347-5 (impetrante: Sindicato dos 
Trabalhadores do Serviço Público Federal em Santa Catarina; impetrado: o 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República), figurando como Relator o Ministro 
Néri da Silveira, ao enfrentar a preliminar de ilegitimidade de parte do sindicato 
impetrante, arguida pela Consultoria Geral da República, por unanimidade, entendeu 
ser caso de substituição processual o previsto no art. 8º, III, da CF, bem como ser tal 
dispositivo autoaplicável. 
No mesmo sentido, é o acórdão proferido no Recurso Extraordinário nº 
213.693-0, em que o relator Ministro Octávio Gallotti entendeu que a substituição 
processual prevista nos arts. 8º, III, da CF, e art. 3º da Lei nº 8.073/1990 não pode 
sofrer as limitações inseridas na Súm. nº 310 do TST. 
O STF, portanto, diante dos acórdãos mencionados, entendeu que a entidade 
sindical possuia legitimação processual em face do que dispõe o art. 8º, III, da 
CF/1988. 
O TST, por intermédio da Resolução nº 121/03, cancelou a Súm. nº 310, como 
também a de nº 359, o qual estabelecia que a substituição processual para o 
ajuizamento de ação de cumprimento pertence à entidade sindical e não à federação. 
Na apreciação do RE nº 210.029-RS, o Plenário do STF firmou a posição de 
que o sindicato pode atuar na defesa de todos e quaisquer direitos subjetivos 
individuais e coletivos da categoria por ele representada. Inegável o avanço no 
entendimento do STF. 
A priori, pelas decisões anteriores, o sindicato teria de acordo com o art. 8º, III, 
da CF, autorização, como substituto processual, para atuar na defesa dos direitos e 
interesses coletivos ou individuais de seus associados. 
Pela nova decisão, a entidade sindical pode atuar na defesa de todos e 
quaisquer direitos subjetivos individuais e coletivos da categoria por ele representada. 
Em outras palavras, pela decisão do STF, no RE nº 210.029-RS, a entidade 
sindical possui ampla legitimação, tanto para os direitos ou interesses metaindividuais: 
(1) ação civil pública (direito difuso); (2) dissídio coletivo (direito coletivo); (3) ação civil 
coletiva (direito individual homogêneo, exemplo: ação em que solicita insalubridade 
ou periculosidade); (4) ação de cumprimento (art. 872, parágrafo único, CLT). Nas 
duas primeiras hipóteses, o sindicato atua com legitimação autônoma. Nas demais, o 
sindicato atua como substituição processual (legitimação extraordinária). 
 
28 
A atuação do sindicato sempre depende de autorização da assembleia geral 
dos associados (art. 859, CLT) e deve haver correspondência entre as atividades 
exercidas pelos setores profissional e econômico envolvidos no conflito (OJ nº 22, 
SDC). 
Raimundo Simão de Melo, após reconhecer a legitimidade sindical para o 
dissídio coletivo, diz que esse entendimento 
“Não pode ser restritivo, a ponto de criar situações até teratológicas, como já 
aconteceu na jurisprudência, na hipótese de inexistência de sindicato da 
categoria econômica, v. g., no tocante a entes públicos, com relação aos 
quais, como se sabe, não há sindicato patronal. Neste caso, evidentemente, 
é de se aceitar que o respectivo ente público possa ajuizar o dissídio coletivo 
ou nele se defender sem a presença do sindicato, pena de se negar o direito 
de ação, constitucionalmente assegurado […]”. 
As empresas que não possuem sindicato ou, na hipótese de greve, poderão 
compor a lide nas ações coletivas. Antes do cancelamento, a Instrução Normativa nº 
4/93 também previa a legitimidade do empregador quando os interesses em conflito 
fossem particularizados. 
Partindo da premissa de que a Constituição reconhece os acordos coletivos de 
trabalho entre as empresas e o sindicato profissional, para Sergio Pinto Martins “não 
há por que negar à empresa o direito da instauração de dissídio coletivo, quando as 
partes não chegam a acordo, pois a faculdade é do sindicato, o que não inibe que 
outras a exercitem, como a própria empresa, o Presidente do Tribunal, o Ministério 
Público do Trabalho, principalmente na existência de greve”. 
O inciso VI do artigo 8º da Constituição tem que ser interpretado no sentido de 
que a obrigatoriedade da participação do sindicato na negociação coletiva é do 
sindicato profissional e não do patronal, sob pena da existência dos acordos coletivos, 
reconhecidos pela Constituição, onde as partes são sindicato profissional e uma 
empresa, prescindindo-se do sindicato da categoria econômica. 
O mesmo raciocínio pode ser transplantado para a análise do parágrafo 2º do 
artigo 114 da Constituição, em que a faculdade é do sindicato, o que não impede que 
a ação possa ser instaurada pela empresa, em caso de greve, inclusive pelo 
Presidente do Tribunal e pelo Ministério Público do Trabalho, permanecendo vigente 
o artigo 856 da CLT. 
 
29 
Não se admitia a legitimidade do sindicato profissional em requerer 
judicialmente a legalidade de movimento grevista por ele fomentado (OJ nº 12, SDC, 
cancelada). 
Guilherme Mastrichi Basso e Raimundo Simão de Melo discordam dessa 
orientação e apontam sua inconstitucionalidade, o primeiro por considerar que o 
direito constitucional de ação encontra-se violado e o segundo por visualizar afronta 
ao art. 8º, II, da CF, que assegura ao sindicato a defesa aos interesses individuais e 
coletivos da categoria. 
A Lei nº 7.783/89 (art. 4º, § 2º, e art. 5º) confere à comissão de trabalhadores 
legitimidade para participarem do dissídio coletivo em caso de greve e desde que não 
haja entidade sindical da categoria. 
Parte expressiva da doutrina, diante da relativa liberdade sindical prevista na 
Constituição de 1988 (art. 8º), não admite a instauração de ofício pelo Presidente do 
Tribunal (arts. 856 e 874, CLT). 
Nas ações individuais e coletivas de competência da Justiça do Trabalho, as 
entidades sindicais que integram a Confederação Nacional das Profissões Liberais 
terão o mesmo poder de representação dos trabalhadores empregados atribuído, pela 
legislação em vigor, aos sindicatos representativos das categorias profissionais 
diferenciadas (art. 1º, Lei nº 7.316/85). 
A Confederação Sindical ou entidade de Classe de âmbito nacional pode propor 
a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade 
(art. 103, IV, CF), observando a pertinência temática. 
 
Fonte: www.detalharweb.com.br 
 
30 
As associações civis e de natureza profissional, como OAB, CRM e CREA, não 
possuem legitimidade para instaurar dissídio coletivo. Isso porque possuem outras 
finalidades estatutárias, incompatíveis com a defesa dos interesses trabalhistas da 
categoria (prerrogativa dos sindicatos) e não integram a estrutura sindical vigente. 
As centrais sindicais não eram autorizadas a atuar nos dissídios coletivos 
porque não faziam parte da estrutura sindical existente, a qual era composta de 
sindicatos, federações e confederações. Mesmo após a Lei nº 11.648/08, que 
reconheceu a central sindical de trabalhador como parte integrante da pirâmide 
sindical brasileira, a mesma não tem essa legitimação (art. 1º, I). 
Também carece de legitimidade ativa o superintendente regional do trabalho 
para instaurar dissídio coletivo, mesmo no caso de greve, pois não está previsto nos 
arts. 856 e 857 da CLT. 
No que tange ainda às questões coletivas, o STF considera que a impetração 
de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados 
independe da autorização destes (Súm. nº 629) e que a entidade de classe tem 
legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada 
interesse apenas a uma parte da respectiva categoria (Súm. nº 630). 
O sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos 
autos fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu 
na ação rescisória, sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados 
substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário (Súm. nº 406, II, 
TST). 
A legitimação da entidade sindical para o dissídio coletivo contra empresa 
depende de prévia autorização dos trabalhadores diretamente envolvidos no conflito 
(OJ nº 19, SDC). 
4.3.2 Celebrar instrumentos normativos de trabalho 
A Constituição garantiu o reconhecimento de acordos e convenções coletivas 
(art. 7º, XXVI), sendo obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações 
coletivas (art. 8º, VI). 
Tanto é assim que o aumento real concedido pela empresa a todos os seus 
empregados somente pode ser reduzido mediante a participação efetiva do sindicato 
profissional no ajuste, nos termos do art. 7º, VI, CF (OJ nº 325, SDI-I). 
 
31 
A entidade sindical tem a legitimação para negociar os acordos e convenções 
coletivas. Vale dizer, essa atribuição não é da essência das federações e 
confederações, as quais possuemuma legitimação supletiva. 
As federações e, na falta destas, as confederações representativas de 
categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de 
trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em 
sindicatos, no âmbito de suas representações (art. 611, § 2º, CLT). Assim, as 
federações e as confederações somente terão a legitimidade para atuar na celebração 
de instrumentos normativos quando não houver sindicato de uma atividade ou 
profissão. 
Na hipótese de acordo coletivo, caso a entidade sindical não tenha manifestado 
interesse na negociação coletiva, o que também tenha ocorrido com a federação e a 
confederação, poderão os interessados (trabalhadores e a empresa) prosseguir 
diretamente na negociação coletiva até o final (art. 617, § 1º). 
A atuação da entidade sindical fica condicionada à realização da assembleia e 
à presença de um determinado número de trabalhadores (quórum). 
A validade da assembleia que tenha por finalidade pronunciamento sobre 
relações ou dissídio de trabalho depende de convocação específica para esse fim e o 
quórum mínimo de metade mais um dos associados quites, em primeira convocação, 
e, com os presentes em segunda convocação, considerando-se aprovadas as 
deliberações que obtiverem 2/3 dos votos (art. 524, e, CLT). 
A celebração de acordos ou convenções coletivas de trabalho pelos sindicatos 
prescinde de autorização da assembleia-geral especialmente convocada para esse 
fim, dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira 
convocação, de 2/3 dos associados da entidade (no caso de convenção) ou dos 
interessados (no caso de acordo), e, em segunda, 1/3 dos membros (art. 612). O 
quórum de comparecimento e votação será de 1/8 dos associados em segunda 
convocação nas entidades sindicais que tenham mais de 5.000 associados (parágrafo 
único). 
Pela CLT, o ajuizamento do dissídio coletivo de trabalho pela entidade sindical 
está condicionado à aprovação da assembleia geral dos associados interessados na 
solução do litígio, respeitado o quórum mínimo, ou seja, em primeira convocação, por 
maioria de 2/3 dos associados interessados e, em segunda convocação, por 2/3 dos 
presentes (art. 859). 
 
32 
A jurisprudência atual entende que o art. 859 da CLT não foi recepcionado pela 
nova ordem constitucional (CF/88), ante o cancelamento da Súmula nº 177 do TST. 
Por outro lado, pela OJ nº 13, SDC, o TST entendia que, mesmo após a 
promulgação da CF/88, subordinava-se a validade da assembleia de trabalhadores à 
observância do quórum estabelecido no art. 612 da CLT. A OJ nº 13 foi cancelada 
(DJ, de 24/11/2003). 
Portanto, em face da liberdade e da autonomia sindicais, caberá ao estatuto da 
entidade sindical deliberar a respeito das formalidades para expedição de edital, 
elaboração de ata de assembleia, forma de votação, vista de presença, quórum etc. 
Pela Lei de Greve (art. 4º, caput, § 1º, Lei nº 7.783/89), caberá à entidade 
sindical profissional convocar, na forma do seu estatuto, assembleia geral que definirá 
as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva. O Estatuto 
deverá prever as formalidades de convocação e o quórum para a deliberação 
(deflagração e cessação da greve). 
No caso de dissídio contra empresa, a legitimação do sindicato se faz pela 
autorização dos trabalhadores da suscitada diretamente envolvidos no conflito (OJ nº 
19, SDC). Por isso, a legitimidade ad causam será verificada pela necessária 
correspondência entre as atividades exercidas pelos setores profissional e econômico 
envolvidos no conflito (OJ nº 22). 
O TST tem exigido a ampla divulgação do edital de convocação para 
assembleia geral (OJ nº 28) e a indicação do total de associados da entidade sindical 
como forma de apurar se houve o quórum de trabalhadores exigidos pela lei. 
A ata da assembleia de trabalhadores que legitima a atuação da entidade 
sindical deve registrar, obrigatoriamente, a pauta reivindicatória (OJ nº 8). 
O edital de convocação da assembleia geral e a ata dessa assembleia são 
requisitos essenciais para instauração do dissídio (OJ nº 29). 
No caso de a base sindical ser superior à base mínima constitucional, era 
necessária a realização de múltiplas assembleias (OJ nº 14, cancelada, DJ 
2/12/2003). 
É possível ainda que os estatutos da entidade sindical exijam, entre outras, 
quórum qualificado para votação e aprovação de determinadas matérias e prazo 
mínimo entre a publicação e a realização da assembleia (OJ nº 35, SDC). 
A exigência de aprovação da assembleia é para o dissídio de natureza 
econômica. 
 
33 
Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recurso via arbitral, 
é facultada a cessação coletiva do trabalho, mediante prévia deliberação da 
assembleia geral convocada para tanto. O estatuto da entidade sindical deverá prever 
as formalidades de convocação e o quórum para a deliberação quanto à deflagração 
e cessação da greve (arts. 3º e 4º, Lei nº 7.783). 
A falta de autorização prévia da assembleia geral da categoria implica a 
carência de legitimidade ativa da entidade sindical (legitimatio ad causam). 
4.3.3 Eleição dos representantes da categoria 
A eleição para cargos de diretoria e conselho fiscal será realizada por votação 
secreta de, no mínimo, seis horas contínuas, na sede do sindicato, nas de suas 
delegacias e seções e nos principais locais de trabalho (art. 524, § 1º, CLT). 
O aposentado filiado tem direito a votar e ser votado (art. 8º, VII, CF). 
O mandato é de três anos (art. 515, b, CLT). 
São requisitos para o exercício do cargo: (a) ser maior de 18 anos; (b) ser 
inscrito há mais de seis meses no quadro social; (c) exercer a profissão ou a atividade 
há mais de dois anos; (d) estar no gozo dos direitos sindicais. É obrigatório aos 
associados o voto nas eleições sindicais (art. 529). 
Não podem ser eleitos para cargos administrativos ou de representação 
econômica ou profissional, nem permanecer no exercício: (a) os que não tiverem 
definitivamente aprovadas as suas contas de exercício em cargos de administração; 
(b) os que houverem lesado o patrimônio de qualquer entidade sindical; (c) os que não 
estiverem, há pelo menos dois anos, no exercício da atividade, da profissão ou no 
desempenho de representação econômica ou profissional; (d) os que tiverem sido 
condenados por crime doloso enquanto persistirem os efeitos da pena; (e) os que não 
estiverem no gozo de seus direitos políticos; (f) os que tiveram má conduta (art. 530). 
Nas eleições para cargos de diretoria e do conselho fiscal serão considerados 
eleitos os candidatos que obtiverem maioria absoluta de votos em relação ao total dos 
associados eleitores (art. 531). Não ocorrendo isso, em uma nova convocação, serão 
considerados eleitos aqueles que obtiverem maioria dos eleitores presentes (art. 531, 
§ 1º). 
Não havendo recurso, a posse da nova diretoria deverá se verificar dentro de 
30 dias subsequentes ao término do mandato anterior (art. 532, § 4º). 
 
34 
Há que se frisar a obrigatoriedade da informação para garantia do emprego, 
flexibilizando os prazos da formalização para tais fins. 
4.3.4 Colaboração na solução de problemas 
O sindicato é personagem principal no encaminhamento e solução de 
problemas que atingem a categoria, realizando movimentos de operários, participando 
das negociações, levando soluções etc. 
5.3 Fontes de recursos financeiros 
4.3.1 Contribuição sindical 
A contribuição sindical destina-se a atender o custeio do sistema sindical (art. 
8º, IV, CF; arts. 548, a, 578 ss, CLT). Considerando a previsão do art. 217, I, e do art. 
3º, ambos do CTN, e, ainda, do art. 149, CF, a natureza jurídica da contribuição 
sindical é tributária. É devida pelo associado e não associado da entidade sindical. 
Esta contribuição refere-se ao antigo imposto sindical (Decreto-lei nº 27/66), 
tendo sido instituída inicialmentena Constituição de 1937. O imposto sindical na área 
rural foi instituído pela Lei nº 4.214/1964 (Estatuto do Trabalhador Rural). 
O imposto sindical chegou a ser extinto (MPs nº 236/90, 258/90 e 275/90, as 
quais não foram convertidas em lei pelo Congresso Nacional). O projeto de Lei nº 
58/90, do Congresso Nacional, extinguindo a contribuição gradativamente no prazo 
de 5 anos, foi aprovado pelo Congresso, mas vetado pelo Presidente da República. 
Atualmente, a contribuição sindical era devida por todos aqueles que 
participarem de uma determinada categoria em favor do sindicato que a representar; 
inexistindo, a contribuição será creditada em favor da Federação correspondente à 
mesma categoria (arts. 579 e 591, CLT). 
Após a reforma trabalhista, a contribuição sindical passa a ser facultativa (nova 
redação, arts. 578 e 579 da CLT), condicionada à autorização expressa dos que 
participarem de uma categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal. 
Ou seja, sua cobrança não mais poderá ser efetuada como era, de forma compulsória 
(obrigatória). 
 
35 
4.3.2 Contribuição sindical dos trabalhadores 
A contribuição sindical é anual e corresponde à importância de um dia de 
trabalho para os empregados, sendo para os agentes ou trabalhadores autônomos e 
para os profissionais liberais – importância equivalente a 30% do maior valor de 
referência (MVR) fixado pelo Poder Executivo. 
Um dia de salário para apuração da contribuição sindical equivale: (a) a uma 
jornada normal de trabalho, se o pagamento foi feito por unidade de tempo; (b) a 1/30 
da quantia percebida no mês anterior, se a remuneração for paga por tarefa, 
empreitada ou comissão. O desconto dos empregados será no mês de março de cada 
ano. 
No caso dos trabalhadores avulsos, o desconto será no mês de abril, e em 
relação aos agentes e trabalhadores autônomos e profissionais liberais, será em 
fevereiro. 
O empregado que não estiver trabalhando no mês destinado ao desconto da 
contribuição sindical e que venham a autorizar prévia e expressamente o recolhimento 
serão descontados no primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho (art. 602). 
4.3.3 Contribuição sindical das empresas 
Para os empregadores, a contribuição será proporcional ao capital social da 
firma ou empresa, registrado na Junta Comercial ou Órgão equivalente (art. 580, CLT). 
As entidades ou instituições, que não estejam obrigadas ao registro do capital 
social, deverão considerar como capital para efeito do cálculo, o percentual de 40% 
sobre o movimento econômico registrado no exercício financeiro imediatamente 
anterior (art. 580, § 5º). Estão excluídas da regra deste parágrafo entidades ou 
instituições que comprovarem, mediante requerimento ao Ministro do Trabalho, que 
não exercem atividade econômica com finalidade lucrativa (art. 580, § 6º). 
As empresas atribuirão parte do respectivo capital às sucursais, filiais ou 
agências, desde que localizadas fora da base territorial da entidade sindical 
representativa da atividade econômica do estabelecimento principal, na proporção das 
correspondentes operações econômicas (art. 581). 
Quando a empresa realizar diversas atividades econômicas, sem que nenhuma 
delas seja preponderante, cada uma dessas atividades será incorporada à respectiva 
 
36 
categoria econômica, sendo a contribuição sindical devida à entidade sindical 
representativa da mesma categoria. Igual procedimento em relação para as sucursais, 
agências ou filiais (art. 581, § 1º). 
Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidade de 
produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais atividades 
convirjam, exclusivamente, em regime de conexão funcional (art. 581, § 2º). 
Tratando-se de grupo de empresas, cada uma delas recolherá a contribuição 
sindical observando sua atividade preponderante e não a atividade preponderante do 
grupo. 
O recolhimento da contribuição sindical do empregador será no mês de janeiro 
ou, para os que venham a se estabelecer depois, na ocasião em que requeiram às 
repartições o registro ou a licença para o exercício da atividade. 
A LC nº 123/06 (Estatuto da Nacional da Microempresa e da Empresa de 
Pequeno Porte), em seu art. 13, § 3º, dispensa as microempresas e empresas de 
pequeno porte optantes pelo Simples Nacional do pagamento das demais 
contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades 
privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical 
(contribuição sindical patronal), de que trata o art. 240, CF, e demais entidades de 
serviço social autônomo. 
Incumbia ao INCRA o lançamento e a cobrança da contribuição sindical (art. 
4º, do Decreto-lei nº 1.166/71). 
Posteriormente em consonância com o art. 10, § 2º, ADCT e o art. 1º da Lei nº 
8.022/90, a Receita Federal era o órgão que tinha a incumbência de arrecadar o 
imposto rural, porém, citado dispositivo foi alterado pelo art. 24, I, da Lei nº 8.847/94: 
“A competência de administração das seguintes receitas, atualmente arrecadadas 
pela Secretaria da Receita Federal por força do art. 1º da Lei nº 8.022, de 12 de abril 
de 1990, cessará em 31 de dezembro de 1996: I – Contribuição Sindical Rural, devida 
à Confederação Nacional da Agricultura – CNA e à Confederação Nacional dos 
Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, de acordo com o art. 4º do Decreto-Lei nº 
1.166, de 15 de abril de 1971, e art. 580 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.” 
O art. 17, II, da Lei nº 9.393/96 autorizou que a Secretaria da Receita Federal 
celebrasse convênio com a Confederação Nacional da Agricultura para que as 
entidades patronais obtivessem os assentos cadastrais dos imóveis que esperam a 
cobrança das contribuições sindicais devidas a tais entidades. 
 
37 
A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança 
da contribuição sindical rural (Súm. nº 396, STJ). 
4.4.4 Rateio legal 
Da importância arrecadada, seguindo as instruções do Ministro do Trabalho, a 
Caixa Econômica Federal fará os seguintes créditos para os: (1) empregadores: (a) 
5% para a confederação; (b) 15% para a federação; (c) 60% para o sindicato; (d) 20% 
para a Conta Especial Emprego e Salário; (2) empregados: (a) 5% para a 
confederação; (b) 10% para a central sindical; (c) 15% para a federação; (d) 60% para 
o sindicato; (e) 10% para a Conta Especial Emprego e Salário (art. 589). 
O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e Emprego a 
central sindical, a quem esteja filiada como beneficiária da respectiva contribuição 
sindical, para fins de destinação dos créditos a título da contribuição sindical (art. 589, 
§ 1º). A central sindical para fazer jus ao percentual da contribuição deverá atender 
aos requisitos de representatividade (art. 589, § 2º). 
Inexistindo confederação, o percentual que lhe era destinado caberá à 
federação representativa do grupo (art. 590). 
Não havendo sindicato, nem entidade sindical de grau superior ou central 
sindical, a contribuição sindical será creditada, integralmente, à Conta Especial 
Emprego e Salário. Não havendo indicação de central sindical, os percentuais que lhe 
caberiam serão destinados também à citada conta (art. 590, §§ 3º e 4º). 
Não havendo sindicato, os seus percentuais da contribuição sindical serão 
creditados à federação correspondente à mesma categoria econômica ou profissional 
(art. 591, caput). Nesta hipótese, os percentuais originários da federação (15%) 
passam a ser da confederação, que também mantém o seu valor originário (5%) (art. 
591, parágrafo único). 
A contribuição sindical será aplicada pelo sindicato conforme seus estatutos, 
observando o previsto no art. 592, CLT, como na assistência jurídica, médica, 
dentária, hospitalar e farmacêutica, agências de colocação, bibliotecas, creches, 
congressos, conferências, colônias de férias, centros de recreação etc.

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