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AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL Prof. Wladimir C. e Silva AQUISIÇÃO PELO REGISTRO DO TÍTULO Sistema de aquisição pelo registro (art. 1.245) Antes do registro: alienante continua sendo dono Antes do cancelamento do registro: adquirente continua sendo dono Cancelamento do registro (art. 1.247, p. único) Direito ao proprietário de reivindicação do imóvel, independentemente de boa-fé ou título do adquirente AQUISIÇÃO POR ACESSÃO (ART. 1.248) Espécies de acessão: Acessão natural Formação de ilhas; Aluvião; Avulsão; Abandono de álveo. Acessão artificial Construções; Plantações. FORMAÇÃO DE ILHAS Formação de ilhas é a acessão em rios não navegáveis ou particulares, em virtude de movimentos sísmicos, de depósito paulatino de areia, cascalho ou fragmentos de terra, trazidos pela própria corrente, ou de rebaixamento de águas, deixando descoberto e a seco uma parte do fundo ou do leito. Tragédia no Rio mudou curso de rios em Nova Friburgo “Vamos ter de refazer o desenho dos rios nos mapas e acrescentar ilhas fluviais que nunca existiram”, disse coordenador de resgate AE | 17/01/2011 18:27 ALUVIÃO Dispõe o Código Civil brasileiro, no seu artigo 1.250: Os acréscimos formados,sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. Note-se que os acréscimos de que fala o Código devem ser formados sucessivamente, isto é, aos poucos, sem interrupção relevante e de modo imperceptivel, ou seja, sem que se note a mudança por ela ser muito vagarosa. Se esses acréscimos acontecerem em pouco tempo e de modo que imediatamente se perceba, não existirá o fenômeno que a lei designa por aluvião. Teremos no caso a avulsão cujas características e consequências jurídicas estão previstas no mesmo Código, no artigo 1.251. AVULSÃO Avulsão se dá pelo repentino deslocamento de uma porção de terra por força natural violente, desprendendo-se de um prédio para se juntar a outro; o proprietário do imóvel desfalcado não perderá a parte deslocada; poderá pedir sua devolução desde que reconhecível, mas não lhe será lícito exigir indenização. ABANDONO DE ÁLVEO O abandono de álveo tem-se por um rio que seca ou se desvia em virtude de fenômeno natural CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES Aquisição da propriedade da construção ou plantação pelo proprietário que planta ou constrói em solo próprio (art. 1.253) Presunção relativa Plantação ou construção em solo próprio com material alheio Plantação ou construção em solo alheio com material próprio Plantação ou construção em solo alheio com material alheio PLANTAÇÃO OU CONSTRUÇÃO EM SOLO PRÓPRIO COM MATERIAL ALHEIO (ART. 1.254) O proprietário do solo adquire a propriedade da acessão e dos materiais Em caso de boa-fé Pagará apenas o valor dos materiais Em caso de má-fé Pagará o valor dos materiais Pagará por perdas e danos PLANTAÇÃO OU CONSTRUÇÃO EM SOLO ALHEIO COM MATERIAL PRÓPRIO (ART. 1.255) • O proprietário do material perde, em proveito do proprietário do solo, a propriedade da acessão e dos materiais empregados. • Em caso de boa-fé do construtor ou plantador: – Terá direito à indenização – Direito de retenção: I Jornada STJ, enunciado 81: “O direito de retenção previsto no CC 1.219, decorrente da realização de benfeitorias necessárias e úteis, também se aplica às acessões (construções e plantações) nas mesmas circunstâncias”. • Em caso de má-fé do construtor ou plantador e do proprietário do solo – Dono dos materiais terá direito ao ressarcimento do valor das acessões (art. 1.256) PLANTAÇÃO OU CONSTRUÇÃO EM SOLO ALHEIO COM MATERIAL ALHEIO (ART. 1.257) O proprietário do material terá direito a receber o valor das acessões contra o dono do solo de má-fé (art. 1.256) O proprietário do material terá direito a indenização contra o dono do solo, se não puder havê-la do construtor ou plantador (art. 1.257, parágrafo único). AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE DO SOLO ALHEIO PELA ACESSÃO • Três hipóteses – A) Aquisição total da propriedade do solo alheio, por construção ou plantação (art. 1.255, parágrafo único) – B) Aquisição parcial da propriedade do solo alheio, por construção, em porção não excedente à vigésima parte do terreno invadido (art. 1.258) – C) Aquisição parcial da propriedade do solo alheio, por construção, em porção excedente à vigésima parte do terreno invadido (art. 1.259) AQUISIÇÃO TOTAL DA PROPRIEDADE DO SOLO ALHEIO, POR CONSTRUÇÃO OU PLANTAÇÃO (ART. 1.255, PARÁGRAFO ÚNICO) Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. ‘ AQUISIÇÃO PARCIAL DA PROPRIEDADE DO SOLO ALHEIO, POR CONSTRUÇÃO, EM PORÇÃO NÃO EXCEDENTE À VIGÉSIMA PARTE DO TERRENO INVADIDO (ART. 1.258) Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. • Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. AQUISIÇÃO PARCIAL DA PROPRIEDADE DO SOLO ALHEIO, POR CONSTRUÇÃO, EM PORÇÃO EXCEDENTE À VIGÉSIMA PARTE DO TERRENO INVADIDO (ART. 1.259) Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL Usucapião Extraordinária (art. 1.261) 5 anos Inexigência de justo título e boa-fé Ordinária (art. 1.260) 3 anos Justo título e boa-fé USUCAPIÃO DE COISA MÓVEL FURTADA Recurso Especial. Usucapião ordinário de bem móvel. Aquisição originária. Automóvel furtado. Não se adquire por usucapião ordinário veículo furtado. Recurso Especial não conhecido. (REsp 247.345/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04.12.2001, DJ 25.03.2002 p. 272) ORIGEM.....: TJGO TERCEIRA CAMARA CIVEL FONTE......: DJ 12337 de 26/06/1996 RELATOR....: DES GERCINO CARLOS ALVES DA COSTA RECURSO....: 38.606-2/190 - APELACAO CIVEL EM PROCEDIMENTO SUMARIO EMENTA.....: "Usucapião de coisa móvel. Pressupostos. Automóvel furtado. O veículo objeto de furto, adquirido por terceiro de boa-fé, gera direito a este, desde que estejam presentes, de forma induvidosa, os pressupostos para usucapir. Apelo improvido." O C U P A Ç Ã O (ART. 1.263) Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. Requisitos Coisa sem dono Res nullius (coisa de ninguém) Res derelictae (coisa abandonada, com a demonstrada intenção de se abandonar) Inexistência de vedação legal (bens públicos, jazidas, recursos minerais, etc.) ACHADO DE TESOURO (ART. 1.264) Requisitos Depósito de coisaspreciosas Antigo Oculto Sem memória do dono Aquisição da propriedade Pelo proprietário do prédio Se for encontrado por ele Se for encontrado em pesquisa por ele ordenada Se for encontrado por terceiro não autorizado Por terceiro (que adquire metade, sendo a outra do dono do prédio) Se encontrar o tesouro casualmente T R A D I Ç Ã O (ART. 1.267) Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. Tradição real (entrega efetiva da posse da coisa) Tradição ficta ou simbólica Constituto possessorio Tradição brevi manu Tradição longa manu Quando a coisa é posta à disposição do adquirente (entrega de chaves, por exemplo) Cessão do direito de restituição em face de terceiro AQUISIÇÃO POR TRANSCRIÇÃO DO TÍTULO Da matrícula Do registro Da averbação Da escritura Do mandado de averbação CLÁUSULA CONSTITUTI E BREVI MANU Constituo Possessório, ou "cláusula constituti", é uma cláusula contratual que altera a titularidade da posse. Assim, quem possuía em nome próprio passa a possuir em nome alheio. Ex: “A” vende a casa a “B”. Coloca-se uma cláusula no contrato dizendo que “A” passará a ser inquilino de “B” possuindo em nome alheio. Esta cláusula adicionada é a cláusula constituti ou constituto possessório. Já a cláusula "traditio breve manu" é o inverso da "cláusula constituti" fazendo com que a pessoa que possuía em nome alheio passe a possuir em nome próprio. Ex: O locatário que antes possuía a casa em nome alheio compra a mesma e passa a possuir em nome próprio. Traditio longa manu – quando ninguém detém a coisa cuja posse é transmitida. TRADIÇÃO A NON DOMINO (ART. 1.268) Primeira hipótese: Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. Hipótese criada pelo CC-2002 Segunda hipótese: §1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição. Efeito retroativo Hipótese já prevista no CC-1916 Tradição sem efeito translativo da propriedade § 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo. Observância das regras sobre nulidade e anulabilidade dos negócios jurídicos. PERDA DA PROPRIEDADE (ART. 1.275) Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. III - por abandono; Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas respectivas circunscrições. § 1º O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize. § 2º Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os ônus fiscais. IV - por perecimento da coisa; V - POR DESAPROPRIAÇÃO. Direta Decreto desapropriatório Prévia e justa indenização Indireta Afetação de fato da área, pela realização de obras e serviços públicos Declaração Ação publiciana pelo poder público Ação de indenização, por desapropriação indireta, pelo proprietário espoliado
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