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Hemostasia, trombose e embolia - PATOLOGIA

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Cássia Mendes Ataide - UFMS 
DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS – HEMOSTASIA, TROMBOSE E EMBOLIA 
Circulação de sangue e distribuição de líquidos no 
organismo é realizado por veias, artérias e capilares 
 Veias: leva ao coração sangue vindo do corpo; 
suas paredes são mais finas que as das artérias 
 Artérias: levam sangue do coração a todo o 
corpo; suas paredes são espessas e dilatáveis 
 Capilar: os capilares levam sangue aos tecidos 
para fornecer oxigênio às células; eles ligam 
artérias a veias 
HEMOSTASIA 
É o conjunto de mecanismos que permite a fluidez do 
sangue pelos vasos sanguíneos, ou seja, o equilíbrio 
entre fatores pró e anticoagulantes 
Parada ou cessação de um sangramento 
 Natural: hemostasia espontânea 
 Artificial: ligadura ou cauterização de vasos 
lesados 
-Realizado através de plaquetas, fatores de coagulação 
e endotélio do local da lesão vascular → formam um 
tampão fibrinoplaquetário que limita a extensão do 
sangramento 
Plaquetas: 
1. Agregação plaquetária (tampão reversível) - 
fator von Willebrand 
2. Ativação plaquetária (muda a conformação → 
facilita a secreção de grânulos) 
3. Secreção dos grânulos (ADP e TX2) 
Sistema de coagulação: formação de uma rede de 
fibrina 
-Fator von Willebrand (grande glicoproteína 
sintetizada pelo endotélio e megacariócito) - fator VIII 
Sintetizado na matriz extracelular subendotelial 
Sempre que há injúria no vaso sanguíneo, há lesão no 
endotélio, consequentemente exposição da matriz 
subendotelial e do fator von Willebrand 
-Fator tecidual: glicoproteína pró-coagulante que está 
presente na membrana do endotélio, músculo liso e 
fibroblastos → ativa localmente a cascata de 
coagulação (liga fator VII) 
É exposto quando há injúria tecidual 
A cascata de coagulação tem como produto final a 
formação da rede de fibrina 
Sistema fibrinolítico: 
Sistema ativado para quebrar a rede de fibrina e liberar 
todos os componentes agregados 
-Ativador do plasminogênio tecidual (TPA): ativa 
plasminogênio tecidual 
-Uroquinase: ativador plasminogênio 
Plasminogênio: considerado pró-enzima ou zimogênio; 
quando ativado, é convertido é plasmina 
Plasmina: responsável por quebrar as ligações que 
existem na rede de fibrinas 
-Trombomodulina 
Proteína presente na superfície das células endoteliais 
e funciona como cofator para trombina 
É expressa no endotélio reestabelecido após injúria 
Trombina: a princípio, tem expressão pró-coagulante 
(converte fibrinogênio em fibrina). Quando tem 
reestabelecimento do endotélio, a trombomodulina faz 
com que a atividade passe a ser anticoagulante 
 FORMAÇÃO X DEGRADAÇÃO 
 
AS PLAQUETAS 
ESTRUTURA 
Célula discoide anuclear 
Fragmentos do citoplasma de megacariócitos da medula 
óssea 
Maturação de 4-5 dias e meia vida de 9-10 dias 
Invaginações favorecem a exocitose de grânulos 
(rearranjo na arquitetura das plaquetas) 
Membrana bilaminar que contém várias invaginações 
com um sistema canalicular aberto: 
 Ligado intracelularmente a um sistema tubular 
denso, formando uma rede de interconexão 
através da célula (complexo membrânico) 
Cássia Mendes Ataide - UFMS 
 Facilita a secreção dos grânulos 
COMPOSIÇÃO 
Fosfolipídeo plaquetário: membrana plasmática + 
sistema canicular aberto 
Glicocálix (GPs, Ags) 
Glicogênio 
Grânulo elétron-denso: nucleotídeos (ADP), Ca+2, 
serotonina 
Grânulo- específico: fator de crescimento, 
fibrinogênio, fator V, fibronectina, FvW (von 
Willebrand), -tromboglobulina, antagonista de 
heparina (PF 4), trombospondina 
Mitocôndria 
Sistema tubular denso 
Filamentos submembranosos (proteína plaquetária 
contrátil) 
CARACTERÍSTICAS 
Apresentam receptores de glicoproteínas que se ligam 
ao fator von Willebrand → tornam-se ativadas sofrendo 
alterações na sua forma e liberando conteúdos dos seus 
grânulos (ADP e TxA2), que recrutam plaquetas 
adicionais para formação do tampão hemostático 
COAGULAÇÃO 
Vias: intrínseca e extrínseca 
Independente da ativação, o produto final será a 
formação de uma malha de fibrina para conter o 
sangramento local 
 Moléculas de fibrina sofrem polimerização 
 
ENDOTÉLIO 
 
 
 
 
 
 
 
Formação, propagação e dissolução de trombos → o 
balanço entre as atividades anticoagulantes e 
coagulantes do endotélio determina qual formação 
ocorrerá 
ATIVIDADE PRÓ-COAGULANTE DO ENDOTÉLIO 
Cascata de coagulação: 
–  Trombomodulina 
–  Proteína C 
–  Inibidores da vida do fator tecidual 
Anti-fibrinólise: 
– Secreção de inibidores t-PA (ativador do 
plasminogênio tecidual) 
ATIVIDADE ANTICOAGULANTE DO ENDOTÉLIO 
Plaquetas: 
– Prostaciclina 
– Óxido nítrico (NO) 
– Adenosina difosfatase (ADP → AMP) 
Cascata de coagulação: 
– Trombomodulina  
– Receptor de proteína C  
– Molécula semelhante à heparina  
– Inibidores da via do fator tecidual  
Fibrinólise 
– t-PA (ativador plasminogênio tecidual → não pode 
estar inibido) 
ENDOTÉLIO 
Lesões ou exposições a certos mediadores resultam na 
ativação endotelial, estado em que as células 
endoteliais desenvolvem uma superfície pró-
coagulante que pode ser adesiva para células 
inflamatórias e passam a expressar fatores que podem 
causar contração muscular lisa e/ou proliferação e 
síntese de MEC 
 
Atividade anticoagulante 
-Plaquetas 
-Cascata de coagulação 
-Fibrinólise 
Atividade pró-coagulante 
Cássia Mendes Ataide - UFMS 
 
Trombina: 
– Converte fibrinogênio em fibrina 
– Amplifica processo de coagulação por ativar o fator 
XI 
– Estabiliza o tampão hemostático secundário ao 
ativar o fator XIII (entrecruza covalentemente a 
fibrina) 
– Ativação plaquetária 
– Efeitos pró-inflamatórios (PARs tem células 
inflamatórias, endotélio, plaquetas e em outros 
tipos celulares): media reparo tecidual e 
angiogênese 
– Efeitos anticoagulantes: trombina altera sua 
função de pró-coagulante para anticoagulante 
(através da trombomodulina) 
EVENTOS DA HEMOSTASIA 
1. Vasoconstrição arteriolar transitória 
Assim que ocorre uma lesão endotelial, há ativação de 
fatores neuro-humorais → vasoconstrição arteriolar 
transitória para diminuir o fluxo sanguíneo 
Quando o fluxo sanguíneo diminui, diminui o fluxo de 
elementos figurados que poderiam chocar nesse local 
lesionado 
Transitória: para ter tempo necessário para o 
recrutamento de plaquetas e ativação da cascata de 
coagulação para começar o tampão 
Há exposição do FvW → plaquetas que estão passando 
por ali, se ligam ao fator através de glicoproteínas e 
alteram suas formas (discoides → prolongamentos), 
facilitando a agregação 
2. Formação do tampão plaquetário 
 A mudança morfológica plaquetária é mediada pela 
entrada de cálcio 
Equilíbrio entre ADP e AMPc modula a agregação 
ADP liberado pela plaqueta ligada ao FvW se liga a 
receptores de outras plaquetas e as mesmas modificam 
sua forma (sinalização e recrutamento) 
Fibrinogênio (cascata de coagulação) auxilia na 
agregação entre plaquetas 
Agregação primária de plaquetas (no local injuriado/de 
descontinuidade do endotélio): tampão plaquetário ou 
hemostasia primária 
3. Deposição de fibrina 
Hemostasia secundária: deposição de fibrina para fixar 
as plaquetas 
-Exposição do fator tecidual (ativa fator VII da cascata 
de coagulação) → ativa cascata local → leva a ativação 
de trombina, que converte fibrinogênio em fibrina 
A fibrina formada começa a se polimerizar nas 
plaquetas, formando a rede de fibrinas (impede que o 
tampão plaquetário saia do local) 
Há a formação do trombo 
4. Estabilização e reabsorção do tampão 
Com a sedimentação do tampão plaquetário, há uma 
contração e o tampão se torna permanente para 
prevenir de hemorragias posteriores (porém, não pode 
ficar aqui, pois interfere no lumen do vaso sanguíneo, 
atrapalha o fluxo) 
Enquanto há o reparo tecidual, são ativados 
mecanismos para evitarque o trombo se forme e se 
inicia a dissolução de trombos (fibrinólise) 
Na fibrinólise, há ativação do ativador plasminogênio 
tecidual (quebra o plasminogênio em plasmina, que 
degrada a rede de fibrina) e trombomodulina 
CONCEITOS 
Trombose: solidificação do sangue no leito vascular ou 
no interior das câmaras cardíacas, em um indivíduo 
vivo 
Trombo: é a massa sólida de sangue gerada pela 
coagulação sanguínea que pode se formar em qualquer 
território do sistema cardiovascular (cavidades 
cardíacas - na parede do órgão ou nas válvulas - 
artérias, veias e microcirculação) 
-Trombos são friáveis e aderentes à parede do vaso ou 
do coração 
Coágulo: após a morte do indivíduo e por causa da 
parada da circulação sanguínea, o sangue forma 
coágulos 
Cássia Mendes Ataide - UFMS 
-Coágulos são elásticos, brilhantes e não aderentes 
TROMBOS 
A formação de trombos envolve o processo de 
coagulação sanguínea e a atividade plaquetária, 
estando associada a 3 componentes (clássica tríade de 
Virchow) 
-Na maioria dos casos, 2 ou 3 fatores estão implicados 
na formação de trombos 
 
1. Hemostático: fisiológico 
2. Venoso: patológico 
Ocorre em locais de estase sanguínea (flebotrombose) 
Invariavelmente oclusiva 
Veias superficiais: ocorre dilatações varicosas das veias 
safenas e raramente embolizam 
Veias profundas: causam embolia pulmonar e 
consequente infarto pulmonar, associado com 
hipercoagulabilidade 
-Podem causar congestão e edema dolorosos 
-Tendência de embolizar para os pulmões 
3. Arterial: patológico 
Ocorre em locais de turbulência ou de lesão endotelial 
Frequentemente oclusivos 
Localizações mais comuns são coronárias, cerebrais e 
femorais 
Aterosclerose é a principal causa 
Trombos murais no coração e na aorta são propensos 
a embolização 
Cérebro, baço e rins são os órgãos mais acometidos 
devido ao seu grande suprimento sanguíneo 
Podem embolizar e causar infartos a jusante 
Trombos são focalmente fixados na superfície vascular 
(ponto de iniciação) 
A partir disso: 
 Trombos arteriais crescem em sentido 
retrógrado (turbulência) 
 Trombos venosos crescem no sentido do fluxo 
sanguíneo 
A parte em crescimento está, em geral, menos 
firmemente ligada à parede e, portanto, propensa à 
fragmentação e embolização 
Trombo vermelho: estase sanguínea 
Fibrina + plaquetas + hemácias 
Trombo branco: microcirculação 
Fibrina + plaquetas 
EVOLUÇÃO DO TROMBO 
 Propagação 
 Dissolução 
 Embolização (fragmentação) 
 Organização (vaso se adapta ao vaso que não se 
dissolveu) 
 Recanalização (há fibrinólise parcial, restauração 
parcial do fluxo sanguíneo) 
EMBOLIA 
Obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um 
corpo sólido, líquido ou gasoso em circulação e que não 
se mistura com o sangue ou linfa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cássia Mendes Ataide - UFMS 
 TROMBO COÁGULO 
CONCEITO 
Massas de sangue solidificado, de 
tamanhos variados, aderidos à superfície 
onde se formaram, gerada pela 
coagulação sanguínea 
Massas de sangue solidificado, de tamanhos 
variados, não aderidos à superfície onde se 
formaram, gerada pela coagulação sanguínea 
CARACTERÍSTICAS Aderente, friável, foscos 
Elásticos, não aderentes, têm superfície brilhante, 
são contraídos, descolando-se facilmente da 
superfície interna dos vasos ou do coração quando 
manipulados 
FORMAÇÃO 
Formação in vivo 
Qualquer território do sistema 
cardiovascular: cavidades cardíacas (na 
parede do órgão ou nas válvulas), 
artérias, veias e microcirculação 
Após a morte do indivíduo pela parada do fluxo 
sanguíneo 
Formar-se também após hemorragias 
(hematomas)

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