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Parasitas do sistema cardiovascular - MICROBIOLOGIA

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Leonan José – T5 
 MICROBIOLOGIA – BBPM III 
Parasitas do Sistema Cardiovascular – Aline 
OBJETIVOS: 
1. Identificar os principais helmintos (vermes) e protozoários (são os microrganismos parasitas) com manifestação 
ou com ciclo sistêmico. 
2. Memorizar o ciclo biológico desses parasitas, com ênfase em: classificação principal, forma de transmissão, 
localização das formas parasitárias, principais sintomas, diagnóstico e profilaxia. 
 
HELMINTOS 
PLATELMINTOS: vermes achatados 
NEMATELMINTOS: vermes cilíndricos 
 
Quais passam pelo sistema cardiovascular? 
Quase todos, mas o seguinte grupo possui maior 
facilidade de ser estudado no sistema digestório. São 
eles: Wulcheria, Onchocerca, Trichinella 
 
Wuchereria bancrofti – FILARIOSE LINFÁTICA 
É a principal espécie relacionado ao parasitismo 
de vasos linfáticos e sanguíneos. Se fosse parasitismo de 
tecido subcutâneo, a principal seria a Onchocerca – 
também é uma microfilária, mas com algumas 
características diferentes. 
CICLO 
O vetor da filariose é o Culex quinquefasciatus, 
um pernilongo caseiro. Mas eu preciso do paciente 
contaminado + vetor, apenas um não adianta. Uma das 
características do Culex é ter um “bigode” com pelos 
como um espanador. 
 
O culex infectado tem as microfilárias 
(microlarvas, muito pequenas) na sua glândula salivar. A 
fêmea do culex, ao exercer a hematofagia, introduz a sua 
probóscide e inocula substâncias anestésicas e 
anticoagulantes e, junto com elas, as microfilárias. 
Nesse caso, não faz tanta diferença os estágios 
larvais, mas, ao estudar o sistema digestório, os estágios 
serão importantes. As larvas passam por estágios de 
maturação, chamados de L1, L2 e L3, com diferenças 
morfológicas de maturação, pois vão aumentando o seu 
tamanho e sua capacidade de estabelecer a infecção. 
A L3 é a que possui capacidade infectante – um 
ovo com a larva no estágio L1 e L2 não é infectante. 
Logo, toda a parte vermelha do ciclo deve 
acontecer dentro do culex para que a microfilária chegue 
em L3 e infecte outra pessoa – ao picar uma pessoa 
infectada e, logo em seguida, uma não infectada, a 
segunda pessoa não ficará automaticamente infectada, 
pois a microfilária precisa passar de L1 até L3. 
As microfilárias caem na corrente sanguínea e 
vão circulando, entrando na circulação linfática e dando 
origem aos adultos machos e fêmeas. Por serem vários 
adultos, são várias as manifestações clinicas. 
Normalmente, elas vão parar em membros inferiores, 
mas também podem ser membros superiores, seios, 
escrotos, etc., e sua manifestação clínica depende da 
quantidade de machos e fêmeas que chegaram à 
maturação final. Machos e fêmeas no tecido linfático 
fazem a cópula e ocorre a formação de novas 
microfilárias, que vão entrar na corrente sanguínea, 
algumas continuarão dos vasos linfáticos, etc., sendo 
que, quanto maior o parasitismo, maior a quantidade no 
sangue. No sangue, ela será ingerida por outro culex não 
infectado, no qual irão se desenvolver e colonizar o 
interior do culex, sobrevivendo no seu estômago e se 
desenvolver no intestino, se maturar, volta a faringe 
salivar para, quando for se alimentar, inocular as 
microfilárias no próximo hospedeiro. 
OBS: O mais importante é saber os sintomas, 
transmissão para o indivíduo e como o verme se infecta. 
Não há um local especifico para a maturação dos 
adultos, a tendência é MMII por causa da gravidade 
(facilidade em descer, dificuldade em subir). Pode-se 
encontrar em outros órgãos pelo alto número de 
parasitismo. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Adenites: Acometimento dos linfonodos. Os linfonodos 
hipertrofiados tornam-se muito sensíveis e dolorosos 
devido a resposta imunológica pela presença dos 
helmintos, desenvolvendo granulomas com eosinófilos. 
Linfangites: inflamação e dilatação dos vasos linfáticos 
formando varizes, uma vez que os helmintos estão 
obstruindo a passagem linfática. 
Linfoedema: Ao se iniciar as varizes, forma-se as bolsas 
e acumula-se a linfa nos tecidos devido ao retardo 
venoso. 
Derrame linfático: ruptura dos vasos e derramamento. 
Em casos raros, se ocorrer em locais específicos, pode 
 
Leonan José – T5 
 MICROBIOLOGIA – BBPM III 
ocorrer derrame nas vias urinárias (linfúria) ou mais 
raramente nas fezes (linforréia). 
Eosinofilia Pulmonar Tropical (EPT): síndrome causada 
pela migração das microfilárias para o pulmão. Essa 
passagem desencadeia uma resposta inflamatória no 
pulmão com o predomínio de eosinófilos, o que explica 
seu nome. Ou seja, isso é uma resposta imunológica 
exacerbada, desencadeando resposta de tosse. 
 
As manifestações podem se iniciar depois de 6 
meses (inchaço anormal), mas as manifestações mais 
graves (que vemos em fotos) demoram de 20 a 30 anos 
de parasitismo. Isso pode piorar quando os vermes 
adultos morrem pois, enquanto estão vivos, apenas 
dificultam o retorno venoso, mas, quando morrem, gerar 
uma enorme resposta inflamatória, piorando muito o 
quadro. 
 
DIAGNÓSTICO 
A maior chance de ser identificada no esfregaço 
é na madrugada devido a temperatura corporal, por elas 
saem do tecido linfático e ir para a corrente sanguínea. 
Logo, o ideal seria fazer a coleta nas primeiras horas da 
manhã. 
Realiza-se a gota espessa = ao invés de fazer um 
esfregaço (espalhar bem o sangue), espalha-se num 
espaço bem menor. A gota espessa é mais utilizada no 
diagnóstico de malária. 
 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
Ocorre principalmente em áreas tropicais – 
Brasil, África, Índia, China, etc. 
 
Onchocerca volvurus – ONCOCERCOSE 
É um parasita de tecido subcutâneo. No Brasil, o 
primeiro caso autóctone (conterrâneo) foi descrito na 
Região Norte. Isso se deve pelo fato de que os casos 
acontecem próximos aos rios. 
 
CICLO 
 
O vetor é um mosquito chamado Simulium 
guianense “borrachudo” ou “pium”. A fêmea, ao exercer 
a hematofagia, inocula a microfilária do tipo L3. Essa 
microfilária já fica no tecido subcutâneo do local em que 
ocorreu a picada. Elas irão se diferenciar em machos e 
fêmeas, irão copular e formar muitas microfilárias. 
Várias delas irão permanecer nesse tecido subcutâneo, 
formando um nódulo – é como se fosse uma dermatite. 
Mas algumas podem atingir a corrente sanguínea e 
linfática para continuar o ciclo. Na corrente sanguínea, 
são ingeridas por um novo Simulium, colonizando seu 
estômago, atinge seu intestino, se diferencia em L1, L2, 
onde migra para a laringe e as glândulas salivares, se 
diferencia em L3. Logo, a fêmea está pronta para 
reiniciar o ciclo. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Oncocercomas: os helmintos são revestidos por uma 
cápsula de tecido fibroso (sendo essa a resposta 
imunológica), formando os nódulos chamados de 
oncocercomas. Por enquanto, o problema é apenas 
estético, mas, quando começam a morrer, causam 
enorme inflamação. 
Oncodermatite: é causada pela migração através do 
tecido conjuntivo, destruindo-o. Sem a base de 
sustentação, o tecido fica flácido e pode mudar de 
coloração. 
Manifestação ocular: dependendo de onde a 
microfilária parar, pode ser irreversível, levando a 
cegueira. O diagnóstico é visual (ver o helminto e retirá-
lo). Pode-se fazer a biópsia, mas não é muito comum. 
 
No Brasil, ela é mais associada aos indígenas. Na 
África, é um problema tão sério que foram lançadas 
campanhas de alerta e prevenção em forma de selos. 
 
Trichinella spiralis – TRIQUINOSE 
Ele vai formar uma espiral no interior de cistos, 
que vão estar na musculatura de vários animais, 
incluindo o ser humano. É uma infecção pouco 
prevalente. James Paget, estudante de medicina, 
descobre cistos em espiral nos músculos de cadáver em 
estudo, sendo descrito e publicado por seu professor 
sem dá-lo créditos. 
 
CICLO 
Não é uma doença que leva a morte, mas os 
cistos, com outra doença associada, podem levar a 
algum acometimento. 
 Existe o ciclo silvestre onde a Trichinella circula 
entre porcos, roedores, ursos, lobos, etc., sendo que o 
ser humano entra no ciclo ao ingerir a carne desses 
animais contaminados. Ao ingerir acarne malcozida, as 
larvas podem sobreviver. Esse cisto chega no estômago, 
sendo que, ao seu redor, existe uma cápsula fibrosa que 
 
Leonan José – T5 
 MICROBIOLOGIA – BBPM III 
é dissolvida pelo pH estomacal, logo, a larva é libera e 
possui a capacidade de perfurar a mucosa intestinal. 
 
 
 
Ao cair na corrente sanguínea, atinge o sistema 
porta-hepático, pode ir para o coração, pulmão, etc., 
mas o tropismo principal é a musculatura esquelética. Ao 
chegar na musculatura, diferenciam-se em machos e 
fêmeas, ficam enrolados, e ocorre a deposição de tecido 
fibroso ao seu redor. Sua disseminação é baixa, não 
haverá morte por esse motivo. O ciclo termina aqui, não 
é completado. Não há transmissão pessoa a pessoa. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Sintomas de primeiro estágio: náusea, diarreia, vômitos, 
fadiga, febre, dor abdominal. 
Sintomas de segundo estágio: cefaleia, febre, olhos 
vermelhos e lacrimejantes, dor muscular, hemorragias e 
manifestações em pele. Pode haver complicações se os 
cistos forem formados em locais como SNC e coração, 
mas o restante dos sintomas é genérico. 
Características histopatológicas: apenas eles ficam 
enrolados, é uma característica clara. 
 
A: infiltrado celular 
B: cápsula fibrosa ou “nurse cell” 
C: larva 
CURIOSIDADE: é o maior parasita intracelular. 
 
RESPOSTA IMUNOLÓGICA CONTRA HELMINTOS 
Produção e ação de eosinófilos. Eles atacam em 
conjunto. Ao passo que os helmintos liberam as excretas, 
os eosinófilos percebem isso e atacam em conjunto. Eles 
liberam seus grânulos tóxicos para destruir, 
principalmente, a cutícula do helminto. Quando 
conseguem perfurar, ainda mais eosinófilos são 
chamados. Com a liberação do conteúdo tóxico do 
helminto e a morte de célula, outras células estão 
presentes para realizar a limpeza e reparação tecidual. 
 
 
 
PROTOZOÁRIOS 
Toxoplasma gondii – TOXOPLASMOSE 
É um protozoário de grande distribuição 
mundial, sendo que alguns países podem atingir até 80% 
de sorologia positiva (entrar em contato não 
necessariamente é ficar doente) em sua população. 
 Os grupos de risco são: 
1. gestantes (estado de supressão imunológica); 
2. imunocomprometidos (por qualquer motivo). 
 O protozoário apresenta diversas formas ao 
decorrer do seu ciclo. Fora do tecido muscular, ele forma 
uma cápsula e, dentro dela, o protozoário está na forma 
de taquizoítos (forma de bananinha), que atingem a 
corrente sanguínea e invadem o feto, órgãos, etc. 
Ao ir para o músculo, se acumulam numa forma 
esférica e passam a ser chamados de bradizoítos (são os 
taquizoítos em forma de ninho/conjunto) PROVA! 
 
 
 
 
A volta desses taquizoítos à corrente sanguínea 
é chamada de reagudização. Casos de doença clínica são 
menos frequentes (é uma infecção crônica 
assintomática). 
 
 
 
 
Leonan José – T5 
 MICROBIOLOGIA – BBPM III 
CICLO 
Uma coisa que diferencia a toxoplasmose das outras doenças é 
que o hospedeiro definitivo é o gato, não o ser humano (por isso 
também é conhecida como “doença do gato”). O gato pode se infectar 
de várias formas: ingerindo os ninhos de bradizoítos na musculatura de 
roedores, porcos, etc., ou o sangue com taquizoítos, ou o oocisto 
maduro – todas essas três formas vão sobreviver ao pH estomacal e 
vão chegar no intestino do gato. 
Assim, vão entrar no intestino, vão se diferenciar em merozoíto, que irá se diferenciar em macrogameta 
(fêmea) ou microgameta (macho), ocorrerá a fusão no epitélio intestinal, formará um oocisto imaturo e ele sairá para 
a luz intestinal. 
 
Ao defecar, o gato elimina o oocisto imaturo (não infectante). É preciso esperar de 10 a 12 dias no meio 
externo para que o oocisto imaturo se torne maduro, sendo essa a forma infectante para o ser humano, para o gato, 
para o roedor, etc. 
Desse modo, a orientação deve ser dada para se retirar as fezes imediatamente, não entrar em contato direto, 
virar o rosto ao pegar (a contaminação é por ingestão ou inalação), cuidado a locais com areia (pois as fezes 
permanecem por vários dias nesses locais). 
O ser humano se infecta por três formas: 
1. Ingestão ou inalação de oocistos na alimentação, jardins (por ser muito leve, pode voar do quintal vizinho, por 
exemplo), 
2. Ingestão de cistos em carne crua ou malcozida 
3. Congênita ou transplacentária

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