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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE DIREITO
FERNANDO NARCISO DE OLIVEIRA / RA: 317212921
PEÇA ELABORADA
Trabalho apresentado ao Curso de Direito do Instituto de Ciências Sociais e Humanas do Centro Universitário UNA, com intuito de obtenção de pontos para aprovação na disciplina de Prática Jurídica em Direito Penal. Professor: Hassan Magid de Castro Souki.
Belo Horizonte
11/05/2021
CASO
Rita Maria, senhora de 60 anos, foi presa em flagrante no dia 10/11/2018 ao sair da filial de uma grande rede de farmácias após ter furtado cinco tintas de cabelo. Para subtrair os itens, Rita arrebentou a fechadura do armário onde estavam os referidos produtos, conforme imagens gravadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento. O valor total dos itens furtados perfazia a quantia de R$ 49,95 (quarenta e nove reais e noventa e cinco centavos).
Instaurado inquérito policial, as investigações seguiram normalmente. O Ministério Público, então, por entender haver indícios suficientes de autoria, provas da materialidade e justa causa, resolveu denunciar Rita pela prática da conduta descrita no Art. 155, § 4º, inciso I, do CP (furto qualificado pelo rompimento de obstáculo). A denúncia foi regularmente recebida pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital do Estado ‘X’ e a ré foi citada para responder à acusação, o que foi devidamente feito. O processo teve seu curso regular e, durante todo o tempo, a ré ficou em liberdade.
Na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 15/09/2019, o Ministério Público apresentou certidão cartorária apta a atestar que no dia 15/01/2019 ocorrera o trânsito em julgado definitivo de sentença que condenava Rita pela prática do delito de estelionato. A ré, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio.
Em suas alegações finais, pleiteou o Ministério Público a condenação da ré nos termos da denúncia, pleiteando ainda o reconhecimento da agravante da reincidência.
Atento ao caso narrado e levando em conta tão somente as informações contidas no texto, elabore a peça processual cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO X
Processo (…)
RITA MARIA, já devidamente qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, mediante procuração em anexo, vem, à presença de Vossa Excelência, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS com base no artigo 403, §3º do Código de Processo Penal (CPP), pelos fatos e fundamentos a seguir:
I - DOS FATOS
O Ministério Público (MP) denunciou Rita Maria pela prática do delito de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, nos termos do artigo 155, § 4º, inciso I, do Código Penal (CP).
A denúncia foi recebida, a acusada foi citada, e apresentou defesa.
Designada AIJ, a denunciada exerceu seu direito constitucional de permanecer em silêncio.
O MP pugnou pela condenação, nos termos da denúncia.
II - DO DIREITO
II.I - DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Trata-se de denúncia realizada pelo MP, onde Rita Maria foi acusada de ter furtado cinco tintas de cabelo, itens estes que perfazem um total de R$ 49,95 (quarenta e nove reais e noventa e cinco centavos).
Excelência, ocorre que, apesar da conduta praticada pela acusada ser tipificada penalmente de maneira formal, sua conduta é materialmente atípica, inexiste periculosidade social, ademais, a conduta praticada possui grau de reprovabilidade irrisório devido a inexpressividade da lesão ao bem da vida tutelado, a ofensividade dos atos é mínima, é notório a possibilidade de ser aplicado o princípio da insignificância, o que enseja ao caso a excludente de tipicidade.
De acordo com o entendimento Doutrinário: 
"Atualmente, são dois os principais critérios usados na aferição do "pequeno valor".
a) Refere-se ao prejuízo;
b) E relativo ao valor da coisa e não ao prejuízo. Quanto à quantidade que se considera como "pequeno valor", tem-se em vista, geralmente, valor igual ou inferior ao salário mínimo…" (Celso Dalmato, Código Penal Comentado, p.299)"
E o Supremo Tribunal Federal, em seu informativo 610 postulou sobre, que:
"Admite a aplicação do princípio da insignificância, mesmo para o agente que pratica o delito reiteradamente."
Demonstra-se também que se firmou no STJ (informativo 441 - HC 163.004/MG) o entendimento de que: 
"Condições pessoais desfavoráveis, maus antecedentes, reincidência e ações penais em curso não impedem a aplicação desse princípio". 
Sendo assim, há de se dizer que uma vez presente os requisitos objetivos e subjetivos que configuram o princípio da insignificância, não prospera apegar que o passado do agente pode interferir em sua aplicação. 
A defesa requer a absolvição pela conduta não constituir infração penal, nos termos do artigo 386, inciso III, do CPP.
II.II - A NÃO EVIDÊNCIA DE REINCIDÊNCIA
O MP, durante a AIJ apresentou certidão atestando que no dia 15/01/2019 ocorreu o trânsito em julgado de sentença que condenou Rita pela prática de suposto delito de estelionato, e em memoriais requereu o reconhecimento da agravante pela reincidência criminal.
Importante ressaltar que o suposto delito narrado foi praticado no dia 10/11/2018, data anterior ao trânsito em julgado desta sentença penal condenatória deste suposto crime de estelionato a ela imputado, a qual ocorreu somente em 15/01/2019.
Conforme se demonstrou cabalmente, não há que se falar em reincidência criminal, eventualmente a denunciada somente poderia ser considerada reincidente se cometesse novo delito após o trânsito em julgado de sentença condenatória, nos termos do artigo 63 do CP.
A defesa requer o afastamento da agravante de reincidência criminal.
II.III - DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO PRIVILEGIADO
No tocante, caso Vossa Excelência não vislumbre a atipicidade material ou mesmo a atipicidade formal apresentadas, requer que, diante do exposto, e caso seja comprovada a primariedade da acusada, seja aplicado o privilégio previsto no § 2°, do artigo 155 do Código Penal. Segundo o qual: 
"Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena multa."
Segundo a RT 759/575: 
"É possível a aplicação da norma privilegiadora do § 2° do ART. 155 do CP, às hipóteses de furto qualificado (CP art. 155, §4°), desde que satisfeitos os requisitos legais da primariedade e do pequeno valor da coisa subtraída."
Sendo assim, é perfeitamente aplicável o instituto do "furto privilegiado", podendo ser a critério de Vossa Excelência, substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
III - DO PEDIDO
Diante de todo exposto nestes memoriais, requer:
a) A absolvição de Rita, nos termos do art. 366, III, do CPP, não constituindo o fato infração penal, uma vez que não possui tipicidade da conduta - Princípio da insignificância;
b) Eventualmente, pleiteia, caso seja considerado o réu primário, pela aplicação do benefício previsto no §2°, do art. 155, do CP, levando em consideração o pequeno valor da coisa subtraída;
c) Eventualmente, em caso de condenação, requer seja a pena aplicada no seu mínimo legal, em regime de cumprimento inicial aberto (art.33, §2º, alínea “c”, do CP, com a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (artigo 44 do CP.), e a suspensão condicional da pena (artigo 77 do CP).
Nestes termos, pede deferimento.
Local (...), Data (...)
Advogado(…)
OAB(…)

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