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QU Í QU Í QU Í QU Í QU Í QU Í QU Í QU Í QU Í QU Í Qu ím ica 13 2 13 1 13 3 Capítulo 4 Isomeria (PARTE II) ............................................ 306 Exercícios PropostosExercícios Propostos .................................... .................................... 313313 Módulo 13 Isomeria espacial: óptica (I) ........................ 313 Módulo 14 Isomeria espacial: óptica (II) ....................... 317 Capítulo 5 Reações orgânicas (PARTEPARTE I) .......................... 321 Exercícios Propostos .................................... .................................... 325 Módulo 15 Substituição em alcanosSubstituição em alcanos .............................. 325 Gabarito dos exercícios propostosGabarito dos exercícios propostos ................ 328 30 6 P IY AT HE P / I ST OC K Isomeria (PARTE II)4 1. Introdução Você sabe por que não consegue colocar seu sapato direito no pé esquerdo ou sua luva esquerda na mão di- reita? A resposta é simples: porque as mãos, os pés, as luvas e os sapatos apresentam formas destras e canhotas, classificadas como não sobreponíveis, termo estudado em isomeria óptica. 2. Isomeria óptica É a ocorrência de compostos que, apesar de apresenta- rem a mesma fórmula molecular, desviam de forma diferente o plano de propagação da luz polarizada. A luz natural é formada por ondas eletromagnéticas de tal modo que as ondas elétricas vibram em um plano perpendi- cular às ondas magnéticas. À medida que a luz natural cami- nha, os planos de vibração das ondas elétrica e magnética gi- ram em torno do eixo de propagação, apresentando vibrações em todas as direções possíveis. x y Se pudéssemos observar os planos de vibração da luz natural, teríamos o esquema: CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 30 7 PV 2D -1 7- 50 a b c da1b1 c1 d1 Representação de Fresnell Nesse esquema, aa1, bb1, cc1 e dd1 seriam os planos de vibração da luz natural vistos “de frente”. Quando os planos de vibração das ondas elétrica e mag- nética são fixos, a luz recebe o nome de luz polarizada. Luz polarizada é aquela cujas ondas vibram em um único plano (aa1 ou bb1 ou cc1 ou dd1) ou em qualquer outro plano não representado na figura. Para que a luz natural seja polarizada, ela deve atravessar uma lente especial, chamada polarizador. Na prática, o polarizador mais usado é o prisma de Ni- col, construído com dois cristais de calcita e com “bálsamo- -do-canadá”. Esquematicamente, temos: Luz natural Prisma de Nicol Luz polarizada Luz natural Prisma de Nicol Luz polarizada Os compostos que apresentam isomeria óptica tam- bém apresentam assimetria molecular e desviam o plano da luz polarizada. O polarímetro é o aparelho usado na determinação da ati- vidade óptica das substâncias opticamente ativas. Esquematicamente, podemos observar: Prisma Analisador α α Tubo com substância opticamente ativa Ângulo de desvio Fonte Luz polarizada Representação esquemática de um polarímetro Quando a luz atravessa a solução e sofre desvio, a subs- tância é opticamente ativa (SOA ou IOA) e apresenta isome- ria óptica. Se o desvio for à direita, o isômero é chamado de dextrogiro (d ou +); se o desvio for à esquerda, o isômero é chamado de levogiro ( ou –). A assimetria molecular é encontrada em moléculas que apresentam carbono quiral (cheir = mão). Carbono quiral ou assimétrico (C*) é aquele que se liga a quatro ligantes diferentes entre si. A ordem do arranjo desses ligantes em torno do átomo de carbono assimétrico é conhecida como configuração absoluta. b — C — y Em que a ≠ b ≠ x ≠ y x a As propriedades físicas (temperatura de fusão, tempera- tura de ebulição e densidade) de dois isômeros ópticos são iguais, exceto o desvio da luz polarizada. Daí o nome isôme- ros ópticos (isto é, diferem em uma propriedade óptica). Observação O uso da letra d em vez de (+) e da letra em vez de (–) deve ser abandonado, de acordo com a IUPAC, assim como o uso do termo "quiral" em vez de "assimétrico" A. Isomeria óptica com um carbono assimétrico C* OH O OH H H3C C Ácido lático Todo composto que apresenta apenas um único carbono assimétrico na molécula será representado por dois isôme- ros opticamente ativos: um dextrogiro e outro levogiro, cujas moléculas funcionam como objeto e imagem em relação a um espelho plano. H3C COOH OH C H HO HOOC Espelho Ácido lático dextrogiro “objeto” Ácido lático levogiro “imagem” CH3 CH Isômeros ópticos ou enantiomorfos LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 30 8 PV 2D -1 7- 50 A todo isômero dextrogiro corresponde um levogiro; os dois desviam o plano de vibração da luz polarizada do mesmo ângulo para lados opostos. Assim, o primeiro desviará de +αo, e o segundo, de –αo. As moléculas que são imagens especu- lares não sobreponíveis umas das outras são chamadas de enantiômeros (do grego enantio, “oposto”, e meros, “partes”) ou enantiomorfos (do grego morpho, “forma”). As moléculas que não podem se sobrepor às respec- tivas imagens num espelho plano, que são, na verdade, antípodas ópticos (isômeros ópticos), são denominadas assimétricas. Portanto, em um composto cujas moléculas são assimétricas, encontramos moléculas dextrogiras e le- vogiras (enantiômeros), e a única maneira de saber se um isômero óptico é dextrogiro (+) ou levogiro (–) é por meio de um polarímetro. Se misturarmos quantidades iguais de enantiômeros, obteremos uma mistura racêmica, que é opticamente inativa (inativa por compensação externa). Elas são opticamente inati- vas, porque, para cada molécula em uma mistura racêmica que gira o plano de polarização em uma direção, há uma molécula de imagem especular que gira o plano na direção oposta. Levogiro +α +α Dextrogiro –α –α Levogiro +β +β Dextrogiro –β –β O símbolo (±) é usado para especificar uma mistura racê- mica com seu plano de polarização inalterado. Por exemplo, (±)-2-bromobutano indica uma mistura de (+)-2-bromobu- tano e uma quantidade igual de (–)-2-bromobutano. Uma substância opticamente inativa não desvia o plano da luz polarizada. Observe outros exemplos de compostos que apresentam um carbono assimétrico na molécula e que, por isso, são re- presentados por enantiômeros e por racêmico. H OH H H NH2 H H2 Butan-2-ol 1-cloro-2-aminopropano H3C — C — C * — CH3 H3C — C * — C — C B. Isomeria óptica com dois carbonos assimétricos diferentes Exemplo OH H CH3 H3C — C * — C* — C — CH32 3 H3 H Os carbonos de números 2 e 3 são assimétricos e dife- rentes, já que um está ligado ao —OH, e o outro, ao —CH3. Os ângulos de desvio produzidos por eles serão, portanto, dife- rentes. Suponhamos que um seja responsável por um desvio α, e o outro, por β e convencionemos, por exemplo: α > β Se representarmos por sinais (+) e (–) os desvios para a direita e para a esquerda, respectivamente, teremos os se- guintes isômeros possíveis: +α +β + ( + )α β – α – β – ( + )α β – α +β – ( – )α β +α – β + ( – )α β d1 d2 I II III IV 1 2 Se misturarmos quantidades iguais dos enantiômeros d1 e 1, teremos o racêmico r1. Se fizermos o mesmo para os isômeros d2 e 2, teremos o racêmico r2. Outro exemplo de composto com dois carbonos assimé- tricos diferentes é: C* C* CC O OH O OH OH NH2 H H C. Isometria óptica com n carbonos assimétricos diferentes Por meio de suas análises sobre a estereoquímica, Jacobus Van’t Hoff desenvolveu estudos matemáticos para a determinação do número de isômeros opticamente ativos, bem como para a quantidade de racêmicos para qualquer quantida- de de carbonos assimétricos diferentes presentes na estrutura. O número de isômeros opticamente ativos (IOA) e de mis- turas racêmicas (r) é dado por: IOA = 2n e = −r 2 2 ou 2 n n 1 Em que n é o número de carbonos assimétricos diferen- tes presentes em um dado composto. Sendo assim: Número de carbonos Número de isômeros opticamente ativos Número de misturas racêmicas 1 C* 2 (d, ) =1 r 2 2 2 C* diferentes � �� )(4d , d , , 2 1 2 1 2 2 )( =2 r e r 221 2 2 3 C* diferentes 8 d , d , d , d , , ,2 1 2 3 4 1 2 3 43 � � � � � )( =4 r , r , r , r 221 2 3 4 3 n C* diferentes 2n 2 2 n LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 30 9 PV 2D -1 7- 50 As fórmulas apresentadas na tabela não são válidas no caso de o composto apresentar, na molécula, pelo me- nos 2 C* iguais. D. Isomeria óptica com dois carbonos assimétricos iguais Dado, por exemplo, o composto: 2 3 C — C* — C* — C O OH O OH OH H H OH Ácido tartárico Os carbonos de números 2 e 3 são assimétricos, porém iguais. Se considerarmos, portanto, que um deles é responsá- vel por um desvio α do plano de vibração da luz polarizada, o outro também o será. O número de isômeros possíveis será: d + α + α + 2α I – α – α – 2α II meso + α – α III 0 r = d + (em quantidades iguais) O isômero meso é opticamente inativo por compensa- ção interna ou intramolecular (a compensação é dentro da própria molécula, já que um do s C* é dextrogiro, e o outro C* é levogiro). C O OH HHO OHH C Ácido d-tartárico O OH C O OH OHH HHO C Ácido -tartárico O OH C O OH OHH OHH C O OH C O OH HHO HHO C O OH iguais Ácido mesotartárico Conclusão Toda fórmula que apresente dois carbonos assimétricos iguais será responsável por quatro possibilidades, sendo duas substâncias opticamente ativas, uma substância opti- camente inativa e uma mistura racêmica. Assim, para o ácido tartárico, as quatro possibilidades são as seguintes: I. ácido tartárico dextrogiro; II. ácido tartárico levogiro; III. ácido tartárico meso ou ácido tartárico inativo por compensação interna; IV. ácido tartárico racêmico ou ácido tartárico inativo por compensação externa. Outros exemplos de compostos com dois carbonos assi- métricos iguais são: C* C* CH3H3C OH OH H H C* C* CH3H3C H C NH2 C H H NH2 Butan-2,3-diol 3-cloro-2,4-diaminopentano 3. Isometria óptica em compostos cíclicos A isomeria óptica também é observada em compostos cí- clicos. Para que a quantidade de isômeros possa ser determi- nada, devemos considerar a existência do carbono assimétrico. O composto cíclico que apresenta assimetria molecular deve ter carbono com ligantes diferentes. Consideremos o composto: C H C H C — CH3C H H 1 2 3 1-cloro-2-metil-ciclopropano Podemos observar que existem dois carbonos no anel (1 e 2), que podem ser considerados assimétricos. A quanti- dade de isômeros é calculada por: – isômeros opticamente ativos: 2n = 22 = 4; – misturas racêmicas: 2 2 2 2 2 2n = = . Assim, as fórmulas estruturais dos isômeros ficam: CH3C H H H3C H3C C H H Cis-dextrogiro Cis-levogiro CH3 C H H CH H Trans-dextrogiro Trans-levogiro Quando dois carbonos do anel apresentam ligantes iguais entre si, somente a forma trans terá assimetria mole- cular. Consideremos a substância 1,2-dibromo-ciclopropano, representada a seguir. C H H Br — C — C — Br H H LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 0 PV 2D -1 7- 50 Trans-dextrogiro Trans-levogiro H H H H HBr Br H Br H Br Br Br H Br Br cis Objeto e imagem sobreponíveis não apresentam atividade óptica (inativos). A. Compostos com duas duplas-ligações A isomeria óptica é observada nos compostos com duas duplas acumuladas, ou seja, no mesmo átomo de carbono. Tais compostos são denominados alênicos. Exemplos b a d c a ≠ b e c ≠ dC C C C C CC H CH3 H Para observar a assimetria molecular existente, basta fa- zer a seguinte construção espacial: H H CH3C C Primeira ligação π Isômero dextrogiro Espelho plano Mistura racêmica CC Segunda ligação π (perpendicular à 1a) HH CH3 C C Isômero levogiro C C 4. Configuração absoluta e sistema R e S A. Projeção de Fischer É uma forma simplificada de representar os átomos de carbo- no tetraédricos e seus substituintes, em duas dimensões. Nesse método, a molécula é desenhada na forma de cruz, com o átomo central no ponto de intersecção. As linhas horizontais represen- tam as ligações que estão na direção do observador e as linhas verticais, as ligações que se afastam do observador. As estruturas em linhas tracejadas e em cunhas devem ser assim arranjadas para facilitar sua conversão para as projeções de Fischer. Exemplos CBr CH2CH3 CH3 H Estruturas em linhas tracejadas e em cunhas (R)-2-bromo-butano Br CH2CH3 CH3 H Projeção de Fischer CCH3CH2 Br CH3 H Estruturas em linhas tracejadas e em cunhas (S)-2-bromo-butano CH3CH2 Br CH3 H Projeção de Fischer Note que, como existem diversas formas corretas de repre- sentar uma molécula com linhas tracejadas e em cunhas, há várias projeções de Fischer corretas do mesmo centro quiral. B. Moléculas com mais de um centro quiral: diastereoisômeros Muitas moléculas contêm diversos centros quirais. Como a configuração de cada centro pode ser R ou S, várias estruturas são possíveis, todas isômeras. Quantos estereoisômeros são possí- veis para o 2-bromo-3-cloro-butano? São quatro estereoisômeros possíveis, como podemos ver completando um simples exercício de permutação. Cada centro quiral pode ser R ou S e, portanto, são possíveis as combinações RR, RS, SR e SS. Você consegue esta- belecer facilmente a existência de quatro estereoisômeros ao reconhecer que cada substituinte halogênio pode ser colocado à direita ou à esquerda da linha vertical, respectivamente, em um total de quatro combinações. Observe a figura a seguir. C — C 3 2 H3C H C CH3 CH3 CH3 Br Br H S S H CH CH3 CH3 Br H H C (2S, 3S)-2-bromo-3-cloro-butano C — C 32 H3C H CH3C CH3 CH3 Br Br H R R S S R RH C H CH3 CH3 Br H H C (2R, 3R)- 2-bromo-3-cloro-butano C — C 3 2 H3C C CH3 CH3 CH3 Br Br H S R H CH CH3 CH3 Br C H H (2S, 3R)- 2-bromo-3-cloro-butano C — C 32 CH3 C HH3C CH3 CH3 Br Br C R S R R R SH H H CH3 CH3 Br C H H (2R, 3S)- 2-bromo-3-cloro-butano Plano do espelho Enantiômeros Diastereoisômeros Enantiômeros H LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 1 PV 2D -1 7- 50 C. Regras de Cahn-Ingold-Prelog O método de atribuir, de forma correta, a lateralidade das moléculas foi originado por três químicos: R. S. Cahn, C. Ingold e V. Prelog e, por isso, é muitas vezes chamado de “regras de Cahn-In- gold-Prelog”. O sistema de nomenclatura fundamentado na confi- guração absoluta (R) e (S) de cada carbono quiral foi adotado pela IUPAC como o sistema oficial. R e S são derivados do latim rectus e sinistre, que significam “direito” e “esquerdo”, respectivamente. As regras de Cahn-Ingold-Prelog (R) e (S) são usadas para nomear enantiômeros e diastereoisômeros. Essas regras são empregadas para estabelecer a prioridade dos grupos ligados ao centro de quiralidade e são fundamentadas no número atômico. A configuração absoluta (R) e (S) é atribuída com base nos seguintes procedimentos: 1. Desenhar a estrutura de acordo com a projeção de Fischer – ligações horizontais para frente e horizon- tais para trás; 2. Atribuir a prioridade aos quatro substituintes ligados ao estereocentro. Atribuir a cada um dos quatro subs- tituintes uma prioridade 1, 2, 3 ou 4, usando a regra da sequência de modo que 1 > 2 > 3 > 4. Por exemplo, na molécula do cloro-flúor-iodo-metano, temos: I 2 F H C 3 4 1 3. Orientar a molécula no espaço de modo que se possa visualizar a ligação do estereocentro, posicionando-se do lado oposto da ligação de menor prioridade (4). 1 C 2 34 1 C 3 24 Olhando nessa posição, você verá o estereocentro com três substituintes: 1, 2 e 3. Trace um caminho de 1 para 2 e para 3. Se o caminho descrever um movimento no sentido horário, então o estereocentro será chamado R. Se o caminho estiver no sentido anti-horário, o estereo- centro será chamado S. 1 (S) C 2 34 1 (R) C 3 24 Os prefixos R e S são apenas regras convencionais de nomenclatura. Os sinais(+) e (–) referem-se à proprie- dade de atividade óptica experimentalmente. Não há nenhum relacionamento entre a designação R ou S e o sinal da rotação do plano da luz polarizada. Talidomida, C13H10N2O4 O O Talidomida Carbono quiral O O N H * N H A talidomida é uma imida cíclica formada por uma f-talimida e uma glutarimida. Ambas são lac- tamas, isto é, são amidas cíclicas e apresentam o grupo carboxamida. A talidomida, no estado puro, é encontrada como um pó branco, inodoro e pou- co solúvel em água e em etanol a 25 °C. A porção glutarimida dessa substância possui um centro assimétrico, que é o único da molécula. Logo, ela pode existir na forma de enantiômeros (S) ou (R). Talidomida O O 0 NH N O (S)-talidomida O O 0 N H N O (R)-talidomida O O 0 N H N O A talidomida é um fármaco utilizado, hoje em dia, para tratar lúpus, câncer na medula óssea, artrite reumatoide e eritema nodoso hansênico (ENH), que é uma inflamação aguda que pode ocorrer durante o percurso da hanseníase crô- nica, auxiliando na manutenção e na prevenção da reincidência das manifestações cutâneas. Apenas um dos isômeros da talidomida pos- sui os efeitos terapêuticos desejados (R-talido- mida), enquanto o outro (S-talidomida) possui atividade teratogênica. Esse curioso fato foi responsável por uma das grandes tragédias da indústria farmacêutica. A talidomida foi sintetizada, inicialmente, em 1953, pela empresa farmacêutica Ciba A.G., na Alemanha Ocidental. Porém, essa empresa não le- vou adiante os estudos sobre a droga, porque seus testes com animais não demonstraram nenhuma atividade relevante. Após certo tempo, as pesqui- sas com essa droga foram retomadas pela compa- nhia Grünenthal, que lançou o fármaco no merca- do em 1957, como um hipnótico ou sonífero não barbitúrico. Foi comprovado, posteriormente, que ela impedia a liberação do fator TNF-α (fator de necrose tumoral-alfa), que regula algumas células do sistema imunológico (atividade imunomodula- dora) e também que possuía ação antiangiogênica (que inibe a formação de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes). LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 2 PV 2D -1 7- 50 Os principais casos eram de amelia (ausên- cia de membros), focomelia (membros curtos), polidactilia (dedos a mais), sindactilia (dedos a menos), ausência de ossos, anomalias da orelha externa, anomalias oculares (anoftalmia, microf- talmia) e problemas cardíacos congênitos. Mes- mo uma pequena dose, capaz de produzir uma concentração sérica de 0,9 µg/mL, já é suficiente para provocar os efeitos teratogênicos. Após uma revisão da literatura da época, des- cobriu-se que os ensaios pré-clínicos foram su- perficiais e que a droga havia sido testada somen- te em roedores, não sendo testada em animais prenhes, como coelhos e primatas, antes de en- trar para o mercado. Pouco tempo depois de ser retirada e de terem sido feitos novos testes em laboratório, comprovou-se a ocorrência da toxi- cidade fetal em animais. Recentemente, cientistas japoneses do Insti- tuto de Tecnologia de Tóquio, coordenados pelo pesquisador Hiroshi Handa, conseguiram des- vendar como a talidomida interfere no desenvol- vimento dos fetos e provoca a má-formação. Os estudos mostraram que a talidomida se liga a uma enzima chamada de cereblon, importante para o desenvolvimento dos membros nos dois primeiros meses de vida do feto. A ligação inativa a enzima, provocando a má-formação. A talidomida pode ser sintetizada pela reação do anidrido f-tálico com a L-glutamina e com o dimetilformaldeído (a), que forma a N-ftaloil-glu- tamina (1). Esta é, então, ciclizada usando o clo- reto de pivaloil e trietilamina em acetato de etila e gerando a talidomida. O O a bO N O O O O OH NH NH2 O N O O O 1 2 Atualmente, a talidomida é cuidadosamente ad- ministrada em mulheres em período fértil, a fim de evitar problemas na gravidez inicial. Outro problema é que os estereoisômeros se interconvertem no orga- nismo, e, por isso, o problema não se resolve admi- nistrando ao paciente apenas uma das substâncias. Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizar Molecula.php?id=-ebtJyBCgCh3VNKDFzCFkgxxI2YEF8S_PxwCiKgCB6Tnw Lq9Y5DAjpR2te9ZMQUQBQzSuJpQJ90YzL9Tyqq7Qw==>. Adaptado. 01. O alceno de menor massa molar que apresenta, simul- taneamente, isomeria geométrica e isomeria óptica é o a. C4H8 b. C5H12 c. C5H10 d. C6H12 e. C7H14 Resolução H3C — C * — CH2 — CH3 C7H14 H H H C — C — CH3 Alternativa correta: E 02. O número máximo de isômeros ópticos que podem ser representados pela fórmula molecular C3H6BrC é a. 2 b. 3 c. 4 d. 5 e. 6 Resolução H — C* — C — CH3 (1d+1)H2 C Br C — C* — CH3 (1d+1) H Br C H2 C — C* — CH3 (1d+1) H C Br H2 Alternativa correta: E APRENDER SEMPRE 41 LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 3 PV 2D -1 7- 50 Módulo 13 Isomeria espacial: óptica (I) EXERCÍCIOS PROPOSTOS RO TE IR O DE E ST UD OS Leia com atenção Capítulo 4 – Tópicos 1, 2, 2.A e 2.B Ex er cí ci os Série branca 241 242 243 244 246 247 249 250 Série amarela 244 245 247 248 251 252 253 254 Série roxa 251 252 254 255 256 257 258 260 Foco Enem 244 245 247 248 251 254 256 257 241. UFG-GO “... o arranjo dos ligantes ao redor do átomo de carbono é tetraédrico...” Van’t Hoff, 1874. CF3 C C H N H2 1 3 4 5 CH2CH3 CH3 H H Dos carbonos numerados na molécula representada, qual corresponde a um carbono assimétrico? a. 5 b. 4 c. 3 d. 2 e. 1 242. PUC-SP A melanina é responsável pela pigmentação da pele e do cabelo. Em nosso organismo, a melanina é produzida a partir da polimerização da tirosina, cuja estrutura está representa- da a seguir. HO O NH2 OH Sobre a tirosina foram feitas algumas afirmações: I. A sua fórmula molecular é C9H11NO3. II. A tirosina contém apenas um carbono quiral (assimé- trico) em sua estrutura. III. A tirosina apresenta as funções cetona, álcool e amina. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões) a. I e II. b. I e III. c. II e III. d. I. e. III. 243. UPF-RS Para que a estrutura apresentada indique um composto que tenha atividade óptica, devemos substituir os grupos R e R’ por CH3 C C R R' O H a. metil, etil. b. etil, propil. c. hidroxila, metil. d. metil, metil. e. metil, hidrogênio. 244. PUC-RJ C7-H24 A seguir estão representadas as estruturas da tirosina e da tiramina. HO O Tirosina NH2 OH HO Tiramina NH2 Considerando-se essas substâncias, pode-se afirmar que a. são tautômeros. b. são opticamente ativas. c. são isômeros funcionais. d. a tirosina apresenta um carbono assimétrico. e. a tiramina apresenta um carbono assimétrico. 245. UPF-RS A fluazepona de butila é um composto químico formado por moléculas quirais que apresentam dois isômeros com propriedades bastante distintas: um com forte ação herbicida e outro totalmente atóxico para as plantas. A representação de sua fórmula estrutural é mostrada a seguir. CF3 ON O COO(CH2)3CH3 CH3H Com base na análise da fórmula estrutural, considere as seguintes proposições: I. A estrutura representa um composto isômero opti- camente ativo por possuir carbono assimétrico na sua estrutura. II. Os compostos isômeros podem ser diferenciados pela propriedade de desviar o sentido da luz polarizada, e com um polarizador é possível observar o isômero que tem forte ação herbicida e o que é totalmente atóxico para as plantas, ou seja, os isômeros dextrogiro e levogiro. III. O composto químico não representa um caso de tautome- ria, mas apresenta na sua estrutura os grupos correspon- dentes às funções éter, éster, amina e haleto orgânico. IV. Na análise com o polarímetro, verifica-se para o compos- to a presença de três isômeros: um dextrogiro, um levogi- ro e a mistura racêmica. Está correto o que se afirma em a. I, II e III, apenas. b. I, II e IV, apenas. c. I, III e IV, apenas. d. II, III e IV, apenas. e. I,II, III e IV. LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 4 PV 2D -1 7- 50 246. UEPG-PR Assinale o que for correto com respeito aos isômeros da alanina. C — CO2H HO2C — C H2N CH3 H NH2CH3 H d-alanina -alanina 01. Cada isômero apresenta um carbono quiral. 02. São isômeros ópticos. 04. O composto d-alanina desvia o plano da luz polariza- da para a direita. 08. Não são imagens especulares. 16. Uma mistura equimolar desses isômeros representa uma mistura racêmica. Dê a soma dos números dos itens corretos. 247. UCS-RS A talidomida, cuja estrutura química encontra-se repre- sentada, foi comercializada pela primeira vez na Alemanha em 1957. A indústria farmacêutica que a desenvolveu acre- ditou que ela era tão segura que a prescreveu para mulheres grávidas para combater enjoos matinais. Infelizmente, várias gestantes que a utilizaram tiveram bebês com mãos, braços, pés e pernas atrofiados (efeito teratogênico). Posteriormente, verificou-se que a talidomida apresentava quiralidade e que apenas a (–) talidomida era teratogênica, enquanto a (+) tali- domida é que minimizava o enjoo matinal. O O N H O N O A (–) talidomida e a (+) talidomida são a. isômeros de cadeia. b. tautômeros. c. isômeros de função. d. enantiômeros. e. isômeros de compensação. 248. Mackenzie-SP C7-H24 Determinado composto orgânico apresenta as seguintes características: I. Cadeia carbônica alifática, saturada, ramificada e homogênea. II. Tem carbono carbonílico. III. Tem enantiômeros. IV. É capaz de formar ligações de hidrogênio. O composto orgânico que apresenta todas as característi- cas citadas está representado em a. CH3 CH3H3C H3C O O b. CH3 OH H3C O c. CH2 O H3C OH d. CH3 OO OHHO e. OHH CH3 CH3O 249. UFRGS-RS Salvinorina A, cuja estrutura é mostrada a seguir, é um dos mais potentes alucinógenos naturais que se conhece. Esse composto é encontrado na Salvia divinorum, uma plan- ta rara do México. O H H OO O O O CH3 H3C CH3 OCH3 H O A respeito da estrutura da Salvinorina A, considere as se- guintes afirmações: I. Contém anéis heterocíclicos. II. Contém carbonos assimétricos. III. Não apresenta carbonos terciários. Qual(is) está(ão) correta(s)? a. Apenas II. b. Apenas III. c. Apenas I e II. d. Apenas II e III. e. I, II e III. 250. UEPG-PR Assinale o que for correto sobre os isômeros a seguir. O (+)-carvona ou d-carvona H O (–)–carvona ou -carvona H 01. A mistura racêmica desses isômeros é opticamente inativa. 02. Não apresentam carbono quiral. 04. Representam um par de isômeros geométricos. 08. A -carvona é uma molécula simétrica. 16. A d-carvona é o composto que desvia o plano da luz polarizada para a direita, chamado de dextrogiro. Dê a soma dos números dos itens corretos. LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 5 PV 2D -1 7- 50 251. Enem C7-H24 O estudo de compostos orgânicos permite aos analistas definir propriedades físicas e químicas responsáveis pelas características de cada substância descoberta. Um labora- tório investiga moléculas quirais cuja cadeia carbônica seja insaturada, heterogênea e ramificada. A fórmula que se enquadra nas características da molé- cula investigada é a. CH3 – (CH)2 – CH(OH) – CO – NH – CH3 b. CH3 – (CH)2 – CH(CH3) – CO – NH – CH3 c. CH3 – (CH)2 – CH(CH3) – CO – NH2 d. CH3 – CH2 – CH(CH3) – CO – NH – CH3 e. C6H5 – CH2 – CO – NH – CH3 252. UNIFESP O confrei (Symphytum officinale L.) é uma planta utilizada na medicina tradicional como cicatrizante, em razão da presen- ça da alantoína (estrutura 1), mas também tem alcaloides pirro- lizidínicos, tais como o da estrutura 2, os quais são comprova- damente hepatotóxicos e carcinogênicos. O núcleo destacado na estrutura 2 recebe o nome de necina ou núcleo pirrolizidina. O NH2 Estrutura 1 HN O O N H N H H OO H Estrutura 2 Necina N a. Nas estruturas 1 e 2, os grupos funcionais que contêm átomos de oxigênio caracterizam duas funções orgâni- cas. Relacione cada função com o respectivo composto. b. A estrutura 1 apresenta isomeria óptica? Qual é o caráter ácido-básico do grupo necina? Justifique suas respostas. 253. UEMA Deu no noticiário do Bom Dia Brasil: “A polícia civil de São Paulo está à procura de seis mulheres suspeitas de aplicar um golpe conhe- cido como Boa noite, Cinderela”. Boa noite, Cinderela refere-se a um crime que consiste em drogar uma vítima para roubá-la ou es- tuprá-la. As drogas que costumam ser usadas nessa prática são GHB (ácido 4-hidroxibutanoico), Ke- tamina, Rohypnol e clorofórmio (triclorometano). Em comum essas drogas apresentam um efeito de- pressor sobre o sistema nervoso central. Telejornal Bom dia Brasil. São Paulo. TV Globo, 15 set. 2014. Para as duas substâncias destacadas, demonstre se am- bas apresentam carbonos quirais. Justifique sua resposta. 254. Mackenzie-SP C7-H24 O fenômeno da isomeria óptica ocorre em moléculas as- simétricas, que têm no mínimo um átomo de carbono quiral. Os enantiômeros possuem as mesmas propriedades físico- químicas, exceto a capacidade de desviar o plano de uma luz polarizada; por isso, esses isômeros são denominados isômeros ópticos. De acordo com essas informações, o composto orgânico a seguir que apresenta isomeria óptica está representado em a. HO — — CH3 b. OH CH3 CH3H3C c. HO — HO OH N CH3 H d. CH3 H3C CH3 e. CH3 HO 255. Efei-MG O propano (C3H8) é um gás inflamável. A molécula C3H6C2 pode ser considerada derivada do propano, com a substitui- ção de dois átomos de H por dois de C. a. Desenhe os isômeros estruturais do C3H6C2. b. Dê os nomes IUPAC de cada um deles. c. Indique com um asterisco, caso haja, carbonos quirais. 256. UNESP A bioluminescência é o fenômeno de emissão de luz vi- sível por certos organismos vivos, resultante de uma reação química entre uma substância sintetizada pelo próprio orga- nismo (luciferina) e oxigênio molecular, na presença de uma enzima (luciferase). Como resultado dessa reação bioquími- ca é gerado um produto em um estado eletronicamente exci- tado (oxiluciferina*). Esse produto, por sua vez, desativa-se por meio da emissão de luz visível, formando o produto no estado normal ou fundamental (oxiluciferina). Ao final, a con- centração de luciferase permanece constante. Luciferina O Oxiluciferina Oxiluciferina h luciferase+ → → → + 2 * vv nm450 620-( ) O esquema ilustra o mecanismo geral da reação de biolu- minescência de vaga-lumes, no qual são formados dois produ- tos diferentes em estados eletronicamente excitados, respon- sáveis pela emissão de luz na cor verde ou na cor vermelha. BECHARA, Etelvino J. H. e VIVIANI, Vadim R. Revista virtual de química, 2015. Adaptado. LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 6 PV 2D -1 7- 50 De acordo com o texto e utilizando a classificação perió- dica dos elementos, assinale a alternativa que apresenta a massa molar, em g · mol– e o tipo de isomeria presente na luciferina do vaga-lume. Dados: H = 1,01; C = 12,0; O = 16,0; N = 14,0; S = 32,1 a. 274,3 e óptica b. 279,3 e óptica c. 279,3 e geométrica d. 274,3 e geométrica e. 279,3 e tautomeria 257. UPE O uso de drogas tem gerado sérios problemas de saúde e sociais, em muitos casos, resultando na morte dos usuários. Esse é o caso do LSD-25, sigla alemã referente à dietilamida do ácido lisérgico, uma das mais potentes substâncias alu- cinógenas de que se tem conhecimento. A atividade dessa droga está relacionada à sua estrutura, na qual existem dois carbonos esterogênicos, um grupo funcional amina, dois gru- pos amida. Essa molécula interfere no mecanismo de ação da serotonina, um neurotransmissor do cérebro, causando os efeitos alucinógenos e outras complicações. Qual das estruturas representadas corresponde ao LSD-25? a. H O N H NH b. N O O H NH O O c. C O H NH O N d. O O H N N N e. N H C — OH OH NH C O 258. UNESP Analise as fórmulasque representam as estruturas do retinol (vitamina A), lipossolúvel, e do ácido pantotênico (vi- tamina B5), hidrossolúvel. retinol CH3 CH3 CH3 CH3 OH H3C ácido pantotênico OH O HO H3C CH3 H N OH H O Com base na análise das fórmulas, identifique as funções orgânicas presentes em cada vitamina e justifique por que a vitamina B5 é hidrossolúvel e a vitamina A é lipossolúvel. Qual dessas vitaminas apresenta isomeria óptica? Justifi- que sua resposta. 259. PUC/ABC-SP Na sequência são representadas substâncias que são essenciais para o aroma de alguns produtos naturais. O O Carvona Óleo de hortelã Eugenol Óleo de louro HO O O OH O Vanilina Essência de baunilha Anetol Óleo de anis Sobre essas substâncias foram feitas as seguintes afirmações: I. Todas apresentam anel aromático. II. Eugenol, vanilina e anetol apresentam função éter. III. Apenas a carvona apresenta isômeros ópticos. IV. Carvona e vanilina são cetonas. Estão corretas apenas as afirmações a. I e II. b. III e IV. c. II e III. d. II e IV. e. I e III. 260. UFC-CE O ibuprofeno (I) atua como analgésico e anti-inflama- tório, enquanto o alminoprofeno (II) é um derivado do ácido propanoico, que tem utilidade no tratamento de inflamações e doenças reumáticas. COOH H3C CH3 (I) Ibuprofeno CH3 (II) Alminoprofeno HN HO O H3C CH3 H2C a. Considerando-se que ambas as substâncias apresen- tam isomerismo óptico, quantos carbonos assimétri- cos tem cada uma? b. Represente os estereoisômeros para o composto I por meio de projeções de Fischer. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 328. LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 7 PV 2D -1 7- 50 Módulo 14 Isomeria espacial: óptica (II) EXERCÍCIOS PROPOSTOS RO TE IR O DE E ST UD OS Leia com atenção Capítulo 4 – Tópicos 2.C, 2.D, 3, 3.A e 4 Ex er cí ci os Série branca 261 262 263 264 265 266 268 269 Série amarela 264 267 268 270 271 272 273 274 Série roxa 271 273 274 275 276 277 279 280 Foco Enem 262 264 265 268 269 271 272 274 261. UNESP A fermentação da glicose envolve a seguinte reação, re- presentada na forma não balanceada: C O H H — C — OH HO — C — H → H3C — H2C — OH + CO2 H — C — OH H — C — OH CH2OH a. Copie a fórmula estrutural da glicose em seu caderno, assinale com asteriscos os átomos de carbono assi- métrico e indique o tipo de isomeria a eles associada. b. Calcule a quantidade de etanol, expressa em mols, obtida da fermentação completa de 6 mols de glicose. Dados: H 1 u; C = 12 u; O = 16 u 262. PUC-PR Os alimentos ricos em asparagina são, principal- mente, alimentos ricos em proteína. A asparagina é um aminoácido não essencial porque independe da ingestão de alimentos ricos em nutrientes, pois o organismo consegue produzi-lo quando necessário. Uma das funções da asparagina é manter as células do sistema nervoso saudáveis e contribuir para a for- mação e manutenção de ossos, pele, unhas e cabelos, por exemplo. A asparagina serve para formar dentro do organismo novas proteínas de acordo com a ne- cessidade do organismo em cada momento. Disponível em: <http://www.tuasaude>. Analise o texto e a fórmula da asparagina apresentada a seguir. Dado: número atômico: H = 1; C = 6; N = 7; O = 8 OH O O H2N H2N Assinale a alternativa correta. a. Podemos encontrá-la em alimentos como carne e leite, apenas. b. Apresenta dois isômeros ópticos ativos, sendo possível a obtenção de uma mistura racêmica, a qual é optica- mente ativa, ou seja, desvia o plano de luz polarizado. c. Apresenta um isômero dextrogiro e dois isômeros levogiros. d. Apresenta as seguintes funções orgânicas: amina, amida e ácido carboxílico. e. Apresenta a função amina, a qual caracteriza seu ca- ráter ácido. 263. PUC-SP Quantos isômeros ópticos (não conte as misturas racê- micas) tem o composto seguinte? C CH CH CH COOH CH3 OH C O HO a. 2 b. 4 c. 6 d. 8 e. 10 264. Unifor-CE C7-H24 A alanina (ácido 2-amino-propanoico) é um aminoácido que faz parte da estrutura das proteínas. Em relação à ocor- rência de estereoisomeria, pode-se afirmar que a alanina apresenta um número de estereoisômeros igual a H3C NH2 Alanina OH O a. 0 b. 2 c. 4 d. 6 e. 8 265. Cefet-MG Considere que as substâncias e misturas equimolares seguintes foram analisadas em um polarímetro. I II III IV IV CH3(CH2)4CH3 e CH3(CH2)5CH3 HO HOOC COOH OH HH 2-metil-fenol e 3-metil-fenol C H Não apresenta desvio do plano da luz polarizada igual a zero a substância/mistura a. I b. II c. III d. IV e. V LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 8 PV 2D -1 7- 50 266. Quantos isômeros opticamente ativos podem existir cor- respondendo à fórmula a seguir? C — C — C — C OH O H C H HH — O O a. 2 b. 4 c. 6 d. 8 e. 10 267. IFSC Um dos aminoácidos presentes nas proteínas que ingerimos é a fenilalanina. Após ingerido, o fígado transforma parte do aminoácido fenilalanina em tiro- sina, outro aminoácido. Este último é necessário para a produção de melanina (pigmento que dá cor escura à pele e aos cabelos) e de hormônios como adrenali- na, noradrenalina e tiroxina. Nos portadores de uma doença genética denominada fenilcetonúria, o fígado apresenta uma deficiência que não permite a conver- são de fenilalanina em tirosina. Isso eleva os níveis de fenilalanina presentes no sangue, provocando ou- tras desordens no organismo. [...] O teste do pezinho permite diagnosticar precocemente a fenilcetonúria e evitar sérios problemas de saúde para a criança. PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química na abordagem do cotidiano. 3. ed. São Paulo: 2003. C Fenilalanina H N C OH CH2 OH H Leia, analise as seguintes proposições e assinale o que for correto. 01. Um aminoácido obrigatoriamente apresenta um gru- po amina e um grupo álcool carboxílico, podendo ou não estar protonados. 02. A molécula de fenilalanina apresenta um carbono as- simétrico, portanto tem um isômero óptico. 04. O nome IUPAC dessa molécula apresentada é ácido 2-amino-3-fenil-propanoico. 08. Podem ser identificadas nessa molécula as funções orgânicas amina, fenol e ácido carboxílico. 16. A fórmula química da fenilalanina é C9H11NO2. Dê a soma dos números dos itens corretos. 268. UNESP C7-H24 O espectro solar que atinge a superfície terrestre é for- mado predominantemente por radiações ultravioletas (UV) (100-400 nm), radiações visíveis (400-800 nm) e radiações infravermelhas (acima de 800 nm). A faixa da radiação UV se divide em três regiões: UVA ( 320-400 nm), UVB (280-320 nm) e UVC ( 100-280 nm). Ao interagir com a pele humana, a radia- ção UV pode provocar reações fotoquímicas, que estimulam a produção de melanina, cuja manifestação é visível sob a for- ma de bronzeamento da pele, ou podem levar à produção de simples inflamações até graves queimaduras. Um filtro solar eficiente deve reduzir o acúmulo de lesões induzidas pela radiação UV por meio da absorção das radia- ções solares, prevenindo assim uma possível queimadura. São apresentados a seguir as fórmulas estruturais, os nomes e os espectros de absorção de três filtros solares orgânicos: Ácido p-aminobenzoico (PABA) Filtor solar 1 O HO NH2 100 280 Ab so rb ân ci a 300 400 0,2 0,4 0,6 Comprimento de onda (nm) 100 280 300 400 0,2 0,4 0,6 Metoxicinamato de 2 etil-hexila (octildimetilPABA) Filtro solar 2 O O N Ab so rb ân ci a Comprimento de onda (nm) 100 280 300 Comprimento de onda (nm) 400 0,2 0,4 0,6 Ab so rb ân ci a Filtro solar 3 1-(4-terc-butilfenil)-3-(4-metoxifenil) propano-1,2-diona (BMDM) O OH OCH3 FLOR, Juliana et al. Protetores solares. Quím. Nova, 2007. Adaptado. Dentre os três filtros solares orgânicos citados, apresen- tam tautomeria e isomeria óptica, respectivamente, a. PABA e octildimetilPABA. b. BMDM e PABA. c. BMDM e octildimetilPABA. d. PABA e BMDM. e. octildimetilPABA e BMDM. LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 31 9 PV2D -1 7- 50 269. Responda aos seguintes itens sobre isomeria óptica. a. Qual a fórmula estrutural e o nome oficial dos isôme- ros ópticos que têm a fórmula molecular C5H8? b. Quantos isômeros ópticos têm o haleto orgânico 2,3-diclorobutano? 270. Unicamp-SP As plantas necessitam se comunicar com insetos e mesmo com animais superiores na polinização, frutificação e matura- ção. Para isso, sintetizam substâncias voláteis que os atraem. Um exemplo desse tipo de substância é o 3-penten-2-ol, encon- trado em algumas variedades de manga, morango, pêssego, maçã, alho, feno e até mesmo em alguns tipos de queijo, como, por exemplo, o parmesão. Alguns dos seus isômeros atuam também como feromônios de agregação de certos insetos. a. Sabendo que o 3-penten-2-ol apresenta isomeria cis- -trans, desenhe a fórmula estrutural da forma trans. b. O 3-penten-2-ol apresenta também outro tipo de iso- meria. Diga qual é e justifique a sua resposta utilizan- do a fórmula estrutural. 271. UFRGS-RS C7-H24 A sarcomicina, cuja estrutura química está desenhada a seguir, é um antibiótico que apresenta ação contra tumores. O CO2H CH2 H Sarcomicina Quantos isômeros opticamente ativos são possíveis para a sarcomicina? a. Um b. Dois c. Três d. Quatro e. Nenhum 272. Qual o número de carbonos quirais em cada composto a seguir? Justifique indicando os carbonos assimétricos com uma seta. a. b. OH C c. OH OH d. C C 273. UEM-PR Isoleucina, leucina e valina são aminoácidos essenciais, ou seja, aminoácidos que não são produzidos pelo nosso organismo. Assim, nós precisamos ingeri-los por meio de ali- mentação ou por suplemento alimentar. Com base na estrutu- ra química dos aminoácidos, assinale o que for correto. O Leucina OH H H2N Isoleucina OH NH2 O O Valina OH H H2N 01. A carbonila é um grupo funcional presente nas estru- turas dos aminoácidos. 02. A leucina tem um substituinte isobutil e a valina, um substituinte isopropil. 04. Cada um dos aminoácidos citados tem em sua estru- tura um centro quiral. 08. A molécula da isoleucina pode existir sob a forma de dois isômeros ópticos. 16. A leucina e a isoleucina são isômeros constitucionais de posição. Dê a soma dos números dos itens corretos. 274. UPE C7-H24 A imagem a seguir indica a sequência de uma simulação computacional sobre a análise de uma propriedade física exi- bida por um fármaco. Disponível em: <http://www.quimica.ufc.br/sites/ default/files/flash/polarimetro_3sfw> Entre os fármacos indicados a seguir, qual(is) exibe(m) resposta similar ao observado nessa simulação? O CH3 Captopril H O HS H OH N Paracetamol O HO H N a. Captopril b. Ibuprofeno c. Paracetamol d. Captopril e ibuprofeno e. Todos os fármacos apresentados LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 4 QU ÍM IC A 13 3 32 0 PV 2D -1 7- 50 275. UEL-PR Leia o texto. A atividade óptica foi um mistério fundamental da matéria durante a maior parte do século XIX. O físico francês, Jean Baptist Biot, em 1815, desco- briu que certos minerais eram opticamente ativos, ou seja, desviavam o plano de luz polarizada. Em 1848, Louis Pasteur foi além e, usando um polarí- metro, percebeu que o fenômeno está associado à presença de dois tipos de substâncias opticamente ativas: as dextrogiras (desvio do plano de luz para a direita) e as levogiras (desvio do plano de luz para a esquerda). As observações de Pasteur come- çaram a se conectar com outras anteriores, como as de Schelle que, em 1770, isolou o ácido lático opticamente inativo do leite fermentado, e Berze- lius que, em 1807, isolou a mesma substância de músculos, porém com atividade óptica. GREENBERD, A. Uma breve história da química da alquimia às ciências moleculares modernas. Trad. de Henrique Eisi Toma, Paola Corio e Viktoria Klara Lakatos Osório. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 2009. p. 297-299. C CH3 H OH OH C O Fórmula estrutural do ácido lático Com base no texto e nos conhecimentos sobre isomeria óptica, assinale a alternativa correta. a. Os isômeros ópticos do ácido lático têm propriedades físico-químicas diferentes, como pontos de fusão e ebulição. b. O ácido lático isolado do músculo por Berzelius era op- ticamente ativo porque tinha plano de simetria. c. O ácido lático tem dois carbonos quirais e dois isôme- ros ópticos que são diastereoisômeros. d. O ácido lático, do leite fermentado, isolado por Schelle, pode formar até duas misturas racêmicas. e. O ácido lático, do leite fermentado, isolado por Schelle, tinha os dois enantiômeros em quantidades iguais, a mistura racêmica. 276. UFC-CE Alcaloide extraído do ópio, a morfina é utilizada para ali- viar as dores em pacientes terminais. Com relação à estrutura da morfina, responda: HO HO Mor�na O H N CH3 a. Quantos anéis tem a estrutura? b. Quantos anéis são heterocíclicos? c. Quantos anéis são aromáticos? d. Quais as funções orgânicas presentes? e. Quantos átomos de carbono são assimétricos? 277. UFPE A molécula de ingenol é um produto natural extraído de plantas, e seus derivados apresentam inúmeras atividades biológicas, como, por exemplo, agentes antileucêmicos e ini- bidores da reprodução do vírus causador da imunodeficiência humana. Somente após 16 anos de pesquisas é que a sua síntese total foi finalizada e envolveu 43 etapas com rendi- mento médio de 80% por etapa. Sobre a estrutura molecular do ingenol , assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as alter- nativas a seguir. OH O H H H HO HO OH ( ) Apresenta cinco átomos de carbono e um átomo de oxigênio com hibridização sp2. ( ) Apresenta oito centros assimétricos (quirais ou este- reogênicos). ( ) Apresenta funções álcool, aldeído e alqueno. ( ) Apresenta anéis de quatro, cinco e sete membros. ( ) Apresenta isomeria espacial cis-trans. 278. Que número de isômeros ópticos e número de misturas racêmicas são possíveis para a sacarose? CH2OH H O OH H H OH Sacarose H OH O O H CH2OH H OH H CH2OH H OH 279. UFRR Em artigo publicado em 1968 na revista Science, Linus Pauling criou o termo “psiquiatria ortomolecular”, fundamenta- do no conceito de que a variação da concentração de algumas substâncias presentes no corpo humano estaria associada às doenças mentais. Por exemplo, sabe-se hoje que a variação da concentração de ácido glutâmico (C5H9NO4) tem relação com diversos tipos e graus de problemas mentais. A respeito do áci- do glutâmico, são feitas as seguintes afirmações: • Apresenta cadeia normal com cinco átomos de carbono. • É um ácido dicarboxílico saturado. • Apresenta um grupamento amino. • Apresenta carbono quiral. Escreva a fórmula estrutural desse ácido. 280. IME-RJ Desenhe as fórmulas estruturais espaciais de todos os isômeros do dimetilciclopropano, escrevendo as respectivas nomenclaturas IUPAC. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 329. LI VR O DO P RO FE SS OR 32 1 IS AK 55 / IS TO CK Reações orgânicas (PARTE I)5 1. Introdução As substâncias orgânicas sofrem processos de transfor- mação química da mesma maneira que aquelas classificadas como inorgânicas, ou seja, também requerem a quebra ou cisão das ligações existentes nos reagentes e a formação de novas ligações químicas, gerando os produtos. Assim, um reagente determinado (chamado de “atacante”) atuará na parte mais instável do composto orgânico, causando a quebra de sua(s) ligação(ões) e formando um novo composto. Logo, dependendo da estrutura orgânica, uma reação química apresentará um ca- minho, denominado mecanismo de reação, que melhor e mais rapidamente promoverá o aparecimento de novas substâncias. 2. Rupturas homolítica e heterolítica Uma ligação química é formada por um par de elétrons; podemos ver, com facilidade, que, quando uma ligação se rompe, essa ruptura (ou cisão) pode ocorrer de duas formas diferentes. Veja essas formas a seguir. • Ruptura homolítica (homólise): a ligação química entre dois átomos rompe-se exatamente “nomeio”, promovendo a formação de duas estruturas neutras, denominadas radicais livres. Esses radicais livres, por apresentarem elétrons desemparelhados, ata- cam estruturas orgânicas estáveis e, principalmen- te, saturadas e não polares. CA P. 5 QU ÍM IC A 13 3 32 2 PV 2D -1 7- 50 Cisão homolítica H Radical livre H H H Radical livre • Ruptura heterolítica (heterólise): a ligação química en- tre dois átomos não se rompe “no meio”, promovendo a formação de duas estruturas carregadas eletricamente, denominadas reagente eletrófilo (positivo) e reagente nucleófilo (negativo). Esses reagentes, por apresenta- rem cargas elétricas, atacam estruturas orgânicas que têm polaridade ou mesmo partes estruturais de eleva- da densidade eletrônica (ligações duplas ou triplas). Cisão heterolítica H [H]+ Reagente eletró�lo H [H ]– Reagente nucleó�lo Nucleófilo é um reagente que fornece um par de elétrons para a formação de uma ligação covalente. Eletrófilo é um reagente que recebe um par de elétrons para a formação de uma ligação covalente. 3. Alcanos ou parafinas São compostos orgânicos constituídos apenas por átomos de carbono e de hidrogênio, desprovidos de instauração. Quan- do acíclicos, os alcanos apresentam a fórmula geral: CnH2n + 2, em que n representa o número de carbonos. São conhecidos como parafinas (do latim parum affinis, “pouca afinidade”, isto é, pou- co reativo), porque apresentam pouca tendência a se combina- rem, em razão de sua baixa polaridade. Nos alcanos, existem apenas ligações covalentes C–C e C–H; a estrutura dos carbo- nos é tetraédrica e os ângulos de ligação são todos de 109°28’, características que lhes conferem grande estabilidade. A. Propriedades físicas dos alcanos A temperatura de ebulição aumenta de 20 a 30 °C para cada carbono adicionado à cadeia. Em condições ambientes, verificam-se os três estados físicos: gases (de 1 a 4 carbonos), líquidos (de 5 a 18 carbonos) e sólidos (mais de 18 carbonos). No caso dos alcanos isômeros, quanto mais ramificada for a cadeia, mais baixa será a temperatura de ebulição, por causa da diminuição da superfície de contato entre as molé- culas. A temperatura de fusão também aumenta com o tama- nho da cadeia carbônica, porém esse aumento não é muito regular como o que ocorre na temperatura de ebulição. Para a densidade, valem, praticamente, as mesmas con- siderações feitas para a TE; porém, quanto mais ramificada for a cadeia, maior será a densidade. H — C — C — C — C — H H H H H H H H H H — C — C — C — H H H HH H C H H H Butano Metilpropano Propriedade Butano Metilpropano Temperatura de fusão –138,4 °C –159,4 °C Temperatura de ebulição –0,5 °C –11,6 °C Densidade (0 °C, 1 atm) 0,60 g/cm3 0,55 g/cm3 Os alcanos são menos densos que a água, já que as in- terações entre suas moléculas são mais fracas, ocasionando maior distanciamento intermolecular. São solúveis em sol- ventes não polares (são hidrofóbicos), dissolvendo-se em substratos, como o benzeno, o CC4, o CS2, o éter dietílico etc. Assim, os alcanos respeitam a regra básica de solubilidade: “semelhante dissolve semelhante". Nesse caso específico, pode-se aplicar a regra: “não polar dissolve não polar”. B. Fontes naturais de alcanos Petróleo Definido como sendo uma mistura de hidrocarbonetos, o pe- tróleo é, com certeza, a maior fonte natural de alcanos, caracteri- zando-se como um líquido escuro, oleoso e constituído de uma variedade muito grande de compostos orgânicos, predominando hidrocarbonetos de 1 a 30 (ou até 40) átomos de carbono. Gás natural A expressão "gás natural" é usada para designar gases acumulados no subsolo, de composição muito variável, os quais estão ou não associados à presença de óleo. É outra fonte de alcanos. Sua composição varia conforme o lugar onde se forma. É constituído principalmente do CH4 (metano). Desprende-se da crosta terrestre nas regiões pe- trolíferas, sendo a maior fonte natural de metano. Esse com- posto também aparece em pequenas quantidades nas minas de carvão, o que constitui um sério perigo, já que sua mistura com o ar (chamada grisu), em dada proporção, é explosiva, podendo causar explosões catastróficas, que, algumas ve- zes, acontecem em jazidas de carvão. O metano faz parte dos gases intestinais, especialmente dos herbívoros, porque resulta da decomposição da celulose. C. Reações de substituição em alcanos Por apresentarem elevada estabilidade, os alcanos parti- cipam de poucas reações, e essas só ocorrem em condições rigorosas e, normalmente, resultam das misturas de produtos. Em virtude, sobretudo, da estrutura da cadeia carbônica (um “esqueleto” de carbonos rodeado por átomos de hidrogê- nio), as reações dos alcanos ocorrem por meio de um ataque via radical livre. No fim da reação, obtêm-se produtos da subs- tituição de átomos de hidrogênio do alcano por outros átomos ou grupos de átomos. É importante observar que o hidrogênio mais facilmente substituível é aquele ligado ao carbono terciário, e o mais di- ficilmente substituível é o ligado ao metano. Temos, portanto, a seguinte ordem decrescente, de acordo com a facilidade de substituição do hidrogênio: Cterciário > Csecundário > Cprimário > CH4 Observação Com a saída de hidrogênio, verifica-se a formação de radicais, que são derivados de um alcano. A estabilidade de LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 5 QU ÍM IC A 13 3 32 3 PV 2D -1 7- 50 um radical está relacionada ao alcano que o originou. Se a fa- cilidade da retirada de átomos de hidrogênio se coloca pela ordem: terciário > secundário > primário > CH4, da mesma maneira também se deve colocar a ordem de facilidade de for- mação dos radicais: terciário > secundário > primário > CH3. Portanto, quanto mais estável for um radical, mais facil- mente ele será formado. C.1. Reação de halogenação É uma reação de substituição que, nesse caso, ocorre en- tre alcanos e halogênios (VIIA – F2; C2; Br2; I2). A reatividade desses halogênios, nas abstrações de hidrogênio, está rela- cionada com suas eletronegatividades, sendo o flúor o mais reativo e o iodo o menos reativo (F > C > Br > I). Observação Como os halogênios apresentam uma coloração caracte- rística, no decorrer das reações de substituição, observa-se uma diminuição da coloração do meio. – F2 → Gás amarelo – C2 → Gás esverdeado – Br2 → Líquido castanho – I2 → Sólido violeta escuro Na reação de mono-halogenação com alcanos menores (1 e 2 carbonos na cadeia), pode-se prever o aparecimento de um único tipo de produto orgânico. A seguir, é apresentado o mecanismo completo de substituição, via radical livre, durante a cloração (halogena- ção) do metano. Primeira etapa: C • • C UV ∆ 2 C• cisão homolítica Segunda etapa: H3C • • H + • C H3C • + HC Terceira etapa: H3C • + C• • C H3C — C + C• Mecanismo de cloração do metano, resultando na obtenção do clorometano. O radical livre C·, formado na terceira etapa, reage com o hidrocarboneto, conforme descrito na segunda etapa. Se for aumentada a proporção de halogênios, forma-se uma mistura de mono, di, tri ou poli-halogênios em alcanos. Na reação com metano e cloro, por exemplo, será formada uma mistura de derivados clorados do metano. H — C — H + C — C H — C — C + HC H H H H UVMonocloração do metano H — C — H + C — C H — C — C + HC C H C H Monocloração do clorometano C — C — H + C — C C — C — C + HC C H C H Monocloração do diclorometano C — C — H + C — C C — C — C + HC C C C C Monocloração do triclorometano A velocidade das reações de halogenação pode aumentar na presença de luz solar ou ultravioleta. Já os alcanos com três ou mais átomos de carbono so- frem essa reação, fornecendo uma mistura de compostos, na qual a reação que aconteceu no carbono mais reativo ocorre em maior quantidade. H3C — CH2 — CH3 — C2 UV 25 ºC H3C — CH2 — CH2 + H3C — CH — CH3 11-cloropropano 45% 55% (produto principal: formado em maior proporção) 2-cloropropano2 C C H3C — CH — CH3 — C2 CH3 UV H3C — CH2 — CH2 + H3C — C — CH3 1-cloropropano 36% 64% 2-cloropropano (produto principal: formado em maior proporção) 1 2 C C CH3 CH3 No primeiro caso, que constitui a monocloração do propano, observa-se que o 2-cloropropano é formado em quantidade maior que o 1-cloropropano. As ligações C—H se- cundárias são, no entanto, mais fracas do que as primárias (∆H0 = 98,5 versus 101 kcal · mol–1). A abstração do hidrogê- nio secundário é, portanto, mais exotérmica e tem uma barreira de ativação menor. É razoável esperar que os hidrogênios se- cundários reajam mais rapidamente do que os primários, com produção de mais 2-cloropropano do que de 1-cloropropano. C.2. Reação de nitração Outra reação de grande importância comercial é a nitração de alcanos, para originar nitroparafinas ou nitroalcanos. Geral- mente, essa reação é realizada na fase de vapor, a temperatu- ras elevadas, de aproximadamente 400 °C na presença de luz. Reação de alcanos com ácido nítrico (HNO3 ou HO – NO2): H — C — C — C — H + HO — NO2 HOH + H3C — C — CH3 H H H H H H NO2 H 2-nitropropano A nitração de alcanos segue o mecanismo dos radicais livres. H3C — C — H + H — O — NO2 + H3C — C – + H — O — NO2 H •• •• •• CH3 H3C — C — H H CH3 H NO2 CH3 Nitroisopropano Captura de um próton (formação do carbânion) Ataque do carbânion ao nitrogênio e saída de uma molécula de água H2O C.3. Reação de sulfonação Mecanismo reacional semelhante ao discutido no item an- terior; a única diferença é que o ácido usado é o sulfúrico na presença de luz. LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 5 QU ÍM IC A 13 3 32 4 PV 2D -1 7- 50 Reação de alcanos com ácido sulfúrico (H2SO4 ou HO – HSO3): H — C — C — C — H + HO — HSO3 HOH + H3C — C — CH3 H H H H H H HSO3 H Ácido 2-propanossulfônico Tanto nas reações de nitração como nas de sulfonação, o subproduto inorgânico será a água. H3C — C — H + H — O — SO3H + H3C — C – + H — O — SO3H H •• •• •• CH3 H3C — C — H H CH3 H SO3H CH3 Ácido isopropilssulfônico Captura de um próton (formação de um carbânion) Ataque do carbânion ao enxofre e saída de uma molécula de água H2O 01. UFV-MG A monocloração de um alcano, em presença de luz ultravioleta, produziu os compostos 2-cloro-2-metilpro- pano e 1-cloro-2-metilpropano. O nome do alcano é a. isopropano. b. metilbutano. c. pentano. d. butano. e. metilpropano. Resolução H3C — CH — CH3 + C2 CH3 UV H3C — CH — CH2 + H3C — C — CH3 1-cloro-2-metilpropanoMetilpropano 2-cloro-2- -metilpropano 1 2 C C CH3 CH3 Alternativa correta: E APRENDER SEMPRE 42 LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 5 QU ÍM IC A 13 3 32 5 PV 2D -1 7- 50 Módulo 15 Substituição em alcanos EXERCÍCIOS PROPOSTOS RO TE IR O DE E ST UD OS Leia com atenção Capítulo 5 – Tópicos 1, 2, 3, 3.A, 3.B, 3.C, 3.C.1, 3.C.2 e 3.C.3 Ex er cí ci os Série branca 281 282 283 284 285 287 288 289 Série amarela 284 285 286 288 290 291 293 294 Série roxa 291 292 293 294 295 297 298 300 Foco Enem 283 284 287 288 289 291 292 297 281. Cesgranrio-RJ Observe o 3-metil-pentano, cuja estrutura está repre- sentada a seguir: H3C CH2 CH2 CH3 54321 6 CH CH3 Nesse composto, o hidrogênio mais facilmente substituí- vel por halogênio está situado no carbono de número a. 1 b. 2 c. 3 d. 4 e. 6 282. UERN A reação de substituição entre o gás cloro e o propano, em presença de luz ultravioleta, resulta como produto princi- pal o composto a. 1-cloropropeno. b. 2-cloropropano. c. 1-cloropropano. d. 2-cloropropeno. 283. UECE O produto orgânico obtido preferencialmente na mono- cloração do 2,4-dimetilpentano é o a. 1-cloro-2,4-dimetilpentano. b. 5-cloro-2,4-dimetilpentano. c. 3-cloro-2,4-dimetilpentano. d. 2-cloro-2,4-dimetilpentano. 284. FCC-SP C5-H24 A seguir são dadas algumas etapas da reação entre bro- mo e hidrocarboneto: Br : Br + energia → 2 Br· Br· + R : H → R· + H : Br R· + Br : Br → R : Br + Br· A análise dessas etapas revela que o hidrocarboneto R : H está sofrendo a. despolimerização. b. substituição. c. eliminação. d. craqueamento. e. adição. 285. UFG-GO Os hidrocarbonetos saturados apresentam pouca rea- tividade, sendo, por isso, chamados parafínicos. Podem, entretanto, sofrer reação de substituição radicalar, como a halogenação. a. Escreva a equação de substituição radicalar entre o alcano de menor massa molar e o cloro molecular. b. Escreva os nomes IUPAC dos possíveis produtos des- sa reação. 286. UFAM O 2-metil-propano, ao reagir com gás cloro, na presença de luz, e a 25 °C, terá dois compostos isômeros de proporções diferentes. São eles a. cloreto de butila e cloreto de terc-butila. b. cloreto de isobutila e cloreto de terc-butila. c. cloro-butano e 2-cloro-butano. d. cloreto de isopropila e cloreto de metilpropila. e. 1-cloro-1-metil-propano e 2-cloro-2-metil-propano. 287. Unicap-PE (adaptado) Assinale a alternativa incorreta. a. Os alcanos, de maneira geral, são pouco reativos, por causa do seu caráter não polar. b. As reações típicas dos alcanos são reações de substi- tuição por radicais livres. c. Na cloração do metano, obtém-se o clorometano, que é um excelente solvente orgânico não inflamável. d. O nitrometano é uma substância utilizada para melho- rar a qualidade de alguns combustíveis. O nitrometano pode ser obtido por nitração do metano. e. A sulfonação de um alceno é um processo no qual o ácido empregado é o ácido cloroso. 288. FGV-SP C5-H24 A monocloração do composto orgânico de nome químico metil-butano pode gerar X compostos orgânicos diferentes. Considerando-se que os isômeros ópticos são compostos dis- tintos, X é igual a a. 3 b. 4 c. 5 d. 6 e. 7 LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 5 QU ÍM IC A 13 3 32 6 PV 2D -1 7- 50 289. UFPB Tem-se a seguinte reação. C H + X2 calor ou luz C X + HX Nessa reação, X2 = F2, C2, Br2, I2 A ordem decrescente de reatividade dos halogênios é a. C2 < Br2 < F2 < I2 b. F2 < C2 < I2 < Br2 c. F2 < C2 < Br2 < I2 d. I2 < Br2 < C2 < F2 e. Br2 < F2 < C2 < I2 290. FAAP-SP Uma mistura de 2-metil-butano e cloro é irradiada com luz solar. Há formação de HC e de uma mistura de compostos de fórmula molecular C5H11C. Escreva as fórmulas estruturais e os nomes dos possíveis compostos formados. 291. Fuvest-SP C5-H24 A reação do propano com cloro gasoso, em presença de luz, produz dois compostos monoclorados. 2 23 2 3 2 3 2 2CH CH CH C CH CH CH C Luz− − + → − − − +� � C H CH3 — C — CH3 + 2 HC Na reação do cloro gasoso com 2,2-dimetilbutano, em presença de luz, o número de compostos monoclorados que podem ser formados e que não apresentam, em sua molécu- la, carbono quiral é a. 1 b. 2 c. 3 d. 4 e. 5 292. UERJ O butano é um gás utilizado como matéria-prima na sín- tese de diferentes compostos, como o 1,4-dibromobutano. Esse composto pode ser obtido a partir da reação de substi- tuição entre o butano e o bromo molecular. Substituindo-se simultaneamente e de forma aleatória dois átomos de hidrogênio do butano por dois átomos de bromo, a probabilidade de que seja obtido o 1,4-dibromo- -butano é igual a a. 0,2 b. 0,4 c. 0,6 d. 0,8 293. UESPI O metano é um composto que reage sob condições vi- gorosas com halogênios. Observando-se o comportamento de reações entre moléculas de metano com moléculas de um tipo de halogênio – bromo, cloro, flúor e iodo, respecti- vamente – sob aquecimento e na presença de luz, é correto afirmar que a. o I2 é o que tem maior tendência para reagir. b. ocorrem reações de adição nucleofílica. c. o meio reacional ficará mais ácido com o andamento das reações. d. o alcano será transformado em alceno. e. serão formados haloalcanos isoméricos. 294. PUC-MG C7-H24 Qual o produto principal da reação de substituição a seguir? C H CH3 H3C CH3 C2 (?) a. Cloreto de terc-butila. b. 1,1-dicloro-butano. c. 1,2-dicloro-butano.d. 2-metil-1-cloro-propano. e. 1-metil-2-cloro-propano. 295. UFG-GO Hidrocarbonetos alifáticos saturados podem sofrer rea- ções de halogenação. Considerando-se o hidrocarboneto de fórmula molecular C8H18, determine a. a fórmula molecular plana do isômero que fornece ape- nas um haleto quando sofre uma mono-halogenação; b. a massa molar quando esse hidrocarboneto sofre halogenação total. Considere como halogênio o áto- mo de cloro. 296. UFSM-RS Observe a seguinte equação: CH3 — CH — CH3 + C2 calor cloreto de alquila + HC — CH3 Nessa reação, a ruptura que ocorre entre os átomos de cloro e o número correto de isômeros cloretos de alquila que se pode obter são, respectivamente, a. pirolítica e 4. b. homolítica e 2. c. heterolítica e 3. d. homolítica e 4. e. heterolítica e 2. 297. Considere a monocloração do 2-metil-butano. Quantos produtos diferentes podem ser obtidos? 298. UFRJ Os radicais livres, grandes inimigos da pele, são formados quando há exposição excessiva ao sol. A formação desses ra- dicais envolve um diferente ganho de energia e, por isso, eles apresentam estabilidades diferentes. O gráfico a seguir apresenta a comparação da energia potencial dos radicais t-butila e isobutila formados a partir do isobutano. LI VR O DO P RO FE SS OR CA P. 5 QU ÍM IC A 13 3 32 7 PV 2D -1 7- 50 En er gi a po te nc ia l CH3CCH3 + H• CH3CHCH3 CH3 ∆H°= +91 kcal ∙ mol–1 ∆H°= +98 kcal ∙ mol–1 CH3 • CH3CHCH2 + H• CH3 • a. Qual dos dois radicais é o mais estável? Justifique sua resposta. b. Qual é a fórmula estrutural do composto resultante da união dos radicais t-butila e isobutila? 299. UFPA As reações de bromação e cloração de alcanos ocorrem via mecanismo radicalar. Caso o produto dessas reações te- nha um centro quiral, então será obtida uma mistura racêmi- ca. Por exemplo, a cloração radicalar do n-butano produz uma mistura racêmica de 2-cloro-butano, com 71% de rendimento. Já a bromação do n-butano produz uma mistura racêmica de bromo-butano com 98% de rendimento. Nesse caso, o maior rendimento em mistura racêmica da bromação é em razão da a. maior estabilidade do carbocátion secundário forma- do durante a reação de cloração. b. menor reatividade do radical de bromo formado duran- te a reação de bromação. c. maior estabilidade do radical alquila primário formado durante a reação de bromação. d. menor reatividade do radical de cloro formado durante a reação de cloração. e. maior reatividade do radical de bromo formado duran- te a reação de bromação. 300. O pentano é um líquido incolor e muito inflamável. É usa- do na fabricação de termômetros específicos para indicação de baixas temperaturas, na expansão do poliestireno e na fabricação de pesticidas. O pentano, assim como seus isôme- ros, sofre reação de mononitração, formando mononitroalca- nos, todos tóxicos e potencialmente explosivos. a. Forneça a fórmula estrutural do pentano, assim como o nome oficial e a fórmula estrutural de seus isôme- ros, indicando o tipo de isomeria que ocorre entre eles. b. Forneça o nome de todos os compostos obtidos pela mononitração do pentano e de seus isômeros. Veja o gabarito desses exercícios propostos na página 330. LI VR O DO P RO FE SS OR QU ÍM IC A 13 3 32 8 PV 2D -1 7- 50 GA B. Gabarito dos Exercícios Propostos QUÍMICA 133 Módulo 13 241. C 242. A 243. B 244. D 245. A 246. 23 (01 + 02 + 04 + 16) 247. D 248. E 249. C 250. 17 (01 + 16) 251. B 252. a. Composto 1: amida. Composto 2: álcool. b. A estrutura 1 apresenta isomeria óptica, uma vez que tem carbono quiral ou assimétrico (*). O NH2 H N * O O N H Carbono quiral ou assimétrico N H O caráter ácido-básico do grupo necina é básico em razão da disponibilidade do par de elétrons no áto- mo de nitrogênio (amina). H OO H N •• 253. O ácido 4-hidroxibutanoico não apresenta carbono qui- ral ou assimétrico (carbono ligado a quatro ligantes diferen- tes entre si): H2C — CH2 — CH2 — C OH O OH O clorofórmio (triclorometano) não apresenta carbono quiral ou assimétrico (carbono ligado a quatro ligantes dife- rentes entre si): H C C CC 254. C 255. a. C C HC — C — CH3H2 C C H3C — C — CH3 H C H2C — C — CH3 C C H2C — C — CH2H2 C b. C 1,1-dicloropropano C HC — C — CH3H2 C 2,2-dicloropropano C H3C — C — CH3 H 1,2-dicloropropano C H2C — C — CH3 C * 1,3-dicloropropanoC H2C — C — CH2H2 C c. H 1,2-dicloropropano C H2C — C — CH3 C * 256. B 257. D 258. Função orgânica presentes em cada vitamina: Retinol Álcool CH3 CH3 CH3 CH3 OH H3C O O Álcool Ácido carboxílico Amida Álcool OH OH H3C CH3 H N OH H A vitamina B5 é hidrossolúvel, já que apresenta grupos os quais fazem ligações de hidrogênio (hidrofílicos) com a água, ou seja, as funções álcool, amida e ácido carboxílico. A vitamina A é lipossolúvel, porque é predominantemente não polar, fazendo dipolo-induzido com as cadeias de molé- culas de gordura. A vitamina B5 ou ácido pantotênico apresenta isomeria óptica, uma vez que apresenta carbono quiral ou assimétrico. * Carbono quiral ou assimétrico * O O HO OH H3C CH3 H N OH H 259. C LI VR O DO P RO FE SS OR QU ÍM IC A 13 3 32 9 PV 2D -1 7- 50 GA B. 260. a. O ibuprofeno e o alminoprofeno apresentam apenas um carbono assimétrico, isto é, carbono ligado a quatro substituintes diferentes. b. As projeções de Fischer para os enantiômeros do composto I são: CH3 H13C10 COOH H CH3 C10H13HOOC H Módulo 14 261. a. A glicose tem quatro átomos de carbono assimétri- cos, e a isomeria existente é óptica: C O H H — C* — OH HO — C* — H H — C* — OH H — C* — OH CH2OH b. Equação da fermentação da glicose balanceada: C6H12O6 → 2 C2H6O + 2 CO2 1 mol de C6H12O6 2 mol de C2H6O 6 mol de C6H12O6 x x = 12 mol de C2H6O 262. D 263. D 264. B 265. E 266. B 267. 22 (02 + 04 + 16) 268. C 269. a. CC C CH3 HH3C H d-2,3-pentadieno -2,3-pentadieno b. C H3C — C — C — CH3 H H C O 2,3-diclorobutano tem dois carbonos assimétri- cos iguais; desse modo, apresenta um isômero dex- trogiro e um isômero levogiro, que são opticamente ativos, além de um isômero meso, que é opticamen- te ativo por compensação interna. 270. a. H3C OH C H C H CH3 C H b. Apresenta também isomeria óptica, já que contém carbono quiral: H3C — C — CH — C — CH3 Carbono quiral (assimétrico) OH H H 271. D 272. a. Seis carbonos assimétricos b. C OH Dois carbonos assimétricos c. OH OH Dois carbonos assimétricos d. Nenhum carbono assimétrico. 273. 18 (02 + 16) 274. C 275. E 276. a. A estrutura da morfina tem um anel aromático, dois anéis heterocíclicos e dois anéis alifáticos. Total de cinco anéis na estrutura. b. Dois c. Um d. Fenol, amina e éter. e. Apenas um. HO HO O N* CH3 277. V – V – F – F – V 278. A sacarose tem nove carbonos assimétricos, conforme ilustra a figura a seguir: * * * * * * ** * CH2OH H O OH H H OH Sacarose H OH O O H CH2OH H OH H CH2OH H OH IOA = 2n = 29 = 512 IOI = 2n – 1 = 29 – 1 = 28 = 256 LI VR O DO P RO FE SS OR QU ÍM IC A 13 3 33 0 PV 2D -1 7- 50 GA B. 279. C5H9NO4 C — CH2 — CH2 — CH — C O HO O OH NH2 280. C 1, 1-dimetil-ciclopropano CH3 H2C H3C CH2 CH 1, 2-dimetil-ciclopropano cis-1,-2-dimetil-ciclopropano CH3 H2C CH CH3 H3C CH3 trans-1,2-dimetil-ciclopropano H3C CH3 d-1,2-dimetil- -ciclopropano H3C CH3 -1,2-dimetil- -ciclopropano H3C CH3 meso-1,2-dimetil- -ciclopropano H3C CH3 Ciclopentano H3C H2C CH3 Metil-ciclobutano Etil-ciclopropano H2C — CH CH3 — CH2 Pent-1-eno CH3 C — C Cis-pent-2-eno C — C H CH2 — CH3 H H3C Trans-pent-2-eno H CH2 — CH3 H3C H 2-metil-but-1-enoH2C — C CH3 CH2 — CH3 2-metil-but-2-eno H3C CH — CH CH3H3C 3-metil-but-1-eno H2C — CH CH — CH3 H3C Módulo 15 281. C 282. B 283. D 284. B 285. a. Essa reação ocorre em presença de luz ultravioleta: CH CCH C HCUV4 2 3+ → +� � � b. Clorometano Diclorometano Triclorometano Tetraclorometano 286. B 287. E 288. D 289. C 290. H3C — CH — CH2 — CH3 + C2 Luz CH3 Luz H2C — CH — CH2 — CH3 CH3 1-cloro-2-metil-butano C 2-cloro-2-metil-butano CH3 C CH3 — C — CH2 — CH3 + 2-cloro-3-metil-butano CH3 C CH3 — CH — CH — CH3 + 1-cloro-3-metil-butano CH3 C CH3 — CH — CH2 — CH2 + HC 291. B 292. A 293. C 294. A 295. a. H3C — C — C — CH3 — — — — CH3 CH3 CH3 CH3 b. Produto da halogenação total: C3C — C — C — CC3 — — — — CC3 CC3 CC3 CC3 Fórmula molecular: C8C18 Massa molar: C8C18 = 735 g/mol 296. B 297. Teremos quatro produtos estruturalmente diferentes C2 + CH3 — C — CH2 — CH3 hv –HC A D CH3 H BC LI VR O DO P RO FE SS OR QU ÍM IC A 13 3 33 1 PV 2D -1 7- 50 GA B. CCH2 — C — CH2 — CH3 + CH3 — C — CH2 — CH2C + CH3 — C — C — CH3 + CH3 — C — CH2 — CH3 CH3 H CH3 1-cloro-2-metil-butano (Cloração em A) Substituição nos carbonos primários Substituição no carbono secundário Substituição no carbono terciário 1-cloro-3-metil-butano (Cloração em B) 2-cloro-3-metil-butano (Cloração em C) 2-cloro-2-metil-butano (Cloração em D) H CH3 H CH3 C H C 298. a. t-butila; menor conteúdo energético. b. H3C — C — C — C — CH3 CH3 H2 H CH3 CH3 299. B 300. a. O pentano C5H12, que tem cadeia normal, apresen- ta dois isômeros de cadeia, o metilbutano e o di- metilpropano. H3C CH2 C H2 C H2 CH3 Pentano H3C CH2 C H CH3 CH3 Metilbutano H3C C CH3 CH3 CH3 Dimetilpropano b. A mononitração do pentano fornece quatro compos- tos isômeros: o 1-nitropentano (obtido em menor quantidade), o 2-nitropentano dextrogiro, o 2-nitro- pentano levogiro e o 3-nitropentano (obtidos em maior quantidade, por causa do efeito indutivo posi- tivo dos radicais alquila). H3C CH2 C H2 C H2 CH3 NO2HO+ H3C CH2 C H2 C H2 CH2 NO2 + H3C CH2 C H2 C H CH3 * NO2 + H3C CH2 C H2 C H CH3 H2O NO2 + A mononitração do metilbutano fornece seis compostos isômeros: o 2-metil-2-nitrobutano (obtido em maior quantida- de), o 3-metil-2-nitrobutano dextrogiro, o 3-metil-2-nitrobutano levogiro, o 3-metil-1-nitrobutano, o 2-metil-1-nitrobutano dex- trogiro e o 2-metil-1-nitrobutano levogiro. H3C CH2 C CH3 CH3 H HO NO2+ H3C C C H2 CCH3 CH3 CH3 CH3 CH3 H H C NO2 NO2 + +* H2C H3CCH2 C CH3 CH3 * CH3 CH2 H2O H H H H C C NO2 NO2 + + A mononitração do dimetilpropano fornece como único produto o dimetilnitropropano (já que só há uma possibilidade de substituição em átomo de carbono primário). H3C C CH3 CH3 CH3 HO NO2+ H3C C C CH3 CH3 H2 NO2 H2O+ LI VR O DO P RO FE SS OR 33 2 PV 2D -1 7- 50 Anotações LI VR O DO P RO FE SS OR
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