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RESPOSTA À ACUSAÇÃO (modelo)

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AO JUÍZO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMERCA DE PEDACINHO DO CÉU 
DO ESTADO DO RIO GRANDE 
 
 
Processo nº... 
 
 
SEBASTIÃO GAVIÃO, já qualificado nos autos do processo de nº... que lhe 
move o Ministério Público, vem, respeitosamente, por intermédio do seu 
advogado devidamente constituído pelo instrumento de mandato anexo, à 
presença de Vossa Excelência, manejar 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
com fundamento nos artigos 396 e 396-A, do Código de Processo Penal, pelas 
razões de fato e de direito a seguir expostas 
 
1. DOS FATOS: 
 
 O Ministério público ajuizou ação penal em face de SEBASTIÃO GAVIÃO, 
imputando-lhe a suposta prática do crime de roubo majorado pelo concurso de 
agentes (art. 157, § 2º, inciso II do Código Penal) c/c a sanção pela suposta 
prática do crime de corrupção de menores (art. 2444-B do ECA). 
 
 De acordo com o narrado na Exordial Acusatória, o imputado teria 
acompanhado do adolescente JOÃO GRILO DE SOUZA, no dia 15 de março de 
2021, teriam, subtraído, mediante grave ameaça, um aparelho celular, uma 
corrente e um pingente de ouro com pedras brilhantes, pertente à vítima 
Penélope Charmosa. 
 
 
 
 A denúncia foi recebida pelo juiz e o acusado devidamente citado para 
apresentar a resposta à acusação. 
 
2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
 
2.1. DA INEXISTÊNCIA DE GRAVE AMEAÇA: 
 
 A configuração do delito de roubo (art. 157 do Código Penal) é composta 
pela subtração de coisa alheira móvel, assim como descreve o tipo penal, 
juntamente com a necessidade da presença de um dos elementos 
imprescindíveis, quais sejam: violência, grave ameaça ou qualquer outro meio 
que impossibilite a resistência da vítima. A subtração, portanto, quando não 
apresentar nenhuma dessas hipóteses, indicará a presença de delito distinto. 
 
 Acerca dos elementos do roubo, entente Guilherme de Souza Nucci, 
nestas palavras: 
São os mesmos elementos descritos no delito de furto (Art. 155), 
acrescentando a grave ameaça (violência moral, consistente no 
prenúncio de um acontecimento desagradável, com força intimidativa, 
desde que importante e sério), a violência (violência física, isto é, o 
constrangimento físico voltado à pessoa humana) ou a redução da 
possibilidade de resistência (violência imprópria). 
 
 Em breve síntese, a peça acusatória apresentada pelo parquet, alega que 
o denunciado teria cometido o crime de roubo, praticando-o mediante grave 
ameaça contra a vítima em concurso com um adolescente. Todavia, em 
depoimento prestado pela vítima na delegacia, a alegação desconfigura tal 
delito, caracterizando o crime de furto. No termo de declarações, prestado por 
Penélope Charmosa, a afirmação foi no sentido de não ter visto arma em poder 
dos indivíduos, mas que imediatamente entregou seus pertences. 
 
 No momento da prática do delito, nenhum dos agentes portava qualquer 
tipo de material que fosse usado para constranger a vítima, muito menos agiram 
de forma agressiva. Dessa forma, não há de se falar em roubo, mas em furto. 
 
 
 
 Acerca do assunto, entende o Tribunal de Justiça do Distrito Federal: 
PENAL. ARTIGOS 157, CAPUT, E 330, AMBOS DO CÓDIGO PENAL. CRIME 
DE DESOBEDIÊNCIA. PLEITO ABSOLUTÓRIO - ATIPICIDADE DA CONDUTA 
- INVIABILIDADE. CRIME DE ROUBO. NÃO DEMONSTRAÇÃO DE 
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA PARA A INVERSÃO DA POSSE DA RES - 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE FURTO, MEDIANTE 
ARREBATAMENTO - EMENDATIO LIBELLI - POSSIBILIDADE. DOSIMETRIA - 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR, NO CRIME DE FURTO - 
RECONHECIMENTO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
 
 Ademais, a denúncia baseia-se na suposta prática do crime de roubo, 
porém, não há provas suficientes que comprovem que a vítima foi constrangida 
ou ameaçada. 
 
 Diante disso, não havendo comprovado o emprego de violência ou grave 
ameaça, elemento essencial para a configuração do tipo, é impreterível a 
desclassificação para o delito previsto no art. 155, neste caso, como praticado 
em concurso com o adolescente JOÃO GRILO DE SOUZA, que sejam aplicadas 
também as sanções que majoram este delito. 
 
2.2. DA CONFISSÃO DO DELITO DE FURTO: 
 
 Logo após a consumação do delito, o denunciado foi perseguido por um 
dos policiais militares. Ao ser conduzido a delegacia da cidade, em seu 
depoimento e por livre e espontânea vontade, confessou o ocorrido e os motivos 
que o levou a praticá-lo. No entanto, em momento algum confessou a prática de 
roubo. A intenção do réu, acompanhado do adolescente, era de furtar, e foi o 
que fizeram. O denunciado ainda alega que não portava nenhum simulacro, nem 
tampouco arma. 
 
 Com base nos fatos supracitados, não há de se falar em crime de roubo 
majorado pelo concurso de agentes, mas em furto qualificado pelo concurso de 
pessoas, previsto no art. 155, §4º, inciso IV do Código Penal. Ademais, a 
confissão do acusado refere-se a este delito, não àquele. 
 
 Ademais, por ter o denunciado confessado espontaneamente em 
presença da autoridade policial a prática do furto, faz jus ao benefício de 
 
 
atenuação da pena. É o que diz o art. 65, III, alínea “d” do Código Penal 
Brasileiro, senão vejamos: 
 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
III - ter o agente: 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria 
do crime. 
 
 O artigo supracitado exige a presença de dois requisitos cumulativos para 
a concessão do benefício, quais sejam: a) confissão espontânea de autoria de 
crime; e b) seja feito perante autoridade. 
 
Vejamos a seguinte jurisprudência acerca do assunto: 
 
HABEAS CORPUS. SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA 
PENA. ALEGAÇÃO DE BIS IN IDEM IMPROCEDENTE. 
CONFISSÃO PARCIAL E PRIMARIEDADE DO PACIENTE.LEI 
Nº 9.455/97. CRIME HEDIONDO. REGIME DE CUMPRIMENTO 
DA PENA INTEGRALMENTE FECHADO. [...] A confissão 
espontânea, ainda que parcial, é circunstância que sempre 
atenua a pena, ex vi do artigo 65, III, d, do Código Penal, o qual 
não faz qualquer ressalva no tocante à maneira como o agente 
a pronunciou. Nesta parte, merece reforma a decisão 
condenatória. Precedentes. [...]Precedente. Pedido 
parcialmente deferido, a fim de que seja reconhecida, pelo juízo 
condenatório, a atenuante referente à confissão 
espontânea.9.45565IIIdCódigo Penal9.4558.072 (82337 RJ , 
Relator: ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 24/02/2003, 
Primeira Turma, Data de Publicação: DJ 04-04-2003 PP-00051 
EMENT VOL-02105-02 PP-00390) (Grifei). 
 
 Assim, tendo o acusado preenchido os requisitos para a atenuante, é 
necessário o seu reconhecimento conforme estabelece o art. 65, incido III, alínea 
“d” do CP. 
 
3. DO PEDIDO: 
 Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
1. Seja reconhecida a confissão espontânea com a devida aplicação da 
atenuante prevista no art. 65, incido III, alínea “d” do Código Penal; 
 
2. Caso assim entenda: a desqualificação do crime de roubo imputado ao 
réu (157, §2º, CP) para o previsto no art. 155 do Código Penal. 
 
 
 
3. Ainda, protesta, de logo, provar o alegado por todas as provas em direito 
admitidas, valendo-se, ademais, do depoimento das testemunhas. Dessa 
forma, requer que sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
 
ROL DE TESTMUNHAS: 
 
1. Nome..., nacionalidade..., estado civil..., endereço... 
2. Nome..., nacionalidade..., estado civil..., endereço... 
3. Nome..., nacionalidade..., estado civil..., endereço... 
4. Nome..., nacionalidade..., estado civil..., endereço... 
 
 
 
Termos em que, 
Pode e espera deferimento 
 
Local... Data... 
 
 
Advogados... OAB