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Resumo materiais indiretos: Gessos Odontológicos: Como é usado na odontologia? Para servir de modelo para a construção de peças indiretas, para isso é preciso fazer um molde inicialmente e da ajuda de um protético; para o preenchimento de muflas, fixação de modelos no articulador e aglutinante de revestimento para fundição. Obtenção: Gipsita é a forma di-hidratada do sulfato de cálcio (sulfato de cálcio di-hidratado, CaSO4 · 2H2O ), mineral encontrado na natureza como uma massa compacta. Quando a gipsita passa por um processo chamado calcinação, na qual ela é aquecida (processo endotérmico), ela se transforma em sulfato de cálcio hemi-hidratado. Quando esse sulfato de cálcio hemi-hidratado é misturado com água, a reação inversa acontece, liberando calor (Processo exotérmico) e produzindo Sulfato de cálcio di-hidratado. Mecanismo de presa: Em contato com a água: hemi-hidrato -> di-hidrato (menos solúvel, satura a solução e precipita como cristais em forma de agulha). Embricamento dos cristais: acontece quando os cristais estão crescendo e se encontram e se interagem, gerando uma expansão aparente de presa e também uma maior coesão e resistência do material. O processo de espatulação do gesso é importante para o aumento do número núcleos de cristalização, fraturando os núcleos pré-existentes. Isso diminui o tempo de presa e pode aumentar ainda mais se for adicionado raspas de gesso já endurecido. A velocidade de presa é controlada pela relação entre a solubilidade do hemi-hidrato e o di-hidrato. Aceleradores de presa (NaCl) diminuem essa relação e os retardadores aumentam essa relação (bórax), os íons dos modificadores de velocidade podem precipitar e envenenando os cristais, brecando o crescimento deles. Agentes anti-expansivos: junção dos dois (aceleradores e retardadores) que continua o mesmo tempo de presa, mas “envenenam” alguns cristais, expandindo menos. Requisitos para os gessos usados na odontologia: ● Compatibilidade com o material de moldagem ● Expansão adequada à necessidade ● Reprodução de detalhes ● Estabilidade dimensional ● Resistência mecânica (fratura e riscamento) ● Cor contrastante Tipos de gesso: ● Tipo 1: Tem amido na sua composição para ajudar a retirar. Mais usado na traumatologia. ● Tipo 2 (comum): partículas irregulares e porosas (Beta-hemi-hidrato). Recomendado para modelos de estudos e modelos para moldeiras de clareamento, porque não requerem muita fidelidade e resistência mecânica à abrasão. Não contém anti-expansivos. ● Tipo 3 (pedra): Partículas mais regulares e menos porosas (alfa-hemi-hidrato), graças a uma maior pressão no processo de calcinação. Possui modificadores de expansão para poder reproduzir com maior fidelidade os modelos. Indicações: modelos de próteses parciais removíveis, moldeiras individuais e próteses oculares. ● Tipo 4: Também partículas alfa-hemi-hidrato, porém são ainda mais compactas, lisas e regulares, por causa da adição de cloreto de cálcio durante a calcinação. E também possui modificadores de expansão. Usados para modelos que precisam de maior resistência mecânica para resistir a impacto e desgastes, por exemplo: modelos para próteses parciais fixas. ● Tipo 5: Partículas igualmente processadas às do tipo 4, porém sem modificadores de expansão , o que gera alta resistência e alta expansão, por isso é indicado para as peças com ligas metálicas para compensar a contração sofrida pelos metais. Efeitos das diferenças entre as partículas de hemi-hidrato: ● Relação A/P: Existe uma proporção necessária para a transformação para hemi-hidrato, porém se colocada apenas essa proporção suficiente, a massa não atinge uma coesão e um escoamento bom para que ele se adapte bem, por isso é colocado água em excesso. Quanto mais irregulares forem as partículas, mais água será preciso colocar em excesso, ou seja, maior a relação A/P. Após a cristalização, a água em excesso evapora. ● Resistência mecânica: Quanto mais água em excesso, mais afastados estarão os núcleos de cristalização e menos eles vão se embricar e isso causará uma menor resistência mecânica, por isso os mais resistentes são o tipo 4 e 5. ● Expansão de presa: Existe a contração real do gesso que ocorre porque as partículas de hemi-hidrato são menores em volume do que as partículas de di-hidrato. Porém todos os produtos de gipsita expandem em seus contornos (Expansão aparente) à medida que os cristais crescem e se chocam. Quanto maior a relação A/P para a espatulação, maior a distância inicial entre as partículas , menor o choque entre elas e por isso menor expansão. Variáveis de manipulação e seus efeitos: ● Relação A/P: Quanto maior a relação A/P, menor a resistência mecânica; porém a relação deve ser suficiente para fluir bem o material, copiar melhor os detalhes e não aprisionar bolhas para não comprometer a fidelidade do modelo. Usar o vibrador melhora o escoamento sem prejuízo da resistência. ● Energia/tempo de espatulação: Uma maior energia de espatulação quebra mais núcleos de cristalização, gerando um número maior de núcleos e assim diminuindo a distância entre eles e acelerando o tempo de presa do material. Essa menor distância também ajuda no embricamento entre as partículas, melhorando sua resistência mecânica. Por isso é importante que se tenha um tempo maior de espatulação que o necessário. Materiais Anelásticos Um pouco sobre moldagem: É necessário que o molde/modelo apresente uma fidelidade de forma, dimensões e detalhes em relação ao arco real. E o grau de fidelidade varia conforme a peça indireta indicada, por exemplo: próteses parciais fixas exigem uma alta fidelidade, já aparelhos ortodônticos removíveis já não exigem tanta fidelidade. Os materiais de moldagem devem ser inseridos na boca na fase plástica para que ele se deforme, se adapte e reproduza os detalhes, e a remoção deve ser feita no estado sólido. Classificação dos materiais de moldagem: Classificados de acordo com as características das deformações elásticas existentes no estado sólido: Anelásticos ou elásticos. ● Anelásticos: Exemplos: godivas e as pastas zinco-enólicas. E são usados para moldes de regiões não retentivas. Principais casos de moldagem de regiões não retentivas: ● Moldagem de um dente preparado para coroa total: porque é totalmente expulsivo, mas costumam usar os elásticos pela facilidade de manipulação, estabilidade dimensional e conforto para o paciente. ● Moldagem para prótese total: é feita em pacientes que já perderam todos os dentes e por isso é feita a moldagem em cima de mucosa, ou seja, sem áreas retentivas. Godiva: Material termoplástico, processo para plastificar a godiva é físico e reversível. Classificação: ● Godiva de baixa fusão: Temperatura de plastificação ~ 50ºC. Forma de bastões. ● Godiva de alta fusão: Temperatura de plastificação ~ 56ºC. Forma de placas. Composição/mecanismo de presa: Composição: ceras, resinas termoplásticas, plastificadores, agente de carga e corante. Esses componentes possuem diferentes temperaturas de plastificação, por isso é preciso que chegue a uma temperatura mais alta e por mais tempo para que todos os componentes se plastifiquem e fique tudo homogêneo e uniforme. Durante o resfriamento há contração (1,5%). Indução e liberação de tensões: A indução de tensões não é tão preocupante, mas a liberação de tensões sim, porque pode causar distorções. A liberação de tensões ocorre em função do tempo e temperatura. Quanto maior o tempo entre a moldagem e o vazamento do gesso e quanto maior for a temperatura a qual a godiva é exposta após ser removido da boca, maior a liberação de tensões. Propriedades e características: Anelástica, termoplástica, mucocompressiva, baixa condutividade térmica, baixa estabilidade dimensional e baixa reprodução de detalhes. Pasta zinco-enólica: Diferenças da godiva: Material à base de óxido de zinco e eugenol, apresentado como pasta-pasta. É mucoestático (devido a sua baixa viscosidade, não comprime a mucosa). Tem alta estabilidade dimensionale maior reprodução de detalhes em relação a godiva. Materiais de moldagem elásticos: Moldagem de regiões retentivas. Levados à boca em estado líquido para melhor adaptação e removidos no estado sólido, sofrendo deformações elásticas. Classificação dos materiais elásticos: ● Hidrocolóides: 1. Irreversíveis: alginato 2. Reversíveis: quase não é utilizado ● Elastômeros: 1. Mercaptana 2. Silicone por condensação 3. Silicone por adição 4. Poliéster Requisitos para materiais de moldagem: As indicações são feitas com base nas características físicas e de manipulação e no grau de precisão de cada matéria. Nenhum material preenche todos requisitos de forma satisfatória. ● Custo: Alginato é bem mais barato que os elastômeros. Usar o alginato quando não precisar de um molde com alta precisão. Entre os elastômeros é preciso pesar o custo/benefício, e algumas vezes, é mais vantajoso pagar um preço mais caro pelo material para obter determinadas características. ● Facilidade de manipulação: relacionada à forma de apresentação do produto. ● Tempo de trabalho: a princípio, é interessante ter um tempo de trabalho longo, para ter certeza de que o material esteja plástico no momento da inserção da moldeira na boca do paciente. ● Sabor/Odor: Tem que ter um sabor agradável ou neutro para não causar desconforto no paciente. Alginato apresenta várias opções nesse quesito. ● Poder de cópia: deve copiar os detalhes necessários para sua indicação. Quanto mais fluido o material, melhor ele vai escoar e copiar bem os detalhes. ● Tempo de presa: O ideal é que o tempo de presa seja o mais curto possível, para não causar desconforto para o paciente, mas ter um tempo de presa curto faz com que se tenha um tempo de trabalho curto também, é preciso pesar essas características. ● Facilidade de remoção: Quanto mais rígido o material, mais difícil a remoção. ● Resistência ao rasgamento: Regiões com alto grau de retenção ( ameias dos dentes e regiões sub-gengivais) rasgam com facilidade. Alguns rasgamentos não são críticos, mas outros são inaceitáveis (regiões sub-gengivais quando compromete o término do preparo de uma coroa total). ● Recuperação elástica: Porcentagem de deformação elástica que sofre o material ao passar pelas regiões retentivas. Os materiais de moldagem são visco-elásticos, ou seja, não sofrem 100% de deformação elástica. Depende fatores intrínsecos do material, grau de retenção (quanto mais retentiva, menor a recuperação elástica) e do modo de remoção do molde (quanto mais demorado, menor a recuperação elástica). ● Estabilidade dimensional: Em materiais com baixa estabilidade dimensional é preciso vazar o gesso imediatamente. ● Possibilidade desinfecção: existem protocolos específicos de desinfecção de moldes e modelos de acordo com o material. ● Compatibilidade com material do modelo: materiais hidrofóbicos são mais dificilmente molhados pelo gesso e aumenta o risco de inclusão de bolhas durante o vazamento. Alginato, apesar da hidrofilia, não é muito compatível com o gesso, porque os colóides atrapalham a cristalização do gesso. ● Permitir novo vazamento: Caso o primeiro modelo tenha sofrido algum tipo de defeito, seria possível vazar o gesso novamente sem precisar fazer outro molde. Alginato não permite isso. Alginato: Reação de geleificação: alginato de sódio (ou potássio) reage com sulfato de cálcio di-hidratado e forma alginato de cálcio (formando cadeias cruzadas , o que confere insolubilidade na água e sua elasticidade). É uma reação irreversível e muito rápida (por isso é colocado retardadores- fosfato de sódio). E para minimizar o efeito dos colóides (efeito poeira)- coloca-se glicerina e alguns aceleradores de gesso (para compensar o efeito negativo do colóide sobre a superfície do gesso). E também é colocado algumas substâncias com densidades diferentes (para controlar as características de lisura superficial do molde, consistência do material e conferir alguma resistência ao rasgamento), por isso é importante agitar o pote do pó, misturando esses componentes que tem densidades diferentes e padroniza o estado de compactação do pó Tempo de trabalho/presa: pode ser aumentado com a diminuição da temperatura da água. Não mexer na relação A/P para não modificar suas propriedades mecânicas. Poder de cópia: não é muito bom, por isso é preciso forçar o material contra as áreas a serem copiadas. Facilidade de remoção: é fácil de remover, porém algumas vezes material pode se soltar da moldeira prejudicando na qualidade do molde. Resistência ao rasgamento: baixa, porém não é muito crítico para os trabalhos que ele é usado. Recuperação elástica: aprox 95%, baixa em relação aos elastômeros. No momento da remoção é importante respeitar os 3 min depois da pegajosidade, para o material garantir o máximo de recuperação elástica. Estabilidade dimensional: baixa, por conta da sinérese e embebição que o alginato sofre, por isso o gesso deve ser vazado o mais rápido possível. Indicações: molde para modelos de estudo, para trabalhos que exigem baixa precisão (moldeira de clareamento, PPR, moldeira individual, placa mio-relaxante) Elastômeros: Podem sofrer grandes deformações elásticas após a presa, o que possibilita sua remoção de áreas retentivas. São polímeros que na polimerização é feita com o crescimento das cadeias e ligações cruzadas entre cadeias. Ligações simples entre carbonos têm liberdade de rotação e isso resulta em uma cadeia altamente enovelada. São visco-elásticos depois da polimerização. São recomendados para trabalhos que exigem alta precisão, porque reproduzem muito bem os detalhes. Classificação segundo suas reações de polimerização: ● Polimerização por adição: sem subproduto Poliéster e silicone por adição. ● Polimerização por condensação: com subproduto Silicone por adição ( subproduto: álcool) e mercaptana ou polissulfeto (água). Custo: poliéster> silicone por adição> mercaptana> silicone por condesação Apresentações: 2 bisnagas (pasta e catalisador) ou massa (pesado) e pasta(leve) ou massa e pasta (automix). Na massa e pasta, seria impossível só usar a pasta, porque iria escoar para fora da moldeira, mas é importante para reproduzir os detalhes com maior precisão. E o material pesado é utilizado para individualizar a moldeira. Facilidade de manipulação: Mais fácil: automix. Mas a técnica mais utilizada é a de dupla moldagem com o material pesado e material leve. Tempo de trabalho e presa: polissulfeto (6min), outro (3min). Por um lado é bom por diminuir o risco de colocar na boca do paciente já polimerizado, porém como o tempo de presa acaba sendo maior, causa um maior desconforto para o paciente. Sabor/Odor: Silicone por adição- sem cheiro. Mercaptana: cheiro desagradável de enxofre. Poliéster: sabor amargo. Silicone por condensação: odor de álcool. Cópia passiva: será maior, quanto maior fluidez. Em algumas ocasiões a hidrofilia também ajuda (silicone por adição e poliéster tem vantagem nesse quesito). Facilidade de remoção: depende da rigidez. Polissulfeto é o mais fácil de remover. Resistência ao rasgamento: mercaptana é o mais resistente, depois silicone de adição, poliéster e por fim o silicone por condesação. É uma propriedade tempo-dependente: quanto mais rápida for a remoção, ou seja, quanto maior for a taxa de deformação, maior será a resistência ao rasgamento. Recuperação elástica: silicone por adição e poliéster são os que tem maior recuperação elástica. Estabilidade dimensional: os que sofrem polimerização por condensação têm uma estabilidade dimensional menor porque liberam subprodutos. Compatibilidade com o material do modelo: Silicone por adição e poliéster são mais hidrofílicos e por isso são mais compatíveis com o gesso. Para o silicone de condensação é preciso usar o umectante. Possibilidade de um segundo vazamento: Só o silicone por adição e o poliéster. Indicações: modelos de trabalho para a prótese parcial fixa e registro inter-oclusal. Modelo visco-elástico: O estado viscoelástico é intermediárioentre um sólido elástico e um líquido viscoso. Um sólido elástico se comporta como uma mola ideal, a qual se deforma instantaneamente quando aplicada uma carga, volta imediatamente ao seu estado original quando a carga é removida. Já o líquido viscoso se comporta como um “amortecedor”, o qual não responde instantaneamente à aplicação de carga, mas se deforma na medida em que a carga continua sendo aplicada com o passar do tempo. Revestimento: Todos os procedimentos de fundição (técnica da cera perdida) envolvem: ● Padrão de cera de um objeto a ser reproduzido ● Revestimento colocado em torno do padrão de cera ● Fornos para a queima dos padrões de cera e aquecimento do molde de revestimento ● Ambientes adequados para derreter e fundir a liga Requisitos: ● Capacidade de se expandir para compensar as contrações da liga sólida e do padrão de fundição; ● Resistente mecanicamente em temperaturas altas para suportar o impacto da liga e quimicamente para não degradar em altas temperaturas, pois a degradação pode causar enfraquecimento mecânico e liberar gases que podem reagir com a liga e estragar a superfície; ● Escoamento para poder reproduzir detalhes finos do padrão e facilitar a inclusão. ● Porosidade para permitir a saída do ar e outros gases na injeção, mas não muitas porosidades para não tornar as superfícies rugosas e lisura para facilitar o ajuste. ● Fácil manipulação. Composição: Material aglutinante: gesso, fosfato ou silicato. Responsável pela presa, resistência mecânica e expansão de presa. Material refratário: geralmente dióxido de sílica. Responsável pela expansão térmica e resistência química em altas temperaturas. Modificadores: Nacl, Ac bórico, sulfato de potássio,.. Controle do tempo de presa, ambiente redutor e aumento da resistência mecânica do material. Corantes Tipos de expansões: Durante a presa- responsável: gesso ● Normal: crescimento e choque de cristais agulhados. É maior ainda que no gesso, porque é adicionado sílica, a qual diminui a coesão (?) ● Higroscópica: expansão maior do que o normal. Gesso em contato com água adicional durante sua presa. Continuação da expansão normal de pressa. Elimina a restrição à expansão causada pela interface água-ar. 1. Plena: atinge a expressão máxima do poder expansivo dos cristais em crescimento. Quando mergulha o revestimento na água imediatamente antes da perda do brilho ou logo em seguida. 2. Tardia: depois da perda do brilho. Quanto mais tempo tiver ocorrido a perda do brilho, menor a expansão. 3. Semi-higroscópica: associado à técnica que utiliza forro de amianto. 4. Exo-hídrica: parte do excesso de água da espatulação é removida, ante de ter ocorrido a perda do brilho, usando um material absorvente. Como se tivesse diminuído a proporção A/P. Expansão térmica e isotérmica: relacionada com a quantidade de sílica e o tipo da Si. Térmica: quanto maior a temperatura, mais expansão (agitação das partículas). Isotérmica: Expansão abrupta quando atingir determinada temperatura, por mudança de conformação da sílica. Confinamento: Fontes de confinamento: próprio padrão de fundição, anel de fundição e resistência do revestimento quando a liga contrair. Efeitos: menor magnitude da expansão e distorção (se não for idêntico e todas as direções). Técnicas de fundição: “técnica da boneca” Gesso como revestimento: Motivos? Mais fácil de manipular e menor custo. Porém não pode usar ligas com alta temperatura de fusão e é preciso ser utilizado junto com um anel de fundição, porque não é tão resistente quando aquecido. Cuidados técnicos: ● Angulação do canal de alimentação em relação à parede de revestimento tem que estar a 45° , minimiza a erosão da parede de revestimento. ● Local de fixação do pino formador do canal de alimentação: local mais volumoso tende a acumular calor e ser o último a solidificar. Por isso tem a câmara de compensação que garante que essa região seja a última a se solidificar (centro térmico). ● Pintar o padrão com uma camada fina de líquido tensoativo (umectante), este facilita no molhamento e adaptação do revestimento no padrão. ● Distância entre o padrão e o topo do cilindro: Não deve ser menor que 2mm- para que a parede de revestimento não rompa Não deve ser maior que 5mm, pois prejudica o escape de gases (porosidade) ● Imersão da boneca na água: para obter a expansão higroscópica. Metais e ligas: Estrutura cristalina: átomos numa configuração espacial regular que se repete inúmeras vezes, formando uma grade cristalina. Solidificação dos metais: 1. Formação de núcleos de cristalização 2. Crescem e formam um cristal em forma de agulha 3. Cristais se encontram e se entrelaçam e formam grãos cristalinos Entre esses grãos cristalinos forma-se limite intergranular: resultado das diferenças de orientações dos grãos. São regiões desarranjadas/com imperfeições e por isso tornam-se mais reativas. Imperfeições cristalinas: grades cristalinas podem conter discordâncias que são formadas durante a solidificação ou deformação plástica (ex: limites granulares). Resistência mecânica: resistência à movimentação das discordâncias. Pode ser aumentada por mecanismos que promovam travamento das discordâncias. Ex: ✔ Diminuição do tamanho dos grãos-> aumenta a subst. Intergranular ✔ Formação de liga por solução sólida: átomos em solução distorcem a grade ✔ Encruamento: metal é submetido a um tratamento mecânico a frio, na qual ocorre uma deformação no tamanho dos grãos e aumenta a densidade de discordâncias. Além do aumento da resistência mecânica aumenta também: Limite de elasticidade e de proporcionalidade e diminui a ductilidade e a resistência à corrosão. O tamanho dos grãos pode ser controlado por: ✔ Velocidade de resfriamento (Rápido-> grãos menores / lento-> grãos maiores) ✔ Inclusão de um metal refinador de grãos Encruamento: como já explicado acima é um tratamento mecânico que pode ser revertido pelo processo do recozimento (aquecendo o metal sem ultrapassar sua temperatura de fusão), o que diminui a densidade da substância intergranular e pode também aumentar o tamanho dos grãos. Isso diminui a resistência mecânica e aumento da ductilidade. Ligas metálicas na odontologia: Definições: ✔ Inlays: incrustações que não recobre as cúspides. ✔ Onlays: recobrem 1 ou mais cúspides, mas não chegam a formam uma coroa total ✔ Coroas totais unitárias: metálicas, metaloplásticas (com resina acrílica) e metalocerâmicas ✔ Próteses adesivas: 1 dente ausente, dentes adjacentes são levemente desgastados para que a peça seja cimentada sobre eles. ✔ Prótese parcial fixa: 3 ou mais elementos ✔ Prótese parcial removível: prótese acrílica suportada por uma infraestrutura metálica apoiada em vários dentes. Características importantes: 1. Biocompatibilidade: ✔ Alergia: Metais que possuem Niquel (alto potencial alergênico) ✔ Resistência à corrosão: liberação de produtos de corrosão pode causar alergias locais ou acúmulo de metais, manchando a gengiva. Se houver metais nobres (Au, Pt, Pd) ou formação da camada passivadora (Cr, Ti) a resistência à corrosão é alta. 2. Propriedades mecânicas: depende do tipo de peça indireta que você vai fazer. Próteses mais extensas exigem maiores propriedades mecânicas (ex: PPF) Espessura da peça: se ela for muito fina, ela precisa ter um alto módulo de elasticidade para evitar deformações elásticas ou permanentes que comprometam a função e durabilidade. Propriedades mecânicas específicas: ✔ LE: Quanto maior o esforço mecânico da peça, maior deve ser o limite de elasticidade, para não perder forma/função. ✔ Módulo de elasticidade: rigidez do material. Se a peça for extensa ou fina é necessário que haja um módulo de elasticidade alto, para que as deformações mesmo as elásticas sejam minimizadas. ✔ Dureza: quanto maior a dureza, maior a dificuldade em fazer o ajuste oclusal, dar acabamento e polimento após os ajustes na boca. 3. Custo: depende da nobreza do metal e da densidade da liga (normalmente os que possuem maiordensidade, são as ligas nobres. Para o técnico: 4. Temperatura de fusão: relacionada ao tempo e custo. Determina a temperatura de pré-aquecimento do anel, a fonte de calor utilizada para a fundição, o tipo de revestimento a ser usado (aglutinado por gesso é até 700º C e fosfato até 1030ºC ) e a contração de revestimento da liga sólida até a temperatura ambiente. 5. Densidade: relacionada à reprodução de detalhes e regiões mais finas do molde de revestimento. Ligas mais densas necessitam de maior aceleração na centrífuga. 6. Dureza: ligas mais duras são mais difíceis para cortar o canal de alimentação, fazer o acabamento e o polimento também. 7. Toxicidade: presença de belírio (vapor é tóxico-fundição) e poeira de belírio e níquel na hora do acabamento também é tóxica. Cerâmicas odontológicas: materiais compostos por elementos metálicos e não metálicos. Características: muito bom esteticamente, porque reproduz fenômenos ópticos observados no dente, é o material mais biocompatível para restaurações, mantém cor e textura por períodos prolongados (alta estabilidade química), alta resistência à abrasão, baixa tenacidade à fratura e alto potencial de desgastar o esmalte do dente antagonista. Propriedades mecânicas: ● Tenacidade à fratura: Alto risco de sofrer fratura. Numa escala de tenacidade decrescente fica: Zircônia policristalina>compósito de zircônia> compósito de alumina>vitro-cerâmica> porcelana. ● Resistência ao desgaste: é considerada muito alta, mas isso pode trazer uma desvantagem: alto potencial de desgaste do esmalte do dente antagonista, e pode ser ainda mais se a superfície estiver rugosa. É importante se atentar, portanto: superfície sempre polida, atenção aos pacientes que apresentam hábitos parafuncionais, pois pode potencializar. Propriedades ópticas: ● Quanto maior o conteúdo cristalino, menor a translucidez (porcelana e vitro-cerâmica: apresentam maior translucidez, porque apresentam um baixo conteúdo cristalino). ● Tipo de cristal também interfe. Leucita: alta translucidez. Os fabricantes podem também adicionar os óxidos opacificadores criando porcelanas e vitro-cerâmicas com alta opacidade. E Cristais de Zircônia são muito opacos e resultam em materiais com menor grau de translucidez. Os cristais de dissilicato de lítio e de espinélio são mais translúcidos que os de alumina e de zircônia. ● Nas porcelanas e nas vitro-cerâmicas: é adicionado óxidos metálicos para reproduzir a fluorescência e opalescência. Tipo de cerâmica Porcelana Vitro-cerâmica Compósitos Policristalinas Microestrutura Matriz vítrea (sílica, alumina, soda e potassa) e partículas cristalinas dispersas na matriz. Matriz vítrea com cristais dispersos nela. Fase cristalina (parcialmente sinterizada) com espaços intersticiais preenchidos por vidro amorfo. Unicamente cristalina (grãos cristalinos unidos uns aos outros por substância intergranular). Como é produzido? Feldspato fundido com cristais de leucita. Passa pela ceramização (rearranjo atômico, na qual partículas cristalinas crescem). É criado um arcabouço cristalino (alumina) e posteriormente é infiltrado o vidro. Alumina pura e zircônia tetragonal policristalina. Sistema CAD-CAM Usinagem de bloco pré-sinterizado e acabamento (com glaze ou polimento) Usinagem de um bloco parcialmente ceramizado. Usinagem de um bloco parcialmente sinterizado a seco. Usinagem de um bloco pré-sinterizado pelo fabricante. Usinado20% maior por causa da contração que ocorrerá na sinterização final. Processos adicionais Ceramização Infiltração do vidro Sinterização final: melhorando as propriedades mecânicas e ocorrência das contrações previstas. Indicações Prótese metalo-cerâmica, inlays, onlays, facetas e recobrimento de infraestruturas cerâmicas. Leucita: Inlays, onlays, facetas, recobrimento de infraestruturas cerâmicas. Disilicato de Lítio: infraestruturas de coroas totais e PPF de até 3 elementos. Infraestrutura de inlays, onlays, coroas totais anteriores e posteriores e de próteses fixas. Dependendo do tipo de compósito. Infraestruturas de coras totais e de PPF de 3 ou mais elementos. Resina Acrílica: Metacrilato de metila (monômero): tem apenas 1 ligação dupla (forma cadeia poliméricas lineares), massa molar pequena (alta contração), temperatura de fusão= -48ºC e de ebulição= 101ºC, solvente orgânico (com potencial alergênico). Polimetacrilato de metila (polímero): cadeias lineares, ligações secundárias entre cadeias (fracas) e solúvel em solvente orgânico (é o que rompe as ligações secundárias). Versatilidade e indicações: é muito versátil por ser insípida, inodora, não tóxica, não irritante aos tecidos bucais, insolúvel na saliva, fácil de manipular e de polir, passível de desinfecção e apresenta alta estabilidade dimensional, morfológica e de cor. E por isso é indicada para vários tipos de trabalho, como por exemplo: moldeiras individuais, coroas provisórias, dentes artificiais, entre outros,.. Composição: pó e liquido. No líquido: monômero, uma pequena quantidade de hidroquinona (inibidor) para evitar a polimerização espontânea no armazenamento, podem ter: agentes de ligação cruzada e plastificantes e um ativador (amina terciária). No pó: polímero (polimerizado industrialmente) e um iniciador de polimerização (peróxido de benzoíla). Classificação: ● RAAQ: ativados quimicamente (amina terciária). ● RAAT: ativados termicamente (calor (~65ºC) atua como ativador) Fases de polimerização: 1. Indução: 2 processos acontecem (ativação e iniciação)
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