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O desenvolvimento de uma doença infecciosa envolve interações complexas Sistema Respiratório A partir do bronquíolos terminal aparece a unidade funcional do território de trocas gasosas – o ácino pulmonar – representando pelo conjunto de vias aéreas e alvéolos ventilados pelo bronquíolo respiratório. Um conjunto de 3 a 5 bronquíolos terminais adjacentes e seus ácinos forma o lóbulo pulmonar, que fica delimitado por finos septos de tecido conjuntivo. Ar inspirado é estéril após 5 – 6 gerações. Pneumonias Bibliografia Indicada Bogliolo Patologia – Geraldo B Filho Patologia Básica – Robbins DIVISÃO DICOTÔMICA Impactação inercial o Choque das partículas com as paredes das vias aéreas e retenção de tais partículas antes de chegar nos alvéolos. Sedimentação gravitacional o Aumento da área aerodinâmica com redução do fluxo de ar o Partículas inaladas perdem momento cinético e são depositadas na parede pela ação da gravidade, antes de atingir os alvéolos. o Mecanismo de defesa contra patógenos Movimentos brownianos das moléculas de vapor de água presentes no ambiente saturado das pequenas vias aéreas. PORÇÃO CONDUTORA Células colunares ciliadas o Motilidade aparelho mucociliar Células mucossecretoras (caliciformes) o Mucina: barreira mecânica e receptores microrganismos, Ig, produtos antioxidantes Células serosas o Secretam: Lisozima, lactoferrina, IgA produzido por plasmócitos Células de Clara o Metabolização de xenobióticos Células neuroendócrinas o Função sensitiva e secretora (permeabilidade vascular, proliferação celular e reparação brônquica, tônus musc vasos e bronquios) PORÇÃO RESPIRATÓRIA (ÁCINO) Pneumócitos tipo I Pneumócitos tipo II o Reposição de células epiteliais o Produção de surfactante (controla forças tensão ar –liquido alveolar e opsonização facilitando fagocitose Macrófagos alveolares o Primeira linha de defesa Células endoteliais FATORES QUE ALTERAÇÃO A LIMPEZA DA MUCOSA Perda ou supressão do reflexo da tosse o (Etilismo e senilidade) Lesão do aparelho mucociliar o (Tabagismo, doenças virais) Interferência com a ação fagocítica ou bactericida dos macrófagos alveolares o (Álcool, tabagismo, anóxia) Congestão pulmonar e edema Acúmulo de secreção o (Obstrução brônquica) Doenças crônicas o Impedimento da função mucociliar – retenção de secreções - proliferação bacteriana Infecções virais o Necrose epitelial – facilita aderência bacteriana Imunossupressão medicamentosa (fator complicador) Imunodeficiências primárias ou adquiridas (fator complicador) Estados leucopênicos (fator complicador) MECANISMOS DE DEFESA Tosse, bronconstrição, secreção de muco e outras substâncias citoprotetoras e transporte mucociliar. Pneumonias DEFINIÇÃO Por pneumonia entende-se o quadro de infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica. Nas pneumonias, bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudato inflamatório, comprometendo a função de troca gasosa Principal causa de morbidade e mortalidade Fluido alveolar, IgG, C3b e IgA Resumidamente, consiste na Inflamação dos pulmões Porta de entrada de microrganismos: o Vias aéreas (via preferencial) o Hematogênica Translocação bacteriana – leva a infecção secundária ETIOLOGIA Pode ser causada por qualquer agente infeccioso, como bactérias, vírus, fungos, parasitos e outros microrganismos, embora a grande maioria seja causada por bactérias. QUADRO INFECCIOSO O desenvolvimento do quadro infeccioso no parênquima pulmonar envolve três componentes: patogenicidade do agente, mecanismo de defesa e a capacidade de resposta do hospedeiro. A grande maioria das infecções bacterianas é precedida por colonização da bactéria agressiva antes da doença invasiva. Há dois padrões de colonização: (1) por organismos altamente virulentos, substituindo a microbiota normal em indivíduos saudáveis. É o que ocorre com a Neisseria meningitidis, Streptococcus hemolyticus, Streptococcus pneumoniae; (2) por organismos com diferentes graus de virulência em indivíduos com baixa de suas defesas pulmonares. PATOLOGIA (DISTRIBUIÇÃO DAS LESÕES) Pneumonia lobar o O processo inflamatório tem disseminação relativamente uniforme nos lobos pulmonares, dando ao parênquima padrão homogêneo de acometimento. Broncopneumonia o A infecção apresenta-se como focos inflamatórios múltiplos que acometem lóbulos pulmonares, caracterizando disseminação do agente através das pequenas vias aéreas distais Pneumonia intersticial o Caracteriza-se por reação inflamatória que afeta predominantemente o interstício pulmonar. PATOLOGIA (DE ACORDO COM A ORIGEM) FORMAS CLÍNICAS DE APRESENTAÇÃO PNEUMONIAS AGUDAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE A maioria das pneumonias agudas adquiridas em comunidade apresenta etiologia bacteriana. Não incomumente, a infecção bacteriana sobrepõe-se a uma infecção viral das vias aéreas superiores, O início geralmente é abrupto, com febre alta, calafrios, dor torácica pleurítica e tosse produtiva mucopurulenta. Sendo o Streptococcus pneumoniae a causa mais comum de pneumonia aguda adquirida em comunidade. Ocorre de 30 a 60% das pneumonias A maioria de tem origem bacteriana: Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Moraxella catarrhalis Staphylococcus aureus Legionella pneumophila Enterobacteriaceae (Klebsiella pneumoniae) Pseudomonas spp PNEUMONIAS ATÍPICAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE Bactérias: Mycoplasma pneumoniae Chlamydia spp. o (C. pneumoniae, C. psittaci, C. trachomatis) Coxiella burnetii (Febre Q) Vírus: Vírus sincicial respiratório Metapneumovírus humano Vírus da parainfluenza (crianças); Vírus da influenza A e B (adultos); Adenovírus (recrutas militares) SARS vírus o Covid-19 STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE As infecções pneumocócicas ocorrem com maior frequência em subgrupos de pacientes: 1. Com doenças crônicas concomitantes 2. Com defeitos imunoglobulínicos 3. Com função esplênica diminuída Características Diplococo Gram-positivo Cápsula polissacarídica Apresenta 90 sorotipos 20% indivíduos parte da microbiota Diagnóstico É feito por meio da coloração de gram Cultura de sangue Uso ATB: modifica o quadro clínico drasticamente Terapia apropriada: Cultura e Antibiograma HAEMOPHILUS INFLUENZAE Bacilos gram-negativos pleomórficos Alguns são encapsulados – patogênicos Sorotipos: a, b, c, d, e, f H. influenzae não encapsulado: colonizam o TRS nos primeiros meses de vida o 85% dos adultos H. influenzae encapsulado (sorotipo I) o 5 a 20% dos indivíduos Elevada redução da doença após a vacinação Vacina: feita a partir da cápsula de Hib (PRP purificado conjugado a proteínas carreadoras) e eficientes após 2 meses de vida (3 doses: 2º, 4º e 6º mês de vida). Fatores de virulência o Adesinas Pilli e outas proteínas de superfície – adesão à célula Colonização orofaringe o Proteases de IgA o LPS Prejudicam a função ciliar levando dano ao epitélio respiratório com translocação bacteriana e disseminação o Tipo B: cápsula antifagocítica KLEBSIELLA PNEUMONIAE É a causa mais frequente de pneumonia por bactérias gram-negativas. Acomete com maior frequência indivíduos debilitados, malnutridos, com higiene bucal precária e etilistas crônicos Aspiração de secreções com microrganismos + álcool Perda ou supressão do reflexo da tosse Interferência com a ação fagocítica ou bactericida dos macrófagos alveolares O esputo espesso e gelatinoso é característico,pois o microrganismo produz um polissacarídeo capsular abundante e víscido que o paciente tem dificuldade em expelir pela tosse. PNEUMONIAS HOSPITALARES Também chamadas de Pneumonias Nosocomial A pneumonia de origem hospitalar é aquela que: o Aparece após um período de 48 horas de admissão (ANVISA: 72 horas), ou seja, não está incubada no momento da hospitalização. Ocorre cerca de 6 a 10 casos para cada 1000 admissões hospitalares Características: Bastonetes gram negativos (família Enterobacteriaceae) Klebsiella spp., Serratia marcescens, Escherichia coli Pseudomonas spp. Staphylococcus aureus o Normalmente resistentes a penicilina o Crianças e adultos saudáveis: causa importante de pneumonia bacteriana secundária após infecção viral o Usuários drogas intravenosas: alto risco de desenvolver pneumonia estafilocócica em associação com endocardite ASPECTOS MORFOLÓGICOS DA PNEUMONIA BACTERIANA Nas infecções pneumocócicas pulmonares, ambos os padrões de pneumonia podem ocorrer; mas a broncopneumonia é mais prevalente nos extremos de idade, Independentemente da distribuição da pneumonia, os lobos inferiores ou o lobo médio direito estão frequentemente envolvidos. Morfologia Macroscópica FASES DE EVOLUÇÃO DA DOENÇA 1ª Fase: Congestiva/ Edematosa 1 – 2 dias Os lobos afetados estão pesados, vermelhos e úmidos. Histologicamente, observa-se congestão vascular com fluido proteináceo, neutrófilos disseminados e muitas bactérias nos alvéolos. 2ª Fase: Hepatização vermelha 3 – 4 dias Caracterizado por lobos pulmonares com consistência hepática Os espaços alveolares estão preenchidos por neutrófilos, eritrócitos e fibrina. 3ª Fase: Hepatização cinzenta 5 – 7 dias Os pulmões estão secos, cinza e firmes, uma vez que os eritrócitos foram lisados e o exsudato fibrinossupurativo persiste no interior dos alvéolos. 4ª Fase: Resolução 8 dias a 2 semanas Ocorre nos casos não complicados à medida que os exsudatos no interior dos alvéolos são digeridos enzimaticamente para produzir debris granulares e semifluidos que são reabsorvidos, fagocitados por macrófagos, expelidos pela tosse ou organizados por fibroblastos que proliferam em seu interior. Semelhantemente. A reação pleural pode resolver-se ou organizar-se, deixando espessamentos fibrosos ou adesões permanentes. MORFOLOGIA MICROSCÓPICA Consolidação fibrino-supurativa. COMPLICAÇÕES A completa resolução das lesões pulmonares em ambos os tipos de pneumonia pneumocócica é possível com terapia apropriada; entretanto, podem ocorrer complicações como: Destruição e a necrose tecidual que pode levar a formação de abscessos Exsudato supurativo pode acumular-se na cavidade pleural, levando ao empiema Organização do exsudato intra-alveolar pode converter áreas pulmonares em tecido fibroso sólido Disseminação bacteriana pode levar a sepse e consequentemente meningite, artrite ou endocardite infecciosa. Bronquiectasias Abscesso Coleção circunscrita de pus no parênquima pulmonar. Cavitações com material purulenta a hemático Diversas dimensões Empiema pleural Coleção purulenta na cavidade pleura Espessamento pleura (paquipleuris) Bronquiectasias Dilatações permanentes dos brônquios, causados por infecção destrutiva da parede brônquica ou por defeito de sua formação Dilatação de até 4 vezes da luz brônquica Fibrose da parede Aspecto fusiforme, sacular, tubular Congênita (difusa) ou adquirida (focal) PNEUMONIAS ATÍPICAS Pneumonia intersticial Pneumonias agudas atípicas: o Ausência de exsudação alveolar e consolidações. Quantidade moderada de esputo pulmonar, elevação moderada da contagem de leucócitos e ausência de exsudatos alveolares. Agentes etiológicos Vírus SARS-Cov-2 Vírus Sincicial Respiratório Adenovírus Rinovírus Varicela Bactéria: Mycoplasma pneumoniae Mycoplasma pneumoniae Infecções mais comuns em crianças e adultos Bactéria sem parede celular Adesina P1: o Adesão nas cél do hospedeiro o Adesão Neutrófilos e Macrófagos (impedimento Fagocitose) o Ciliostase nas células epiteliais (tosse persistente) o Penetração celular ativa - lesão “Ação superantígeno” o Ativam macrófagos - liberação de citocinas – TNF e IL -1, IL-6 (necrose celular e estimula migração células inflamatórias) Mimetismo molecular o Similaridade antigênica com tecidos do hospedeiro –falha no reconhecimento imunológico - infecção persistente o Reação imunológica aos Ag micoplasma- reação cruzada AG do hospedeiro. Mecanismo patogênico o É comum a aderência dos microrganismos ao epitélio respiratório seguido de necrose das células e resposta inflamatória. Nos casos em que o processo estende-se aos alvéolos, usualmente há inflamação intersticial, porém o acúmulo de efusão nos espaços alveolares pode mimetizar pneumonia bacteriana nas radiografias de tórax. o O dano e a desnudação do epitélio respiratório inibem a limpeza mucociliar e predispõem a infecções bacterianas secundárias. Influenza RNA vírus o Tipos A, B e C nucleoproteína o Subtipos H1 a H5 – hemaglutinina N1 e N2 neuraminidase Acs para HA e NA: impedem futura infecções Infecção viral - Perda sistema defesa primária o Lesão célula ciliada e secretora de muco Infecção bacteriana secundária Quadros graves – Insuficiência respiratória o Dano alveolar difuso Morfologia Os padrões morfológicos nas pneumonias atípicas são similares, independentemente da causa. O processo pode ser focal ou envolver a totalidade dos lobos bilateral ou unilateralmente. Macroscopicamente – as áreas acometidas estão vermelho-azuis, congestas e crepitantes. Microscopicamente – o exame histológico revela reação inflamatória largamente confinada no interior das paredes dos alvéolos. Os septos estão ampliados e edematosos, além de conter um infiltrado inflamatório de linfócitos, Histiócitos e, ocasionalmente, plasmócitos. Os espaços alveolares estão livres de exsudato. Entretanto, nos casos severos, pode desenvolver-se danos alveolar difuso maduro com formação de membrana hialina. Em casos menos severos e não complicados, o abrandamento da doença é seguido da reconstituição da arquitetura original. PNEUMONIAS FÚNGICAS Pneumonias crônicas Pneumonias do Imunocomprometido Aspergilose Agente etiológico: o Aspergillus fumigatus Macroscopia: o Granulomas e infartos hemorrágicos pulmonares Microscopia: o Hifas não septadas, ramificadas e esporos, com infiltração da parede de vasos – necrose e infarto hemorrágico. Criptococose Agente etiológico: Cryptococcus neoformans Resíduos do solo e fezes de pombos Doentes HIV+ e neoplasias hematolinfóides Granulomas contendo leveduras com halo (reforço) ao redor do fungo Histoplasmose Agente etiológico: Histoplasma capsulatum Resíduos do solo e fezes de pombos e morcegos Granuloma semelhante TB Intracelular macrófago Morfologia Macroscópica Morfologia Microscópica Síndrome da Angústia Respiratória MECANISMO DE PATOGENESE PADRÕES MORFOLÓGICOS O que é pneumonia? É uma infecção do tecido pulmonar causada por microrganismos e o resultado é a inflamação Agentes etiológicos da pneumonia? Geralmente é causada por vírus e bactérias mas também pode ser causadapor fungos e uma classe especial de bactérias, chamadas micobactérias Pneumonias bacterianas: Streptococcus pneumoniae, H. influenzae e Staphylococcus aureus Pneumonias virais: Influenza vírus Como são classificadas? Pneumonia adquirida na comunidade e pneumonia hospitalar ou nosocomial, dentro outras. **Pneumonia intersticial - inflamação crônica **Pneumonia lobar e broncopneumonia - inflamação aguda
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