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Palatabilidade – grande parte das plantas tóxicas não são palatáveis, mas pode haver exceções Variação genética – dentro de uma mesma família de plantas podem haver diversas variações que deixam a planta mais toxica ou menos toxica Fase de crescimento – dependendo da fase de desenvolvimento da planta ela pode apresentar diferentes graus de toxicidade (brotos geralmente tem maior carga toxica) Parte do vegetal – geralmente flores e folhas são as partes que mais contêm substância com potencial tóxico Variação sazonal – plantas que dependendo da quantidade de luz e água em determinados períodos do ano, podem apresentar variações em sua toxicidade Tipo de solo – quantidade de nutrientes oferecidos a planta • Mortes dos animais • Redução do desempenho reprodutivo (abortos, infertilidade, malformações) • Redução da produção (leite, carne, lã) • Alterações ou doenças intercorrentes devidas ao aumento da suscetibilidade pela depressão imunológica • São associadas com custos de controle das plantas tóxicas nas pastagens • Custos com medidas de manejo para evitar as intoxicações (construção de cercas e pastoreio alternativo) • Custo com compra de gado para substituir os animais mortos • Custos com diagnóstico das intoxicações e do tratamento dos animais afetados •••••••• Policourea marcgravii •••••••• → Fazem parte da família Rubiaceae → Conhecida como erva de rato, cafezinho e vicky, roxinha → É uma planta com toxicidade tão elevada que uma dosagem de 0,5g/kg pode levar o animal a óbito – morte súbita → É uma planta que possui extensa distribuição geografica (prevalência na região norte do país) → Boa palatabilidade, elevada toxicidade e efeito cumulativo → São plantas que tem preferência por lugares sombreados e terra firme → Podem intoxicar bovinos , bufalos, coelhos, equinos, caprinos, ovinos e ratos → A planta jovem tem um potencial de toxicidade muito maior (5x maior) do que a planta adulta → Todas as partes são toxicas – folhas, frutos (+), secos/verdes Mecanismos similar ao fluoroacetato de sódio A substância tóxica dessa planta agirá no ciclo de Krebs – ácido monofluoracético (monofluoracetato de sódio) é o princípio tóxico, sendo os frutos e folhas as partes tóxicas O monofluoracetato agirá inibindo a atividade da enzima aconitase, enzima essa que é responsável pela conversão do citrato em isocitrato Esse processo faz com que não ocorra a geração de ATP, dificultado a respiração celular Morte súbita – principalmente após esforço físico Apatia, anorexia Dificuldade em ficar em estação, relutância em andar Tremores e cansaço quando em movimento Taquipneia, opistótono e nistagmo Acidose metabólica Convulsão O nível diminuído de ATP no organismo promove o bloqueio dos processos metabólicos dependentes de energia, como: coração, cérebro e rins Manifestações cardíacas: arritmias, fibrilação atrial e parada cardíaca (condições que ocorrem devido o acúmulo de citrato/acidose metabólica que sofrem ação direta do Fluorocitrato no miocárdio, causando diminuição da absorção de glicose e hipoxia celular) Manifestações de sistema nervoso central: convulsão, alteração de comportamento, midríase, ataxia, tremores, hiperexcitação, mioclonias (condições relacionadas com o acúmulo de citrato, que causam acidose metabólica, aumenta a glicose sérica e amônia cerebral e promove também menor atividade do sistema GABA) • Achados de necropsia: não são patognomônico (congestão de grandes vasos, congestão e edema dos pulmões e da mucosa do intestino delgado) • Diagnostico diferencial: plantas que causam morte súbita – cianogênicas como o Manihot spp doenças com evolução super aguda, como o carbúnculo hemático e deficiência minerais (Ca e K) Acetamida: impede o acúmulo de citrato (administração deve ser feita o mais rápido possível) Gluconato de cálcio: hipocalcemia Butyrivibrio fibrisolvens: bactéria da microbiota que degrada o monofluoracetato do rúmen Remoção da planta por completo Quando a planta é encontradas nas matas, é recomendado cercas a área para evitar o contato dos animais Quando houver suspeita de intoxicação, deve-se evitar a movimentação dos animais por um período mínimo de uma semana (para não intensificar as alterações de musculatura esquelética) •••••••• Pteridium spp. •••••••• → Conhecida como samambaia do campo ou samambaia do pasto → A planta jovens (brotos) possui toxicidade muito grande (grande concentração dos princípios ativos tóxicos) → Provoca a intoxicação de diversas espécies de animais (bovinos, equinos, ovinos e suínos), inclusive no homem → Princípio toxico: substâncias toxicas cancerígenas e anti-hematopoiética e também presença da tiaminase tipo I → No Brasil há prevalência da espécie P. aracnoideum (aquillinum) – é uma planta que exige solo com boa drenagem, pH ácido, baixa fertilidade e temperaturas mais temperadas → Não é uma planta palatável, animal acaba ingerindo quando está com fome ou com deficiência de fibras Princípios ativos tóxicos: tanino, chiquímico, prumasina (cianogênico), quercetina entre outros O principal constituinte tóxico é o ptaquilosídeo – é um glicosídeo carcinogênico que em pH alcalino, sofre alguns transformações tendo como resultado a dienona que se liga ao DNA O ptaquilosídeo é uma das substâncias com grande potencial de intoxicação presente nessa planta, sendo responsável também pela formação de câncer nos animais devido a ingestão crônica. Além disso, tem ação anti- hematopoiética e na intoxicação crônica há o efeito carcinogênico A tiaminase tipo I que é outro constituinte tóxico importante, pode causar alterações neurológicas, alteração neuromuscular, arritmias, apatia, anorexia e retardo no crescimento (principalmente em equinos e suínos) • Ingestão de cerca de 10g/kg da planta, durante semanas a pouco meses • Ocorre principalmente com a ingestão dos brotos • Manifestações clínicas ocorrem após 3 a 8 semanas da ingestão • Animal começa a ter aplasia medular com trombocitopenia, neuropatia, aumento no tempo de coagulação e diátese hemorrágica (qualquer lesão provoca grandes sangramentos) • Diagnóstico diferencial: carbúnculo hemático, anaplasmose, leptospirose, envenenamento por cumarínico e acidentes ofídicos com Bothrops spp. • Tratamento: sintomático com transfusão de hemocomponentes • Uma das composições do Pteridium é a tiaminase tipo 1, que tem como função degradar a tiamina • É um enzima importante para equinos, ovinos e bovinos jovens • Essa deficiência ocorre devido a ingestão de grandes quantidades desse tipo de planta (10g/kg por 3 meses) • Nos equinos pode ocorrer: → Anorexia, apatia, letargia → Membros afastados ou cruzados à estação, relutância ao movimento, incoordenação, andar cambaleante, mioclonias, decúbito, movimentos de pedalagem → Opistótono, sudorese, arritmia cardíaca, dispneia e morte, aproximadamente 48h após o início dos sinais clínicos • Diagnóstico diferencial: raiva, encefalomielite, leucoencefalomalácea no equino • Tratamento é feito com base nos sinais clínicos • Ocorre devido a ingestão de poucas quantidades da planta mas por períodos muito longos de tempo (10g/kg por 6 meses ou anos) • Forma crônica da intoxicação (animais de 4 anos) • A hematúria ocorre devido a hiperplasia e neoplasia da vesícula urinaria • O animal apresenta: anemia, hematúria intermitente/contínua, emagrecimento progressivo • Diagnostico diferencial: lesões traumáticas no trato urogenital ou babesiose • Tratamento é feito com base nos sintomas – é difícil pois o animal geralmente apresenta quadros fatais • São neoplasias que ocorrem desde a região da cavidade bucal até o estômago • São ocasionadas pelo ptaquilosídeo – glicosídeo que atua sobre DNA• São carcinomas decorrente da ingestão crônica dessas plantas • Papiloma vírus bovino tipo 4 + ptaquilosídeo = carcinoma • O animal apresenta: dificuldade de deglutição, mastigação e ruminação, “ronqueira”, regurgitação de alimentos, timpanismo crônico, tosse, dificuldade respiratória, edema submaxilar, corrimento nas narinas, diarreia e emagrecimento progressivo Alimento adequado para o animal Cercar as regiões com presença P. aquillinum Diminuir desmatamento Melhora do solo •••••••• Brachiaria spp. •••••••• → B. decumbens → B. brizantha → B. humidicola → São plantas resistentes ao tempo seco, frio, úmido → É uma planta resistente ao diferentes tipos de pragas, além de ser uma perene → Fotossensibilização hepatógena – são visíveis as manifestações dérmicas, causadas por alterações hepáticas → Diversas espécies como: ovinos, bovinos, caprinos, bubalinos e equídeos estão predisponentes a esse tipo de intoxicação → Dentro da mesma espécie de animais, pode haver os mais sensíveis e os menos sensíveis a intoxicação CICLO NORMAL O animal ao se alimentar dessa planta ingere junto a clorofila, essa substância passa por transformações da microbiota do rúmen Essa clorofila após a metabolização origina um metabolito chamado de filoeritrina – esse metabolito tem excreção biliar, onde é lançado no intestino e liberada nas fezes CICLO PATOLÓGICO Quando o animal se alimenta da braquiária junto com um fungo Pitomyces chatarum , esse fungo por meio de seu metabolismo libera uma toxina denominada esporidesmina Essa esporidesmina acaba tendo uma ação degenerativa no fígado, causando a degeneração dos hepatócitos – pode haver formação de cristais biliares e interferência no metabolismo dos hepatócitos Com a obstrução dos canais biliares a filoeritrina não consegue ser eliminada da forma correta, sendo levada pela circulação sanguínea sendo deslocada para diversos tecidos, dentre esses tecidos estão as células dérmicas Esse metabolito fica acondicionado nas células dérmicas e esse metabolito é fotoativo, ou seja, é ativado por meio da radiação solar – quando ativado há liberação de radicais livres, fazendo com que ocorra lesões celulares (lesões características da Fotossensibilização) IMPORTANTE: estudos recentes apontam que não há necessidade do fungo para ocorrer o ciclo patológico, as próprias saponinas presentes na plantas são capazes de ocasionar a toxicidade (degeneração dos hepatócitos) • Fígado e vesícula biliar com tamanhos aumentados • Órgão friável e sem cor característica • ]necrose de hepatócitos e de epitélio biliar • Obstrução de pequenos ductos • Presença de cristais em ductos biliares e túbulos renais • Necrose de túbulos renais • Vesícula biliar obstruída, icterícia, hepatomegalia • Aumento de linfonodos • Fotofobia • Apatia ou inquietação • Diminuição do apetite e emagrecimento • Diminuição dos movimentos ruminais • Morte Deposição de filoritrina (pigmento fotoativo) que por meio da radiação solar, vai ocorrer a liberação de radicais livres que causarão lesão e desarranjo de estruturas celulares Isso ocorre principalmente em animais com pele despigmentada ou pouco espessada Lesão característica: dermatite necrótico purulenta Lesões cutâneas alopécicas, eritematosas, ulceradas, necróticas (pele despigmentada e desprovida de pelos) Eritema, edema subcutâneo generalizado Opacidade de córnea, secreção nasal • Suporte • Antissepsia das feridas • Uso de antibacterianos (infecções secundárias) • Retirar da pastagem • Proteção solar • Introdução gradativa em pastos – rodízios de pastos • Cuidados com diferentes fases de crescimento da planta • Adequar as sombras • Não permitir a proliferação de fungos
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