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HIGIENE DO TRABALHO Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE Esta unidade estudará o tema Higiene do Trabalho, correlacionando os riscos com as formas de se controlar, avaliar, reconhecer e atuar com vistas ao bem-estar do trabalhador. Apresenta os conceitos principais dos tipos de riscos ambientais, tais como os físicos, químicos, biológicos, as doenças com estes relacionadas, e as medidas de controle para mitigar ou eliminar por completo a presença de trabalhadores nestes tipos de ambientes. Especificamente, foram enfocados os temas que permeiam o assunto Higiene Ocupacional, estudando também o transporte, manuseio e armazenamento dos produtos ou substâncias agressivas, a insalubridade e periculosidade, a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e os programas de saúde do trabalhador, para que os problemas inerentes aos riscos não venham a ocasionar altos índices de acidentes do trabalho, de doenças ocupacionais e de falta de produtividade, em decorrência do absenteísmo e da perda de aptidão para o trabalho. Palavras- chave: Higiene Ocupacional; Riscos Ambientais; Fiscalização; Agentes Físicos; Agentes Biológicos; Insalubridade; Periculosidade. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 6 CAPÍTULO 1 – HIGIENE OCUPACIONAL X RISCOS – ABORDAGEM HISTÓRICO-CONCEITUALE OS RISCOS DO AMBIENTE DE TRABALHO............ 8 1.1 Conceito de Higiene Ocupacional - estudando os objetivos .......................... 8 1.2 Histórico no mundo ........................................................................................ 8 1.3 Histórico no Brasil .......................................................................................... 9 1.4 Entendendo melhor as organizações no Brasil ............................................ 10 1.5 Etapas da Higiene Ocupacional diante dos riscos ambientais ..................... 10 1.5.1 Antecipação ................................................................................................. 10 1.5.2 Reconhecimento .......................................................................................... 12 1.5.3 Avaliação ...................................................................................................... 12 1.5.4 Controle ........................................................................................................ 12 1.6 Riscos Químicos .......................................................................................... 12 1.6.1 Gases ........................................................................................................... 14 1.6.2 Vapores ........................................................................................................ 14 1.6.3 Grupos dos gases e vapores ....................................................................... 14 1.6.4 Aerodispersóides: ........................................................................................ 15 1.6.5 Avaliação dos Riscos Químicos ................................................................... 16 1.6.6 Medidas para controle de riscos químicos ................................................... 16 1.7 Riscos Físicos .............................................................................................. 17 1.7.1 Exposição ao calor ....................................................................................... 17 1.7.2 Valores aceitáveis de IBUTG (ºC) ................................................................ 18 1.7.3 Efeitos adversos à saúde ............................................................................. 19 1.7.4 Doenças do calor ......................................................................................... 19 1.7.5 Medidas de controle relativas ao meio ambiente ......................................... 19 1.8 Riscos Biológicos ......................................................................................... 20 1.8.1 Diferença entre gotículas e aerossóis .......................................................... 21 1.8.2 Doenças de transmissão respiratória por gotícula ....................................... 22 1.8.3 Medidas de precaução indicadas para doenças transmitidas por gotículas. 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.8.4 Medidas administrativas para evitar a transmissão de doenças por via respiratória ................................................................................................................ 24 1.8.5 Classificação de risco de agentes biológicos ............................................... 24 1.8.6 Abordagem objetiva dos Programas de Proteção Respiratória (PPR) ......... 25 CAPÍTULO 2 - INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ........................................ 27 2.1 Atividades e operações insalubres ............................................................... 27 2.1.1 Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente ........................ 27 2.1.2 Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto ............................................ 29 2.1.3 Limites de Tolerância para Exposição ao Calor ........................................... 30 2.1.4 Radiações Ionizantes ................................................................................... 30 2.1.5 Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho ................................................................................. 31 2.1.6 Limites de tolerância para Poeiras Minerais ................................................. 36 2.2 Atividades e operações perigosas ............................................................... 38 2.2.1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos: ................................... 39 2.2.2 Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis: .................................. 40 2.2.3 Atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial ................................................................................................................. 41 2.2.4 Atividades e operações perigosas com energia elétrica: ............................. 43 2.2.5 Atividades perigosas em motocicleta: .......................................................... 44 CAPÍTULO 3 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUALE OS PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR .................................................... 46 3.1 EPI – Equipamento de Proteção Individual .................................................. 46 3.2 Quando usar o EPI ....................................................................................... 46 3.3 Critérios para o uso de EPI ..........................................................................47 3.4 Correlação entre o EPC e EPI ..................................................................... 47 3.5 Tipos consagrados de EPIs ......................................................................... 48 3.5.1 Proteção para as mãos ................................................................................ 48 3.5.2 Proteção para a cabeça ............................................................................... 49 3.5.3 Proteção visual e facial ................................................................................ 50 3.5.4 Proteção auditiva ......................................................................................... 51 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3.5.5 EPIs para proteção respiratória .................................................................... 51 3.6 Programas de saúde do trabalhador ............................................................ 52 3.7 Programa de Conservação Auditiva – PCA ................................................. 52 3.7.1 Níveis de som para conforto, segundo a NBR 10152:2017: ........................ 52 3.7.2 Tipos de ruído .............................................................................................. 53 3.7.3 Efeitos sociológicos da deficiência auditiva .................................................. 54 3.8 Programa de Proteção Respiratória – PPR .................................................. 55 3.8.1 Requisitos mínimos do PPR ......................................................................... 55 3.8.2 Implementação do programa ....................................................................... 56 3.8.3 Administração do programa ......................................................................... 56 3.8.4 Regras e responsabilidades do PPR............................................................ 57 3.8.5 A avaliação dos perigos no ambiente laboral ............................................... 57 3.8.6 Adequação do dispositivo respirador à tarefa, ao usuário e ao ambiente de trabalho ..................................................................................................................... 58 3.9 Programa de Proteção de Riscos Ambientais – PPRA ................................ 59 3.9.1 Considerações iniciais .................................................................................. 60 3.9.2 Abrangência de aplicação ............................................................................ 61 3.9.3 Estrutura e conteúdo do PPRA .................................................................... 61 3.9.4 Participação dos trabalhadores no PPRA .................................................... 63 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 64 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Iniciemos nosso estudo acerca do tema Higiene do Trabalho com os conceitos fundamentais, indispensáveis à formulação integral do entendimento desta que é uma das mais importantes áreas da Segurança do Trabalho. O que significa a palavra Higiene? O termo Higiene é originário da palavra grega Hygeia. Na mitologia grega é considerada a Deusa da Saúde. Isto posto, o que vem a ser Higiene Ocupacional? É a ciência e a arte voltadas para a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores de risco originados nos postos laborais e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, também tendo em vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral. (ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists, EUA, 1973) Por que algumas pessoas intitulam de Higiene Industrial? Apesar de estar associado a outras áreas da saúde (higiene dental, higiene sanitária, dentre outras), o termo higiene tem sido popularizado desde a década de 70 no campo da Higiene Ocupacional após a publicação do “Occupational Safetyand Health Act” de 1970, pela OSHA, EUA. Já o termo industrial foi adicionado devido à preocupação dos profissionais da época em proteger a saúde dos trabalhadores da indústria. Além do estudo sob o ponto de vista da evolução da Higiene Ocupacional, estudaremos outros desdobramentos conceituais que permeiam o tema principal, tais como: Os riscos x higiene do trabalho: como se associam os vários tipos de riscos com as avaliações e controles por meio da Higiene Ocupacional; Estudaremos os tipos de riscos que se apresentam no ambiente laboral, tais como: riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos ou de acidentes, além do transporte e manuseio de substâncias agressivas. Os temas periculosidade e insalubridade também serão associados à matéria Higiene Ocupacional, uma vez que o conjunto de situações onde se forma um cenário dotado de um ou mais elementos ora citados, propicia os ambientes insalubres e/ou perigosos, e através dos métodos de controle, da utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), e da aplicação eficaz dos 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. programas de saúde do trabalhador, esta situação pode ser resolvida ou, pelo menos, minimizada. Por fim, faz-se necessário estudar a eficácia destes diversos programas que são as ferramentas de registro e controle para a inspeção e a fiscalização do trabalho. 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 – HIGIENE OCUPACIONAL X RISCOS – ABORDAGEM HISTÓRICO-CONCEITUALE OS RISCOS DO AMBIENTE DE TRABALHO 1.1 Conceito de Higiene Ocupacional - estudando os objetivos O estudo do conceito de Higiene Ocupacional, ou do Trabalho, pode ser feito através do conhecimento dos seus objetivos. Conforme estabelece a Organização Mundial de Saúde, a OMS, são objetivos da Higiene Ocupacional: - Determinar e combater, no ambiente de trabalho, todos os riscos químicos, físicos, biológicos e psicossociais de reconhecida e presumida nocividade; - Conseguir que o esforço físico e mental, exigido de cada trabalhador para o exercício do trabalho, esteja adaptado às suas necessidades e limitações técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas; - Adotar medidas eficazes para proteger as pessoas que sejam especialmente vulneráveis às condições prejudiciais do ambiente de trabalho e reforçar sua capacidade de resistência; - Descobrir e corrigir as condições de trabalho que possam deteriorar a saúde dos trabalhadores, de modo a garantir que os índices de mortes ocasionadas pelo exercício do trabalho não sejam superiores a do conjunto de população; - Orientar a administração dasempresas e os trabalhadores no cumprimento de suas responsabilidades com a proteção e a promoção da saúde; - Aplicar nas empresas programas de ação sanitária que englobem todos os aspectos de saúde, o que ajudará o serviço público de saúde a elevar os padrões mínimos de saúde e coletividade. 1.2 Histórico no mundo Desde a civilização greco-romana o homem já se preocupava com a Segurança e Higiene Ocupacional. Como exemplo, temos trabalhos na Grécia antiga, como os de Aristóteles, que estudou as afecções dos mineiros e como preveni-las. Hipócrates também identificou a origem das doenças relacionadas com os trabalhos em minas de estanho. E o próprio nome de Higiene deriva da deusa grega da saúde, Hygeia. No século XVI, temos Paracelso realizando estudos das doenças dos mineiros na região de Tyrol. Naquela época, a Higiene Industrial parecia ser ainda algo muito mística. As observações publicadas por Paracelso são baseadas em dez anos de trabalhos das minas do Tyrol. O livro cita algumas conclusões errôneas, como por 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. exemplo, atribui ao vapor de mercúrio, ácido sulfúrico e sal as doenças de pulmão identificadas nos mineradores. Em meados de 1700, Bernardo Ramazzini, um médico italiano considerado como o pai da medicina do trabalho, escreveu no seu livro, “De Morbis Artificum Diatriba” (as enfermidades dos trabalhadores) sobre a silicose, usando termos patológicos, como observado nas autópsias de mineiros. Infelizmente, os cuidados e a vigilância descritos para esses riscos foram ignorados por séculos. Todavia, este livro teve um efeito pródigo no futuro da Higiene. Ramazzini acreditava que o meio onde o trabalhador exercia a sua atividade afetava diretamente a saúde, e perguntava a seus pacientes:” Em que você trabalha?” No século XX, em 1910, a Dra. Alice Hamilton, uma americana e médica clínica, não só evidenciou a relação entre a doença e a exposição de trabalhadores, mas também propôs soluções para os problemas. Este foi o início do surgimento da Medicina Ocupacional. Entre 1908 e 1948, os governos Federal e Estaduais nos EUA estabeleceram as legislações relativas às indenizações a trabalhadores, e isso influenciou o desenvolvimento da Higiene Industrial nos Estados Unidos. Os administradores começaram a reconhecer que controlar o meio ambiente custava muito menos do que pagar altas somas indenizatórias. Assim, foram criadas nos EUA as mais importantes instituições ligadas ao tema, tais como: AIHA - American Industrial Hygiene Association, em 1939; ACGIH- American Conference of Governmental Industrial Hygienists, em 1938 OSHA - Occupational Safety and Health Administration, em 1970; NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health, 1970 1.3 Histórico no Brasil Por meio da Norma Regulamentadora 15, Atividades e Operações Insalubres (NR 15) e seus anexos da Portaria 3214/78, passou-se a fixar os limites de tolerâncias para os agentes químicos e físicos. Não se têm, de maneira consistente, registros da História da Higiene Ocupacional no Brasil. 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. FIQUE ATENTO Muitos dos padrões estabelecidos nesta norma são os mesmos da época da sua elaboração, que utilizou como base os padrões estabelecidos pela ACGIH. No decorrer desses anos foram revisados alguns conceitos e critérios e introduzidas algumas modificações por meio de Portarias. 1.4 Entendendo melhor as organizações no Brasil ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais é uma associação civil constituída com a finalidade do desenvolvimento de estudos e ações relativas à Higiene Ocupacional, e para fins de interesses individuais ou coletivos dos higienistas ocupacionais, tendo como princípio fundamental a autonomia, a liberdade de associação e de solidariedade profissional. Promove Seminários em diversos estados, com o objetivo de difundir conhecimentos aos higienistas e outros profissionais da área de segurança e saúde. 1.5 Etapas da Higiene Ocupacional diante dos riscos ambientais Quais são as principais etapas da Higiene Ocupacional? Responder a esta questão abre os precedentes para se entender a relação Higiene x Riscos. Através de tais etapas é que se faz possível controlar os riscos que provocam as doenças, prejuízos à saúde do trabalhador de toda a monta, além de ineficiência de produtividade, acarretando em desdobramentos de ineficácia produtiva de vários tipos. As etapas consistem em: Antecipação Reconhecimento Avaliação Controle 1.5.1 Antecipação O termo antecipação significa a necessidade real de buscarmos sempre identificar os potenciais de riscos e perigos à saúde, antes que um determinado 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. processo industrial seja implementado ou modificado, ou que novos agentes geradores de riscos sejam introduzidos no ambiente de trabalho. A antecipação dos riscos pode ser feita, principalmente, pela implantação de projetos de modificações e/ou novas instalações, cuja aprovação está subordinada à análise prévia dos riscos do projeto, através de uma avaliação técnica. Esta avaliação, sob o panorama técnico, pode ser feita através de ferramentas como Análise de Risco, HAZOP (análise de riscos e operabilidade), FMEA (Análise de Modos de Falha e Efeitos) e APP (Análise Preliminar de Perigo). IMPORTANTE No quesito Antecipação, existem os formulários de antecipação que compreendem técnicas de análise de risco, que são por exemplo, HAZOP, ART (Análise de Risco da Tarefa), PT/PET (Permissão de Trabalho/Permissão de Entrada para Trabalho em espaço confinado). Muitas das vezes, esta etapa compreende em investimentos, tais como aquisição de novos equipamentos e/ou materiais (inclusive substâncias químicas). Entretanto, no processo de aquisição é pré-requisito a análise prévia do item relacionado aos aspectos e impactos de segurança e saúde ocupacional incrementados ao sistema/unidade. A aquisição não deverá ser concretizada em casos de não garantia do pleno gerenciamento e controle dos riscos oriundos da implantação e manuseio destes. A antecipação dos riscos também exerce influência nas instalações atuais das empresas, e são controladas através da implementação dos planos de manutenção preventiva, bem como da definição e controle dos equipamentos e sistemas críticos, sob o ponto de vista de segurança e saúde ocupacional. Outro panorama abordado pela antecipação é no âmbito dos processos de trabalho, pois, estes são controlados sobre o ponto de vista de segurança e saúde ocupacional, através dos processos e ferramentas de identificação dos perigos e riscos, tais como, a Permissão para Trabalho. 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzidaou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. FIQUE ATENTO A antecipação dos riscos possui ligação relevante com a implantação de projetos de modificações e/ou novas instalações; a aquisição de novos equipamentos e/ou materiais; as instalações atuais das empresas e as ferramentas de identificação dos perigos e riscos. 1.5.2 Reconhecimento O termo reconhecimento refere-se a toda análise e observação do ambiente do trabalho, a fim de identificarmos os agentes existentes, os potenciais de risco a eles associados e qual prioridade de avaliação ou controle existe nesse ambiente de trabalho. 1.5.3 Avaliação O termo avaliação designa, principalmente, as medições e monitorações que serão conduzidas no ambiente de trabalho. 1.5.4 Controle Pode-se definir controle como a associação à eliminação ou minimização dos potenciais de exposição, antecipados, reconhecidos e avaliados, no ambiente laboral considerado. 1.6 Riscos Químicos Nenhum produto é tão perigoso que não possa ser manipulado. É prudente que se comece a estudar os riscos químicos com esta afirmativa, pois, ela traz uma reflexão importante. Isto denota que, para que esta manipulação se faça de maneira segura e, praticamente, com o perigo mitigado por completo, surge a necessidade de entender que nenhum produto pode ser manipulado, sem que se conheça os riscos que ele pode causar. Para tratar dos riscos químicos, devem-se definir os agentes químicos. São substâncias compostas que possam penetrar no organismo por via respiratória, ou que, pela natureza da atividade, possam ser absorvidas pelo organismo, através da 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. pele ou por ingestão. Podem estar presentes em um local de trabalho e entrar em contato com o organismo do trabalhador, agindo de forma localizada ou generalizada (quando distribuídos a diferentes órgãos e tecidos). Podem ser encontrados nos estados gasosos, líquidos ou sólidos. Os agentes químicos são classificados, de maneira geral, como gases vapores e aerodispersóides (poeiras, fumos, fumaças e neblinas). Em relação às vias de penetração, os agentes químicos possuem três vias básicas de penetração no corpo humano: Via respiratória: as substâncias penetram pelo nariz e pela boca, afetando as vias aéreas superiores e chegando aos pulmões. Por meio da circulação sanguínea, podem seguir para outros órgãos, onde manifestarão efeitos tóxicos conhecidos como a asma, bronquites, pneumoconiose (alterações no tecido dos pulmões provocada pela presença de poeiras ou partículas sólidas no aparelho respiratório). Via digestiva: a contaminação do organismo ocorre pela ingestão acidental ou não de substâncias nocivas, presentes em alimentos contaminados ou deteriorados, ou em contato com a saliva. Hábitos inadequados como alimentar-se ou ingerir líquidos no local de trabalho, umedecer ou limpar os lábios com a língua, usar as mãos para beber água e não ter higiene contribuem para a ingestão de substâncias nocivas. Conforme o tipo de produto ingerido, podem ocorrer: queimaduras na boca queimaduras no esôfago e estômago intoxicação aguda Via cutânea: as substâncias químicas (a exemplo dos ácidos, álcalis e solventes) atingem a pele, podendo ser absorvidas e provocar lesões, tais como alterações na circulação e oxigenação do sangue, alterações dos glóbulos vermelhos, problemas na medula óssea, anemia, acne química dentre outros. 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 1 - Agentes de riscos químicos - Diversos tipos de partículas Fonte: Autor, 2019. Passemos a estudar os tipos de agentes contaminantes. 1.6.1 Gases São substâncias que, à temperatura ambiente, estão no estado gasoso. Na maioria das vezes, são invisíveis. Os gases e os vapores podem alcançar os pulmões diretamente e são levados pela corrente sanguínea por todo o corpo, chegando ao cérebro, rins, fígado e outros órgãos. Tem-se como exemplo o monóxido de carbono dos escapamentos dos carros, hidrogênio, gás carbônico, gás de cozinha, etc. 1.6.2 Vapores São substâncias que evaporam de um líquido ou de um sólido, da mesma forma que a água transformada em vapor d’água. Geralmente são caracterizados pelos odores. São exemplos clássicos os vapores de gasolina, querosene, thinner utilizado em pinturas, solventes de tinta, éter, nafta etc. 1.6.3 Grupos dos gases e vapores Substâncias que irritam os olhos, as mucosas e vias respiratórias podem causar queimaduras. Temos como exemplo os ácidos (ácido sulfúrico) e as bases (soda cáustica); 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Substâncias que deslocam (roubam) oxigênio. Podemos citar como exemplos o Hélio, o Neon, o Argônio, o CO, o Nitrogênio e o CO2. Substâncias que geram efeito narcótico. Exemplos clássicos são os Hidrocarbonetos Alifáticos (octano), os Aromáticos (Benzeno, Xileno), os Álcoois (Etanol, Metanol), as Cetonas, dentre outros. IMPORTANTE De maneira geral, os gases e vapores são classificados segundo os efeitos que causam ao organismo humano. Eles podem ser classificados em 3 grupos: irritantes, anestésicos e asfixiantes. 1.6.4 Aerodispersóides: Definem-se como materiais sólidos produzidos mecanicamente pela ruptura de partículas sólidas maiores. Tem-se como principais exemplos a fibra de amianto e poeiras de sílica. Os aerodispersóides possuem uma característica interessante: quanto menor a partícula, mais tempo ela ficará suspensa no ar, aumentando a chance de ser inalada. Neste caso, dá-se a formação de poeiras. No caso dos fumos, estes se formam quando um metal é fundido (aquecido) e vaporizado, se resfriando rapidamente, criando partículas muito finas que ficam suspensas no ar. Nas operações de soldagem e dos processos de fundição, ocorre a formação dos fumos. Quando são originadas pequenas gotículas que ficam suspensas no ar, usualmente criadas por operações com spray, tem-se a formação das névoas. Exemplos clássicos de formação são as névoas advindas da aplicação de agrotóxicos e pinturas em spray. Outro tipo de aerodispersóides são as neblinas, sendo partículas líquidas produzidas por condensação de vapores, tais como anidrido sulfúrico e gás sulfúrico. Exemplo: Chaminé de Siderúrgica com formação de neblina ácida em volta da mesma. A fumaça, muitas das vezes, é o aerodispersóide mais conhecido pela sua frequência nos processos industriais, sendo partículas produzidas pela combustão 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenageme recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. incompleta. Um exemplo de fácil compreensão é a fumaça liberada pelos escapamento dos automóveis que contém Monóxido de carbono. 1.6.5 Avaliação dos Riscos Químicos O nível de exposição é conhecido utilizando-se instrumentos que medem a concentração dos contaminantes ou do oxigênio no ar. Estas medições podem ser realizadas nos ambientes ou nas pessoas, dependendo do tipo de contaminante e dos equipamentos disponíveis para realizar tal avaliação. FIQUE LIGADO É importante saber os fatores que influenciam a toxicidade dos contaminantes. Aspectos como a concentração, índice respiratório (quantidade de ar inalado no trabalho), sensibilidade de cada indivíduo, a toxicidade (potencial tóxico) e o tempo de exposição aos contaminantes. Figura 2 - Equipamentos de medição de agentes químicos Fonte: Autor, 2019. 1.6.6 Medidas para controle de riscos químicos De maneira objetiva, controlar os riscos químicos é, acima de tudo, manter a saúde do ambiente de trabalho por meio das seguintes medidas: 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Medidas ambientais: envolve a substituição ou alteração do processo, a ventilação diluidora de aerodispersóides e a ventilação exautora. Medidas de controle individuais: são assim categorizadas por se tratar de ações aplicadas ao indivíduo, tais como educação e treinamento, limitação à exposição, uso dos equipamentos de proteção individual e acompanhamento médico. 1.7 Riscos Físicos 1.7.1 Exposição ao calor Em princípio, nota-se que o calor é um agente físico presente em uma série de atividades como a siderurgia, a fundição, a indústria do vidro e a indústria têxtil. ATENÇÃO O homem exposto a altas temperaturas tem os rendimentos físico e mental diminuídos. É sabido que a exposição não controlada ao calor induz a erros de percepção e raciocínio, o que pode desencadear acidentes. Reações do Organismo ao Calor: o organismo humano, no sentido de promover um aumento da perda de calor, processa uma série de reações fisiológicas buscando o equilíbrio térmico. Estas reações são mecanismos de defesa do organismo humano quando submetido ao calor intenso. A primeira ação processada pelo organismo implica num maior fluxo de sangue na superfície do corpo, com consequente aumento da temperatura da pele. Este fluxo de sangue transporta o calor do núcleo do corpo para a superfície, onde ocorrem as trocas térmicas. É a atividade das glândulas sudoríparas, proporcionalmente ao desequilíbrio térmico, onde a quantidade de suor em curtos períodos pode atingir até 2 litros por hora. 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.7.2 Valores aceitáveis de IBUTG (ºC) Para se avaliar com eficácia os limites aceitáveis de exposição do trabalhador ao calor, faz-se necessário estudar a Norma Regulamentadora 15 (NR 15), estabelecida por seu Anexo 3. Este anexo apresenta conceitos importantes a saber: A exposição ao calor é avaliada através do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG), onde se define pelas equações que se seguem: Para ambientes internos ou externos sem carga solar, o IBUTG é: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg Em se tratando de ambientes externos com carga solar, o IBUTG sofre a influência do parâmetro temperatura de bulbo seco, o tbs, e fica: IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg Em que, tbn = temperatura de bulbo úmido natural tg = temperatura de globo tbs = temperatura de bulbo seco FIQUE LIGADO Figura 3 – Exposição ao calor Fonte: Autor, 2019. 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.7.3 Efeitos adversos à saúde O calor traz inúmeros efeitos à saúde do trabalhador, que vão depender de vários fatores, tais como o tipo de fonte emissora de calor, o tempo de exposição, umidade do ar, etc. De maneira prática, os efeitos acarretam em: desidratação internação cãibra perda eletrolítica tontura desmaio em casos extremos, a morte 1.7.4 Doenças do calor Estas se definem como sendo distúrbios fisiológicos que ocorrem quando os mecanismos de troca térmica não são suficientes para remover a troca adequada de calor. Exaustão do calor: Decorre de uma insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, resultante da dilatação dos vasos sanguíneos. Uma baixa pressão sanguínea é o evento crítico resultante. Desidratação: Inicialmente reduz o volume do sangue, promovendo a exaustão do calor, podendo chegar à deterioração do organismo. A desidratação acarretará a ineficiência muscular, redução da secreção, acúmulo de ácido nos tecidos, febre e morte, quanto mais elevada for a intensidade. Cãibras de calor: São os espasmos musculares, seguindo-se uma redução do cloreto de sódio no sangue. Choque térmico: Quando a temperatura do núcleo do corpo põe em risco algum tecido vital. 1.7.5 Medidas de controle relativas ao meio ambiente As medidas de controle possuem relação intrínseca com o fator alterado em um determinado ambiente laboral. A partir daí, pode-se estabelecer: 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Fator temperatura do ar alterado: como medida adotada, tem-se a insuflação de ar fresco no local onde permanecer o trabalhador; Fator velocidade do ar alterado: como medida adotada, tem-se a maior circulação do ar existente no local de trabalho; Fator umidade relativa do ar: como medida adotada, tem-se a exaustão do vapor d´água emanados de um determinado processo; Fator calor radiante: como medida adotada, tem-se a instalação de barreiras refletoras (alumínio polido e aço inoxidável), barreiras absorventes (ferro e aço oxidado) e barreiras contra radiação infravermelha; Fator calor produzido pelo metabolismo: como medida adotada, tem-se a automação do processo. 1.8 Riscos Biológicos As doenças transmissíveis não são só as que mais causam morte, apesar de ainda compõem uma expressiva quantidade de vítimas fatais. Tais tipos de doenças compõem um caso crítico de saúde pública no país e no globo e, desta forma, passa a exigir o uso efetivo das ações para controlar de maneira geral, precipuamente falando, e em segundo plano, de ordem particular. Dentre as medidas de ordem particular, pode-se destacar a utilização dos EPR- Equipamentos de Proteção Respiratória, que são recomendados com vistas à mitigação da contaminação de diversos transmissores de doenças através das vias aéreas. O vírus do sarampo e o Bacilo de Koch são alguns exemplos relevantes. O profissional da área de saúde e segurança,até mesmo pelo frequente contato com diversos grupos de pessoas e pela natureza de sua atribuição, é bastante suscetível ao contágio destes agentes. Em se tratando, por exemplo, da tuberculose, um procedimento adequado para controlar a infecção pelo bacilo demanda que se identifique, isole e execute o devido cuidado/tratamento dos indivíduos com tuberculose. Tais procedimentos requerem a aplicação prática das medidas de controle, que devem mesclar também medidas de caráter administrativo, com vistas à redução do risco de exposição a indivíduos portadores de tuberculose; a utilização de controles de caráter técnico (na área de 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. engenharia de segurança) para mitigar o aumento do contágio, reduzindo a concentração das gotículas infectantes e aerossóis, além da utilização dos EPRs em áreas, e até mesmo os procedimentos onde exista o risco de exposição ao bacilo. Bastante importante também é o investimento em materiais de divulgação de prevenção das doenças, dos hábitos ligados à higiene e ao comportamento em ambientes fechados e nos períodos mais frios. A exposição aos agentes biológicos dispersos por via aérea é a mais relevante no enfoque ao controle dos riscos biológicos, pois, as contaminações são, em sua grande maioria, por via aérea. O doente ou portador, quando fala, tosse ou espirra, dispersa agentes etiológicos de doenças de transmissão aérea. Deste modo, qualquer pessoa pode ser exposta a esses agentes quando em contato com o doente ou portador, ao entrar em ambientes contaminados, ou ainda ao realizar procedimentos nestas pessoas. A outra via de transmissão de notada relevância é a via de contato, sendo esta, porém, o foco de estudo secundário se comparada à via aérea. 1.8.1 Diferença entre gotículas e aerossóis Saber tal diferença é fundamental para se estudar os riscos biológicos, em que se pode notar que há uma diferença sob o ponto de vista do tamanho das partículas (fator dimensional de particulado). As gotículas possuem uma dimensão maior do que cerca de 5μm e atingem o trato respiratória superior, isto é, as mucosas das fossas nasais e da boca/cavidade bucal. Em se tratando dos aerossóis, estas são menores, ficam flutuando no ar por mais tempo e, quando são inaladas, penetram de maneira mais profunda no sistema respiratório. A forma de se prevenir um tipo de doença causada por gotículas é sensivelmente diferente daquelas causadas por aerossóis. 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Figura 4 - Indivíduo expelindo gotículas e aerossóis Fonte: Vaccine information, 2006. 1.8.2 Doenças de transmissão respiratória por gotícula São aquelas que ocorrem pela disseminação de gotículas (partículas maiores do que 5μm), geradas durante tosse, espirro, conversação ou na realização de diversos procedimentos tais como, inalação, aspiração etc. O quadro a seguir traz algumas das doenças transmitidas por gotículas mais conhecidas: 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quadro 1 - Doenças transmitidas por gotículas Fonte: Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000. 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.8.3 Medidas de precaução indicadas para doenças transmitidas por gotículas Quando a proximidade com o paciente for igual ou inferior a um metro, deve ser utilizada, no mínimo, a máscara cirúrgica. De maneira prática, esta é a forma mais direta e simples de se prevenir de doenças transmitidas por gotículas. No ambiente hospitalar, onde os riscos biológicos se fazem bastante propícios, orienta- se que seja utilizada máscara cirúrgica sempre que entrar em contato com o paciente. No caso do ambiente industrial, cabe aos profissionais que avaliam os riscos em ambientes laborais específicos, adotar o mesmo procedimento. 1.8.4 Medidas administrativas para evitar a transmissão de doenças por via respiratória Aplicando este tópico especialmente no ambiente laboral hospitalar, o primeiro passo, neste caso, é a identificação rápida da patologia, seguida de isolamento do paciente, quando necessário, e tratamento adequado. Para cada patologia existe um período de transmissão próprio. Como exemplo, os pacientes com tuberculose pulmonar e/ou laríngea, adequadamente tratados, não transmitem o bacilo após aproximadamente duas semanas de tratamento. Outro importante meio de reduzir a disseminação da tuberculose é pela implantação de sistema de ventilação e controle adequados. No ambiente extra-hospitalar é difícil estabelecer tais tipos de controle, pois, quando se tem casos de suspeita de doenças como a tuberculose, por exemplo, o profissional da área de saúde e segurança do trabalho possui sua atuação limitada diante dos desafios do cotidiano profissional. Faltam, muitas vezes, mecanismos de avaliação com a dinâmica de controle necessárias, e outros trabalhadores acabam sendo contaminados antes de uma atuação de prevenção. 1.8.5 Classificação de risco de agentes biológicos Ao se estudar a classificação de risco de agentes biológicos, torna-se indispensável tomar como referência a Norma Regulamentadora 32 (NR 32), em seu Anexo I. Segundo a referida norma, os agentes biológicos são classificados em: Classe de risco 1: “baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.”. 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Nesta classe, cabe aos profissionais de saúde e segurança do trabalho a criação de programas de monitoração para manter os riscos nesta classe ou mitigá-los, dentro das possibilidades operacionais e de recursos de cada empresa. Classe de risco 2: “risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Nesta classe, cabe aos profissionais de saúde e segurança do trabalho a atuação de maneira mais estreita nas coletas e acompanhamentos de campo, a fim de se estabelecer uma monitoração para mitigar os riscos desta classe. A empresa necessita avaliar dentro das possibilidades operacionais e de recursos de cada empresa. Classe de risco 3: “riscoindividual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Nos ambientes laborais onde se têm esta classe de risco, os profissionais de saúde e segurança devem redobrar seus mecanismos de controle, agindo com eficácia nas avaliações e tomadas de decisão, a fim de, pelo menos, transformar um ambiente de classe de risco 3 para classe 2. Classe de risco 4: “risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.”. Neste cenário, a alta direção da empresa deve ser envolvida de maneira ainda mais rápida e direta, pois, programas de prevenção e mitigação de riscos devem fazer parte das decisões estratégicas da empresa. 1.8.6 Abordagem objetiva dos Programas de Proteção Respiratória (PPR) O Programa de Proteção Respiratória precisa ser implementado e gerido, além de requerer avaliação periódica no que tange aos serviços de segurança e saúde do 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. trabalhador, se for exigido algum tipo de tarefa/atividade, em que necessite usar os Equipamentos de Proteção Respiratória- EPR. O PPR deve abranger a política da empresa acerca do uso de EPR, deve acrescentar, no mínimo, alguns procedimentos elaborados acerca dos seguintes temas: Implementação de ações de teor prático acerca da utilização dos EPRs, inclusive a não utilização de barba por parte dos trabalhadores; Gestão continuada do PPR; Os tipos de EPR recomendados nas diversas tarefas; Adoção de testes de estanqueidade/vedação; Treinamento sobre proteção respiratória; Limpeza, inspeção, higienização, guarda e manutenção dos EPRs; Definição de itens na avaliação médica relativas ao uso dos EPRs; Monitoração da utilização por parte de quem usa os referidos EPRs; Monitoração do risco de maneira efetiva; Avaliação do programa, para que sejam instituídas ações de aperfeiçoamento e cumprimento de metas. 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 2 - INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 2.1 Atividades e operações insalubres Ao estudar o tema em questão, faz-se necessário tomar como referência primordial a Norma Regulamentadora 15 (NR 15), juntamente com os seus 14 anexos (13 anexos em vigor, sendo o anexo 4 revogado), pois é neste arquétipo conceitual que se aprofunda com fluência em tema tão relevante para o trabalhador e o profissional de saúde e segurança do trabalho, em específico o higienista ocupacional. O profissional se enquadra em atividades insalubres, se este desenvolver atividades acima dos limites de tolerância previstos nos anexos de nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12, a saber: Anexo I - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente Anexo II - Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto Anexo III - Limites de Tolerância para Exposição ao Calor Anexo V - Radiações Ionizantes Anexo XI - Agentes Químicos Cuja Insalubridade é Caracterizada por Limite de Tolerância e Inspeção no Local de Trabalho Anexo XII - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais Para que se possa entender com os detalhes necessários o conceito de insalubridade, serão estudados os anexos acima informados. 2.1.1 Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. Esta conceituação foi trazida pelo Anexo I da NR 15 com o objetivo de dar uma referência primária no estudo de limite de tolerância. Mas o que vem a ser limite de tolerância? De acordo com a conceituação trazida nesta NR, é o parâmetro que retrata a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. A última assertiva, isto é, “durante a sua vida laboral”, tem um peso considerável, pois, muitas vezes o trabalhador muda de empresa e esta rastreabilidade se perde. Portanto, não é tarefa fácil se estabelecer o real impacto dos agentes na vida laboral dos indivíduos. Em se tratando de limite de tolerância aplicado aos níveis de ruído contínuo ou intermitente, segundo conceito normativo, devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora, sendo que as leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados no quadro a seguir: Quadro 2 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Fonte: NR15, 2019. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado. 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Esta assertiva visa beneficiar o trabalhador, protegendo o mesmo sob limites mais altos, arredondando para cima os valores em questão. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. Em relação a esta regra, a norma é clara e taxativa, pois, não deixa margem de subjetividade, o que também beneficia diretamente o trabalhador. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, conforme a seguinte equação de média ponderada: C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn T1 T2 T3 Tn Se a soma exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância, devendo ser tomadas as medidas de controle e de atenuação de ruídos. Na equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível, conforme estabelecido no quadro imediatamente anterior. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente, conforme estabelecido em norma. 2.1.2 Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto Para se estudar este tópico, apresentando peloAnexo II da NR15, deve-se em primeiro lugar definir ruídos de impacto. Entende-se por ruídos de impacto aqueles que apresentam picos de energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo. Desta forma, a característica deste tipo de ruído é bem peculiar, pois, correlaciona intensidade ou pressão sonora com periodicidade deste ruído. Estes níveis de impacto sonoro deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível de pressão sonora, operando de maneira a captar níveis de pressão sonora adequada para impacto. As leituras também devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído de 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. FIQUE ATENTO Quando não for possível efetuar a medição deste tipo de ruído de impacto com o tipo de medidor do nível de pressão sonora adequado, será válida a leitura feita no medidor adequado para ruído contínuo ou intermitente. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C). As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB, medidos com o medidor adequado, ou superiores a 130 dB, medidos com o medidor adequado para ruído contínuo ou intermitente, oferecerão risco grave e iminente. 2.1.3 Limites de Tolerância para Exposição ao Calor O estudo desta incidência de percentual de insalubridade sob exposição ao calor foi estudado em um contexto dos riscos físicos, item 1.7, deste material. 2.1.4 Radiações Ionizantes Nas atividades ou operações em que trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos à proteção do homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NN-3.01. Esta norma do CNEN trata, dentre outros assuntos que não serão o foco deste estudo, dos limites de dose individual, onde se estabelece que a exposição normal dos indivíduos deve ser restringida, de tal modo que nem a dose efetiva, nem a dose equivalente nos órgãos ou tecidos de interesse, causadas pela possível combinação de exposições, originadas por práticas autorizadas, excedam o limite de dose especificado na tabela a seguir: 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quadro 3 – Limites de dose Fonte: CNEN -NN-3.01, 2019. _________________________________________________________ Notas: [a] Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose anual deve ser considerado como dose no ano calendário, isto é, no período decorrente de janeiro a dezembro de cada ano. [b] Média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv em qualquer ano. [c] Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose efetiva de até 5mSv em um ano, desde que a dose efetiva média em um período de 5 anos consecutivos, não exceda a 1 mSv por ano. [d] Valor médio em 1 cm² de área, na região mais irradiada. Para entender melhor os limites de dosagem das radiações ionizantes, faz-se necessário definir o Sv. O sievert (Sv) consiste na unidade usada para dar uma avaliação do impacto da radiação ionizante sobre os seres humanos. É a unidade do Sistema Internacional de Unidades da dose equivalente e da dose eficaz, e que leva em conta os efeitos biológicos em tecidos vivos, produzidos pela radiação absorvida. O Sv é a unidade, portanto, utilizada pela normatização que trata deste tema no Brasil. 2.1.5 Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho Nas atividades ou operações nas quais os trabalhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá, de maneira objetiva, quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes no quadro a seguir: 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quadro 4 - Limites de tolerância 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Fonte: Anexo XI da NR15, 2019. Há várias considerações a serem feitas acerca do quadro em epígrafe, a saber: Todos os valores fixados no quadro de Limites de Tolerância são válidos para absorção apenas por via respiratória; Todos os valores fixados no quadro como "Asfixiantes Simples" determinam que nos ambientes de trabalho, em presença destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser 18% em volume. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e iminente. Na coluna "valor teto", estão assinalados os agentes químicos cujos limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho. Na coluna "absorção também pela pele", estão assinalados os agentes químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea, e portanto, exigindo 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. na sua manipulação o uso da luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo. Na avaliação das concentrações dos agentes químicos através de métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá ser feita pelo menos em 10 amostragens, para cada ponto - ao nível respiratório do trabalhador. Cada uma das concentrações obtidas nas referidas amostragens não deverá ultrapassaros valores obtidos na equação que segue, sob pena de ser considerada situação de risco grave e iminente. Valor máximo = L.T. x F. D. Onde: L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o quadro limites de tolerância, F.D. = fator de desvio, segundo definido no quadro a seguir: Quadro 5 - Relação de LT e FD Fonte: Anexo XI da NR15, 2019. 2.1.6 Limites de tolerância para Poeiras Minerais As poeiras minerais das quais se referem a norma são as estabelecidas a seguir: Asbesto Manganês e seus compostos Sílica livre cristalizada Tais tipos de poeiras são foco das instituições que estudam a Higiene Ocupacional, por conta de seus danos à saúde, causando um histórico triste de doenças ocupacionais. 37 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Asbesto: Tal poeira é uma das substâncias mais severas quando se estuda Higiene Ocupacional. Os profissionais de saúde e segurança do trabalho devem estar atentos às atividades nas quais os trabalhadores estão expostos ao asbesto no exercício do trabalho. Definição de asbesto: Entende-se por "asbesto", também denominado amianto, a forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas metamórficas das serpentinas, que consiste na crisotila (asbesto branco), e dos anfibólios, ou seja, a actinolita, a amosita (asbesto marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais. Esta definição permite que se assimile a amplitude dos tipos de substâncias que são compreendidas pelo termo asbesto. Amianto (do latim) ou asbesto (do grego) significam sem mancha, incorruptível e inextinguível. Trata-se de um grupo heterogêneo de substâncias, com diferentes composições químicas e cristalográficas, facilmente separáveis em fibras. São descritos mais de 350 minerais com estrutura fibrosa, encontrados como minerais essenciais ou acessórios nas rochas magmáticas e metamórficas. Define-se como fibra o particulado cujo comprimento seja pelo menos três vezes maior que o diâmetro. (ALGRANTI Et AL, 2003; Scliar, 2005). Em novembro de 2017, o STF estabelece a proibição da utilização de asbesto no país, instituindo um marco evolutivo na saúde e segurança no trabalho de grande relevância. Manganês e seus compostos: o anexo XII da NR15 também estuda o limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do minério, ou ainda a outras operações com exposição a poeiras do manganês ou de seus compostos é de até 5mg/m³ no ar, para jornada de até 8 (oito) horas por dia. A norma fala acerca do limite de tolerância para as operações com manganês e seus compostos referente à metalurgia de minerais de manganês, fabricação de compostos de manganês, de baterias e pilhas secas, de vidros especiais e cerâmicas, de eletrodos de solda, de produtos químicos, tintas e fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos de manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m³ no ar, para jornada de até 8 (oito) horas por dia. De maneira geral, o tema é tratado de forma bastante objetiva, uma vez que sempre que os limites de tolerância forem ultrapassados, as atividades e operações 38 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. com o manganês e seus compostos serão consideradas como insalubres no grau máximo. Em última instância, o pagamento do adicional de insalubridade por parte do empregador não o desobriga da adoção de medidas de prevenção e controle, que visem minimizar os riscos dos ambientes de trabalho. Sílica livre cristalizada: A norma estabelece as seguintes regras para trabalho com sílica ou areia, sendo as quais: para jornadas de trabalho que excedem a 48 (quarenta e oito) horas semanais, os limites deverão ser deduzidos, sendo estes valores fixados pela autoridade competente; fica proibido o processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmida como abrasivo. Esta segunda limitação traz um avanço também para os quesitos ligados ao meio ambiente. As máquinas e ferramentas utilizadas nos processos de corte e acabamento de rochas ornamentais devem ser dotadas de sistema de umidificação capaz de minimizar ou eliminar a geração de poeira decorrente de seu funcionamento, e esta regra acarreta em proteção ao meio ambiente, assim como a regra anterior. Tanto a concentração, como a percentagem da sílica, para a aplicação deste limite, deve ser determinada a partir da porção que passa por um seletor (equipamento que mede a granulometria através de seleção de “passa ou não passa” das microesferas), conforme o quadro a seguir: Quadro 6 – Diâmetro versus passagem pelo seletor Fonte: Anexo XII da NR15, 2019. 2.2 Atividades e operações perigosas Assim como as atividades e operações insalubres, ao estudar o tema atividades perigosas, faz-se necessário tomar como referência primordial a Norma 39 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Regulamentadora 16 (NR16), juntamente com os seus 05 anexos, pois é neste arquétipo conceitual que se aprofunda com fluência em tema tão relevante para o trabalhador e o profissional de saúde e segurança do trabalho, em específico o higienista ocupacional. Consideram-se atividades e operações perigosas as seguintes: Anexo I: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos; Anexo II: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis; Anexo III: Atividades e Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou outras Espécies de Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial; Anexo IV: Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica; Anexo V: Atividades Perigosas em Motocicleta. 2.2.1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos: São consideradas operações perigosas as estabelecidas conforme atividades a seguir: Armazenamento de explosivos Transporte de explosivos Operação de escorva dos cartuchos de explosivos Operação de carregamento de explosivos Detonação Verificação de detonações falhadas Queima e destruição de explosivos deteriorados Operações de manuseio de explosivos Conforme o anexo I da NR16, todo o trabalhador que exerce estas atividades faz jus ao adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa, sendo-lhe ressalvado o direito de opção por adicional de insalubridade eventualmente devido. Áreas de risco para avaliar atividades perigosas: conforme dita a norma, são consideradas áreas de risco: 40 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados– sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Nos locais de armazenagem de pólvoras químicas, artifícios pirotécnicos e produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício, de explosivos iniciadores, de explosivos de ruptura e pólvoras mecânicas. A norma também estabelece a relação entre quantidade armazenada em quilos e a faixa de terreno até a distância desta quantidade. 2.2.2 Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis: São consideradas atividades ou operações perigosas, de acordo com a NR 16, as realizadas: Quadro 7 - Tipos de atividades que fazem jus ao adicional de periculosidade ATIVIDADES ADICIONAL DE 30% a. Na produção, transporte, processamento e armazenamento de gás liquefeito. Na produção, transporte, processamento e armazenamento de gás liquefeito. b. No transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos e de vasilhames vazios não-desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores da área de operação. c. Nos postos de reabastecimento de aeronaves. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. d. Nos locais de carregamento de navios- tanques, vagões-tanques e caminhões- tanques e enchimento de vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. e. Nos locais de descarga de navios-tanques, vagões-tanques e caminhões-tanques com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos ou de vasilhames vazios não-desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco f. Nos serviços de operações e manutenção de navios-tanque, vagões-tanques, caminhões- tanques, bombas e vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, ou vazios não-desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. g. Nas operações de desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não- desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. h. Nas operações de testes de aparelhos de consumo do gás e seus equipamentos. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. i. No transporte de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos em caminhão-tanque. Motorista e ajudantes. j. No transporte de vasilhames (em caminhões de carga), contendo inflamável líquido, em quantidade total igual ou superior a 200 litros, quando não observado o disposto nos subitens 4.1 e 4.2 deste anexo. Motorista e ajudantes. 41 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. l. No transporte de vasilhames (em carreta ou caminhão de carga), contendo inflamável gasosos e líquido, em quantidade total igual ou superior a 135 quilos. Motorista e ajudantes. m. Nas operações em postos de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos. Operador de bomba e trabalhadores que operam na área de risco. Fonte: Anexo II da NR16, 2019. Para todas estas atividades, é conferido aos trabalhadores adicional de 30%, bem como àqueles que operam na área de risco. Áreas de risco: o Quadro 10 - Enumeração de áreas de risco enumera as considerações acerca das áreas de risco, conforme dita a NR16. 2.2.3 Atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial As atividades ou operações que impliquem em exposição dos profissionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras espécies de violência física são consideradas perigosas. Conforme estabelece a diretriz normativa, são considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que atendam a uma das seguintes condições: Empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo governo; Empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados diretamente pela administração pública direta ou indireta. As atividades ou operações que expõem os empregados a roubos ou outras espécies de violência física são as estabelecidas no quadro abaixo: 42 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quadro 8 - Enumeração de áreas de risco ATIVIDADE ÁREA DE RISCO a Poços de petróleo em produção de gás. Círculo com raio de 30 metros, no mínimo, com centro na boca do poço. b Unidade de processamento das refinarias. Faixa de 30 metros de largura, no mínimo, contornando a área de operação. c Outros locais de refinaria onde se realizam operações com inflamáveis em estado de volatilização ou possibilidade de volatilização decorrente de falha ou defeito dos sistemas de segurança e fechamento das válvulas. Faixa de 15 metros de largura, no mínimo, contornando a área de operação. d Tanques de inflamáveis líquidos Toda a bacia de segurança. e Tanques elevados de inflamáveis gasosos Círculo com raio de 3 metros com centro nos pontos de vazamento eventual (válvula registros, dispositivos de medição por escapamento, gaxetas). f Carga e descarga de inflamáveis líquidos contidos em navios, chatas e batelões. Afastamento de 15 metros da beira do cais, durante a operação, com extensão correspondente ao comprimento da embarcação. g Abastecimento de aeronaves Toda a área de operação. h Enchimento de vagões –tanques e caminhões –tanques com inflamáveis líquidos. Círculo com raio de 15 metros com centro nas bocas de enchimento dos tanques. i Enchimento de vagões-tanques e caminhões-tanques inflamáveis gasosos liquefeitos. Círculo com 7,5 metros centro nos pontos de vazamento eventual (válvula e registros). j Enchimento de vasilhames com inflamáveis gasosos liquefeitos. Círculos com raio de 15 metros com centro nos bicos de enchimentos. l Enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em locais abertos. Círculo com raio de 7,5 metros com centro nos bicos de enchimento. m Enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em recinto fechado. Toda a área interna do recinto. n Manutenção de viaturas-tanques, bombas e vasilhames que continham inflamável líquido. Local de operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos. o Desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não desgaseificados ou decantados, utilizados no transporte de inflamáveis. Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos. p Testes em aparelhos de consumo de gás e seus equipamentos. Local da operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos extremos. q Abastecimento de inflamáveis Toda a área de operação, abrangendo, no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento e o círculo com raio de 7,5 metros com centro na bomba de abastecimento da viatura e faixa de 7,5 metros de largura para ambos os lados da máquina. r Armazenamento de vasilhames