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Relações funcionais e anatômicas - Medula Adrenal (Células Cromafins) e o Sistema Nervoso Simpático. Simpatogônias – originadas embriologicamente da crista neural, são precursores desse sistema e se diferenciam em: Simpatoblastos – dão origem as células ganglionares simpáticas (neurônios simpáticos); Feocromoblastos – migram para a medula da suprarrenal e se diferenciam em Feocromócito ou Célula Cromafim. Formam os paragânglios – coleções de células cromafim em ambos os lados da aorta abdominal. O órgão de Zuckerkandl representa o maior desses agrupamentos periaórticos. Regridem no período pós-natal, mas remanescentes destes tecidos podem permanecer na vida adulta e dar origem a tumores – Feocromocitomas extra-adrenais (Paragangliomas). Catecolaminas – sintetizadas nas células de cromafim da medula adrenal, no SNC e nos neurônios adrenérgicos pós- ganglionares simpáticos. Atuam como neurotransmissores e hormônios circulantes. Uma medula normal secreta muito mais adrenalina (90%) do que noradrenalina – atividade da enzima Feniletamolamina N- Metiltransferase (PNMT) – presente nas células de cromafins e conversora de noradrenalina em adrenalina. Pequenos tumores intra-adrenais – secretam predominantemente adrenalina. Maiores tumores intra-adrenais – noradrenalina. Extra-adrenais – APENAS noradrenalina pois os paragangliomas não possuem a enzima PNMT. FEOCROMOCITOMA Neoplasia das células de cromafim de ocorrência RARA; Apresenta incidência semelhante em ambos os sexos; Predomínio entre os 30-50 anos; Na maioria dos casos – benignos (90%); unilaterais e de origem não familiar; Hipervascularizados e de tamanhos variados podendo ocorrer em seu interior áreas hemorrágicas ou císticas. O órgão de Zuckerkandl é a localização mais comum dos turmores extra-adrenais (paragangliomas). Podem ter origem esporádica (de causa ainda não conhecida) ou familiar – bilaterais e aparecem em idades mais precoces. Principais distúrbios hereditários relacionados ao feocromocitoma: Neoplasias Endócrinas Múltiplas (NEM) – NEM 2A e NEM 2B; Síndrome de Von-Hipel Lindau; Neurofibromatose Hereditária Tipo 1. FISIOPATOLOGIA As catecolaminas produzidas por esses tumores agem como agonistas nos receptores adrenérgicos alfa-1, beta-1 e beta-2. Receptores alfa-1 (musculatura lisa dos vasos sanguíneos) – vasoconstrição ( da resistência periférica – RP) e da pressão arterial diastólica (PD). Receptores beta-1(coração) – da frequência cardíaca, maior contratilidade miocárdica e liberação de renina. O resultado é o do débito cardíaco e da pressão arterial sistólica (PS). Receptores beta-2 (musculatura esquelética) – vasodilatação ( RP) menor pressão arterial diastólica (PD). A epinefrina tem maior afinidade pelos receptores beta-2, enquanto a norepinefrina tem maior afinidade pelos receptores beta-1. QUADRO CLÍNICO Sintomatologia variada. Hipertensão arterial manifestação mais frequente (90% dos casos); Aproximadamente 10% dos pacientes são assintomáticos – aqueles com doença familiar ou tumores císticos grandes (>50g). Quando os tumores são grandes suas catecolaminas produzidas são metabolizadas dentro do próprio tumor e pouca ou nenhuma catecolamina livre é liberada para a circulação. Apresentam-se com paroxismo (ataques ou crises) – achado mais típico da doença – liberação de catecolaminas pelo tumor e subsequente estimulação dos receptores adrenérgicos. Cefaleia; Sudorese profunda; Palpitações; Tremor; Palidez; Dor torácica e abdominal; Rubor facial – menos comum. A frequência dos paroxismos é variável e pode chegar a 30 vezes/dia, ou apenas a um único episódio a cada 2/3 meses. Cerca de 75% dos pacientes apresentam um ou mais ataques semanais. A duração dos paroxismos varia de poucos minutos a dias, em geral, 15 a 60 minutos. Podem surgir espontaneamente ou ser precipitados por atividades que comprimam o tumor ou que determinem aumento da secreção de catecolaminas pelo próprio tumor. OBS: Fármacos também podem determinar a liberação de catecolaminas pelo feocromocitoma. A hipertensão arterial pode se manifestar de modo paroxístico ou ser persistente – mais comum. Ela tende a ser grave e/ou refratária aos anti-hipertensivos, apresentando grandes oscilações. Uma súbita elevação da PA associado ou não a outros sintomas, pode ocorrer durante: manipulação abdominal, trabalho de parto, intubação, indução anestésica, cirurgias ou outros procedimentos invasivos. Apesar de considerado causa de hipertensão arterial (secundária), pacientes são bastante hipovolêmicos, devido à constrição de todo o sistema vascular. Fazem frequentemente hipotensão postural e podem evoluir para o choque, que só responde à vigorosa reposição volêmica. Tríade Clássica do Paroxismo
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