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didactica de portugues

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Índice
1.Introdução	4
1.2.Objectivo	4
1.2.1.Geral	4
1.2.2.Especifico	4
1.3. Metodologia	4
2.Conceituação de didáctica no Ensino de Português	5
2.1.O papel da didáctica na formação docente	7
2.2.A didáctica e a formação do professor do ensino Primário (L. Portuguesa)	8
2.3.Didáctica Geral e Especial	10
2.4.O processo didáctico na elaboração de uma aula de Português	10
2.5.O plano da execução de uma aula de Português	12
2.6.Os limites da didáctica no Ensino de Português	13
Conclusão	14
Referencias Bibliográficas	15
1.Introdução
Na actualidade devida as exigências cada vez maiores por uma educação de qualidade, traz à tona a discussão do que fazer para melhorar essa educação. Diante desse questionamento se faz a reflexão da importância da didáctica para a formação dos professores do ensino de português, pois é visível que o processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa compõe em práticas e teorias indissociáveis. Torna-se então cada vez mais importante a discussão sobre a relação entre teoria e prática, pois não podemos desvincularmos uma da outra porque ambas se complementam no processo educacional. Além do mais temos que analisar o papel da didáctica como área do conhecimento que fundamenta a acção docente no ensino de Português, alertando para o fato de ela não ser um conjunto de técnicas, e sim uma área do conhecimento que procura fazer a mediação entre a teoria educacional e o trabalho docente no dia-a-dia em sala de aula.
1.2.Objectivo
1.2.1.Geral 
· Analisar a importância da didáctica no processo de ensino e aprendizagem no ensino de português.
1.2.2.Especifico 
· Descrever a didáctica no PEA
· Explicar as funções que a didáctica deve levar no PEA
· Compreender os passos da didáctica
1.3. Metodologia
Para atingir os objectivos desejados, optei pela pesquisa teórico-descritiva, com abordagem qualitativa. Relembro, aqui, a finalidade real da pesquisa qualitativa, como afirma Gaskell (2004): “explorar o espectro de opiniões, as diferentes representações do assunto em questão.” Busquei, com esta escolha, realçar as diferentes visões que eu pensava encontrar sobre a vida humana, seu início e seu término. 
2.Conceituação de didáctica no Ensino de Português
Antes de fazermos a discussão sobre a importância da didáctica e o seu papel na educação, temos que reflectir sobre as diversas formas em que ela é conceituada, a partir da visão de vários teóricos, procurando enfatizar sua relação com o ensino aprendizagem.
A concepção de Didáctica não é única entre os teóricos, ou seja, não existe um padrão conceitual em que todos compartilham do mesmo conceito. A palavra Didáctica e uma expressão de origem grega “ΤƐχ˅ἡδιδακτᶩkἡ” (techné didatiké), que se pode traduzir como “arte ou técnica de ensinar”. Para o clássico Comenius, didáctica seria “a arte de ensinar tudo a todos”, portanto apontando para a perspectiva inclusiva, embora referida ao século XVII.
A didáctica, para desempenhar um papel significativo na formação do educador, não poderá reduzir-se somente ao ensino de técnicas pelas quais se deseja desenvolver um processo de ensino-aprendizagem. Como diz SANTOS (2003):
A didáctica passou de (…) apêndice de orientações mecânicas e tecnológicas para um actual (…) modo crítico de desenvolver uma prática educativa, forjada de um projecto histórico, que não se fará tão-somente pelo educador, mas pelo educador conjuntamente com o educando e outros membros dos diversos sectores da sociedade
Como podemos observar a ideia de um conjunto de técnicas para conceituar didáctica, já é questionada pelo autor que passar a analisar ela de uma outra forma e que passa atribuir um novo papel a ela no processo de ensino aprendizagem, onde o aluno deixa de ser apenas receptor de técnicas e passa também a participar da construção do processo de ensino aprendizagem.
Quando se fala em didáctica logo relacionamos ela a formação dos pedagogos, pois acredita que a formação desse profissional tem que ser permeada por conhecimentos didácticos. Nesse sentido Libâneo (1992), afirma:
A Didáctica é o principal ramo de estudo da pedagogia. Ela investiga os fundamentos, as condições e os modos de realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter objectivos sociopolíticos e pedagógicos em objectivos de ensino, seleccionar conteúdos e métodos em função desses objectivos.
Na visão do autor a didáctica tem que ter objectivos, ou seja, o que ela pretende com a educação que se quer processar, tem que ter uma finalidade, para isso os conteúdos trabalhados e as metodologias são ferramentas que vão auxiliar para se chegar a esses objectivos, vista dessa forma podemos dizer que é uma outra forma de conceituar a didáctica.
Um outro teórico que procurou conceituar didáctica foi Gil (1997), onde ao borda-la, entende como “(…) a sistematização e racionalização do ensino, constituída de métodos e técnicas de ensino de que se vale o professor para efectivar sua intervenção no comportamento do estudante”.
Segundo Luckesi (2001) a função da Didáctica é a de criar condições para que o educador se prepare através de técnicas científicas, filosóficas e efectivamente para o tipo de acção que vai exercer. Como podemos observar o conceito vem sendo reformulados ao longo do tempo, onde depende muito da óptica em que ela é observada e contextualizada.
Podemos também observar a Didáctica a partir da óptica de uma disciplina que compõem a grade curricular da formação de professores nos cursos de pedagogia, onde ela é constituída de conhecimentos teóricos que faz a mediação entre o conhecimento científico e o trabalho docente em sala de aula. Compartilhando dessa visão Libâneo (1994), afirma que “a didáctica se caracteriza, como mediação entre as bases teóricos científicas da educação escolar e a prática docente. Ela opera como uma ponte o “que” e o “como” do processo pedagógico escolar”. 
Como podemos observar o conceito de didáctica e muito amplo e está constantemente sendo ampliando a partir das perspectivas que vão surgindo entorno das reflexões sobre o seu papel e função na educação. Com essa amplitude, ela apresenta-se como importante e capaz de influenciar no processo de educar, pois ultrapassa as relações escolares, embora não possa ser considerada a única responsável pelos resultados obtidos, sucesso ou fracasso escolar. Portanto o próximo tópico fará uma discussão sobre o papel da didáctica para a formação do professor do professor que atua no ensino de português, mas especificamente nas classes iniciais dessa modalidade de ensino.
2.1.O papel da didáctica na formação docente
O trabalho docente se faz entre o desenvolvimento da prática e o aprofundamento teórico, por isso, é equivocada a posição, muito difundida de que a prática basta ao bom professor. O aprofundamento teórico é essencial para uma acção reflexiva de qualidade, vale também ressaltar que temos que ter cuidado para não cairmos em um dos dois extremos, ou seja, não privilegiar a teoria em detrimento da prática e ao contrário não privilegiar a prática, mas que o conhecimento teórico. Neste sentido LIBÂNEO (2002, p. 28), afirma:
Os profissionais da educação precisam ter um pleno domínio das bases teóricas, científicas e tecnológicas, e sua articulação com as exigências concretas do ensino, pois e através desse domínio que ele poderá está revendo, analisando e aprimorando sua prática educativa. Como podemos observar a prática docente não pode ser aleatória tem que ter planejamento, metas e as acções a serem desenvolvidas, ela também deve apontar os objectivos a serem alcançados. O uso da Didáctica e fundamental durante esse, pois esta guiará pelo caminho viável as melhores alternativas para se chegar aos objectivos esperados.(2002)
Actualmente, a formação de professores ocupa uma posição de destaque, pois as discussões em torno da busca da melhoria de ensino nas escolas. Ainda podemos destacar que o contexto da formação de professores e as diversas peculiaridades que compõem os cursos de licenciatura, um dos mais importantes componentes curriculares de relevância para aformação dos futuros professores é a didáctica, pois esta é uma disciplina integradora de conhecimentos porque reúne ‘o que ensinar’, ‘como ensinar’, ‘porque ensinar’, ‘para quem ensinar’ e, ‘quando ensinar’.
Então como podemos observar a didáctica para desempenhar um papel significativo na formação do educador, não significa acumular informações sobre as práticas e técnicas do processo ensino- aprendizagem, mas sim acrescentar em cada sujeito a capacidade crítica em questionar e fazer reflexão sobre as informações adquiridas ao longo de todo o processo ensino-aprendizagem. Veiga (2010, p. 58) diz que é preciso “tornar o ensino da didáctica mais atraente e respaldado nos resultados das investigações envolvendo alunos em processo de formações”.
Por muito tempo ensinar se resumia apenas a repassar conteúdos aos alunos, pois acreditava que eles não tinham capacidades de construir seu próprio conhecimento, eles eram vistos apenas como receptores de conhecimentos, onde aqueles que conseguiam acumular o máximo de informações possível eram vistos como detentores do conhecimento. Na realidade não havia espaço para eles reflectirem sobre o que eles estavam aprendendo.
Dessa forma, o modo de actuar educacionalmente, requer adequação a realidade dos alunos, o que cobra do professor uma postura dinâmica frente ao processo educacional. Essa postura também reflecte a posição da didáctica frente a formação profissional, neste sentido PIMENTA (2013, p. 150), enfatiza que:
[…] Didáctica é, acima de tudo, a construção de conhecimentos que possibilitem a mediação entre o que é preciso ensina e o que é necessário aprender; entre o saber estruturado nas disciplinas e o saber ensinável mediante as circunstâncias e os momentos; entre as atuais formas de relação com o saber e as novas formas de reconstruí-las.
Sobre a importância da didáctica no currículo do professor Veiga (1989, p. 22), diz que, “o papel fundamental da didáctica no currículo de formação de professor e o de ser instrumento de uma prática pedagógica reflexiva e crítica, contribuindo para a formação da consciência crítica”.
2.2.A didáctica e a formação do professor do ensino Primário (L. Portuguesa)
Hoje os cursos superiores de graduação todos eles têm a didáctica como disciplina em sua grade curricular, demonstrando a importância dessa área do conhecimento na de formação de professores. Portanto a maioria dos docentes que atuam no ensino primário e que tem uma formação superior com certeza entraram em contacto com os conhecimentos didácticos. Vale ressaltar que aqueles profissionais que ainda estão actuando apenas com o antigo magistério tiveram uma formação incipiente dessa área de conhecimento, por isso há a necessidade de se qualificar para ter uma formação, mas sólida e consistente.
Por isso a didáctica está presente na maioria das graduações e o profissional que se forma vai trabalhar no ensino primário, seja como professor de área específica como português, matemática, ciências, etc. como na educação geral (ensino infantil e primário), portanto seja qual for a área de actuação no ensino primário o docente tem que ter uma formação didáctica para auxilia-lo em seu trabalho. As escolas estão cada vez mais exigindo profissionais dinâmicos, que tenham um conhecimento didáctico diversificados para enfrentar os desafios constantes de uma sociedade cada vez mais exigente por uma educação de qualidade e que facilite a aprendizagem do aluno de uma forma mais completa em todos os aspectos humano.
O sonho de todo professor e dar uma aula atractiva para os alunos, com uma boa didáctica, conquistando a atenção dos educandos e o interesse para a construção de uma aprendizagem significativa. Em outras palavras o professor tem que criar mecanismos para estimular seus alunos para participar de uma forma activa no processo de ensino e aprendizagem. Com relação ao papel de incentivado do professor TAVARES (2011), afirma:
Nesse processo o professor deve criar situações que estimule o indivíduo a pensar, analisar e relacionar os aspectos estudados com a realidade que vive. Essa realização consciente das tarefas de ensino e aprendizagem é uma fonte de convicções, princípios e acções que irão relacionar as práticas educativas dos alunos, propondo situações reais que faça com que o indivíduo reflicta e análise de acordo com sua realidade.
O professor também tem o papel de planejar a aula, organizar os conteúdos, programar as actividades, criar condições favoráveis de estudo dentro da sala de aula e estimular a curiosidade e a criatividade dos alunos. Entretanto é necessário que haja a interacção mútua entre docentes e discentes, pois não há ensino se os alunos não desenvolverem suas capacidades e habilidades mentais.
A aula é a forma predominante pela qual é organizado o processo de ensino e aprendizagem. É o meio pelo qual o professor transmite aos seus alunos conhecimentos adquiridos no seu processo de formação, experiências de vida, conteúdo específicos para a superação de dificuldades e meios para a construção de seu próprio conhecimento, nesse sentido sendo protagonista de sua formação humana e escolar.
Portanto a didáctica na formação do professor do ensino primário fundamental deve sempre levar em conta a relação sociedade e educação, segundo a qual a prática não é neutra. Sendo assim, tomando consciência ou não da função ideológica que tem a sua prática o educador sempre reproduz uma ideologia. Nesse sentido compreender a didáctica a partir de uma forma teórico-prática, que visa a convivência do homem em sociedade DAMIS (2010, p. 22), sugere:
O objecto de estudo passa a ser uma forma de ensino que busca adequar e preparar o aluno para a vida social, essa forma, além do aspecto técnico-operacional, possui um conteúdo que é determinado pelas condições e necessidades predominantes na prática social mais ampla.
Essa concepção de didáctica visa auxiliar na compreensão crítica da arte de ensinar e para cumprir essa função ela deverá apresentar-se como mediação entre o fazer pedagógico e o contexto sociopolítico e cultural. Segundo Castro (1991), “O papel da Didáctica na formação do educador é fundamental para ajudá-lo em suas práxis pedagógicas, pois, a contribuição que ela desempenha no campo educacional nenhuma outra disciplina poderá cumprir”. O ensino só tem eficiência quando o educador deixa de ver a didáctica como “orientações mecânicas e tecnológicas” e passam a tê-la como um meio de fazer despertar o gosto por conhecer e aprender.
Então a didáctica desenvolvida a partir dessa perspectiva, se a presenta como uma proposta de acção reflexiva, onde o educador faz acontecer, porem ciente de seu papel transformador na sociedade.
2.3.Didáctica Geral e Especial
A Didáctica Geral estuda os princípios, as normas e as técnicas que devem regular qualquer tipo de ensino, para qualquer tipo de aluno. A Didáctica Geral nos dar uma visão geral da actividade docente.
A Didáctica Especial estuda aspectos científicos de uma determinada disciplina ou faixa de escolaridade. A Didáctica Especial analisa os problemas e as dificuldades que o ensino de cada disciplina apresenta e organiza os meios e as sugestões para resolve-los. Assim, temos as didácticas especiais das línguas (Português, francês, inglês, etc.); as didácticas especiais das ciências (Física, Química, etc.).
2.4.O processo didáctico na elaboração de uma aula de Português
Vou iniciar esta seção fazendo uma analogia com outras situações de actividade humana. O engenheiro civil, ao ser encarregado de construir uma cassa, por exemplo, precisa desenvolver um plano de acção no qual possa mobilizar todos os saberes teóricos e práticos necessários à execução da obra. O mesmo ocorre com qualquer outra actividade humana, independentemente do carácter científico com que se reverte a actividade. Até mesmo a preparação de um bolo requer um planejamento inicial. O que dizer, então, da preparação de uma aula?
Do ponto de vista operacional, é aconselhável que o professor, na execução da aula de Língua Português, proporcione condiçõespara que os alunos participem, façam perguntas, exponha seus conhecimentos prévios, contestem, enfim, de acordo com a perspectiva de que o conhecimento vai sendo construído na interacção professor-alunos. 
Outro aspecto a ser destacado diz respeito à diversidade das actividades de ensino. Sabemos das grandes variedades de conteúdos em língua portuguesa a serem ensinados, portanto, há possibilidades de explorá-los de diferentes maneiras, tendo em vista a especificidade de cada conteúdo: 
· a exposição clássica, 
· a exposição dialogada,
· os trabalhos em grupos,
· a pesquisa individual,
· a dramatização,
· os jogos etc.
Em relação aos requisitos necessários a uma boa exposição, Mattos, citado por Haydt (2006, p.155) indica as seguintes condições para ter uma boa aula de Português:
I. Perfeito domínio e segurança do conhecimento que é objecto da exposição;
II. Exactidão e objectividade dos dados apresentados;
III. Discriminação clara entre o que é essencial ou básico e o que é acidental ou secundário;
IV. Organicidade, ou seja, boa concatenação das partes e subordinação dos itens de cada parte;
V. Correcção, clareza e sobriedade do estilo empregado;
VI. Linguagem clara, correta e expressiva;
VII. Conclusões, aplicações ou arremate definido.
2.5.O plano da execução de uma aula de Português 
Esses níveis de concretização evidenciam, antes de qualquer coisa, a necessidade do investimento constante em formação docente, uma vez que essa é uma das condições para a promoção de transformação nas práticas educativas. A partir daí, vão sendo accionadas uma actuação mais crítica do professor na medida em que ele deve estar atento às políticas públicas e aos documentos institucionais que regulam a organização dos currículos e, consequentemente, a sua implementação em sala de aula, viabilizada por uma actuação activa no projecto educativo de cada escola.
Com base nesses conhecimentos, o professor em formação inicial, vai desenvolver sua prática. Então perguntamos: de que forma esses aportes vão instrumentalizar a elaboração de sua aula? Já é possível para você desenvolver sua prática em consonância com esses princípios? Como se dará a transposição didáctica nesse contexto?
Na tentativa de exemplificar planos de transposição didáctica, vou me baseia no seguinte trecho
O enfoque do papel da Didáctica a partir dos pressupostos da Pedagogia Tecnicista procurou desenvolver uma alternativa não-psicológica, situando-se no âmbito geral da Tecnologia Educacional, tendo como preocupação básica a eficiência e a eficácia do processo de ensino. [..] o processo é que define o que professores e alunos devem fazer, quando e como farão. [..] Enfim, a Didáctica é concebida como estratégia para o alcance dos produtos previstos para o processo ensino-aprendizagem.
Portanto, a função da escola é de produzir indivíduos para o mercado do trabalho, e ao professor cabe a responsabilidade de transmitir as matérias, que segundo Candau (1982, p.27) é “um ritual vazio”, que emprega o sistema de instrução que lhe é previsto a fim de garantir também o adequado controle no comportamento diante do ensino. Os conteúdos ensinados aos alunos são indissociavelmente a realidade do meio social em que estes indivíduos estão inseridos, o que dá significado real, humano e social ao que é ensinado. Saviani (1983, p.83), destaca que a perspectiva da Pedagogia Crítica “aponta na direcção de uma sociedade em que esteja superado o problema de divisão do saber”.
2.6.Os limites da didáctica no Ensino de Português 
Apesar do discurso teórico de uma nova didáctica formada a partir da teoria crítica, que pretende levar em conta não só os aspectos práticos (métodos, técnicas e recursos), mas também os teóricos (económicos, políticos e sociais); que considera o professor como aquele profissional que deve ter domínio, técnico, político e pedagógico, para que sua prática educativa possa atender, principalmente aos interesses das classes marginalizadas da sociedade, percebe-se ai, mesmo com todas as transformações ocorridas ao nível teórico no que se refere a didáctica de português, que os mecanismos de poder e controle por parte dos professores e instituições de ensino continuam de mantendo, ou seja essa nova concepção de didáctica tem sido limitado pelos interesses da classe dominante.
Esse é um dos principais limites que a didáctica de português e outras disciplinas vem enfrentado, pois os espaços de liberdade vislumbrada a partir de uma teoria crítica da didáctica, em que muitos educadores defendem. Como podemos observar na fala de PEY (1995, p. 207):
[…] Onde estariam as possibilidades de resistir ou criar espaços de novas formas de subjectividade, não vinculada ao diagrama de poder em exercício em uma determinada época? Então, por isso coloco aqui a transgressão como sendo a forma de criar espaços de liberdade em contraposição aos efeitos do poder do diagrama disciplinar. E a sabotagem, as formas de criar espaços de liberdade no âmbito dos efeitos de poder do diagrama de controlo. Da mesma forma os espaços de liberdade no sentido de criar outras formas de subjectividade e não aquelas constituídas pelo eu sujeitado, o eu objecto de dominação, seria então a construção do eu anónimo, nem isso nem aquilo.
Então como podemos perceber a didáctica português tem enfrentado uma dificuldade muito grande, pois se pensarmos que ela deve ser trabalhada de uma forma crítica para uma conscientização e posteriormente transformação da sociedade, ainda tem um longo caminho pela frente e esbarra em vários limites. Por exemplo as desigualdades sociais ainda existem e é bastante acentuada, a educação ainda é muito precária não atende aos anseios da classe desfavorecidas, pois ainda é uma educação que ideologicamente da forma que está organizada serve apenas como instrumento de dominação de uma classe dominante sobre uma classe subalterna, onde o poder educacional ainda continua nas mãos de poucos.
Conclusão
É imprescindível para que trabalhemos os conceitos de metodologias de ensino, realizarmos a associação desses termos com o conceito de Didáctica, pois esta é a ciência educacional que se dedica aos estudos dos métodos aplicados no quesito ensino aprendizagem.
No decorrer deste trabalho vimos que a didáctica é a área que é fundamental para a formação do professor do ensino de português, pois é ela que fundamenta a acção do professor. Por isso foi importante fazemos uma análise de como ela vem sendo concebida no meio educacional, fazendo uma reflexão de como ela vem contribuindo na formação do educador, proporcionado uma melhoria no seu trabalho pedagógico.
Durante a realização do trabalho ficou evidente que a didáctica ainda tem um logo caminho a percorre, pois ainda existe muitas dúvidas quanto sua função e importância para educação. Começando primeiro pela conceituação do que é didáctica, pois não existe um consenso pelos teóricos, além do mais cada um define de um ponto de vista diferente, em segundo porque a didáctica ainda é vista como um conhecimento teórico, onde muitos educadores ainda não sabe desvincular o conhecimento prático do teórico dessa forma acaba surgindo muitas dúvidas e terceiro porque ela também é vista como uma disciplina, dessa forma seu único intuído e servir como conhecimento teórico que auxilia na formação dos professores, principalmente aqueles que vão actuar no ensino primário que foi o nível de escolaridade alvo da análise do trabalho.
Referencias Bibliográficas
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· CANDAU, Vera (org). A Didáctica em questão. Petrópolis: Vozes, 1984.
· CASTRO, Domingues de. A trajectória Histórica da Didáctica. Série Ideias n. 11. São Paulo: FDE, 1991. Disponível em: <http://www.centrorefeducacional.com.
· CORDEIRO, Jaime. Didáctica. 1ª ed. São Paulo: Contexto, 2009.
· DAMIS. Olga Teixeira. Didáctica e sociedade: O conteúdo implícito do ato de ensinar. In: VEIGA, Ilma. Passos Alencastro (Org.). Didáctica: o ensino e suas relações. 16. ed. Campinas, SP: Papirus,2010. Colecção Magistério: Formação e trabalho pedagógico.
· LUCKESI, Cipriano Carlos. O papel da didáctica na formação do educador. São Paulo: Cortez, 2001.
· LIBÂNEO, José Carlos. Ainda as perguntas: o que é pedagogia, quem é o pedagogo, o que deve ser o curso de Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido (org.). Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002.
· PIMENTA, SELMA GARRIDO et al. A construção da didáctica no GT Didáctica – análise de seus referenciais. Revista Brasileira de Educação, v. 18, n. 52, p. 143-162, 2013.
· SAVIANI, Demerval. Origem e desenvolvimento da pedagogia histórico-crítica. COLÓQUIO INTERNACIONAL MARX E ENGELS “Marxismo e Educação: Fundamentos Marxistas da Pedagogia Histórico-Crítica”, v. 7, 2012.
· TAVARES, Rosilene Horta, Didáctica Geral. Belo Horizonte: Editora, UFMG, 2011.
· VEIGA, I. P. A. A prática pedagógica do professor de didáctica. Campinas: Papirus, 1989.
· VEIGA, Ilma.P.A. Nos laboratórios e oficinas escolares: A demonstração didáctica. Campinas, São Paulo: Papirus, 1991. (Colecção magistério: Formação e trabalho pedagógico). Disponívelem:http://www.gerson.110mb.com/index_arquvos/Didatica.pdf. Acesso em: 5 de Dezembro de 2010.

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