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Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM Definição: Condição clínica caracterizada pela má perfusão sanguínea, ou seja, quando o sistema cardiovascular é incapaz de manter o suprimento de sangue necessário à oxigenação de sangue necessário à oxigenação dos tecidos, resultando em hipóxia celular. Tipos: Hipovolêmico, cardiogênico, séptico e neurogênico. Hipoperfusão: oxigenação inadequada dos tecidos → liberação de catecolaminas e outras respostas → metabolismo anaeróbio → disfunção celular → morte celular. Hipovolêmico: mais frequente: Trauma; hemorragias digestivas; gravidez ectópica rota; ruptura de aneurismas; hemoptise; hemorragia pós-parto; pancreatite aguda; hemorragias internas... Trauma de bacia. Hemorragia retal. Hemorragias digestivas altas: Hemorragias digestivas baixas: Perdas agudas de LEC: Choque Cardiogênico: falência da função de bomba: Ex de causas: Insuficiência ventricular; infarto agudo do miocárdio, arritmias; tamponamento cardíaco. Tto: drogas anti-arrítimicas, drogas inotrópicas, descompressão de pericárdio em caso de tamponamento, diuréticos. Choque neurogênico: falência primária dos vasos – redução do tônus. Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM Ocorre falha da função vasoconstrictora do sistema nervoso autônomo. Pcte que mergulhou em piscina rasa e teve lesão cervical, causando lesão medular: interrupção de função nervosa e os vasos ficam desautonomizados. Raquianestesia pode causar a desautonomia de vasos abaixo da anestesia, por isso logo em seguida aumenta-se a volemia para não haver choque. Tto: drogas vascontrictoras, reposição volêmica. Choque séptico: ação das toxinas bacterianas sobre o coração e os vasos. Perinonite Empiema Fisiopatologia: Sumário da circulação: Débito cardíaco = volume sanguíneo bombeado pelo coração por minuto. DC = Vsistólico x FC Se o Vsistólico cai, DC cardíaco cai. O Vsistólico é dependente da pré-carga, contratilidade micárdica e pós-carga. Pré carga: Vsanguíneo que retorna ao coração. É determinada por: capacitância venosa, estado de volemia e a diferença da pressão venosa sistêmica média e pressão do átrio direto. 70% do Vsanguíneo encontra-se no interior do sistema venoso (vasos de capacitância) – a contratilidade precisa ser adequada para esse sistema funcionar. A contratilidade miocárdica está sujeita a Lei de Starling: capacidade intrínseca do coração se adaptar ao retorno venoso. Quanto maior a força de estiramento do músculo cardíaco durante a diástole, maior força de contração e a quantidade de sangue bombeando para o corpo. Pós carga: é a resistência vascular periférica - arteríolas: 40% dessa resistência. O choque circulatório se dá pela: Redução do conteúdo vascular Redução da pressão hidrostática do capilar Redução das trocas entre o intravascular e o LEC Redução do débito cardíaco Aumento do continente Ex: num pneumotórax hipertensivo: estarão comprometidas a contratilidade e pré-carga – podendo seu uma causa de choque circulatório. Resposta a perda aguda de volume: Estimulo dos barorreceptores da aorta, seio carotídeo e artérias renais que estimulam os receptores extensores atriais → taquicardia; vasoconstricção periférica. Tríade de sinais do choque: taquicardia, palidez cutânea e sudorese. Pressão de pulso: Maneira indireta de avaliar a pressão sanguínea nos grandes vasos e a resposta à reposição volêmica. Fisiologicamente, tenta-se preservar a irrigação dos órgãos internos, através da diminuição na periferia. Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM Taquicardia: Choque hipovolêmico: No choque hipovolêmico: prioridade é estancara a hemorragia. Reposição volêmica inicial (infusão rápida de cristalóides aquecidos): Adultos: 1L (no máx 2L). Crianças: 20mL/kg de peso. Tratamento: Para cada mL de sangue perdido repõe 1mL de cristaloide. Choque séptico: 420.000 casos por ano no Brasil. Mortalidade de 60 a 70 (233.000 mortes em UTI). 30-50% de hemoculturas positivas. Definição: Sepse: infecção suspeita ou confirmada associada a disfunção orgânica que ameaça à vida, de forma independente da presença de sinais de SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica). Choque séptico: sepse com alteração circulatória, celular e metabólica, associada a maior risco de morte. Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM É a hipoperfusão tecidual e hipotensão arterial, mesmo com reposição volêmica apropriada. Se houver necessidade de vasopressor para manter pressão arterial média acima de 65mmHg após infusão adequada de fluidos, independente dos valores de lactato. Instrumento de triagem para identificação de pacientes com infecção e, potencialmente, sob risco de apresentar sepse ou choque séptico. SOFA e qSOFA: Síndrome da disfunção de múltiplos órgão: Disfunção de 2 ou mais sistemas Disfunção de 4 ou mais sistemas: mortalidade próxima de 100%. Fatores associados com mortalidade elevada: Pacientes com disfunção respiratória; pacientes com infecções do trato abdominal e urinário (sepse do trato urinário é uma das mais graves, tem evolução fulminante. Infecção nosocomial; Hipotensão arterial; Anúria; Isolamento de enterococcus ou fungos na hemocultura; Bacteremia (Gram - ou polimicobriana); Temperatura menor que 38°C; Idade maior que 40 anos; Doença associada: cirrose ou neoplasia. Doenças predisponentes: Cardiomiopatia reumática ou congênita; Esplenectomia (maior chance de infecção por gram+, deve tomar benzetacil durante toda a vida.); Sepsis intra-abdominal (apendicite mal tratada, por ex); Aborto séptico ou infecção pélvica; Uso de drogas intravenosas; Imunocomprometidos Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM História clínica: Infecção adquirida: comunidade ou hospital Uso de medicação Cirurgia recente Doenças de base Viagem recente Manifestações clínicas: Febre, calafrios, hipotensão arterial. Hipotermia, especialmente em idoso. Hiperventilação: alcalose respiratória. Sudorese fria. Apreensão, alterações do estado mental. Geralmente suspeita-se dos órgãos mais comuns. Importante retirar história do pacientes, se o paciente usou ATB para tratar gram- (mais comuns no TGI), se estava em uso de dispositivos invasivos, pacientes imunossuprimidos. Diagnóstico diferencial do choque séptico: Derrame pericárdico purulento (pericardite) Peritonite Pneumonia hipóxica graves Mediastinite Anafilaxia Choque tóxico por Staphylo/Strepto Abordagem do paciente com choque séptico: Identificar o foco primário Tratar esse foco Avaliar repetidamente Pesquisar: Furúnculos, ecthyma gangrenosa, celulite, eritema multiforme, equimose, petéquias, púrpura fulminante, acessos venosos, lesões bolhosas... Infecções ocultas no abdome: Fisiopatologia: Sinais circulatórios: Choque ‘quente’ – inicial: ↓ RAP (resit. Arterial periférica). Coque ‘frio’ – c/ evolução: ↑ RAP Metabolismo anaeróbico: acidose láctica. Fator depressor do miocárdio – mau prognóstico. Taquipneia Hiperventilação: alcalose respiratória Síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA) – falência respiratória Distúrbio da ventilação-perfusão Aumento do gradiente alvéolo-arterial de O2 Redução da complacência pulmonar Achados hematológicos: Leucocitose com neutrofilia Reação leucemóide (aumento glóbulos brancos). Neutropenia Trombocitopenia Granulação tóxicas Coagulação intravascular disseminadaSinais renais e gastrointestinais: Necrose tubular aguda Técnicas Cirúrgicas II Prof. Dr. Flávio Pileggi Pamela Barbieri – T23 – FMBM Oligúria, anúria HDA Icterícia obstrutiva Aumento das transaminases séricas Hipoglicemia Tratamento do choque séptico: Corrigir doença de base Otimizar volume intravascular Administrar antimicrobianos empiricamente ATB de largo espectro Administrar drogas vasoativas Suporte ventilatório Falha na reposição de fluídos e drogas vasopressoras: Evolução para Acidose: pH<7,3 Hipocalemia Insuficiência adrenal Hipoglicemia
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