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Hipotireoidismo ✓ Tireoide: localizada à frente da traqueia em formato de borboleta, com o lado direito discretamente maior do que o esquerdo. É a maior glândula endócrina e pode pesar até 30 gramas. • É responsável pela produção dos hormônios tiredoidianos (tiiodotironina – T3 e tiroxina – T4); ✓ Hipotireoidismo: é uma síndrome que apresenta a glândula tireoide hipoativa - conjunto de sinais e sintomas clínicos que vão ser ocasionados pelo alentecimento de diversas funções orgânicas – de diversos sistemas; • Os sintomas podem incluir: fadiga, ganho de peso, alterações de humor e letargia. ✓ Classificação: O secundário e o terciário são centrais (nem sempre conseguirá distinguir as causas secundárias das terciárias, por isso chama de central - de forma ampla); • Primário: Quando o problema está na própria tireoide. • Secundário: Quando o problema está a nível de hipófise; • Terciário: Quando o problema está a nível de hipotálamo; ✓ Etiologia: • Dietéticos: A principal matéria prima para síntese dos hormônios tireoidianos é o iodo. Os produtos que contém iodo são aqueles de origem marinha. Antigamente, existia uma causa de hipotireoidismo que é o carencial, por falta de iodo, devido a falta de logística para conseguir esses produtos. Atualmente, esse hipotireoidismo de causa carencial praticamente não existe mais. • Geográficos: Algumas regiões há incidência de hipotireoidismo de causa carencial ou causa genética (casamento co-sanguíneo, por exemplo); • Genéticos; • Etários: Quando maior a idade, maior a incidência; ✓ Hipotireoidismo primário: • Alta prevalência: 95% dos casos de hipotireoidismo. Incidência no Brasil: 2 milhões de casos; • Etiologia: OBS: 2ª maior causa de hipotireoidismo: tireoidite de Hashimoto ou tto da doença de graves e de doenças tireoidianas; ✓ Fatores de risco associados: idade >60 anos, sexo feminino, bócio (aumento do volume da tireoide), doença nodular da tireoide, história familiar de doença tireoidiana, doença autoimune tireoidiana e extratireoidiana, fármacos (amiodarona, lítio – segura o hormônio tireoidiano na glândula, impedindo-o de ser liberado -, tioniamidas), baixa ingestão de iodo e doenças genéticas (síndrome de Down e Turner); ✓ Sintomas em adultos: O ganho de peso na maioria das vezes é discreto; ✓ Manifestações clínicas (são múltiplas): Ocorre em vários setores do organismo. Porém, a maioria dos pacientes é a/oligossintomática; • No hipotireoidismo de causa central, a sintomatologia é mais discreta – 10-15% das funções do tireoidianas independe do TSH, minimizando a sintomatologia característica do hopotireoidismo em casos de problemas na hipófise e no hipotálamo. ❖ O central não cursa com o aumento do volume tireoidiano – não tem bócio -, pois o Aumento do volume da glândula – o TSH elevado estimula o aumento da massa tireoidiana funcionante, na tentativa de compensar uma produção tireoidiana; que causa é o estímulo do aumento do TSH. Se o TSH está baixo a nível central, não há o estímulo hormonal para o aumento da glândula. ✓ Alterações metabólicas: • Aumento do LDL (naquele mais propenso a arterosclerose) – associados ou não ao aumento de TG: Há a diminuição da expressão genética do receptor hepático de LDL e as partículas ficam mais sujeitas à oxidação. • Aumento de PCR ultrassensível, lipotroteína (A), homocisteína; • Aumento AST/ALT, CPK, DHL; ✓ Alterações endócrinas: Aumento da prolactina, diminuição do IFG1/IGFBP3 (forma ativa do crescimento), aumento do volume hipofisário (em casos de hipotireoidismo primário de longa data não tratado); ✓ Alterações neuropsiquiátricas: • Coma mixedematoso (mais grave): Condição patológica que representa um estado grave de hipotireoidismo com repercussões sistêmicas graves que põem em risco a vida do paciente. ❖ Etiologia: Mulheres na terceira idade, pós RT no pescoço / pós QT por graves infecções, hipotireoidismo não tratado, drogas antitireoidianas; ❖ Fatores desencadeantes: Traumatismo, IAM, fármacos, infecções; ❖ Fisiopatologia: Diminuição T3/T4, diminuição do metabolismo basal, letargia, coma, hipotensão, bradicardia, choque cardiogênico, aumento da PCO2 e diminuição da PO2, hipoglicemia, hiponatremia (alterações neurológicas); ✓ Alterações em pele e fâneros: pele seca, descamativa e áspera; cabelos secos e quebradiços, propensos a queda; fragilidade ungueal; rarefação do terço distal da sobrancelha – sinal da madarose; edema facial; ✓ Alterações no sistema cardiovascular: bradicardia, diminuição do débito cardíaco, hipofonese de bulhas, baixa voltagem ao QRS / alterações inespecíficas do ST-T, maior risco para doença coronariana aterosclerótica, cardiomegalia por IC descompensada (derrame pericárdico); ✓ Alterações no TGI: anorexia, constipação, distensão gasosa, acloridia, macroglossia (aumento da língua), ascite (raro), esteatohepatite não alcoólica ✓ Alterações no sistema musculoesquelético: fadiga muscular, mialgia, câimbras, artralgia, derrames articulares, síndrome do túnel do carpo, HP é fator de risco para intolerância às estatinas; ✓ Alterações no sistema reprodutivo: irregularidade menstruais (oligomenorreia, amenorreia primária ou secundária, menorragia - mais comum -, anovulação/infertilidade) e nos homens há a diminuição da libido, oligoespermia e disfunção erétil. ✓ Alterações na infância: • Recém-nascidos: Persistência da icterícia fisiológica; choro pouco; constipação intestinal; problemas na alimentação; sonolência; hérnia umbilical; se nada é feito, torna-se irreversível um retardo mental. ❖ A maioria tem poucos sintomas, tornando- se difícil a descoberta. O teste de triagem neonatal que é o teste do pezinho irá avaliar o hipotireoidismo congênito; • Após os dois anos: Não há retardo mental; baixa estatura (retardo na idade óssea e hiporresponsividade no GH nos testes de estímulo); desempenho escolar deficitário; atraso no desenvolvimento puberal; síndrome de Von Wyk Gumbach (puberdade precoce incompleta – raro); • Cretinismo: Hipotireoidismo congênito, retardo mental, baixa estatura, edema de face e mãos, pode se acompanhar de surdo-mudez, sinais neurológicos piramidais e extrapiramidais; ✓ Diagnóstico: NÃO é clínico, mas é necessariamente laboratorial, pois os sintomas podem estar presentes ou não. ✓ Tratamento: • L-tiroxina em dose única diária – Em adultos 1,6- 1,8 micrograma/kg de peso ideal. Cuidado em idosos, hipotireoideos de longa data, coronariopatias: iniciar 12,5-25 micrograma e ajusta a cada 15 dias até na dose ideal; • Monitora o tratamento e após 6 semanas dosa TSH e T4 livre. Se o TSH continua elevado, ajusta a dose em 12,5-25 micrograma/dia até normalizar o TSH (Exemplo: Se o paciente já tomava 100, aumenta 12,5 e a dose fica de 112,5). Se o TSH está suprimido, reduz a dose na mesma proporção até o TSH se normalizar. ✓ Gestação: Em uma paciente com hipotireoidismo primário e descobre gravidez, a primeira coisa a se fazer é a ajustar a dose do hormônio tireoidiano (aumentar em até 30%). • Pois, até 15 semanas o feto não possui tireoide, dependendo exclusivamente dos hormônios tireoidianos maternos ✓ Em quem rastrear o hipotireoidismo: • Idade >60 anos (sobretudo mulheres); • Presença de bócio (difuso ou nodular); • História de radioterapia para cabeça e pescoço; • História de tireoidectomia ou terapia com iodo radioativo; • Doença autoimune tireoidiana e extratireoidiana; • Gestação; • Síndrome de Down; • Síndrome de Turner; • Hipercolesterolemia; • Uso de fármacos (lítio, amiodarona, etc); ✓ Hipotireoidismo subclínico (TSH elevado e T4 livre normal): Apresenta alta incidência. • História natural: Eutireoidismo (quando repete fica normal), hipotireoidismofranco (início), manter o hipotireoidismo subclínico. • Sintomatologia controversa; • Diagnósitico: T4 livre normal + TSH > 4,5 e < 20. Repete em 6 meses pra ver se persiste. • Não há evidência de que o tratamento impacta na morbi/mortalidade por doenças cardiovasculares. OBS: Presença de anticorpos pode considerar tratamento. ✓ Síndrome do eutireoideo doente: Acontece quando uma pessoa que não tem problema na tireoide apresenta uma doença sistêmica grave ou cirurgias de grande porte. Ao pedir a função tireoidiana desse paciente, pode apresentar uma diminuição dos níveis de hormônios tireoidianos (Diminuição do T3 sérico e da conversão periférica de T4 em T3); • Não há evidência de que a reposição de T4 impacte na morbimortalidade. • Mecanismo de adaptação: limitar atividade metabólica; OBS: NÃO SE RECOMENDA REPOSIÇÃO DE T3.
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