Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE • O hipertireoidismo é definido como a hiperfunção da glândula tireoide, ou seja, um aumento na produção e liberação de hormônios tireoidianos (Levotiroxina e triiodotironina (T3)) o O hipertireoidismo leva à tireotoxicose, definido como qualquer estado clinico resultante do excesso de hormônios da tireoide nos tecidos • É uma glândula endócrina composta por 2 nódulos, localizados em frente à traqueia e responsável por estimular o metabolismo e controlar a atividade de outros sistemas do organismo a partir da produção de hormônios como a tiroxina (T3), triiodotironina (T4) e a calcitonina o Uma desordem na produção desses hormônios causa um desequilíbrio no organismo, que pode afetar tanto a cognição, como o sistema nervoso ou a pele, por exemplo • O hipotálamo conecta-se com a hipófise através do TRH, que vai estimular a hipófise a produz ir o TSH, o hormônio estimulador da tireoide, faz endo com que a tireoide produza o T3 e o T4, os hormônios tireoidianos. O sistema é de feedback negativo, ou seja, quando a tireoide estiver produzindo hormônios o sufi ciente, a hipófise será ‘’sinalizada’’ a parar de produzir TSH. • Um dos principais fatores estimulantes é o iodo, que entra na circulação, indo pro sangue até entrar em contato com as células foliculares da tireoide e, posteriormente, com o coloide, onde se juntará com a tiroglobulina através de reações catabolizantes mediadas pelo TPO, que vai oxidar, organificar e conjugar o iodo e a tiroglobulina para formar os hormônios tireoidianos, formando o MIT (1 iodo) e DIT, que vão se juntar para formar o T3 e o T4; quando o TSH, provindo da hipófise, vem estimular a tireoide, capta o hormônio tireoidiano do coloide levando, através das células foliculares, à circulação, através de um canal chamado MCT (transportador de monocarboxilatos) • Os receptores dos hormônios tireoidianos são intranucleares; • As enzimas, chamadas deiodinases, irão converter o T4 em T3 na circulação o Conversão sistêmica: de iodinases tipo I (função) – ocorre nas células periféricas; acelera o organismo • o Conversão central: deiodinases tipo II (feedback) – modulação do TSH e do TRH o Conversão inativa: deiodinases tipo III – conversão do T4 e T3 em T3 reverso (Rt3) • A prevalência de hipertireoidismo nos EUA é de 1,2% da população, sendo 0,7% o hipertireoidismo subclínico e 0,5% o hipertireoidismo clínico • Sua principal etiologia é a doença de Graves, seguida do bócio multinodular tóxico (BMNT) e do adenoma tóxico • Há uma hiperatividade adrenérgica pelo fato do excesso de hormônios produzidos pela tireoide hiperestimularem o metabolismo, exacerbando os efeitos do sistema nervoso simpático, como se fosse vivenciada uma overdose de adrenalina; além disso, outros sintomas são: o Irritabilidade, nervosismo o Hiperatividade o Déficit de atenção o Problemas de memória o Altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) o Sede excessiva o Sudorese o Perda da libido o Crescimento das mamas em homens - ginecomastia o Olhos arregalados o Insônia o Afinamento da pele e do cabelo; pele sedosa e quente o Tremores nas mãos o Ansiedade o Intolerância ao calor o Fraqueza – principalmente no antebraço e nas coxas o Perda de peso ▪ A fraqueza muscular e a perda de peso podem ser decorrentes do aumento do consumo do oxigênio por conta do hipermetabolismo o Alterações no período menstrual em mulheres o Aumento da glândula tireoidal, conhecido como bócio, caracteristicamente difuso e simétrico à palpação o Perda de peso o Tremores, nervosismo emocional o Palpitações, taquicardia ▪ No hipertireoidismo prolongado e mais graves, as alterações cardiovasculares (aumento do inotropismo, da contratilidade e da frequência BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE cardíaca e redução da resistência vascular periférica, com consequente aumento do debito cardíaco) podem culminar em miocardiopatia com insuficiência cardíaca congestiva o Intolerância ao calor o Insônia o Em casos extremos, apesar de raros, pode ocorrer uma tempestade tireoidiana, uma crise tireotóxica desencadeada pelo estresse, que provoca: ▪ Vômitos ▪ Hiperdefecação – diarreia ▪ Aumento dos batimentos cardíacos e da temperatura basal ▪ Agitação mental – deve ser tratada urgentemente, uma vez que pode levar a morte numa porcentagem aproximada de 20% – 50% ▪ Dispneia o Onicólise – unhas de Plummer (descoladas do leito) e aparência caquética o Manifestações autoimunes: ▪ Vitiligo ▪ Exoftalmia ▪ Anemia perniciosa o Sem tratamento, o hipertireoidismo pode levar à osteoporose, uma vez que a tireoide também é responsável pela produção de calcitonina, que participa do processo de homeostase do cálcio • Na doença de Graves, as pessoas podem apresentar uma atipia em relação a esses sintomas, um quadro chamado hipertireoidismo apático; os sintomas incluem: o Depressão grave o Manifestações cardiovasculares o Fraqueza geral ▪ De modo geral, quanto mais idoso o paciente, mais atípicas as manifestações da DG • Em idosos, no entanto, o quadro clinico pode estar ausente ou discreto, manifestando-se por meio de arritmias cardíacas (fibrilação atrial) ou depressão (hipertireoidismo apático) • O hipertireoidismo também pode evoluir para um hipotireoidismo, quando a glândula vira avariada pela alta atividade, tornando-se incapaz de produzir a quantidade adequada de hormônios ç • É uma exacerbação do estado de hipertireoidismo que põe em risco a vida dos pacientes acometidos • Frequentemente encontrada em pacientes com Doença de Graves, embora outras condições associadas ao hipertireoidismo podem estar associadas, como o adenoma tóxico e o bócio multinodular tóxico • As manifestações clinicas da tempestade tireoidiana tornam-se mais graves por conta do aumento das catecolaminas e seus receptores, e pelo aumento súbito dos níveis de T4L • Sintomas: o Confusão o Delírio o Agitação e psicose franca, podendo evoluir para obnubilação o Estupor e coma o Febre elevada o Insuficiência cardíaca e alto débito o Taquicardia acentuada o Fibrilação atrial aguda o Icterícia, com eventual insuficiência hepática o Sudorese intensa o Diarreia o Náuseas e vômitos o Choque hiperdinâmico (semelhante ao séptico) o Dor abdominal e abdome agudo o Status epilépticos o Insuficiência renal aguda por rabdomiólise • Fatores precipitantes: o Infecções o Cirurgias o Terapia com iodo radioativo o Suspensão de drogas antitireoidianas o Uso de amiodarona o Ingestão de hormônios tireoidianos o Insuficiência cardíaca o Toxemia da gravidez o Hipoglicemia o Parto o Estresse emocional o Embolia pulmonar o Acidente vascular encefálico o Trauma à glândula tireoide o Cetoacidose diabética o Infarto do miocárdio • Tratamento: o Visa diminuir os níveis de hormônio tireoidiano através da diminuição da síntese – tionamidas e lítio -, diminuição da liberação dos hormônios tireoidianos – iodo e lítio -, diminuição da conversão periférica de T4 em T3 pela desiodase tipo I – PTU, contraste iodado, propranolol e corticoide -, diminuição dos efeitos dos hormônios tireoidianos – redução da atividade simpática BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE o Deve-se buscar a estabilização do paciente e a correção dos fatores precipitantes o As principais drogas utilizadas são o propiltiouracil – inibe a conversão periférica de T4 em T3 pelo bloqueio da desiodase 1 -, o iodo – age bloqueando a endocitose da tiroglobulina -, e o propranolol – inibe a desiodase tipo 1 ▪ Em casos de hipertermia, não se deve utilizar aspirina por conta do potencial aumento dos níveis de T4L circulantes ç • Também conhecida como bócio difuso tóxico, é uma desordem autoimune de etiologia desconhecida,comum em mulheres jovens, cujo sitio antigênico é o receptor do TSH (TSHR), causando a síntese e secreção excessiva de hormônios tireoidianos; TSH baixo + T3 e T4 elevados + TRAb elevado o É a principal causa do hipertireoidismo, em 60 – 90% dos casos ▪ Prevalência geral de 0,5% ▪ Pico de incidência entre 20 – 50 anos ▪ É a causa mais comum de hipertireoidismo espontâneo em pacientes < 40 anos o Fatores de risco da doença de Graves: ▪ Susceptibilidade genética (CTL-4) ▪ Infecções (mimetismo molecular) ▪ Estresse (imunodepressão) ▪ Gravidez (imunodepressão fisiológica) – o hipertireoidismo descompensado pode cursar com complicações, como crise tireotóxica, aborto, toxemia gravídica, prematuridade, RN baixo peso, ICC materna, descolamento da placenta, malformações congênitas – é indicado o tratamento com PTU, por ter menor passagem placentária e pelo fato de o metimazol estar associado a – raros – casos de aplasia cútis fetal ▪ Iodo ▪ Gênero (sexo feminino, relacionado à hormônios esteroidais e processo de inativação do cromossomo X) ▪ Diabetes melitus tipo I ▪ Doença de Addison ▪ Miastenia gravis ▪ Hepatite crônica ativa ▪ Anemia perniciosa ▪ Artrite reumatoide ▪ Lúpus eritematoso sistêmico ▪ Síndrome de Sjogren ▪ Vitiligo o Fisiopatologia: ▪ Ocorre a produção pelos linfócitos B de anticorpos contra os receptores de TSH, localizados na superfície da membrana da célula folicular da tireoide, que se ligam e ativam o receptor (TSHr), ativando complexos de sinalização das proteínas Gs e Gq, resultando no aumento do volume da tireoide e no aumento da vascularização. Ao se ligarem ao receptor do TSH, os TRAb (anticorpo anti-receptor de TSH estimulante) vão estimular a síntese e a liberação dos hormônios tireoidianos, ocorrendo secreção excessiva que, por sua vez, exercem retroalimentação negativa sobre a hipófise; como consequência, acarreta no hipertireoidismo com bócio difuso (↑ captação de iodo para produzir hormônios), níveis de T3 e T4 elevados e TSH baixo (supressão) ▪ Existem outros autoanticorpos tireoidianos na DG; o anticorpo antiTPO (tireoperoxidase) está presente em 90% dos casos – espécie de marcador universal da doença tireoidiana autoimune, presente em 95% dos casos de tireoidite de Hashimoto; além do antiTPO, existe também o antiTg, importante no acompanhamento do câncer de tireoide o Sintomas: ▪ Bócio difuso e simétrico ▪ Mixedema pré- tibial (dermatopatia): está presente em 5%, mais comum quando há oftalmopatia grave; raramente é uma manifestação isolada ▪ Oftalmologia de Graves (olhos esbugalhados): presente em 50% dos casos, podendo ser uni ou bilateral; tem relação temporal variável com o hipertireoidismo e gravidade variável, podendo evoluir para oftalmoplegia ▪ Braqueamento digital ▪ Unhas de Plummer ▪ Acropatia ▪ A oftalmopatia de Graves pode ser dividida em 2 tipos: o Tipo I. Afeta mulheres jovens causando graus variados de proptose simétrica, com limitação mínima da motilidade ocular ou sem limitação, ausência de sinais inflamatórios e exames de imagens revelando aumento de gordura orbitária com alargamento mínimo ou ausente dos músculos orbitários BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE o Tipo II: causa miopatia restritiva, com diplopia e proptose assimétrica; afeta mais homens, e os exames de imagem revelam alargamento dos músculos extraoculares sem alteração da gordura orbitaria • Tratamento: o Clínico ▪ Betabloqueadores: propanol e atenolol; fazem o controle dos sintomas adrenérgicos da tireotoxicose, a partir da inibição periférica de T4 em T3 ▪ Antitireoidianos (tionamidas): metimazol (MMZ) – inibe a TPO; não funde tiroglobulina com o iodo – e propiltiouracil (PTU) – inibe a TPO e a desiodase 1; não converte T4L em T3; os antitireoidianos inibem a peroxidase tireoidiana e inibe as etapas de oxidação e organificação do iodo, a partir da inibição da conversão periférica do T4 em T3 (PTU) nas células foliculares – possui efeito imunossupressor o Radioablação com iodo radioativo: as indicações incluem pacientes idosos com hipertireoidismo moderado e aumento da glândula, pacientes com reações toxicas às drogas antitireoidianas, quando o uso regular de medicação não é garantido, e em indivíduos que recidivam a doença após um longo curso de terapia medicamentosa; contraindicado na gravidez e amamentação ▪ O hipotireoidismo pós-radioablação é quase inevitável da terapia com Radioiodo, ocorrendo em 80% dos casos; o Cirurgia – Tireoidectomia; indicado em pacientes que não controlam a doença com tionamidas e que recusam o I-131; doença com bócio volumoso causando deformidade estética ou comprimindo traqueia e trazendo desconforto; suspeita de neoplasia tireoidiana subjacente; gravidas com hipertireoidismo grave não controlado por drogas antitireoidianas ou alérgicas à essas drogas ç • Também conhecida como bócio nodular tóxico, é causada pela presença de um adenoma tóxico, um nódulo tireoidiano autônomo hiperfuncionante, que passa a produzir hormônio fora do controle normal do organismo (suprafisiológico); TSH baixo + T3 e T4 + TRAb negativo o É mais comum em mulheres e em idosos ▪ Cerca de 10 – 20 nódulos apresentam-se com hipertireoidismo o Pode sofrer hemorragia central, causando dor e aumento de volume, necrose espontânea e calcificação • A patogênese deriva de uma mutação somática nos receptores de TSH de um grupo de células foliculares tireoidianas, tornando-o mais propenso a se acoplar com a proteína G, aumentando o estimulo à formação de AMPc no citoplasma, promovendo a hiperplasia, proliferação e hiperfunção celular • Tratamento: o Radioiodoablação o Nodulectomia o Injeção percutânea o Terapia com laser guiada por ultrassonografia • Diagnóstico: o Nódulo tireoidiano isolado associado a hipertireoidismo o Cintilografia tireoidiana à nódulo hipercaptante ou hiperfuncional, e o restante da glândula com captação reduzida o TSH suprimido com nível de T4L e T3 podendo estar elevados ó ó • Formação de múltiplos nódulos de tamanhos variados com secreção autônoma de hormônios tireoidianos e supressão de TSH • Existem 2 tipos, o bócio multinodular atóxico (BMA) e o bócio multinodular tóxico (BMT); o BMT é definido por exames laboratoriais mostrando sinais de hipertireoidismo primário, representando a fase final de evolução do BMA ao longo do tempo, sendo a segunda causa mais frequente de hipertireoidismo o Mais comum em idosos e mulheres o Exames laboratoriais apresentam TSH suprimido e T3 e T4L elevados o Oftalmopatia é raro; quando presente, representa a coexistência de Doença de Graves, condição conhecida como síndrome de Marine-Lenhart, predominante em idosos o Tireotoxicose pode ocorrer, principalmente após exposição a iodo (contraste, amiodarona) o Tratamento: ▪ Cirurgia ▪ Radioablação o Diagnóstico: ▪ Cintilografia tireoidiana: nódulos de captação variável BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE ▪ Ultrassonografia da tireoide ç • Tireoidites subagudas: inflamação da glândula tireoide; possui vários tipos, como a tireoidite de Hashimoto ou a tireoidite de Quervain que, no começo, são associadas a produção excessiva de hormônios, mas que podem evoluir para o hipotireoidismo • Uso de doses elevadas de T3: tanto através da carne bovina contaminada por tecido tireoidal, quanto por meio da ingestão de remédios contendo o hormônio por conta de erros farmacológicos • Tumor hipofisário secretor de TSH • Uso de Amiodarona: um remédio de efeito similar ao hormônio da tiroxina (T4) produzido pela tireoide e que pode estimular seu funcionamento em excesso • Tireoidite pós parto: condição que pode afetar 7% das grávidas no ano seguinte ao parto • Consumo em excesso de iodo –Jod Basedow: suplementação ou dieta inadequada, gerando funcionamento exacerbado da tireoide • Tumores trofoblásticos: quando os espermatozoides fertilizam óvulos sem núcleo e DNA, gerando altos níveis de HCG, aumentando a produção de hormônio da tireoide, devido a sua semelhança á • É causado por um aumento da produção de TSH devido a um adenoma hipofisário (geralmente um macroadenoma) hipersecretor, ou por uma hipersecreção não neoplásica idiopática de TSH pela hipófise (síndrome da secreção inapropriada de TSH) • Sintomas: o Pode manifestar-se sinais e sintomas clássicos da tireotoxicose o Se o adenoma hipofisário for grande, pode comprimir o quiasma óptico, provocando cefaleia e defeitos no campo visual • Diagnóstico: o A detecção do tumor é feita através da tomografia computadorizada de sela túrcica ou pela ressonância magnética o O exame laboratorial apresenta T4 livre elevado, com TSH sérico normal ou alto • Estado clínico resultante do excesso de hormônios tireoidianos nos tecidos, decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes, secundário ao hipertireoidismo ou não, seja qual for a origem desses hormônios (ingestão de hormônio exógeno, produção de hormônio por algum tumor, produção excessiva de hormônio pela glândula tireoidiana, liberação de hormônio pré-formado pela glândula tireoidiana que tenha sofrido algum dano celular – autoimune, infeccioso, químico o mecânico – com ruptura dos folículos, com coloide pré-formado, etc.) o As síndromes de tireotoxicose podem estar associadas à função normal ou diminuída da tireoide, como ocorre na tireotoxicose factícia (causada pelo uso abusivo de hormônio tireoidiano exógeno), nas tireoidites (lesão tecidual que libera os hormônios tireoidianos previamente estocados) e na produção ectópica de hormônios da tireoide Classificação da Tireotoxicose Associada ao Hipertireoidismo Secreção excessiva de TSH Adenoma Hipofisário Estímulo anormal da tireoide Doença de Graves Tumores trofoblásticos Induzida pelo iodo (Jod- Basedow) Tecido tireóideo autônomos Adenoma tóxico Bócio multinodular tóxico Não-associada ao hipertireoidismo Doença inflamatória Tireoidite subaguda Uso de amiodarona Fonte extratireoidiana de hormônio Factícia: ingerindo hormônio em dose supraelevada Estroma ovariano: desenvolvimento de tecido tireoidiano no ovário • Sinais e sintomas: o Insônia o Cansaço extremo o Agitação psicomotora o Incapacidade de concentração o Agressividade o Polifagia o Sudorese excessiva o Intolerância ao calor o Perda de peso o Amenorreia/oligomenorreia o Aumento das evacuações o Pele quente e úmida o Tremor fino e sustentado das extremidades superiores o Queda de cabelo o Hipertensão arterial e taquicardia sinusal o Cardiomiopatia BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE o Miopatia (atrofia + fraqueza muscular) e osteopatia (desmineralização óssea + hipercalcemia/hipercalciúria) o Oftalmopatia (20 – 40%) ▪ Olhar fixo e brilhante + olhos avermelhados ▪ Piscar frequente ▪ Retração palpebral ▪ Midríase + exoftalmia ▪ Sinais inflamatórios periorbitários ▪ A tireotoxicose não afeta somente os humanos, mas também os gatos domésticos de idade avançada; estima-se que afeta 2% dos gatos com idade superior a 10 anos ó • A avaliação inicial do paciente com suspeita de hipertireoidismo deve incluir história clínica (avaliação da presença de sintomas de tireotoxicose, tempo de início dos sintomas, história de excesso de exposição ao iodo [realização de exames com contraste iodado ou uso de compostos com alto teor de iodo], gestação recente [tireoidite pós-parto] ou história familiar de doença tireoidiana autoimune [tireoidite de Hashimoto ou Doença de Graves] e exame físico (avaliação da presença de bócio [difuso ou nodular; sensível ou doloroso], sopro tireoidiano, dor à palpação da tireoide, tremor, taquicardia, sinais oculares, alterações na pele e cabelos), com o objetivo de buscar o diagnóstico e estabelecer a sua etiologia o A presença de sinais como hipertermia conjuntival e palpebral, edema palpebral, quemose, paralisia de músculos extraoculares ou exoftalmia são característicos da Doença de Graves • Exames laboratoriais: dosagem sérica de TSH, T3, T4, T3 livre e T4 livre; ocasionalmente, apenas o T3 está elevado, acompanhando a supressão do TSH, situação comum na fase inicial da doença ou em casos de recidiva; além disso, pode-se encontrar apenas níveis baixos de TSH com T3 e T4 normais, caracterizando o hipertireoidismo subclínico Diagnóstico laboratorial TSH T4 livre T3 RAIU/24h (I131 nas 24h) TRAb DG – H. Primário ↓ ↑ ↑ ↑ ↑ DP ↓ ↑ ↑ ↑ N T.SUB ↓ ↑ ↑ ↓ N TSH-oma (H. secundário) ↑ ou N ↑ ↑ ↑ N • Cintilografia de tireoide com iodo 123 e iodo 131 para captação do iodo reativo o A captação de iodo ocorre pelas células foliculares; avalia se os nódulos são ‘’quentes’’ ou ‘’frios’’ o A captação elevada do iodo radioativo nas 24h, normal em nosso meio, situa-se entre 15 – 35%; encontra-se elevada em praticamente todos os casos de Doença de Graves, possibilitando a sua diferenciação com os casos de tireotoxicose secundária a tireoidite subaguda e tireoidite pós-parto ▪ Captação normal ou elevada: doença de Graves, bócio multinodular tóxico, adenoma tóxico, doença trofoblastos, adenoma de hipófise secretor de TSH, resistência aos hormônios tireoidianos o ▪ Captação baixa ou ausente: tireoidite indolor (silenciosa), tireoidite induzida por amiodarona a tireoidite subaguda (granulomatosa, de Quervain), tireotoxicose iatrogênica, ingesta factícia de hormônios tireoidianos, Struma ovarii, tireoidite subaguda, metástases extensas de carcinoma folicular da tireoide. • Punção aspirativa com agulha fina: indicado quando forem encontrados nódulos tireoidianos mormo ou hipocaptantes à cintilografia • TRAb (anticorpo anti-receptor de TSH): até 50% apresentam anticorpos antitireoglobulina, e até 90% anticorpos antitireoperoxidase, em títulos mais baixos do que observados na tireoidite de Hashimoto; é indicado principalmente em casos de: o Doença de Graves em eutireóides o Hipertireoidismo apático o Exoftalmia o Tireoidite pós parto – Utilizado em gestantes para medir risco de tireotoxicose neonatal (passagem placentária de TRAb) o Tireoidite subaguda • Ultrassom com doppler de tireoide: ajuda na diferenciação entre a doença de Graves e a tireotoxicose induzida por destruição do tecido tireoidiano • O tratamento é feito a partir de medicamentos ou iodo radioativo (I-131), inibitórios da tireoide ou por meio de cirurgia, afim de extrair parte da glândula (tireoidectomia) o DAT (drogas antitireoidianos): o propiltiouracil e o metimazol são as drogas de escolha, principalmente no tratamento da doença de Graves, do hipertireoidismo grave e da tempestade tireoidiana ▪ Mecanismo de ação: Bloqueio da enzima peroxidase → interfere na organificação (formação e DIT e MIT) BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE e acoplamento (junção MIT e DIT para formar T3 e T4) → inibindo a síntese de T3 e T4 ▪ A escolha das DAT depende da preferência do médico assistente; o uso do propiltiouracil apresenta a vantagem de ser em dose única diária e efeitos colaterais dose-dependentes – ambos utilizados em doses elevadas apresentam resposta mais rápida ao tratamento e, praticamente, todos os pacientes evoluem para o eutireoidismo dentro de 6 – 12 semanas após o início do tratamento o O tratamento com I131 é bem tolerado e, exceto pela indução de hipotireoidismo iatrogênico transitório ou permanente, nenhum efeito colateral tem sido relatado TRATAMENTO MODALIDADE Vantagens Hipotireoidismo depois da terapia Mecanismo de ação Outras considerações ANTITIREOIDIANOS (METIMAZOL, CARBIMAZOL,PROPILTIORACIL) Não ablativos (remissão em cerca de 50% dos pacientes; taxas mais elevadas naqueles com doença mais branda e valores menores de TRAb) Não (mas pode ocorrer com dosagem excessiva ou pelo processo autoimune) Interferência na síntese de novos hormônios da tireoide É necessário cuidado no ajuste da dose para controlar hipertireoidismo e evitar hipotireoidismo, começando com doses de metimazol entre 10 – 30mg/dia, a depender da gravidade Potencial para não adesão Possíveis reações adversas; inclui efeitos colaterais dermatológicos (rash cutâneo, prurido, alopecia), reumatológicos (artralgia, mialgia, síndrome lúpus-like, vasculite), hematológicos (granulocitopenia, agranulocitose, doença do soro, trombocitopenia, linfonodomegalia), neurológicos (neurite), gastrointestinais (sialoadenite, perda do paladar, hepatite, colestase) e psiquiátricos (psicose tóxica) IODO RADIOATIVO Geralmente curativo (cerca de 85% dos pacientes ficam eutireoidianos ou com hipotireoidismo após uma única dose) Taxa de 80% de hipotireoidismo no 1° ano com terapia de alta dose Destruição da tireoide por emissão de partículas beta Potencial para início ou exacerbação da orbitopatia de Graves em 15 – 20% dos pacientes, especialmente os que fumam e têm a forma mais grave da doença Não aceitação do paciente por medo da radiação Piora transitória da função da tireoide em cerca de 10% dos pacientes Contraindicado em gestantes e lactantes Necessidade de precauções pela radiação Mais barato CIRURGIA – TIREOIDECTOMIA TOTAL Definitiva (taxa de recorrência de 10 – 15% com tireoidectomia subtotal vs taxa de quase 0% com Inevitável após a tireoidectomia total Eliminação física de tecido tireoidiano Preparação usual envolve tratamento com drogas antitireoidianos e terapia com iodeto de potássio Dor, formação de cicatrizes, tempo de recuperação Complicações cirúrgicas possíveis (hematoma cervical [pode levar à BRENDA RODRIGUES BIOQUÍMICA – GENERALIDADES 3° SEMESTRE tireoidectomia total) insuficiência respiratória]), hipotireoidismo transitório e permanente, paralisia do nervo laríngeo recorrente) Taxas mais baixas com cirurgiões experientes Pode ser preferida durante a gravidez (<6 meses) Preferida em pacientes com grandes bócios, coexistindo nódulos suspeitos ou malignos, ou hiperparatireoidismo primário Preferida em pacientes com doença ocular da tireoide significativa que não podem usar drogas antitireoidianos Forma mais cara de terapia Manejo de pacientes com hipertireoidismo Suspeita de tireotoxicose Dosar TSH, FT4, FT3 ou T3 TSH ↓, FT4/T3 ou FT3 normaisHipertireoi dismo subclínico Doença não tireoidiana TSH ↓, FT4/T3 ou FT3 normais RAIU/24h Aumentada ou normal; hipercaptaç ão uni ou multifocal Bócio uni ou multinodul ar tóxico (Doença de Plummer) Aumentad a, com hipercapta ção difusa Doença de Graves Baixa (<5%) Tireoidites latrogênica ou factícia induzida por fármacos Hipertireoidis mo ectópico US da tireoide + TRAb Achado ultrassonográfico variável TRAb negativo Tireoidites latrogênica ou factícia induzida por fármacos Hipertireoidismo ectópico Bócio nodular + TRAb negativo Bócio uni ou multinodul ar tóxico (doença de Plummer) Bócio difuso + TRAb positivo Doença de Graves TSH normal/↑ FT4/T3 ou FT3 ↑ Hipersecre ção de TSH inapropria da Adenoma hipofisário secretor de TSH Resistência hipofisária ao hormônio da tireóide TSH normal FT4/T3 ou FT3 normais Eutireoidis mo
Compartilhar