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3ºAula Normas e Sistemas Auditáveis de Gestão da Qualidade - SGQ Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender o papel da ISO 9001 para a qualidade; • entender a aplicação da ISO 22000 para a qualidade e segurança de alimentos; • compreender a importância do sistema de pré-requisitos da ISO/TS. Prezados(as) alunos(as), Nesta aula, temos como objetivo reconhecer normas e requisitos dos principais sistemas de gestão da qualidade que servem de base para as auditorias. Começaremos com a ISO 9001, que é a principal norma de qualidade, passaremos pela ISO 22000, que é referência em qualidade e segurança de alimentos, e, por fim, falaremos das normas conhecidas como pré-requisitos, que são as ISO/TS. Bons estudos! 16Certifi cação e Auditoria da Qualidade 1. Seções de estudo Normas da Série ISO 9000 2. Normas da Série ISO 22000 3. Programas de pré-requisitos (ISO/TS) 1 - Normas da Série ISO 9000 A série ISO 9000 aborda vários aspectos da gestão da qualidade. Seus documentos padronizados apresentam orientações e ferramentas para empresas e organizações com o intuito de garantir a qualidade de produtos e serviços, bem como a melhoria contínua. De acordo com Ferreira (2001), as normas da série ISO 9000 constituem um dos maiores fenômenos administrativos do mundo moderno, devido à aceitação mundial do modelo para estabelecer um sistema de gestão da qualidade (SGQ) mínimo e padronizado. Sua implantação resulta em melhorias significativas nas organizações e empresas, resultado esse que é alcançado através do grande foco que a norma dá para a padronização dos processos como um todo. Dentre as normas da série ISO 9000, destacam-se: • ISO 9001:2008 – Define os requisitos e estabelece os critérios de um sistema de gestão da qualidade. Pode ser utilizado por qualquer organização, independente do ramo de atividade ou porte. Esta norma já foi implementada por mais de um milhão de empresas e organizações em mais de 170 países. • ISO 9000:2005 – Aborda conceitos básicos e glossário. • ISO 9004:2010 – Orienta organizações que operam em ambientes complexos, exigentes e em constante mudança. Tem como objetivo o alcance do sucesso sustentado, através de uma abordagem de gestão da qualidade que atenda as necessidades e expectativas dos seus clientes e demais partes interessadas, a longo prazo e de forma equilibrada. Promove a autoavaliação como uma ferramenta importante para a análise crítica do nível de maturidade da organização e fornece uma visão mais ampla da gestão da qualidade do que a NBR ISO 9001. Trata das necessidades e expectativas de todas as partes interessadas, e fornece orientação para a melhoria sistemática e contínua do desempenho global da organização (ISO, 2019). 2 - Normas da Série ISO 22000 A ISO 22000 é uma série de normas para implementação de Sistemas de Gestão de Segurança de Alimentos em empreendimentos que queiram assegurar controles dos perigos em toda a sua cadeia produtiva, garantindo que o alimento esteja seguro quando consumido. Além disso, essas normas contribuem para a promoção da quebra da barreira comercial, devido à padronização das exigências do mercado exportador e importador de alimentos. Dentre os empreendimentos que podem utilizar a série estão os beneficiadores e transformadores de alimentos, empresas envolvidas na comercialização, tratamento e distribuição de produtos alimentícios e commodities essenciais, em particular produtores de alimentos, varejistas, abastecedores, cozinhas comerciais e seus fornecedores. Os benefícios vão além da empresa que implanta o Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos, impactando em toda a cadeia produtiva, a jusante e a montante, vinculada ao produto. De acordo com Bertolino (2010), os principais benefícios são: • organização do empreendimento em relação aos processos desenvolvidos; • mapeamento dos riscos e perigos do fluxo da cadeia produtiva; • disciplina na execução das tarefas por meio de definições de responsabilidades métodos; • estabelecimento de indicadores da qualidade, os quais visam medir o desempenho e segurança do alimento; • ações preventivas constantes; previsibilidade dos resultados e otimização dos recursos empregados; • redução dos custos operacionais devido à minimização de retrabalhos dos produtos ou serviços; • estabelecimento de pontos críticos de controle durante o processo, minimizando riscos de contaminação e aumento do compromisso e trabalho em equipe. Em suma, o objetivo é atender de forma satisfatória tanto os requisitos acordados com os clientes, como os aspectos regulamentares, diretrizes reconhecidas, princípios e códigos aplicáveis à cadeia de segurança do alimento (ex: Codex Alimentarius, normas nacionais ou internacionais do segmento). A série ISO 22000 contém normas focadas em diferentes aspectos de gestão da segurança alimentar. São elas: • ISO 22000:2005 – diretrizes gerais para a gestão da segurança alimentar. • ISO 22005:2007 – rastreabilidade na cadeia alimentar humana e animal. • ISO/TS 22002-1:2009 – pré-requisitos para a fabricação de alimentos. • ISO/TS 22002-3:2011 – pré-requisitos específicos para a agropecuária. • ISO/TS 22003:2007 – diretrizes para auditoria e organismos de certificação. 2.1 - ISO 22000:2005 – Diretrizes Gerais para a gestão da Segurança Alimentar Define requisitos para um sistema de gestão de segurança de alimentos. Pode ser utilizada por qualquer organização de uma cadeia alimentar, independente do porte, sendo necessário demonstrar sua capacidade de controlar riscos de segurança alimentar, a fim de garantir que o alimento é seguro no momento do consumo humano. Segundo a norma (2009), seus requisitos possibilitam a organização: • planejar, implementar, operar, manter e atualizar o sistema de gestão da segurança de alimentos, com o intuito de ofertar produtos seguros e em concordância 17 com seu propósito; • demonstrar conformidade com os requisitos aplicáveis à segurança de alimentos; • considerar e avaliar a solicitação do cliente, bem como demonstrar conformidade; • com os requisitos mutuamente acordados relativos à segurança de alimentos, para ampliar a satisfaçã o do cliente; • comunicar efetivamente assuntos de segurança de alimentos aos seus fornecedores, consumidores e outras partes interessadas; • assegurar que a organizaçãõ está conforme com a política de segurança de alimentos estabelecida; • demonstrar tais conformidades à s partes relevantes interessadas; e • buscar a certificação ou registro desse sistema de gestão da segurança de alimentos, seja por uma organização externa, autoavaliação ou autodeclaraç ã o de conformidade com esta norma internacional (ISO, 2019). De acordo com Gonçalo (2006), a ISO 22000:2005 possibilita a comunicação em toda a cadeia produtiva do segmento de alimentos, garantindo que os perigos sejam controlados em todas as suas etapas e em níveis considerados aceitáveis nos produtos finais. Isso significa que, para alcançar esse objetivo, é necessário utilizar diferentes ferramentas de gestão da qualidade, de forma integrada, adotando os requisitos de gestão baseados nos princípios de melhoria contínua. A figura 1 apresenta a composição de requisitos da norma de forma integrada e sequencial. Inicialmente o housekeeping ou 5S, que, mesmo não sendo obrigatório, permite de forma rápida a melhoria em utilização, ordem, limpeza, higiene e autodisciplina, auxiliando os próximos passos exigidos pela legislação: as boas práticas de fabricação, POPs ou PPHOs, em seguida para os princípios do sistema APPCC, que considera as regras estabelecidas pela Comissã o do Codex Alimentarius e, finalmente, os requisitos de um sistema de gestão e melhoria contínua. Figura 1: Diretrizes gerais para a gestão da segurança alimentar. Fonte: GONÇALO (2006). 2.2 - ISO 22005:2007 – Rastreabilidade da Cadeia Alimentar Humana e Animal Forneceos princípios e especifica os requisitos básicos para a elaboração e implementação de um sistema de rastreabilidade na cadeia alimentar humana e animal. A rastreabilidade permite ao consumidor conhecer o histórico do produto e de seu processo de produção, do campo ao prato, atuando como mecanismo fundamental na segurança alimentar da população. Esses registros permitem identificar até mesmo a origem das matérias-primas e insumos utilizados na produção. A norma fornece um enquadramento geral e possibilita estabelecer posteriormente um sistema de rastreabilidade eficaz e flexível para atingir objetivos como: • apoio para a segurança alimentar; • documentação acerca do produto de origem; • facilidade em caso de necessidade de recolher/retirar o produto do mercado; • identificação das responsabilidades na cadeia alimentar humana e animal; • facilidade na verificação de informações específicas sobre o produto; • comunicaç ã o da informaç ã o entre as partes interessadas e os consumidores. 3 - Programas de pré-requisitos (ISO/ TS) 3.1 - ISO/TS 22002-1:2009 – Pré- requisitos para a fabricação de alimentos Especifica normas para o estabelecimento, implementação e manutenção de programas de pré-requisitos (PRP) para auxiliar no controle de riscos de segurança alimentar. Aplicável a organizações que transformam alimentos e queiram implementar o PRP para atender aos requisitos especificados na ISO 22000:2005. Os PRPs podem ser definidos como todas as atividades específicas e documentadas que atendam aos requisitos de higiene para a produção de alimentos, conforme descrito no Codex Alimentarius, incluindo as BPF e a legislação vigente. Eles têm o objetivo de criar as condições higiênicas básicas para o processamento de alimentos seguros. O termo “programa” refere-se ao fato de que os PPR são mais que Instruções de Trabalho (IT), planos ou regulamentos, uma vez que são “medidas de controle” que necessitam ser monitoradas e verificadas quanto a sua efetividade e periodicamente (JACXSENS et al., 2009). Essa norma especifica requisitos detalhados que respondem a ISO 22000:2005. São exemplos dos aspectos considerados: • construção e layout de edifícios; • adequação, limpeza e manutenção de equipamentos; • controle de pragas; 18Certifi cação e Auditoria da Qualidade • limpeza e sanitização; • controle do transporte; • controle de armazenamento. Além disso, a norma acrescenta outros aspectos que são considerados relevantes para as operações de fabricação: • retrabalho; • procedimentos de recall de produtos; • armazenamento; • informações sobre o produto e a sensibilização dos consumidores. 3.2 - ISO/TS 22002-3:2011 – Pré-requisitos específicos para a agropecuária Especifica todos os Programas de Pré-Requisitos (PPR) para a indústria agropecuária, seja a criação de animais, frigoríficos ou abatedouros que almejam ser certificados no sistema ISO 22000. 3.3 - ISO/TS 22003:2007 – Diretrizes para auditoria e organismos de certificação Define as regras aplicáveis para a auditoria e certificação de um sistema de gestão da segurança alimentar (SGSA), de acordo com os requisitos da ABNT NBR ISO 22000:2005 e fornece as informações necessárias aos clientes sobre a forma como a certificação de seus fornecedores é concedida. Retomando a aula Ao chegar ao fi nal da terceira aula, vamos recordar o que aprendemos: 1 - Normas da Série ISO 9001 Vimos qual é o foco da norma ISO 9001, que basicamente consiste em garantir a qualidade dos produtos ou serviços através da grande padronização dos processos. Devido a isso, vimos que essa é uma norma amplamente aceita em nível mundial, sendo referência em padronização de sistemas de gestão da qualidade. 2 - Normas da Série ISO 22000 Aqui, vimos os detalhes da ISO 22000, que é uma das mais importantes da série ISO. Vimos também que essa norma tem como foco garantir a segurança dos alimentos e através disso manter a qualidade dos produtos. 3 - Programas de pré-requisitos (ISO/TS) Por fim, vimos nessa terceira seção os principais programas de pré-requisitos, que são complementos da ISO 22000, que garantem que as especificidades de cada segmento seja atendido de maneira eficaz. Disponível em: https://www.dgadr.gov.pt/formacao/o- sistema-nacional-de-qualificacoes-snq. Vale a pena acessar Vale a pena Minhas anotações
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