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Monoa�trite� � Polia�trite� Monoartrite Aguda Não-Traumática → Hipótese diagnóstica: Artrite Séptica (pioartrite) Definição: Resulta da invasão direta do microrganismo na membrana sinovial e em componentes do espaço articular. Quadro Clínico: - Início repentino. - Dor, aumento da temperatura local, edema da articulação, hipersensibilidade à palpação da articulação afetada e desconforto significativo com tentativas de realizar movimentos ativos e passivos com a articulação. - Geralmente monoarticular. - Costuma acometer grandes articulações que sustentam peso. Conduta: Toda monoartrite aguda não-traumática deve ser puncionada! Artrocentese: Punção intra-articular-> procedimento padrão-ouro para diagnóstico de artrite séptica. O que analisar no líquido sinovial? 1. Citologia/Celularidade (total e diferencial). 2. Cultura com bacterioscopia (Gram). 3. Pesquisa de cristal (pesquisa na microscopia com luz polarizada). Tratamento: - Drenagem - Antibióticos intravenosos - Mobilização articular progressiva → Hipótese Diagnóstica: Artrite induzida por cristais (gota, doença por depósito de pirofosfato de cálcio- pseudogota) ● Gota Definição: Artrite inflamatória causada pelo depósito articular de cristais de monourato de sódio, resultante de hiperuricemia (ácido úrico sérico > 6,8 mg/dL). Monoa�trite� � Polia�trite� Causas da hiperuricemia: 1) Superprodução de ácido úrico (15%) 2) Diminuição da excreção renal de ácido úrico (85%) Para saber a causa, deve-se solicitar ácido úrico na urina de 24h: Superprodução→ AU urinário 24h > 800mg; Baixa excreção→ AU urinário 24h < 800mg Fatores de risco: Sexo masculino, idade > 40 anos, síndrome metabólica, doença renal crônica, dieta rica em purinas (carne vermelha, frutos do mar), ingesta de álcool e medicamentos (diuréticos tiazídicos e de alça; AAS em baixas doses). Quadro Clínico: 1. Hiperuricemia assintomática. 2. Gota intermitente (episódios autolimitados de artrite aguda dolorosa mono ou oligoarticular, intercalados com períodos intercríticos assintomáticos). 3. Artrite gotosa crônica ou Gota crônica poliarticular. Complicações→ Tofo, nefrolitíase por ácido úrico. Conduta: Toda monoartrite aguda não-traumática deve ser puncionada! O achado de cristais em forma de agulha, típicos de urato monossódico (UMS), especialmente se fagocitados por leucócitos, é considerado patognomônico da gota. Resumo da análise do líquido sinovial típico de gota→ líquido tipicamente inflamatório, de cor amarelo-palha, com viscosidade diminuída, contagem de leucócitos geralmente entre 15.000/mm3 e 20.000/mm3, com predomínio de polimorfonucleares, presença de cristais em formato de agulha, com birrefringência negativa. Tratamento: ● Quadro agudo: AINES, colchicina e glicocorticoide. ● Hiperuricemia: dieta com baixo teor de purinas (evitar carne vermelha e frutos do mar), evitar consumo de álcool, medicamentos para hiperuricemia→ alopurinol (inibidor da produção), benzbromarona (aumenta excreção urinária). Poliartrites → Hipótese Diagnóstica: Artrite reumatóide Definição: Enfermidade imunoinflamatória crônica e sistêmica que acomete Monoa�trite� � Polia�trite� principalmente as articulações sinoviais. Quadro Clínico Articular: Dor articular com características inflamatórias (início insidioso, possivelmente poliarticular, rigidez matinal > 1 hora, melhora com atividade física, piora com repouso, pode ser acompanhada de fadiga importante, envolvimento sistêmico e despertar noturno). Mão reumatóide→ acometimento simétrico, desvio ulnar dos dedos, polegar em Z, atrofia da musculatura interóssea, punho em dorso de camelo, nódulos reumatóides, deformidades em pescoço de cisne (hiperextensão das articulações IFPs e flexão das articulações IFD), e deformidades em botoeira (flexão das articulações IFP e hiperextensão das articulações IFD). Quando a doença clínica continua em atividade, a função da mão deteriora-se lentamente. Conduta: Avaliação da atividade inflamatória: velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C-reativa (PCR). Autoanticorpos: Fator reumatoide e Anti-CCP. ● Achados laboratoriais - A maioria dos pacientes com AR tem anemia de doença crônica e sua gravidade é proporcional à atividade da artrite. - Uma reação da fase aguda evidenciada por níveis altos de velocidade de hemossedimentação e proteína C-reativa acompanha comumente os períodos de atividade da doença. - Fator reumatóide é mais sensível e anti-CCP é mais específico Radiografia→ erosão cortical justa-articular em MCFs e IFPs, estreitamento do espaço articular, anquilose dos ossos carpais, osteopenia justa-articular e deformidades articulares. Fatores de mau prognóstico→ Início em idade precoce; FR altos títulos; Anti-CCP+; VHS e/ou PCR persistentemente elevados; Artrite > 20 articulações; Acometimento extra-articular; Erosões nos 2 primeiros anos de doença Tratamento: Inclui: - Medicamentos sintomáticos: corticóides e anti-inflamatórios → podem ser utilizados em qualquer fase do tratamento. - Drogas Modificadoras de Doenças Reumatológicas (DMARD): metotrexato, leflunomida, antimaláricos (difosfato de cloroquina e hidroxicloroquina) e sulfassalazina. Monoa�trite� � Polia�trite� - Imunobiológicos: anti-TNF (adalimumabe, certolizumabe pegol, etanercepte, golimumabe, infliximabe), bloqueador da coestimulação do linfócito T (abatacepte), antirreceptor IL-6 (tocilizumabe), anti-CD20 (rituximabe). Referências O’DELL, James R.; IMBODEN, John B.; MILLER, Lester D.. Artrite reumatoide. In: IMBODEN, John B.; HELLMANN, David B.; STONE, John H.. CURRENT reumatologia: diagnóstico e tratamento. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Cap. 15. p. 139-155. BURNS, Christopher; WORTMANN, Robert L.. Gota. In: IMBODEN, John B.; HELLMANN, David B.; STONE, John H.. CURRENT reumatologia: diagnóstico e tratamento. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Cap. 44. p. 332-338. GANDHI, Monica; JACOBS, Richard A.; KEH, Chris E.. Artrite séptica. In: IMBODEN, John B.; HELLMANN, David B.; STONE, John H.. CURRENT reumatologia: diagnóstico e tratamento. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Cap. 47. p. 348-356.
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