Classificação da ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva)

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Julia Silva
Aula de Clinica de Pequenos Animais II
Classificação da ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva)
É importante a classificação, pois o termo insuficiência cardíaco é generalista, que indica várias doenças e estágios. É caracterizada por anormalidades:
· Cardíacas
· Hemodinâmicas 
· Renais 
· Neuro-hormonais 
OBS: Classificação New York Heart Association (NYHA) modificado, classificação humana adaptada a veterinária pelo International Small Animal Cardiac Health Council. 
Forma semiquantitativa avaliar gravidade dos sinais clínicos. NYHA modificado:
· Classe I – doença cardíaca assintomática 
· Classe II – doença cardíaca que manifestam sinais apenas com exercício vigoroso
· Classe III -doença cardíaca que manifestam sinais na rotina diária ou com exercícios leves 
· Classe IV – doença cardíaca que manifestam graves sinais clínicos mesmo no repouso. 
Surgiu então, uma classificação do paciente com endocardiose valvar mitral, um novo sistema de classificação para complementar e categorizar mais objetivamente no curso da doença, afim de regularizar a severidade dos sinais com um melhor tratamento para cada estagio da doença. 
· Estagio A 
· Estagio B – B1 e B2
· Estagio C
· Estagio D 
Endocardiose Valvar 
Também chamada de degeneração mixomatosa ou mucoide valvar mitral e/ou tricúspide, ou uma melhor descrição como, doença degenerativa crônica valvar mitral e/ou tricúspide.
Mais comuns em raças pequenas (75 a 80%) e idosos (acima de 7 anos),sem prevalência por sexo, atinge a maioria das vezes a valva mitral (62%) do que a tricúspide (1,3%), ou as duas associadas (32%), e uma forma mais rara as semilunares.
OBS: O complexo da válvula mitral e tricúspide envolve os folhetos, anel valvar, cordas tendíneas e músculos papilares. 
Etiologia 
Desconhecida, de fator hereditário onde ocorre a degeneração do colágeno do folheto e estresse no folheto valvar, pelo fato de abrir e fechar em região de oposição das válvulas. 
Exame Físico e Sinais Clínicos 
Pode ou não haver sinais clínicos, como sopro sistólico (grau I a VI) e/ou sinais de ICCE e/ou ICCD.
IC congestiva: ascite, efusão pleural, efusão pericárdica, pulso jugular, hepatomegalia – congestão, esplenomegalia – congestão, congestão intestinal – diarreia, edema de membros e face. 
IC de baixo debito: baixa oxigenação, intolerância ao exercício, aumento de TPC, caquexia cardíaca, cianose, dispneia, edemas e efusões. 
Diagnostico 
Histórico, sinais clínicos, exame físico e complementares – Ecodopplercardiograma, eletrocardiograma e Raio X torácico: 
· Cardiomegalia 
· Congestão pulmonar – vasos distendidos (padrão vascular) 
· Edema pulmonar – padrão alveolar 
· Repetir em 4 meses para compara aumento de câmaras 
Eletrocardiograma – observasse arritmias (complexo atrial prematuro, taquicardia supraventricular, fibrilação atrial) sobrecarga de câmaras e distúrbio eletrolítico. 
Ecodopplercardiograma – observasse o tamanho das câmaras e espessura das paredes, único que fecha o diagnóstico (válvula hiperecoica, bem espessada, regurgitação – coloração azul), é possível definir a contratilidade miocárdica, a relação AE/AO – maior que 1,5 com remodelamento atrial esquerdo – diâmetro do VE em diástole. 
Diagnostico Diferencial 
· Bronquite
· Colapso de traqueia – doenças respiratórias 
· Cardiomiopatia dilatada 
· Endocardite bacteriana 
Tratamento
O tratamento da ICC vai ser embasado no consenso de classificação da doença:
· Estagio A: não trata
· Estagio B: B1 não trata e B2 trata
· Estagio C: tratamento hospitalar e/ou domiciliar
· Estagio D: tratamento refratário, doses extra bula, adiciona ou troca diuréticos, adiciona vasodilatadores. 
Tratamento cirúrgico 
Valvuloplastias – recomendado para paciente em estágio B2 ou C, feito a troca por válvulas de suínos ou outras membranas biológicas cirurgia extremamente cara e só realizada na Inglaterra e Japão. 
Anuloplasias – tenta reduzir o diâmetro onde há a inserção das válvulas. 
Fatores Complicantes 
· Arritmias 
· Ruptura de cordas tendineas 
· Sobrecarga de volume iatrogênico – excesso de fluidoterapia
Prognostico depende de cada paciente e a resposta de cada um ao tratamento.