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Incidentes no Processo Penal II

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Processo Penal II
Incidentes 
>Diz respeito a questões incidentais, que podem vir a ocorrer ou não, e que uma vez ocorrendo, geram controvérsias que devem ser solucionadas antes do julgamento 
Espécies
Questões prejudiciais Art. 92 a 94 CPP
Exceções Art. 95 a 111 CPP
Incompatibilidades/Impedimentos Art. 112 CPP
Conflito de jurisdição Art. 113 a 117 CPP
Restituição de coisa apreendida Art. 118 a 124 CPP 
Medidas assecuratórias Art. 125 a 144-A CPP
Incidente de falsidade Art. 145 a 148 CPP
Incidente de sanidade mental Art. 149 a 154 CPP
Exceções
· Arguições indiretas 
· Defesas que não atacam o mérito 
· Podem suspender ou prorrogar o julgamento do processo, até que sejam resolvidas, (dilatórias), ou podem extinguir o julgamento do processo, (peremptórias) 
· Exemplo: arguição de impedimento ou suspeição dilata o curso do processo; arguir que o processo já foi julgado extingue o processo 
Exceção de suspeição: deve ser resolvida antes de qualquer outra exceção, e possui tratamento especial no código, podendo ser arguida em face do juiz, promotor, perito, intérprete, serventuário e jurado (art. 104, 105, 258, 274, 280, 281, 466/470, STJ 234), nos casos descritos no CPP 254
· Relacionada com questões subjetivas é difícil prova-la 
· Exemplo: amigo íntimo das partes, aconselhou as partes, credor das partes, motivo de foro íntimo (145 CPP), etc.
· Pode ser reconhecida de ofício (CR 93 IX e CPP 97) ou oposta pelas partes (advogado com poderes especiais, CPP98).
Exceção de impedimento: possui o mesmo tratamento dado pela suspeição, nos casos descritos no CPP 252/253
· Relacionado com questões objetivas fácil de provar 
· Exemplo: cônjuge ou parente for parte, já atuou no processo (advogado, MP, policial, servidor), já atuou no processo antes, inclusive como testemunha ou juiz e é parente do outro membro do órgão 
	Impedimento do Juiz 
	Suspeição do Juiz 
	As causas de impedimento da atua-
ção do juiz no processo penal estão
previstas taxativamente no art. 252 do
CPP.
	As causas de suspeição da atuação do
juiz no processo penal estão previstas
no rol não taxativo do art. 254 do CPP.
	As hipóteses de impedimento são ob
jetivas, existindo um vínculo entre o
juiz e o objeto do litígio.
	O vício é externo, existindo vínculo en
tre o juiz e a parte ou entre o juiz e a
questão discutida no feito.
	Presume-se, de forma absoluta (juris
et de jure), a parcialidade do juiz, daí
porque é vedada de forma peremptó-
ria a sua atuação naquele determina
do processo.
	Presume-se, de forma relativa (juris
tantum), a parcialidade do juiz, daí
porque ele deve se declarar suspeito
e, se não o fizer, as partes poderão re
cusá-lo, oferecendo a exceção de sus
peição (artigos 95 e seguintes do CPP).
	A atuação de juiz impedido provoca a
nulidade absoluta do ato processual
por ele praticado.
	A atuação de juiz suspeito provoca a
nulidade relativa do ato processual
por ele praticado.
Paras as demais exceções (incompetência, litispendência, ilegitimidade e coisa julgada) existem as seguintes regras: 
· Podem ser opostas verbalmente ou por escrito
· Deve, ser apresentadas no prazo de resposta à acusação (CPP 396-A §1º)
· Serão processadas em autos apartados 
· Não suspenderão, em regra, o andamento do processo 
· Podem ser reconhecidas de ofício 
Incompetência questiona a falta de jurisdição do juízo, e é regulada no CPP 108/109, podendo ser oposta por escrito ou oralmente, no prazo de defesa (se relativa, sob pena de preclusão, STF HC 72634 e STJ HC 6721, não sendo possível oposição pelo MP), ou declarada de ofício (inclusive se relativa, não se aplicando a súmula STJ 33)
· A incompetência absoluta (competência em razão da matéria e da pessoa) não preclui, podendo sempre ser questionada ou declarada de ofício 
Litispendência quando há uma lide pendente de resolução, ou seja, quando uma ação repete outra em curso (reconhecida a litispendência o processo se extingue sem resolução do mérito)
· Fere o princípio no bis in idem 
· Se identifica pelo pedido condenatório, pela parte acusada e pelo fato criminoso
· Segue o mesmo rito de exceção de incompetência de incompetência 
Ilegitimidade da parte abrange a titularidade de ação e a capacidade do seu exercício
Tratada exclusivamente pela parte ativa (acusação), quando:
· A queixa é oferecida em ação penal pública (titularidade exclusiva do MP, salvo na subsidiária)
· A denúncia é oferecida em ação penal privada (titularidade exclusiva da vítima e/ou representante)
· O querelante não é a vítima na ação penal privada personalíssima (titularidade) 
· O querelante é incapaz (capacidade)
· O querelante não é o representante legal da vítima (capacidade)
Coisa julgada quando uma nova ação penal possui fato já decidido em transito em julgado, cuja exceção segue o mesmo rito da incompetência (CPP 110) em prazo
· A imutabilidade da sentença penal condenatória não é absoluta, pois cabe revisão criminal (CPP 621), além de anistia, indulto, unificação de penas, etc
· A coisa julgada formal pelo arquivamento por falta de provas, não impede novas investigações ou ação penal (CPP 18)
Questões Prejudiciais 
Afetam um elementar do crime (o tipo penal), e devem ser resolvidas antes do transito em julgado, pois interferem na solução 
Elementos essenciais da prejudicialidade: 
· Anterioridade: resolve-se antes do mérito 
· Necessariedade: essencial para a solução da causa
· Autonomia: processo autônomo
· Competência: juízo da causa ou juízo cível 
Classificação quanto ao efeito: 
· Será obrigatória quando sua solução não couber ao juízo penal (CPP 92), com suspensão do processo e da prescrição (CPP 94 e CP 116 I), até que o juízo cível decida aquela questão
· A prejudicialidade será facultativa quando a questão dizer respeito sobre elementar do tipo penal, ser de difícil solução e existir ação civil em curso (CPP 93), cabendo ao juiz suspender ou não o curso do processo penal, depois da instrução criminal (CR 5º LXXVIII): discussão cível da posse do bem e penal de furto e no crime de sonegação fiscal (Lei 8.137/90) e prévia anulação do crédito tributário. 
· A decisão do juízo cível possui força vinculante para o juízo criminal 
Questões Assecuratórias
Uma espécie de medida cautelar que busca assegurar a eficácia de uma futura decisão judicial Exemplo: busca e apreensão, prisão provisória, fiança, sequestro, hipoteca legal e arresto 
Sequestro 
Uma medida cautelar de sequestro, é aquela que você busca juntamente com o seu processo penal principal, o patrimônio que o réu tenha adquirido como proveito do crime bens móveis e imóveis específicos adquiridos como proventos da infração penal cometida (CPP 125)
>Basta que sejam apontados os indícios da vinculação deste patrimônio, com a origem do crime (na fase cautelar) (CPP 129 e 133)
Hipoteca legal
Busca o patrimônio lícito (aquilo que você não consegue apontar indícios de que o réu tenha adquirido como fruto de seu crime), assegurando a reparação do dano à vitima (CP 91 I)
>Haverá a estimativa de valor da responsabilidade civil e indicação dos imóveis que devem ter o ônus real lançado em sua matrícula no Cartório de Registro de Imóveis (especialização da hipoteca, CPP 135)
>Caso não seja identificado os imóveis, poderá ser utilizado o arresto prévio cautelar (CPP 136)
Arresto
Além do arresto prévio cautelar da hipoteca legal quando não for possível identificar o imóvel, há o arresto que se assemelha à hipoteca legal, que serve para poder alcançar o patrimônio líquido do réu, em relação a bens móveis de origem lícita (CPP 137), que servirão para reparar o dano 
>Nos casos de bens fungíveis e facilmente deterioráveis, os bens poderão ser leiloados (CPP 137 §1º)
>O arresto e a hipoteca legal são autuados em apartado e não suspendem o processo penal (CPP 138)
Restituição 
Medida cautelar de busca e apreensão para se obter coisas que sejam instrumentos, objetos ou produtos do crime
>A restituição de coisas apreendidas, antes da coisa julgada, é possível quando não interessam ao processo (CPP 118)
>Depois da coisa julgada, não é possível restituiros instrumentos do crime cuja fabricação ou uso sejam ilícitos (CPP 119 e CP 91 II)
>Os proveitos do crime são sequestrados (CPP 132) 
 Restituição 
· Cabe a autoridade policial, na fase do inquérito policial, ouvindo o MP (CPP 120 §3º), quando for objeto restituível (sem interesse na retenção), não houver dúvida sobre o direito do reclamante e a apreensão não tiver sido feita em poder de terceiro de boa-fé
· Cabe ao juiz criminal, em qualquer momento da persecução penal, se for objeto restituível (retenção absolutamente desnecessária) e, em havendo dúvida sobre direito do reclamante ou terceiro de boa-fé, instaura-se um incidente, com 5 dias para prova e manifestação do MP, ou, se complexa, discussão no juízo cível (CPP 120, §4º)
Outras informações
· Com a coisa julgada os bens apreendidos poderão ser leiloados e o dinheiro destinado ao FUNPEN (CPP 122 e 133), recolhidos a museus (instrumentos, obras de arte, CPP 124 e 124-A) ou destruídos (se de pequeno valor CPP 124).
· Os objetos poderão ser alienados antecipadamente para preservar seu valor (deterioração), quando for difícil sua manutenção (CPP 144-A) ou em se tratando de tráfico de drogas (Lei 11.343/06, art. 60-A e 63-E).
· O bem confiscado pode ser judicialmente destinado ao uso pelos órgãos de segurança pública ou demais órgãos públicos, com registro provisório, isenção fiscal e de multas, e possibilidade de transferência definitiva após a coisa julgada (CPP 133-A).
· Armas de fogo (instrumento do crime) são encaminhadas ao Comando do Exército para destruição ou destinação ao uso na segurança pública (Lei 10,826/03 art. 25), mesmo na hipótese de ser lícito o porte.
· As drogas apreendidas são incineradas (Lei 11.343/06 art. 32 e 50-A).
Incidentes de falsidade e de insanidade mental 
Se forem questionadas a falsidade documenta, ou a insanidade mental do réu, serão autuadas em apartado para exame policial e decisão 
>O documento falso é desentranhado (não serve como prova, CPP 145/148)
>No caso de insanidade mental, será suspenso o processo penal (prescrição corre), e será nomeado curador, realizando assim perícia para verificar, por laudo, a inimputabilidade ou semi-imputabilidade, (CPP 146/154) pode ocorrer em qualquer fase do processo 
Teoria da Prova
>A condenação só ocorre quando for possível confirmar (provar) a veracidade dos fatos 
>A prova é o resultado da investigação, a soma dos motivos geradores da certeza é a afirmação de que se é possível afirmar o que realmente aconteceu 
Finalidade
>Busca alcançar a verdade processual (a certeza sobre a existência ou inexistência de fatos)
>Dupla finalidade da prova: reconstruir os fatos (finalidade retrospectiva) e produzir o convencimento psicológico do juiz (finalidade persuasiva) 
Direito
>A prova é um direito das partes, e possui quatro fases no processo penal:
1. Postulação ou proposição requerimento pela parte CPP 369-A §3º e 422
2. Obtenção ou admissão após o requerimento, o juiz deve admitir aquela prova CPP 400 §1º
3. Produção deferida a prova pelo juiz, cabe à parte a realização desta prova 
4. Valoração assim que a prova foi produzida, o juiz irá julgá-la 
“Ônus probandi”
>O ônus probatório não significa dever, a parte apenas prova se quiser, pois não há sanção quanto ao seu descumprimento 
>Trata-se de faculdade ou obrigação para consigo mesmo, da parte que alegar determinado fato (cpp 156), sendo da acusação quanto ao fato constitutivo (CPC 373 I) e da defesa quanto ao fato extintivo, condições impeditivas ou modificativas ou mesmo a inexistência do fato (CPC 373 II e CPP 386 I, como o álibi – STF HC 73220)
>O juiz possui faculdade probatória supletiva quando nenhuma das partes produz prova, pode haver uma insegurança por parte do juiz em julgar, pois não há veracidade dos fatos alegados por nenhuma das partes. Sendo assim, poderá solicitar a produção de provas (CPP 156 I e II)
Prova Emprestada 
>Prova produzida em outro processo desde que seja respeitado o devido processo legal (CPC 372 e STF QO-Pet 3683, Inq 3965 e 4023 e STJ RHC 91833)
>No caso da prova emprestada, mesmo que ela seja oral ou pericial, será transportada ao processo como prova documental 
Encontro fortuito de provas
>Possibilidade de se estar investigando um fato, e por acaso, sem que ninguém quisesse, surgir prova de outro delito também relevante princípio da serendipidade (STF HC 106225 e STJ HC 187189) 
Objeto da prova 
>Relacionado com o que se quer provar (incerteza)
>Há fatos que não dependem de prova
1. Fatos intuitivos: são aqueles evidentes, cuja convicção está formada ex: causa de morte violenta (CPP 162)
2. Fatos notórios: verdade sabida, cultural ex: água molha, fogo queima
3. Presunções legais: são absolutas (ex: inimputabilidade do menor de 18 anos) ou relativas (ex: causar acidente embriagado e a culpa decorrente)
4. Fatos inúteis: que não influenciam na verdade processual ex: informações irrelevantes 
>Dependem de prova: fatos que possuem controvérsia, inclusive o que não tiver controvérsia (ex: réu confessou, mas a confissão por si só não é suficiente para condenar, pois ele pode estar confessando para ocultar demais responsáveis, para proteger alguém, sob ameaça, etc)
>A prova será admissível (permitida ex: não pode detector de mentiras), pertinente (útil, não pode protelatória, como ouvir o promotor), concludente (esclarecedora) e possível (realizável)
>CPP 400 §1º, STF HC 91777 e HC 83578; STJ HC 96455 e HC 79813
Atos Processuais
Citação dar ciência a alguém de que ele é acusado, e chamamento para a defesa (Princípio da ampla defesa 
>Ato personalíssimo, único e escrito (salvo no JECrim, L 9099/95 art. 66) 
>O não atendimento injustificado (contumácia) enseja revelia (CPP 367), não mais sendo comunicado dos atos processuais
>A citação uma vez sendo anulada, é considerada circunduta 
REGRAS: ato indispensável (mesmo que haja o comparecimento espontâneo, sob pena de nulidade absoluta 564, III e cpp)
>O comparecimento espontâneo apenas supre a falta da citação, se cumprida seus requisitos (ciência = chamamento, cumprindo os prazos legais do cpp 270)
>A citação válida não torna prevento o juízo (exceto cpp 83), não interrompe a prescrição (cp 117 I), não induz litispendência, apenas instaura o processo
Espécies 
>Em regra, ela é pessoal (ato personalíssimo) quando feita na própria pessoa do acusado, por mandado, carta precatória, carta de ordem, requisição e carta rogatória 
>A citação pode ser presumida (ficta), quando feita por edital ou hora certa
Mandado judicial
>Ordem escrita do juiz para a citação do réu que se encontro no território do juiz (jurisdição, estando solto ou preso) em lugar certo (cidade) e sabido (rua, nº e bairro), por oficial de justiça (CPP 351 e 360)
>Formalidades do mandado (requisitos CPP 352): nome do juiz, do querelante, do réu, endereço, finalidade, onde e quando deverá comparecer, subscrição do escrivão e rubrica do juiz
>O oficial de justiça deve ler o mandado, entregar a contrafé e certificar o cumprimento
Carta precatória + de ordem
>Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante (CPP 353), em lugar certo e sabido, em que esse juiz (deprecante) solicita ao juiz (deprecado) do domicílio que cite o réu
· Requisitos (CPP 354): nome e sedes dos juízos, finalidades, local e horário de comparecimento 
· Lançado o cumpra-se (CPP 355) e o réu estando em outro juízo, será a esse encaminhada a precatória (itinerante)
· Quando o juízo processante for tribunal, expede-se carta de ordem com determinação ao juiz que cumpra a citação
· Militar + funcionários públicos 
· Militares e funcionários públicos também serão citados pessoalmente, porém, há um ofício requisitório ao chefe que comunique seu servidor 
· Carta rogatória
· Demanda a colaboração de um órgão do Poder Judiciário, um órgão estrangeiro, suspendendo o curso do processo até seu cumprimento (CPP 368), mas não suspende a instrução (CPP 222 §1º), por intermédio do MP (CPP 783) 
· Só são expedidas se forem imprescindíveis, devendo a parte requerente arcar com os custos deenvio (CPP 222-A)
· Se o Brasil formalizou acordo de cooperação internacional com o país de residência do réu é possível a citação via mais célere
Edital
>Medida excepcional, quando o réu não for encontrado (CPP 363 §1º) (local incerto ou não sabido), ou quando está em local inacessível (guerra, epidemia, calamidade pública, caso fortuito ou força maior)
>Prazo 15 dias (CPP 361), a contar da publicação (CPP 365 V), completando-se a citação com o comparecimento pessoal (CPP 363 §4º e 396, p. único)
· Requisitos: juízo, réu, finalidade, data e local de comparecimento e prazo (CPP 365), com publicação ou afixação (CPP 365 p. único)
· Se o acusado não comparecer ou não constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional (CPP 366), podendo o juiz determinar a produção antecipada de provas urgentes (CPP 225) ou a prisão preventiva (CPP 312), exceto se processado pela prática de lavagem de dinheiro, quando o processo correrá com defensor dativo (Lei 9613/98, art 2º, §2°)
· A suspensão da prescrição se dará pelo prazo máximo da pena cominada (STJ 415)
Hora Certa 
>Se o oficial de justiça constatar que o réu se oculta para não ser citado, ele será citado por hora certa (CPP 362) e, se não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo 
· Requisitos: tentativa frustrada de citação por 2 vezes, intimar familiar, vizinho ou porteiro que retornará no dia útil imediato; entrega da contrafé; juntada aos autos do mandado certificado; comunicação eletrônica ou por Correios ao réu em 10 dias (CPC 252/254)
Intimação
>Sinônimo de notificação cientificação de um ato processual passado, já praticado 
· A notificação, pelo contrário, refere-se ao futuro, comparecimento ou prática, ainda que o CPP use a expressão intimação como sinônima (CPP 367)
· Aplicam-se as mesmas regras da citação (CPP 370)
· Intimação do advogado, com nome do acusado, por publicação oficial (DJe, CPP 370 §1º) ou postal (§2º), não aplicável ao réu, ao MP e ao defensor público ou dativo (§4°)
· Interrogatório 
· É ato privativo do juiz e personalíssimo do acusado, ao ser ouvido sobre a imputação formulada. Possui natureza mista como meio de prova e meio de defesa (autodefesa, CR 5º LV e CPP 185/196, 400 e 531 e STF HC 127900)
· O acusado tem direito à entrevista prévia e reservada com seu defensor (CPP 185 §5º) e direito ao silêncio (CR 5º LXVIII e CPP 186) apenas quanto ao mérito (CPP 187 §2°) e não quanto à identificação (CPP 187 §1º e LCP 68)
· As partes podem complementar as perguntas do juiz (CPP 188) e o acusado pode deixar de comparecer, salvo se preso (CPP 399 §1°), bem como pode ser interrogado por videoconferência (CPP 185 §2º, 3° e 4°)
· Sentença
· É a decisão definitiva que o juiz profere ao solucionar a causa (encerra o processo no 1º grau de jurisdição)
· Pode ser condenatória (procedente a pretensão punitiva), absolutória própria (improcedente) ou imprópria (improcedente + medida de segurança) e terminativa (não julga mérito, como na extinção da punibilidade)
· Requisitos (CPP 381): relatório (resumo histórico, dispensável no JECrim Lei 9099/95 art. 38), motivação (fundamentos) e conclusão (dispositivo, princípio da correlação com o fato acusado)
· O juiz pode condenar, ainda que o MP se manifeste pela absolvição nas alegações finais (CPP 365)
Emendatio libelli
>A acusação (libelo) se restringe aos fatos, podendo o juiz alterar (emendar) a capitulação jurídica, ainda que aplique pena mais grave (CPP 383, jura novit cúria)
>Se da emenda a nova pena mínima for até de 1 ano, será dada vista ao MP para propor (ou não) suspensão condicional do processo (CPP 383 §1°, Lei 9099/95 art. 89, STJ 337). Se a nova pena máxima por de até 2 anos ou resultar a alteração do foro, será declinada a competência (CPP 383 §2º)
Mutatio libelli
>A mudança dos fatos (elementar ou circunstância do crime) acusados não poderá ser feita pelo juiz (sistema acusatório), que abrirá vista ao MP, ao final da instrução, para aditar a denúncia em 5 dias (CPP 384)
>Se não aditada, remete-se ao órgão superior do MP (CPP 28). Se aditada, as partes podem arrolar até 3 testemunhas e a instrução seguirá (CPP 384 §1º ao 5°)
Sentença condenatória 
>O juiz irá analisar todas as circunstâncias daquele crime (CPP 387)
>Efeitos, com a publicação (recebida no cartório, CPP 389): certeza da obrigação de reparar o dano (CPP 63); perda de instrumentos ou produto do crime (CP 91 II); outros efeitos no CP 92; detração (CPP 387 §2°) e irretratabilidade pelo juiz, salvo erros materiais
>Em regra, a intimação da sentença deve ser pessoal (CPP 392)
Sentença absolutória 
>Hipóteses de absolvição (CPP 368)
>Efeitos (CPP 366 p. único): liberdade do réu; fim das cautelares; aplicação de medida de segurança (STF 422). Depois da coisa julgada: fim do sequestro, da hipoteca legal e devolução da fiança (CPP 125, 141e 337)

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