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Como Agir- Planejar, Interagir e Contextualizar

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Prévia do material em texto

Metodologia e 
Instrumentação do
Ensino de Ciências
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. João Paulo Silva Pinheiro 
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Como Agir: Planejar, Interagir e Contextualizar
• O Papel do Professor em Ciências
• O Planejamento como Ferramenta Essencial na Prática Docente
• A Interação Professor x Aluno: deve ter afetividade?
• A Contextualização no Ensino de Ciências
Esta unidade tem o intuito de que cada aluno possa:
 · Verificar o papel do professor no ensino de Ciências;
 · Compreender o processo de preparação de uma aula;
 · Reconhecer qual deve ser a relação entre o professor e o aluno;
 · Contextualizar o ensino de Ciências.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Como Agir: Planejar, Interagir 
e Contextualizar
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir 
Contextualização
Não há uma receita para ser professor e para ministrar uma “boa aula”, já que 
a prática docente está relacionada com diversas variáveis, desde a formação do 
professor até individualidade de cada aluno da turma. Para que haja um processo de 
ensino-aprendizagem significativo, é importante que o professor planeje, interaja 
com os alunos e promova a contextualização. 
De que forma isso pode ser feito?
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
Nesta unidade, iremos estudar primeiramente sobre o papel do professor no 
ensino de Ciências. Para você, qual deve ser? O professor deve ser o mediador? 
O facilitador? O orientador? O detentor do conhecimento? A autoridade absoluta? 
Vamos refletir sobre isso. 
Além do mais, iremos analisar o ato de planejar uma aula, como a seleção do 
conteúdo, as estratégias que serão utilizadas, a forma de avaliação, entre outros 
aspectos. Será que o professor deve realizar o mesmo planejamento e/ou a mesma 
aula para diferentes turmas?
Somado aos aspectos supracitados, como deve ser a relação entre o professor 
e os alunos? Deve haver afetividade? Se sim, de que forma pode ser feita? Ou o 
docente deve chegar, ministrar a aula e não se importar com quem está assistindo 
e/ou participando? Existe uma melhor relação? A utilização da relação do dia a dia 
dos alunos com o assunto proposto em aula facilita a construção do conhecimento?
Enfim, podemos perceber que há diversos questionamentos que permeiam a 
prática docente. Dessa forma, esta unidade irá nos auxiliar a responder o que foi 
proposto acima e possibilitar uma prática docente que torne mais fácil, prazeroso 
e eficaz o processo de ensino-aprendizagem. 
Mãos à obra!
8
9
O Papel do Professor em Ciências 
A eficiência do processo de ensino-aprendizagem depende da atuação do 
docente, da forma que o mesmo “transmite” o conhecimento. Muitos alunos vão 
para as aulas somente para receber a presença na frequência, sem haver certa 
preocupação com o conteúdo a ser aprendido. 
Por que será que isso acontece? Existe alguma responsabilidade do professor 
em relação a isso?
Vamos analisar as seguintes tirinhas:
Tirinha 1. A relação do aluno com o objeto de estudo e o processo de ensino-aprendizagem.
https://goo.gl/4Q3ntY
Tirinha 2. O processo de ensino-aprendizagem – a preocupação que se deve ter quanto à 
construção do conhecimento. 
https://goo.gl/JdGIho
Ex
pl
or
Na primeira tirinha (Calvin), vemos o aluno falando para a professora que ela 
pode apresentar o material (conteúdo), mas não pode fazer com que ele queira 
aprender e/ou gostar da disciplina. Será que o professor não pode despertar o 
interesse pelo aprendizado naquela disciplina ou nas outras também?
O professor tem o papel de facilitar o entendimento e de promover a 
aprendizagem significativa. Isso pode ser feito de acordo com a forma que o docente 
atua tanto antes, quanto durante e após as aulas. Antes das aulas, é importante 
que o professor realize o planejamento e faça um levantamento dos conhecimentos 
prévios, durante as aulas, é necessário que sejam utilizadas estratégias eficientes e 
haja a interação com os alunos e, após as aulas, o professor deve utilizar a forma 
de avaliação que melhor se adeque ao que foi proposto na unidade. 
Afinal, o que é uma aprendizagem significativa?
Aprendizagem Signifi cativa: “A aprendizagem signifi cativa é o processo por meio do 
qual novas informações adquirem signifi cado por interação (não associação) com aspectos 
relevantes preexistentes na estrutura cognitiva” (MOREIRA, 2006, p. 38).
Ex
pl
or
Já na segunda tirinha (Calvin e Haroldo), quando a professora questiona a 
turma sobre o entendimento daquela aula, um dos alunos afirmou que não estava 
entendendo desde março, expressando que não é algo presente, mas que faz alguns 
dias ou meses (apesar de não sabermos o período que está acontecendo o fato da 
tirinha). Qual a “culpa” do professor frente a essa situação?
O professor deve despertar nos alunos a curiosidade em relação ao conteúdo 
proposto, fazendo com que o discente seja responsável pela construção do 
conhecimento. Para isso, o professor deve ser um orientador, um facilitador, um 
mediador da transmissão do conhecimento. 
9
UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir 
Tudo isso, pode ser alcançado por meio da utilização de diversas estratégias 
de ensino, como a aplicação de jogos didáticos, a explanação do conteúdo com o 
auxílio de modelos tridimensionais, ou paródias, ou teatro dentre outras maneiras. 
Somado a isso, a aplicação de avaliações antes da aula propriamente dita é 
importante para que ocorra a verificação dos conhecimentos prévios, com o intuito 
de que o professor possa direcionar o conteúdo a ser ministrado. Além do mais, o 
uso de avaliações durante e após as aulas irão permitir que o professor intervenha 
de forma imediata e até mesmo individual, sane dúvidas e adapte metodologias. 
A aprendizagem também pode ser alcançada pela utilização de situações 
práticas, pela relação com fatos do cotidiano e pela interdisciplinaridade. 
Santos (2008, p.73) apresenta algumas atitudes (Fig.2) que podem ser 
desenvolvidas na sala de aula:
1. Dar sentido ao conteúdo: toda aprendizagem parte de um significado 
contextual e emocional.
2. Especificar: após contextualizar o educando precisa ser levado a 
perceber as característicasespecíficas do que está sendo estudado.
3. Compreender: é quando se dá a construção do conceito, que garante a 
possibilidade de utilização do conhecimento em diversos contextos.
4. Definir: significa esclarecer um conceito. O aluno deve definir com suas 
palavras, de forma que o conceito lhe seja claro.
5. Argumentar: após definir, o aluno precisa relacionar logicamente 
vários conceitos e isso ocorre por meio do texto falado, escrito, verbal e 
não verbal.
6. Discutir: nesse passo, o aluno deve formular uma cadeia de raciocínio 
pela argumentação.
7. Levar para a vida: o sétimo e último passo da (re)construção do 
conhecimento é a transformação. O fim último da aprendizagem 
significativa é a intervenção na realidade. Sem esse propósito, qualquer 
aprendizagem é inócua (SANTOS, 2008, p. 73-74).
Contextualizar
Especi�car
Compreender
De�nirArgumentar
Discutir
Transformar
Atitudes
Figura 2. Atitudes a serem desenvolvidas na sala de aula
10
11
De acordo com Silva e Magalhães (2011), no mundo contemporâneo é 
necessário que: 
[...] o educador tenha uma postura alicerçada num processo constante de 
reflexão, que o leve a uma prática em busca de resultados inovadores na 
educação. Diante disto, o processo de formação docente deve ter alguns 
pressupostos relevantes no seu percurso, tais como: contribuir de maneira 
efetiva para a instrumentalização, sensibilização, preparação técnica 
e política do aluno, capacitando-o a uma postura de reflexão crítica da 
prática, que implica saber dialogar e escutar, o que supõe o respeito pelo 
saber do educando e reconhece a identidade cultural do outro.
Dessa forma, o docente não deve se comportar como o detentor do 
conhecimento, o “dono” da verdade absoluta, em que o conhecimento é transferido 
e o aluno comporta-se como uma tábua rasa, recebendo o conteúdo e havendo 
uma aprendizagem mecanicista (=decorar o assunto). Porém, o professor deve ser 
o mediador para que o aluno consiga construir o próprio conhecimento e haja a 
formação de cidadãos críticos. 
Enfim, ao longo da docência o professor irá aperfeiçoar seu “papel”, em que 
a formação continuada e a própria experiência possibilitarão uma reflexão e 
uma atuação significativa no processo de ensino-aprendizagem. Ao se falar em 
experiência, também podemos relembrar a época de que éramos estudantes no 
ensino básico, e a partir daí exercermos a carreira docente por meio da repetição 
de boas maneiras e/ou estratégias ou aperfeiçoamento de outras. Por exemplo, 
para auxiliar como guia, podemos questionar o seguinte:
• O tempo escolar era organizado de que forma?
• A escola estabelecia regras a serem seguidas? Se sim, como era o 
“comportamento” dos alunos frente a isso? 
• Como as aulas aconteciam? No quadro? No laboratório? Outro ambiente?
• Durante as aulas como os alunos se comportavam? O professor tinha domínio 
sobre a turma?
• Como era a didática dos professores? Lembra de alguma estratégia que você 
mais gostou e uma que menos gostou?
• Quais disciplinas você mais gostava e quais você menos gostava? Pense nos 
motivos para essa decisão de escolha. 
• Você lembra de algum professor do ensino básico? Essa lembrança deve-se a quê? 
Muitos professores utilizam boa parte das respostas a esses questionamentos 
para guiar a docência, no entanto, é necessário que seja considerado o contexto 
histórico atual, como o uso de tecnologias no ensino, e dessa maneira haja uma 
educação crítica, reflexiva e transformadora baseada no conhecimento científico. 
O professor de Ciências deve possibilitar ao aluno uma formação biológica, que 
de acordo com Krasilchik (2003, p.11):
11
UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir 
[...] contribua para que cada indivíduo seja capaz de compreender e 
aprofundar as explicações atualizadas de processos e de conceitos 
biológicos, a importância da ciência e da tecnologia na vida moderna, 
enfim, o interesse pelo mundo dos seres vivos. Esses conhecimentos 
devem contribuir, também, para que o cidadão seja capaz de usar o que 
aprendeu ao tomar decisões de interesse individual e coletivo, no contexto 
de um quadro ético de responsabilidade e respeito que leve em conta o 
papel do homem na biosfera.
Logo, o docente deve compreender o conteúdo e saber a aplicação desse 
conteúdo em diversos contextos, como o histórico, familiar, social e científico, com 
a finalidade de formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade.
Você já pensou como fará isso?
Ex
pl
or
O Planejamento como Ferramenta 
Essencial na Prática Docente
No desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, é de grande relevância 
a realização das seguintes etapas (Fig. 3): 
Planejar
Preparar
Executar
(Aula)
Acompanhar
Avaliar
Revisar
Figura 3 – Etapas do processo de ensino-aprendizagem
12
13
Dentre essas etapas, vamos destacar uma das mais importantes, que é o ato 
de planejar. Para que serve um planejamento na prática docente? Quais são os 
sujeitos envolvidos nesse ato, que antecede a aula propriamente dita? Deve ser 
registrado ou somente pensado? A escola deve interferir ou impor algo? Quais 
itens devo “planejar” para uma aula? Existem várias turmas da mesma série, o 
planejamento deve ser igual para todas? Como saber se o que foi planejado está 
sendo adequado para o processo de construção do conhecimento? Por algum 
motivo, não consiga realizar o que está “escrito”, como proceder? Várias ou todas 
essas perguntas estão presentes na “mente” do professor. É possível respondê-
las? Algumas sim, outras não, pois irão depender do contexto educacional, 
principalmente da gestão escolar. 
O planejamento deve refletir a ação docente, em que deve ser utilizado a relação 
com a gestão escolar, com os funcionários da escola, com os alunos e até mesmo 
com os familiares dos mesmos. Além do mais, é importante a análise de todos os 
recursos disponíveis (como os espaços físicos e materiais didáticos) para a realização 
das atividades. Essa etapa da prática docente é essencial para que sejam evitadas a 
improvisação e a aprendizagem baseada no ato de decorar. 
Em linhas gerais, para Padilha (2001, p. 63): 
Lembramos que realizar planos e planejamentos educacionais e escolares 
significa exercer uma atividade engajada, intencional, científica, de 
caráter político e ideológico e isento de neutralidade. Planejar, em sentido 
amplo, é um processo que visa dar respostas a um problema, através do 
estabelecimento de fins e meios que apontem para a sua superação, para 
atingir objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o 
futuro, mas sem desconsiderar as condições do presente e as experiências 
do passado, levando-se em conta os contextos e os pressupostos filosófico, 
cultural, econômico e político de quem planeja e de com quem se planeja.
Enfim, o planejamento está presente em diversas situações da vida, pois temos 
que decidir o que vamos realizar, de que forma isso será feito, quais objetivos que 
devemos alcançar, como e quando iremos fazer, repensar e avaliar o que será 
obtido. Além do mais, pode-se levar em consideração diversas formas para alcançar 
os objetivos, como alternativas de ação, caso a principal, descrita no planejamento, 
não ocorra de forma satisfatória e sejam superadas as dificuldades do processo. 
Na ação educativa, é importante que sejam definidas as atividades para cada 
sujeito envolvido no processo de ensino-aprendizagem, como o professor e o 
aluno, além da ordem de que cada uma será desenvolvida e qual a finalidade de 
cada atividade. 
No contexto do ensino, o planejamento pode ser em três níveis: planejamento 
de curso, de unidade e de aula. Esses planejamentos de ensino são previstos pela 
escola ao longo de todo o período letivo. Inicialmente, geralmente no início do 
ano, a escola realiza uma semana pedagógica, em que é realizado o planejamento 
do curso pela gestão e professores da escola, em que são traçadas ações para 
todo o ano letivo baseadas nas diretrizes curriculares nacionais. Ao longo de 
13
UNIDADE ComoAgir: Planejar, Interagir 
cada bimestre, ou mensal, ou quinzenal, os professores se reúnem para planejar, 
repensar e reavaliar as ações, ou seja, realizam o plano de unidade, que acontece 
de forma mais específica em relação aos objetivos e aos conteúdos. Depois disso, 
cada professor elabora o plano de aula de acordo com a especificidade de cada 
turma e com os recursos disponíveis, permitindo a organização e a sistematização 
do processo educativo, mas não o controle total. 
Em um planejamento, o professor precisa relacionar alguns tópicos inerentes 
para a realização de uma aula, tais como: conhecimentos prévios, objetivos, con-
teúdo, procedimentos metodológicos e recursos didáticos, avaliação e referências. 
Abaixo será descrito cada um desses tópicos.
a) Conhecimentos Prévios
Nesse tópico, o professor deverá elencar todos os assuntos necessários 
para que o aluno possa compreender a aula. Esse conteúdo pode ser 
descrito de acordo com o que foi ministrado no ano letivo ou em 
séries anteriores. 
Esses conhecimentos prévios podem ser levantados no início da aula 
pelo docente por meio da avaliação diagnóstica, possibilitando a revisão 
desses conhecimentos e até mesmo permitindo o professor aprofundar 
ou não o tema da presente aula.
b) Objetivos
O estabelecimento dos objetivos é essencial para a realização da 
aula, uma vez que o professor irá descrever o que os alunos deverão 
ser capazes de saber após a realização da aula, além de expressar o 
desenvolvimento de atitudes, habilidades e competências dos discentes. 
Os objetivos devem ser escritos com verbos no infinitivo e na voz ativa e 
durante e/ou no fim da aula, o professor poderá realizar auto avaliação 
da prática docente ou avaliação dos alunos com base nesses objetivos. 
O professor precisa saber avaliar a pertinência dos objetivos e conteúdos 
propostos pelo sistema escolar oficial, verificando em que medida 
atendem exigências de democratização política e social; deve, também, 
compatibilizar os conteúdos com necessidades, aspirações, expectativas 
da clientela escolar, bem como torná-los exequíveis face às condições 
socioculturais e da aprendizagem dos alunos (LIBÂNEO, 1994, p. 121).
Seguem alguns verbos utilizados para a escrita dos objetivos: analisar, argumen-
tar, avaliar, classificar, comparar, conhecer, construir, criticar, definir, demonstrar, 
descrever, determinar, diferenciar, discutir, escolher, escrever, explorar, identificar, 
investigar, ler, listar, praticar, reconhecer, selecionar entre outros.
Você foi convidado a ministrar uma aula sobre a Teoria da Evolução. Quais objetivos você 
elencaria em seu plano de aula?Ex
pl
or
14
15
c) Conteúdo
Tirinha 3. Compreensão equivocada do conteúdo de Ciências
https://goo.gl/R4Yn2gEx
pl
or
O conteúdo trata do(s) tema(s) a ser(em) abordado(s) na aula, que pode 
seguir a sequência lógica ou não do livro didático. O conteúdo pode 
trazer conceitos, fatos, procedimentos, atitudes entre outros. 
É importante que o professor estabeleça relações na explanação do 
conteúdo, como a ligação de um tema a outro da mesma disciplina, a 
interdisciplinaridade, a multidisciplinaridade e a contextualização. Tudo 
isso irá favorecer que não haja a compreensão equivocada do conteúdo 
de Ciências, como podemos observar na tirinha 3. 
d) Procedimentos Metodológicos e Recursos Didáticos
A sala de aula é um ambiente propício para que sejam realizadas 
discussões sobre diversos temas, que irão permitir a formação e a atuação 
de cidadãos críticos no meio em que vivem. Para que isso ocorra, é 
fundamental que sejam utilizados vários recursos e estratégias didáticas 
com a finalidade de que o aluno não seja um agente passivo (só receber 
conteúdo), mas tenha o papel ativo na construção do conhecimento. 
Para que o docente possa escolher a metodologia da aula, leva-se em 
consideração alguns fatores, como o espaço da escola, os recursos 
disponíveis, o projeto Político Pedagógico, o conteúdo a ser ministrado, 
o nível da turma e o comportamento da turma, sendo esses dois últimos 
essenciais para prever o tempo e o desenvolvimento da proposta da aula. 
Os procedimentos metodológicos constituem o “passo a passo” que 
será desenvolvido para a realização da aula, enquanto que os recursos 
são os meios, materiais e instrumentos que serão utilizados para esse 
“passo-a-passo” e, consequentemente, alcançar os objetivos da aula. 
Cuidado com a escolha dos procedimentos e recursos didáticos!
Muitos docentes buscam o que há de mais moderno para utilizar na aula ou então utilizam 
o recurso da “moda” (exemplo: Datashow) sem ter atenção no conteúdo e na realidade do 
contexto educacional. Será que o uso frequente desses recursos “inovadores” não torna o 
ensino “tradicional”? Nem sempre o moderno é inovador na educação. 
Ex
pl
or
e) Avaliação 
A avaliação constitui o “instrumento” que atesta o desempenho do 
aluno, do professor e de todo o contexto educacional, podendo pro-
mover decisões que melhorem o processo de ensino-aprendizagem. 
15
UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir 
Essa etapa pode ser no início, durante e após a realização das aulas 
(Fig. 4). 
Por quê?
Quando? Como?
Avaliar
Figura 4 – O que pensar sobre a avaliação
No início, terá o papel de conhecer o aluno, verificar os conhecimentos prévios 
e possibilitar a escolha da “metodologia” das aulas pelo professor. Já durante as 
aulas, permitirá avaliar o grau de aprendizagem e fazer com que o docente mude 
algo que não está auxiliando na compreensão do conteúdo e até mesmo retornar 
o que não foi entendido. Enquanto que, no final da aula ou do bimestre, servirá 
como instrumento de verificação da aprendizagem e de classificação dos alunos 
(instrumento de nota), além de permitir analisar se os objetivos propostos no plano 
de aula foram alcançados. 
Há uma diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação, tais como: prova 
escrita, prova oral, seminário, produção de relatório, de textos críticos e de materiais 
tridimensionais, dentre outras formas. 
f) Referências 
As referências (básica e/ou complementar) constituem a lista de fontes 
de pesquisa utilizadas para a preparação e realização da aula. Além do 
mais, pode conter fontes que auxiliarão no estudo dos alunos, como 
artigos, notícias, livros e recursos digitais. 
A lista pode ser formatada de acordo com as normas da instituição de 
ensino, caso existam, ou com a da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT). 
16
17
A Interação Professor x Aluno: deve ter 
afetividade?
Será que a relação entre o professor e o aluno pode interferir no processo de 
aprendizagem?
Possivelmente sim, uma vez que essa relação possibilita um processo de parceria 
e de trocas, seja de informações, como o conhecimento científico, ou até mesmo 
de situações do cotidiano de ambas as partes, que poderão ser transpostas para a 
sala de aula e possibilitar a formação de cidadãos. 
Muitas vezes, essa relação professor x aluno é regida por normas da instituição, 
porém, não deve gerar conflitos, mas permitir que se tenha confiança, respeito, 
ajuda, afetividade e a formação moral. 
Muitos estudos buscam compreender o papel da afetividade no processo de 
ensino-aprendizagem, a fim de que o professor possa exercer um comportamento 
adequado na sala de aula para que haja a aprendizagem significativa e garanta 
também a permanência do aluno na escola. 
Figura 5 – Posicionamento do aluno frente a um “conceito” dado pela professora
Fonte: https://goo.gl/Sp28kG
Será que um diálogo poderia resolver a situação abordada na figura 5 ou que 
outra forma você poderia propor? 
Segundo Libâneo (1994, p. 251), o professor deve ter o papel de escutar os 
alunos, não apenas de fornecer as informações científicas: 
“Não estamos falando da afetividade do professor para com determinados 
alunos, nem de amor pelas crianças. A relação maternal ou paternal deve ser 
evitada porque a escola não é um lar. Os alunos não são nossos sobrinhos e 
muito menos filhos. Na sala de aula,o professor se relaciona com o grupo 
de alunos. Ainda que o professor necessite atender um aluno especial ou que 
os alunos trabalhem individualmente, a interação deve estar voltada para a 
atividade de todos os alunos em torno dos objetivos e do conteúdo da aula.”
17
UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir 
Afinal, deve haver afetividade?
Quando o aluno não tem afeto em casa, o professor deverá trazer o afeto para 
a sala de aula? 
A afinidade não se trata apenas do contato físico, mas de uma relação entre 
professor e aluno, em que o respeito, a interação, a comunicação e a construção 
das regras juntos são praticados. Alguns autores relatam que isso permitirá a 
elevação da autoestima e a busca da autonomia do aluno. 
Então, será bom ou ruim para o processo de ensino-aprendizagem?
Wallon destaca em sua teoria da Psicogênese da Pessoa Completa, que 
a afetividade, ao longo do desenvolvimento humano, tem uma importância 
fundamental para o processo de construção do indivíduo e do conhecimento. Além 
do mais, essa afetividade é influenciada pela ação do meio social e não deve ser 
separada da inteligência. 
Dessa maneira, é importante que o professor considere a afetividade como um 
fator crucial para que haja o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, 
aliando o afetivo ao cognitivo. Isso poderá ser incorporado no planejamento da 
aula, em que a afetividade pode estar inserida nos objetivos, no material e métodos, 
no conteúdo e no processo avaliativo. 
Além do mais, é importante que o professor e o aluno “exerçam” a afetividade 
um com o outro, ou seja, possuam o mesmo objetivo, pois o comportamento 
de um poderá influenciar no comportamento do outro e, consequentemente, no 
contexto da aprendizagem. 
Em um estudo realizado por Veras e Ferreira (2010, p. 233) sobre as impli-
cações da afetividade no contexto universitário, as mesmas chegaram às seguin-
tes conclusões: 
[...] foi possível perceber a presença da afetividade positiva tanto nas 
relações entre professor e aluno, como na prática pedagógica assumida 
pelos docentes, expressa nas seguintes posturas: no planejamento da 
disciplina, levando em consideração os limites e possibilidades dos alunos; 
na escolha dos procedimentos de ensino, ao buscar a melhor forma de expor 
o conteúdo; na avaliação, acompanhando o aluno e fazendo o feedback no 
decorrer de todo processo de ensino e aprendizagem; no compartilhamento 
das responsabilidades que as situações pedagógicas exigem.
O estudo das mesmas autoras também concluiu que a postura do professor 
influencia na relação positiva entre os alunos e os conteúdos acadêmicos, já 
que os discentes relataram que a atuação do professor fez com que os mesmos 
tivessem interesse no aprendizado, além de buscarem dar um retorno ao professor 
por meio da realização de atividades propostas e pela participação nas aulas. 
Também, o diálogo e a proximidade contribuíram para um ambiente de ensino e 
aprendizagem prazeroso. 
18
19
Logo, é importante que haja esse vínculo entre o docente e o discente, uma 
vez que a afetividade irá facilitar e o professor será o mediador do processo de 
construção do conhecimento.
A Contextualização no Ensino de Ciências
A contextualização torna-se uma ferramenta facilitadora no processo de 
construção do conhecimento, já que o docente busca as experiências dos alunos 
para que o conteúdo possa ser explicado e haja a compreensão do assunto (Fig. 8).
Figura 6 – Contextualização no ensino
Fonte: iStock/Getty Images
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) nos remetem que para haver a 
contextualização e, consequentemente, o aprendizado, é necessário assumir que 
todo conhecimento envolve uma relação entre o sujeito e o objeto.
Como isso vem acontecendo? Será que os professores utilizam a contextua-
lização no ensino?
Observa-se que a forma que os professores mais utilizam no ensino é, ainda, a 
de transmissão de conceitos sem que haja a interação com a realidade do aluno 
e, até mesmo, com outras disciplinas. Dessa maneira, faz com que a maioria dos 
discentes faça o seguinte questionamento:
Qual a importância desse conteúdo para o dia a dia?
Possivelmente, todos já fizeram essa pergunta em alguma disciplina durante a 
vida escolar e em virtude da maneira de como o professor aborda o conteúdo em 
sala de aula.
De acordo com as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros 
Curriculares Nacionais, PCN + Ensino Médio, o professor deve:
[...] inverter o que tem sido a nossa tradição de ensinar Biologia como 
conhecimento descontextualizado, independentemente de vivências, de 
referências a práticas reais, e colocar essa ciência como “meio” para 
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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir 
ampliar a compreensão sobre a realidade, recurso graças ao qual os 
fenômenos biológicos podem ser percebidos e interpretados, instrumento 
para orientar decisões e intervenções (BRASIL, 2002, p. 33).
Então, é difícil fazer a contextualização?
Alguns estudos mostram que alguns professores não a utilizam por dificuldades 
intelectuais, ambientais e pela experiência prévia, ou seja, de não terem visto dessa 
forma na época em que estavam no ensino regular ou acadêmico, trazendo assim 
para o contexto escolar atual. 
Ainda de acordo com os PCN:
O tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que a escola 
tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo. Se bem 
trabalhado permite que, ao longo da transposição didática, o conteúdo 
do ensino provoque aprendizagens significativas que mobilizem o 
aluno e estabeleçam entre ele e o objeto do conhecimento uma relação 
de reciprocidade. A contextualização evoca por isso áreas, âmbitos 
ou dimensões presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza 
competências cognitivas já adquiridas (BRASIL, 1999, p.91).
Logo, no ensino de Ciências quais temas e ambientes poderiam ser utilizados 
para praticar a contextualização e permitir uma aprendizagem significativa?
A resposta para essa pergunta é: todos os assuntos e em vários ambientes, 
desde a residência do aluno, as ruas, as praças, a escola entre outros. 
Agora, você consegue responder com mais segurança aos questionamentos 
levantados na introdução desta unidade? 
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Rubem Alves - O papel do professor
https://youtu.be/_OsYdePR1IU
Papel do professor: instruir ou educar?
https://goo.gl/CF7d2H
 Leitura
Artigos e resumos: 
O significado pedagógico da contextualização para o Ensino de ciências: análise dos documentos curriculares 
Oficiais e de professores
https://goo.gl/eOAhUP
A contextualização no ensino de ciências: a voz de elaboradores de textos teóricos e metodológicos do exame 
nacional do ensino médio
https://goo.gl/uBtU8p
Atividade contextualizada no ensino de ciências como forma de enriquecer os conteúdos, levando o aluno a uma 
aprendizagem cognitiva significativa
https://goo.gl/2uz3yo
Afetividade, motivação e construção de conhecimento científico nas aulas desenvolvidas em ambientes naturais
https://goo.gl/yaXQnZ
A afetividade no ensino de ciências como mecanismo de qualificação aos processos de ensino e aprendizagem
https://goo.gl/WGnByU
A importância do planejamento no processo de ensino de ciências naturais na visão de professores de escolas 
públicas de sergipe
https://goo.gl/aRPPfN
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UNIDADE Como Agir: Planejar, Interagir 
Referências
BRASIL, Ministério da Educação. Orientações Educacionais Complementares 
aos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN + Ensino Médio. Brasília, 2002.
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1999.
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. rev. e ampl. São Paulo: 
EDUSP, 2003.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.
MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação 
em sala de aula. Brasília: Universidade de Brasília, 2006.
PADILHA, P. R. Planejamento Dialógico: Como construiro projeto político 
pedagógico da escola. São Paulo: Cortez, 2001.
SANTOS, J. C. F. Aprendizagem Significativa: modalidades de aprendizagem e 
o papel do professor. Porto Alegre: Mediação, 2008.
SILVA, J. S.; MAGALHÃES, A. C.B. O Papel do Professor como Facilitador de 
Aprendizagem. Maiêutica, v.01, n.01, jul./dez., p.13-17, 2011.
VERAS, R. S.; FERREIRA, S. P. A. A afetividade na relação professor-aluno 
e suas implicações na aprendizagem, em contexto universitário. Educar em 
Revista, n. 38, set./dez., p. 219-235, 2010. 
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