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1 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 Introdução Revisão: MÉTODOS DE IMAGEM NA INVESTIGAÇÃO DE PATOLOGIAS TORÁCICAS. • Raio-X: Investigação inicial; • TC: Padrão ouro; • Ultrassonografia: Avaliação de derrames pleurais, menores que 200mL. Pode avaliar também a característica do derrame, para saber se é um transudado ou exudado. Se ele tem debris em suspensão. Pode servir também através do fast ultrassom que avalia não só a presença de líquido na cavidade torácica, na pleura, no mediastino, como avalia também pneumotórax; • Ressonância magnética: Método de exceção no tórax, para algumas patologias que necessitam do meio de contraste, e que não podem ser avaliadas pela tomografia por alergia ao meio de contraste. Ou, ainda, para algum tipo de tumoração que esteja invadindo partes mole. A ressonância é o melhor método para partes moles (musculoesquelético). MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM QUE PERMITEM A AVALIAÇÃO DO ABDOMEN: ❖ Radiologia Convencional; ❖ Ultrassonografia; ❖ Tomografia computadorizada; ❖ Ressonância Magnética. • Investigação inicial: Ultrassonografia, a grande maioria das patologias são investigadas inicialmente através da USG. Quando ela não consegue definir, faz-se: Tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética. Então a TC e RM no abdome estão num nível acima da USG porque tem maior acurácia, definem mais. • Tomografia: devido à sua rapidez, é usada em caso de patologias de urgência e emergência. Exemplo: traumas, processos inflamatórios e infecciosos. • Ressonância Magnética: é um método preferencial para definição de processos tumorais, porque a RM tem a característica de aquisição da imagem (várias sequências) ela tem capacidade de definição das substâncias, das estruturas, se são processos sólidos, císiticos, se é cístico-sólido, se tem sangue, se tem gordura. Por isso é muito boa para tumores, processos neoplásicos. A exemplo de nódulos hepáticos, tumores renais. • Raio-x: é bom para onde existem extremos de densidade. Por isso é melhor no tórax, já que existe ar, líquido/músculo do mediastino. Pensando nisso, a grande maioria dos processos abdominais são ou abdome agudo inflamatório ou um processo tumoral, que geralmente tem a densidade de água/músculo das vísceras, dificultando a diferenciação. O Raio-x é indicado na investigação inicial do abdome agudo obstrutivo e de pneumoperitônio. Regiões do abdome • É importante também dividir o abdome em nove topografias para uniformizar a nomenclatura. • Hipocôndrio direito: fígado e vesícula biliar. USG de abdome do hipocôndrio direito → Hipóteses: colecistite, colelitíase e hepatite. • Região epigástrica: fígado, pâncreas e estômago. Hipótese: gastrite, pancreatite e hepatite. Anatomia Radiológica do Segmento Abdominal – RX 2 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 • Hipocôndrio esquerdo: baço, flexura esplênica do cólon. • Região lateral direita (flanco direito): rim direito. • Região umbilical: é onde tem o início clássico da dor da apendicite aguda (que começa na região umbilical e depois migra para a fossa ilíaca direita), onde também se localizam as alças intestinais. • Região lateral esquerda (flanco esquerdo): rim esquerdo. • Região inguinal direita (fossa ilíaca direita): apêndice, parte de anexos, ovário, trompas. Hipótese: apêndicite aguda (apêndice cecal). • Região pública ou hipogástrica: útero, próstata, bexiga. • Região inguinal esquerda (fossa ilíaca esquerda): Hipótese: diverticulite, os divertículos colônicos podem estar em qualquer topografia no intestino grosso, mas são encontrados mais comumente na região do sigmoide. Então, ao uniformizar a nomenclatura, quando se solicita o exame, já se dá a indicação do que o exame vai procurar, a depender da queixa do paciente. Radiologia convencional • O raio-x do abdômen tem uma acurácia muito menor que o raio-x do tórax. O Raio-x de tórax consegue esclarecer em um percentual grande de casos. Já o raio-x do abdômen, nos processos inflamatórios infecciosos, não consegue esclarecer. • Indicado em casos de emergência, sobretudo em casos de abdômen agudo, tendo achados bem característicos em obstrução intestinal e pneumoperitôneo; DENSIDADES BÁSICAS As densidades básicas do raio-x de abdômen são as mesmas densidades do raio-x de tórax 4 densidades anatômicas (Gás, gordura, partes moles/líquido (não consegue diferenciar) e cálcio) e 1 densidade não anatômica (metal - prótese em coluna, prótese em cabeça de fêmur) ... Padrão em moldura/padrão em tela. Como analisar um raio-x de abdome O raio-x de abdômen deve ser analisado iniciando pela distribuição dos gases intestinais-abdominais. O gás, assim como no tórax, ele é bem escuro, bem hipertransparente ou hipoatenuante. E se costuma ver o gás dentro das alças colônicas, e normalmente, se não existe um processo obstruindo o trânsito, será visto misturado com as fezes/bolo fecal. Onde se vê os pontinhos escuros dos gases? Na imagem observamos o trajeto do ceco, subindo pelo cólon ascendente, vai pelo cólon transverso, sobe até a flexura esplênica, desce pelo cólon descendente, sigmoide, até a ampola retal. Essa topografia, que está em laranja, é onde costuma-se ver os gases intestinais. É possível ver alguma coisa também na topografia da bolha de ar gástrico, ocupada pelo número 3. E, eventualmente, também é possível ver algum gás, em pequena quantidade, na região central do abdome no raio-x de abdome. SE FALA EM 2 PADRÕES: • Padrão em moldura (mais externamente): O normal é ver os gases abdominais nas alças do intestino grosso, periféricas, ou seja, o normal é o padrão em moldura, como o da imagem. • Padrão em tela (mais central): é quando há o predomínio dos gases intestinais em topografia central, que é onde ficam as alças do intestino delgado. Ou até, quando há um abdome obstrutivo no intestino grosso, os gases também vão acabar se concentrando em topografia central, porque a alça dilata muito, então correm 3 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 para o meio do abdome. Esse padrão em tela, quando os gases se dispõem centralmente, é patológico. Então, após avaliar a distribuição dos gases, serão analisadas as partes de densidade de músculo/partes moles, verificando se há um padrão de visceromegalia. Depois, serão avaliadas as estruturas ósseas e a parte de tecido celular subcutâneo, mais periférico. MÚSCULO/PARTES MOLES: Uma parte do abdome situada no hipocôndrio direito que fica mais branca, que é onde se encontra o fígado. O fígado desloca um pouco a flexura hepática do cólon, desloca o cólon inferiormente. Por isso que a flexura do cólon é vista (número 12) mais baixa; e a flexura esplênica está lá em cima (número 4), porque o baço é bem menor que o fígado, então não desloca a alça, a flexura esplênica do cólon. Então já se sabe que na topografia da direita será encontrada uma imagem mais branca, não será encontrada a alça intestinal. E num raio-x com uma boa técnica é possível identificar a topografia do rim direito (área destacada em vermelho entre os números 1 e 12). O rim esquerdo (em laranja) viria também na altura dos primeiros corpos vertebrais lombares. Sabe-se também a localização aproximada dos ureteres (traços saindo da topografia dos rins), da bexiga (círculo ao final dos ureteres) e da sombra do psoas. ESTRUTURAS ÓSSEAS: Não é normal encontrar imagem com densidade cálcica fora da topografia dos ossos. No raio-x de abdome vemos a 11ª e a 12ª costelas (costelas flutuantes, de um lado e do outro), as últimas vértebras torácicas (11ª e 12º), as cinco vértebras lombares (L1 a L5), o sacro ilíaco, o púbis e a cabeça do fêmur. É nessa topografiade osso que se vê densidade cálcica. Então, se for verificada densidade cálcica na topografia de rim, é uma nefrolitíase. Se na topografia dos ureteres, pode ser uma ureterolitíase. Na topografia da bexiga, é necessário diferenciar o tipo da concreção cálcica, se é um cálculo ou um flebólito (calcificação venosa), a imagem é diferente. Se for identificado um cálculo maior na topografia do hipocôndrio direito pode ser um cálculo na vesícula (Colelítiase). O raio X é visto dessa maneira e é bom para avaliar os extremos de densidades, no caso do abdômen, gás em um processo obstrutivo intestinal ou em um pneumoperitônio. Densidades de cálcio relacionadas a cálculos no abdômen geralmente é em vias urinárias ou na vesícula biliar, pode estar no parênquima renal também. Avaliação da densidade de um cateter ou algum corpo estranho, como uma criança que engole uma moeda. Não serve para densidade de visceromegalias, nesse caso é uma USG. Ao avaliar esse raio X, a densidade gasosa está disposta perifericamente. Nessa imagem é visto gases na ampola retal, no sigmoide e vai seguindo o desenho, com o colón descendente, flexura esplênica, colón transverso, flexura hepática e o colón ascendente. Então vimos uma disposição gasosa perifericamente, que é normal. Ausência de compressões cálcicas no abdômen, ausência de visceromegalia (caso ocorresse uma visceromegalia, poderia deslocar as alças intestinais). Percebe-se um desvio de coluna, uma escoliose ou um processo degenerativo da coluna e hastes e parafusos metálicos, relacionados a um processo de correção cirúrgica. Setas vermelhas apontadas paras as densidades de gorduras, as partes moles. Localização, tamanho e variações anatômicas: Os órgãos não são muito bem avaliados, mas dá pra ver que na área do fígado vemos uma área de maior atenuação, e esse fígado desloca a alça 4 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 intestinal inferiormente. Em casos de hepatomegalia, pode analisar a alça intestinal que poderá ser mais deslocada pelo fígado. Já o baço, por ser menor, ele não vai deslocar a alça intestinal, a não ser uma grande esplenomegalia. A flexura esplênica vai se sobrepor a imagem do baço. No Raio X normal vai ser visto esse gás na pelve, na ampola retal. Nessa imagem, a distribuição de gás está periférica (padrão em moldura – normal). Imagem vista uma imagem de visceromegalia (hepática), é visto esse aumento de atenuação que não será limitado ao hipocôndrio direito, ele desce para o flanco e vai até a fossa ilíaca D, e isso desloca as alças intestinais todas para o outro lado. Então, precisa descrever. Descrevendo: aumento da atenuação acometendo o hemiabdomen direito. Solicitar uma tomografia até para poder avaliar o parênquima hepático, se é um processo expansivo ou um processo inflamatório. Imagem: esplenomegalia + hepatomegalia. Densidades radiológicas básicas Aparelho urinário Para ter uma boa avaliação do aparelho urinário, ele tem que ser feito com uma técnica adequada, paciente com intestino limpo e sem muita sobreposição de gases, conseguimos ver até a gordura perirenal fazendo uma sombra, e permitindo mais ou menos a delimitação do rim. Os rins nesse Raio X não estão tão bem delimitados. Tem o músculo psoas, que é um músculo paravertebral, que também é visto. É visto também a sombra da gordura delimitando esse músculo. Os ureteres passam mais ou menos nessa topografia marcada (linha em laranja). O Raio x de abdômen pode ser avaliado para ver a presença de cálculos no sistema urinário naqueles lugares onde não tenham outros métodos. Nas queixas de urolitíase, a USG vai ser a avaliação inicial, e ela vai conseguir ver os cálculos nos rins. Já nos ureteres, por eles terem um curso retroperitoneal, a USG não vai conseguir ver o cálculo com tanta facilidade. Os cálculos que descem para obstruir o ureter vão fazer com que dilate acima do cálculo, e vai conseguir ver os cálices renais e pelve renal dilatada no USG, isso vai abrir uma suspeita grande de ureterolitíase (que é a principal causa de hidronefrose). A partir daí, será solicitado uma TC, que será o padrão ouro para urolitíase, seja a litíase no rim, ureteres ou bexiga. TC sem contraste. NEFROLITÍASE Imagem: cálculo visto na projeção renal, sendo uma nefrolitíase. NEFROCALCINOSE Cálculos na topografia das pirâmides renais, sendo uma nefrocalcinose. Distribuição normal dos gases intestinais Na imagem, um Raio X mostrando a distribuição normal dos gases intestinais, onde estão concentrados na topografia periférica, que é a topografia dos 5 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 cólons do intestino grosso, e com pouco ou nenhum gás na topografia central. Raio X normal. Obstrução intestinal Imagem: obstrução intestinal. A diferença desse raio x para um normal é a presença de nível hidroaéreo, alças dilatadas, áreas hipertransparentes (devido acúmulo de gás), pois todo o processo de digestão e de fala gera acúmulo de gases. A alça, logo após o processo obstrutivo, vai colabar, pois todo o conteúdo que está ali pós o processo obstrutivo acaba saindo nas fezes até que ela vai ficar sem conteúdo, pois tem a região colabada, podendo ser visto na TC. Já antes da obstrução vimos uma dilatação de alça, devido ao acúmulo de liquido, alimentos e gases. O quadro de obstrução abdominal é um quadro relacionado a dor abdominal, parada na eliminação de fezes e flatos, e vômitos (ocorrer nessa ordem). ANALISANDO A IMAGENS NO RAIO X NA OBSTRUÇÃO: 1. Níveis hidroaéreos ocorrem quando o paciente fica em ortostase para fazer o Raio X, com isso o líquido desce e o gás sobe, sendo assim vai acabar vendo umas linhas que vão delimitar onde é liquido e onde é gás, essas linhas que são os níveis hidroaéreos. 2. Aumento na quantidade de gases: principalmente em topografia central (padrão em tela - anormal), 3. Aumento do calibre das alças intestinais, 4. Ausência de gás na ampola retal: tudo o que fica depois da obstrução vai embora, então não vai encontrar gás, pois ele está com peristaltismo, mandando tudo embora (não passa mais, não chega novo). Resumo achados de obstrução de um raio x • Distribuição anormal dos gases intestinais, com predomínio central (padrão em tela); • Presença de níveis hidroaéreos; • Ausência de ar na ampola retal; • Dilatação das alças intestinais, proximais à obstrução e colabamento do segmento intestinal distal à obstrução; • Edema da mucosa intestinal: caracteriza a imagem de empilhamento de moedas quando há obstrução envolvendo o intestino delgado. Imagem: empilhamento de moedas, alças dilatadas (Intestino Delgado). Quando ocorre um processo obstrutivo e tem um edema de mucosa, esse edema vai aparecer branco, vai ser visto no raio x como linhas brancas umas próximas as outras, isso é a mucosa de intestino delgado edemaciada. Os níveis hidroaéreos e os pneumoperitônios só serão vistos quando o Raio X for feito em ortostase, para que o líquido possa descer e o ar subir. Volvo intestinal Imagem: distribuição anormal dos gases, com a dilatação de uma alça intestinal bem acentuada, que é compatível com o calibre de alça de intestino grosso e tem o grande SINAL DO GRÃO DE CAFÉ, que é característico de volvo intestinal. Existem sinais que são comuns para obstrução tanto de intestino delgado quanto intestino grosso: ausência de ar na ampola retal, distribuição anormal dos gases com predomínio de ar central, hipertransparência, aumento do calibre de alça, níveis hidroaéreos. O que pode diferenciar se é intestino delgado ou intestino grosso é a topografia e o calibre da alça. O intestino delgado temo empilhamento de moedas, pois a mucosa do intestino delgado é mais próximas e com isso consegue formar esse sinal, já a mucosa do intestino grosso é mais afastada. 6 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 Psoas As linhas são para mostrar a topografia do psoas e os desenhos para mostrar outras estruturas, como os corpos vertebrais, que podem ser avaliadas no Raio- x. Temos 5 vértebras lombares. Pneumoperitônio Densidade de gás, apontada pela seta, vista abaixo da cúpula frênica direita. Abaixo da cúpula frênica direita normalmente está o fígado, não tem como ter alça nessa localização, portanto, havendo uma imagem bem fina com densidade gasosa, é pneumoperitônio. Percebam que, no lado esquerdo, eu posso ter uma densidade de gás por conta da flexura esplênica do cólon (em amarelo) ou pela bolha de ar gástrico (em laranja). Mas percebam que são densidades de gás com conformações distintas. Então, é preciso saber diferenciá-las. A imagem de gás bem espalhada, interpondo-se abaixo da cúpula frênica, é bem característico de pneumoperitônio. Para avaliar pneumoperitônio, o paciente precisa estar em ortostase, não pode estar em decúbito. Radiologia convencional contrastada A avaliação do abdômen pode ser feita também através do raio-x contrastado. De um modo geral, a radiologia convencional (raio-X), tanto simples quanto contrastada, está caindo em desuso, porque agora existem outros métodos com melhor acurácia. No abdômen, o raio-X é feito muito menos do que no tórax, por exemplo. Existem dois tipos de contraste que podem ser utilizados na radiologia convencional: o sulfato de bário (utilizado apenas na radiologia convencional, não usa na TC) e o contraste endovenoso iodado (utilizado na radiologia convencional e na TC). Sulfato de bário EREED; trânsito intestinal delgado; enema Nunca é utilizado na tomografia. Administrado apenas por via oral ou retal em exames de raio-X contrastado, NUNCA por via intravenosa. Utilizado para opacificação do tubo digestório. Atenção: Não utilizar de maneira alguma, nem por via oral nem por via retal, se houver suspeita de perfuração intestinal/fístula, pois, caso caia no mediastino ou na cavidade peritoneal, cria um processo irritativo. Portanto, em casos de perfuração intestinal/fístula, o sulfato de bário é substituído pelo contraste iodado por via oral. EREED → Estudo radiológico do estômago, esôfago e duodeno: Bastante em desuso. Utilizado em casos como o de uma criança com suspeita de DRGE (Dá o contraste para a paciente e observa com a fluoroscopia. Quando o contraste volta, caracterizando o refluxo, bate o raio-X). Imagem: É possível observar o esôfago com a porção normal (superior) e a porção que tem um processo expansivo (inferior) acometendo sua mucosa. TRÂNSITO INTESTINAL DELGADO → É dado o contraste com sulfato de bário por via oral e a radiografia é feita quando é chegado o tempo do contraste nas alças delgadas. 7 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 Exame de trânsito intestinal, que é feito com a administração do contraste por via oral para opacificação do intestino delgado. 1. Fundo gástrico; 2. Corpo gástrico; 3. Grande curvatura gástrica e antro gástrico; 4. Duodeno; 5. Alças jejunais; 6. Alças ileais; 7. Densidade metálica de artefato. 1. Estômago; 2. Duodeno; 3. Jejuno; 4. Íleo; Radiografia para estudo do trânsito intestinal, que é feita com sulfato de bário administrado por via oral para opacificação das alças intestinais delgadas. As alças do intestino têm peristaltismo, por isso algumas áreas, eventualmente, podem aparecer mais afiladas, é o momento em que elas reduzem seu calibre por conta do peristaltismo intestinal, portanto, na avaliação do trânsito intestinal, são feitas várias radiografias ao invés de apenas uma, é um exame bem dinâmico, várias radiografias são feitas enquanto o contraste vai passando (é atribuído ao peristaltismo se a alça estiver mais afilada em uma imagem radiográfica e normal na seguinte). ENEMA OPACO → Avalia o intestino grosso, feito por administração retal do sulfato de bário. O enema é feito administrando sulfato de bário por via retal para o estudo das alças do intestino grosso. Já foi bastante utilizado para extensão, para avaliar divertículos colônicos, diverticulose, ainda é usado, mas com bem menos frequência pelo advento da TC. É contraindicada a injeção de enema na diverticulite, porque a mucosa pode ficar mais friável, além da possibilidade de rompimento do divertículo pelo aumento de pressão ao se injetar o contraste por via retal. O padrão ouro para diverticulite é a tomografia computadorizada do abdômen. O enema pode ser: • Enema opaco, quando administra apenas sulfato de bário por via retal. • Enema com duplo contraste (imagem acima), quando administra o bário (parte branca – radiopaca) e o ar, que é considerado um contraste negativo (aumenta o preto). Quando é um enema com duplo contraste, a mucosa é mais bem avaliada, porque o bário adere bem à mucosa, que fica branca, e o restante distendido pelo ar, de cor preta, melhorando, assim, a avaliação da mucosa. Contraste iodado endovenoso Em geral, o contrate iodado é feito por via endovenosa, mas, caso precise, pode ser feito por via oral. Inclusive, ao fazer contraste oral na TC, o contraste é sempre o iodado (na TC não faz sulfato de bário). UROGRAFIA EXCRETORA: Bastante em desuso. O contraste iodado é injetado por via intravenosa e, quando estiver sendo eliminado, é feita a radiografia para delinear o sistema coletor renal. Atualmente, o sistema coletor renal é muito bem avaliado pela TC, inclusive, sem a necessidade de administrar contraste iodado e, mesmo se houver a necessidade de contraste, a TC vê com muito mais acurácia do que a radiologia convencional (raio-X). Feita com administração de contraste iodado por via intravenosa, a radiografia é feita durante o tempo de excreção. Lembre-se, nunca injetar bário por via 8 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 intravenosa, é um contraste de administração oral/retal. É um contraste que delimita bem a árvore excretora, possível avaliar hidronefrose por cálculo, por exemplo. No entanto, como dito anteriormente, com o surgimento da TC, a urografia excretora caiu em desuso. Assim como nas alças intestinais, na árvore excretora existe um peristaltismo. Então, por exemplo, se uma parte do ureter aparece um pouco mais afilada em uma radiografia, na seguinte, o ureter aparece mais normal. É um exame dinâmico também, feita mais de uma imagem. Tanto o afilamento de ureter relacionado ao peristaltismo quanto a sobreposição de alça intestinal podem aparecer nessas radiografias, mas o exame está normal por esses achados (imagem acima). HIDRONEFROSE Imagem esquerda: exame de urografia excretora normal, pois as áreas de afilamento na imagem são normais (exame dinâmico, comparamos várias radiografias). Imagem à direita: evidencia-se uma hidronefrose à direita (rim D), provavelmente, por um cálculo impactado na JUV (junção ureterovesical). HÉRNIA DE HIATO ESOFAGIANO Imagens: é possível observar uma hérnia de hiato esofagiano com a subida do estômago para a cavidade mediastínica, que foi evidenciada através da administração de sulfato de bário por via oral. A imagem à esquerda é um raio-X simples, enquanto a que esta à direita é um raio-X contrastado com sulfato de bário (V.O.). Ambas as imagens são de radiologia convencional, ou seja, radiografias. Ultrassonografia • Método amplamente disponível; • Barato; • Não expõe à radiação ionizante; • Não invasivo; • Não utiliza meio de contraste iodado; • Permitediagnosticar vísceras sólidas (fígado, pâncreas, rins e baço); • Método de escolha para avaliação da vesícula biliar IMPORTANTE! É melhor para avaliar colelitíase (cálculo na vesícula) e colecistite (inflamação da vesícula), que podem ser causas de abdome agudo inflamatório. • Permite boa avaliação da bexiga; • Acurácia limitada para estômago e intestino: não se vê divertículo por USG, conseguindo ver pela TC ou colono. USG é um método altamente examinador dependente, é avaliado no momento em que é realizado, diferente do raio-X ou da tomografia. O necessário de saber sobre USG é para que ela é boa, quando indicá-la, saber identificar líquido na USG, a nomenclatura (líquido é anecoico). 9 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 A USG permite uma boa avaliação da bexiga, o líquido se deixa atravessar bem pela onda sonora, por isso é muito boa para avaliar líquidos. Imagem → fígado. USG com Doppler colorido: Permite avaliar estruturas vasculares/fluxo sanguíneo. Como exemplo de patologias vasculares do abdômen, temos: Trombose de veia renal (processo muito comumente relacionado a tumores); trombose de veia mesentérica superior; aneurisma aórtico. Doppler é um tipo de ultrassonografia direcionada para estudar vasos. • Imagem à esquerda – Veia porta; • Imagem à direita – Vesícula Biliar. Pâncreas • Imagem à esquerda – Rim; • Imagem à direita – Baço. Reforça que, das imagens acima, não precisa saber. Importante: Líquido, na ultrassonografia, é preto (anecoico), seja o que for (bile na vesícula; urina na bexiga). 10 Beatriz Machado de Almeida Diagnóstico por imagem – Aula 8 Urina dentro da bexiga (imagem à direita); Sangue dentro da aorta (imagem à esquerda). USG-FAST: Avalia a presença de líquido na cavidade (coisa preta, espalhada no abdômen, anecoica –> Líquido no USG). Bexiga e próstata, apenas para observar. Bexiga. Material baseado na aula de Dra. Adriana Matos – Medicina UniFTC – 7º semestre
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