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MELANOMA INTRODUÇÃO: · O melanoma cutâneo é uma neoplasia que se desenvolve a partir dos melanócitos da epiderme, sendo considerado uma neoplasia dos melanócitos. EPIDEMIOLOGIA: · A incidência do melanoma está aumentando mundialmente. (*Questionamento - está aumentando porque está diagnosticando mais?) · Melanoma representa 3 - 4% de todas as neoplasias de pele, mas 65 - 77% das mortes desses mesmos tipos de neoplasias. · Desde 1950 a incidência do melanoma aumentou cerca de 340% nos EUA mas as mortes aumentaram apenas 150% (menor quantidade de morte devido ao aumento no diagnóstico precoce). · 5º neoplasia mais diagnosticada nos EUA. · Maior incidência em países que se localizam abaixo da linha do Equador. · Estimativa para o desenvolvimento de melanoma: · Homens brancos - 1 em 37 homens · Mulheres brancas - 1 em 56 mulheres · Estimativa de novos casos (Brasil): 6.260, sendo 2.920 homens e 3.340 mulheres (2018 - INCA) · Número de mortes: 1.547, sendo 903 homens e 644 mulheres (2013 - SIM) · Austrália: 20 a 50 casos para cada 100 mil habitantes · Brasil: 4 casos/1000 mi habitantes HISTOLOGIA: · O melanoma surge a partir do melanócito, uma célula dendrítica na camada basal da pele com origem das células da crista neural. · A concentração de melanócitos na pele da população de descendentes europeus é a mesma que a população com descendência africana, contudo, a produção de melanina é maior na população com pele mais escura (fator protetor). FATORES DE RISCO: · A afecção ocorre com maior frequência em indivíduos fototipos I e II de Fitzpatrick, expostos à radiação ultravioleta e com maior predisposição genética, mostrando-se presente, principalmente, em adultos de 20 a 50 anos de idade. · Classificação de Fitzpatrick: · Abaixo dos 40 anos, verifica-se maior envolvimento de pacientes do gênero feminino e, acima dos 50 anos, em indivíduos do gênero masculino. · Pacientes de raça branca · Exposição solar: UVA-UVB · História familiar de melanoma ou de carcinoma cutâneo não-melanoma (5 a 10% dos pacientes têm história familiar positiva). · Características de pigmentação · Tonalidade da pele · Cor dos olho (olhos azuis) - pouca melanina · Facilidade ou dificuldade para bronzeamento · Tendência a queimaduras solares · Tempo de exposição solar durante a infância e adolescência (*pessoas muito brancas devem evitar ao máximo a exposição solar e sempre usar protetor solar) · Xeroderma pigmentoso: essa síndrome aumenta em 1000 vezes o risco do paciente ter tumores de pele · Imunossupressão · Idade acima dos 50 anos · Número de nevos (acima de 50 ou mais em pessoas de pele clara) · Efélides · Risco ocupacional: pacientes que manipulam hidrocarbonetos, pesticidas e radiação ionizante. FATOR DE RECONHECIMENTO DO MELANOMA - Regra do ABCD para as lesões pigmentadas · Assimetria · Borda irregular · Cores diferentes · Diâmetro maior do que 0,6 cm FORMAS CLÍNICAS: 1. MELANOMA DISSEMINATIVO SUPERFICIAL: · É o tipo mais comum nas pessoas de pele clara (50-70%) · Aparece normalmente sobre um nevo. · Lesão plana, com crescimento primeiro em superfície (6 meses a 6 anos). · Tem predileção pelo dorso, nos homens, e membros inferiores, nas mulheres. · Melhor prognóstico em relação às outras formas. 2. MELANOMA NODULAR: · Frequência em torno de 10 - 15% · Aparece como um nódulo endurecido, não apresentando crescimento radial · É o único tipo que não apresenta fase pré-neoplásica. · Tem alto potencial para metástases e é extremamente agressivo. · Incidência discretamente maior no homem. · Mais comum em tronco, cabeça e pescoço. 3. MELANOMA LENTIGO MALIGNO: · Frequência de 4-15% · Ocorre mais em pessoas idosas · Está mais relacionado à exposição de raios ultravioletas, mais comum em regiões expostas ao sol (face) e em pessoas idosas. · Apresenta crescimento lento com uma fase pré-neoplásica, o lentigo maligno, que pode chegar a 10 ou 20 anos; · Sarda melanótica de Hutchinson (mancha). · Mais prevalente em mulheres. 4. ACRAL LENTIGINOSO: · Raro, com frequência em torno de 2-8% na população branca e de 35% até 60% na população negra. · Ocorre nas extremidades palmo-plantares e leitos ungueais e tende a ter mau prognóstico. · Atraso no diagnóstico devido aos locais acometidos. 5. MELANOMA AMELANÓTICO: · Difícil diagnóstico. · Pode ser confundido com nevo intradérmico e carcinoma basocelular nodular. · Alto potencial metastático. 6. MELANOMA DESMOPLÁSICO: · Rara forma de melanoma. · Localmente agressivo. · Raramente metastatiza. · Comumente confundido com nevo comum, nevus de Spitz, granuloma piogênico, nevo azul e hemangioma. · Mais comuns em cabeça e pescoço. · Faixa etária mais acometida entre 60 - 70 anos. DIAGNÓSTICO: · Todas as lesões suspeitas devem ser submetidas a biópsia excisional. · A biópsia deve ser executada com 1-3 mm de margem da lesão, removendo tecido subcutâneo mas mantendo a fáscia. · “Shave” e “Punch” devem ser evitados. · A biópsia incisional deve ser exceção, de preferência faz a excisional. · Imunohistoquímica → só depois da imunohistoquímica pode-se afirmar que é um melanoma. CONDUTA FRENTE A UMA LESÃO SUSPEITA: · Biópsia Excisional · Margem mínima (1-3 mm) · Membros: longitudinal · Face: linhas de tensão · Biópsia Incisional (exceção) NÍVEIS DE CLARK: · Nível I: melanoma in situ; limitado à junção dermoepidérmica. · Nível II: invadindo a derme papilar, porém sem expansão além desta camada. · Nível III: invadindo e expandindo na derme papilar, porém sem invadir a derme reticular (para a interface da derme papilar-reticular). · Nível IV: invadindo a derme reticular, porém não invadindo a gordura subcutânea. · Nível V: invadindo a gordura subcutânea ou os tecidos subjacentes. ESPESSURA DE BRESLOW: · Principal indicador do tratamento e do prognóstico em tumores primários. · Espessura da lesão (mm), desde a camada granulosa da epiderme até a porção mais profunda. · Índice de leitura objetivo. · O método de Breslow demonstrou ser o indicador prognóstico mais poderoso para sobrevida para os melanomas em estágio inicial. LINFONODOS: · O conceito do linfonodo sentinela se baseia no princípio de que toda a linfa proveniente de tecidos específicos é filtrada por linfonodos e que o primeiro linfonodo (ou sentinela) filtrante de um local específico pode ser removido e avaliado quanto à presença de metástase de células malignas. · A validade de todo este princípio se baseia na doutrina de que: regiões distintas drenam para linfonodos específicos. · Um achado negativo na biópsia significa que nenhuma outra metástase existe; e que um linfonodo sentinela negativo é verdadeiramente negativo. · Linfonodo sentinela: · A biópsia do linfonodo sentinela (BLNS) deve ser efetuada nas lesões de espessura igual ou superior a 0,76 mm. Nas lesões com espessura menor que 0,76 mm, a BLNS também deve ser realizada se apresentar Clark IV ou V, ou ulceração ou índice mitótico elevado. · Esse método consiste na identificação e retirada do primeiro linfonodo que drena a área do tumor primário. · O procedimento inicia-se com uma linfocintilografia pré-operatória para a localização do linfonodo a ser procurado, e para ver se não há drenagens anômalas. Durante a cirurgia, injeta-se na derme o corante vital, ao redor da lesão ou da cicatriz da biópsia prévia, e disseca-se o linfonodo, que geralmente está corado de azul. · A probabilidade de encontrar uma metástase no linfonodo nos pacientes com tumores com menos de 1 mm de espessura é bastante baixa (menos de 10%). Entretanto, a presença de certas características de alto risco, incluindo ulceração e/ou uma alta taxa mitótica, pode justificar a BLNS em melanomas finos. ESTADIAMENTO (TNM - AJCC): · História e exame físico completo (atenção ao local acometido e linfonodos responsáveis pela drenagem da região). · Exames de imagem (tomografia computadorizada, ressonância magnética, tomografia com emissão de pósitron - PET CT) solicitados apenas se indicados por sinais ou sintomas. · Biópsia de linfonodo sentinelase houver necessidade. Tumor primário (sem evidência clínica de outro envolvimento): · Exame físico · Raio X de tórax · Exames de função hepática · Linfocintilografia para detectar a localização dos linfonodos sentinela (caso o tumor primário possua 1 mm ou mais de espessura). Doença local e regional (metástase em trânsito ou acometimento linfonodal): · Exame físico · Exames de função hepática · Tomografia computadorizada: · do tórax e abdome (para avaliar pulmões e fígado) · da pelve caso o tumor acomete extremidades inferiores · do pescoço caso o tumor acomete cabeça e pescoço · Linfocintilografia para detectar a localização dos linfonodos sentinelas. · Imagens adicionais se clinicamente indicadas por sinais e sintomas. Metástases em órgãos distantes: · Exame físico · Exames de função hepática e nível de desidrogenase lática sérica · Tomografia computadorizada, tal qual indicado acima · Ressonância magnética caso seja necessário avaliar a extensão da invasão de partes moles · Tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET CT) para detectar a extensão do acometimento tumoral de órgãos vitais (pulmão, fígado e cérebro). TRATAMENTO DA DOENÇA REGIONAL: · Pesquisa do linfonodo sentinela · Linfadenectomia eletiva · Linfadenectomia terapêutica TRATAMENTO: não cirúrgicos · Outros métodos experimentais: · BCG, interferon · Terapia gênica · Quimioterapia (DTIC) · Perfusão isolada membros Probabilidade de sobrevivência dos pacientes com melanoma ao longo dos anos em diversos estágios: MONITORAMENTO CLÍNICO:
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