Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Streptococcias AULA 6- 17/09/2020 Infecto Yasmin Pelógio de Macêdo Considerações Iniciais - O pneumococo • O organismo foi identificado pela primeira vez em 1881 • Seu papel em causar pneumonia lobar foi evidenciado no final da década de 1880 • O papel central do anticorpo na defesa do hospedeiro contra organismos extracelulares foi descrito pela primeira vez para o pneumococo • O primeiro reconhecimento de que o anticorpo direcionado ao polissacarídeo capsular uma bactérias pode ser protetor foi de mostrado para o pneumococo, esta observação forma a base para muitas vacinas antibacterianas atuais • A descoberta do DNA como material para troca genética foi feita a partir do pneumococo Microbiologia • Diplococo gram positivo • Fastidioso (crescimento lento em meios de cultura) • Necessita de fonte de catalase para crescer • São mortos por fagócitos • Possui enzimas autolíticas, que podem interferir no crescimento em cultivos Classificação quanto à hemólise • Beta Hemolítico: hemólise total (o meio muda sua coloração - ex: S.pyogenes) • Alfa Hemolítico: hemólise parcial (ex: S.pneumoniae, do grupo viridans) • Gama Hemolítico: não há hemólise (ex: S.bovis) Classificação quanto ao sorogrupo do carboidrato C • Grupo A: S.pyogenes - na doença possuem um mecanismo de ação local e um mecanismo de ação à distância, através de toxinas • Grupo B: S.agalactiae - genital feminino - infecção puerperal e meningite do RN • Grupo D: enterococcus - infecções hospitalares • Grupo F: S.viridans - cárie dentária, endocardite - S.pneumoniae - otite, sinusite, faringite, pneumonia, meningite (prevenção: vacina pneumo23, pneumo conjugada 10) Fatores de Virulência • Fímbrias, cápsula (ác. hialurônico) • Enzimas: hemolisinas; estreptoquinase; eritrotoxina (superantíg); hialuronidase; • Antígenos de parede: Proteína T, ác. lipotecoíco, Proteína M: simula o ácido hialurônico do nosso corpo, dificultando a fagocitose e tendo papel importante no desenvolvimento de doenças autoimunes como febre reumática (FR) após faringoamigdalites e glomerulonefrite difusa aguda (GNDA) após piodermites. Patogênese • Habitat: microbiota da pele, intestino, trato respiratório superior e genital • Transmissão: pessoa a pessoa (gotículas, contato com objetos, vias aéreas) • Principal agente em crianças e em idosos • Causa infecção assintomática, OMA (otite média aguda), pneumonia e sepse • Manifestações cardíacas por invasão do miocárdio, produz cicatrizes - reduz contratilidade e causa arritmias (geralmente não causa endocardites!) • Citolisina - pneumolisina - destrói a membrana celular • Ácido teicoico e lipoteicoico que induzem atividade inflamatória (desorganizada - exacerbação do sistema imune de forma desordenada e capacidade de escape) • Ativa a via alternativa da cascata do complemento • Liga-se à proteína C reativa do reagente de fase aguda inibindo a sua função (engloba o patógeno para facilitar a fagocitose - PCR: marcador de doença grave infecciosa, geralmente bacteriana) • Ativa a atividade pró-coagulante na superfície de células endoteliais • Após a ligação às células epiteliais e endoteliais e macrófagos, induz a produção de citocinas, óxido nítrico e quimiocinas • Inicia o influxo de neutrófilos Relação parasita x hospedeiro • Cápsula: papel na imunogênese e antifagocitária • Aderência: liga às bactérias diretamente nas células, este fenômeno pode ser facilitado por uma influenza prévia (predisposição para doenças bacterianas após doenças virais - o sistema imune fica debilitado) • Formação de biofilme (dificulta a ação dos antimicrobianos) • Transcitose (atravessa as células - capacidade de migração - ex: da corrente sanguínea para o SNC) Doença invasiva Comportamento da Doença Invasiva • Quando se recupera o pneumococo de sítio estéril, geralmente com foco pneumônico (capacidade de se tornar uma doença sistêmica) • Afeta imunocompetentes e imunossuprimidos • Epidemiologia - depende do estado vacinal, época do ano, idade (mais comum em adultos > 65 anos e crianças < 1 ano) • Maior prevalência em indivíduos com doenças malignas e HIV Pacientes de risco • Doenças crônicas (cardíacas, pulmonares) • Etilismo • Diabetes • HIV • Doenças malignas • Uso de cocaína, crack • Doença inflamatória intestinal • Uso de corticoides Manifestações Clínicas • Meningite • Pericardite • Endocardite (não muito frequente) • Abscesso do iliopsoas • Apendicite • Peritonite • Sepse • Coma • Choque • Insuficiência respiratória Achados Laboratoriais • Leucocitose (acima de 12000 leucócitos), principalmente com neutrofilia • Pode haver leucopenia nos casos de prognóstico ruim • Elevação de transaminases (hepatite trans- infecciosa) Diagnóstico • Hemocultura (geralmente 3 amostras) • Pesquisa de antígenos (na urina) Tratamento • Monoterapia • Terapia combinada • Duração de 10-14 dias • Vancomicina, cefalosporina de 3a, fluorquinolona, penicilina cristalina Pneumonia Fatores de risco • Tabagismo • Álcool • Hipoesplenismo ou asplenia • DPOC • LES, mieloma, transplantados • Portador em nasofaringe de sorotipos diferentes Patogenia • Transmitdo por gotículas de pessoa a pessoa, tem incubação de 1 até 3 dias • Dose inalada > defesas pulmonares • Por aerossol • Multiplica no alvéolo e invade o epitélio alveolar • Passa de alvéolo para alvéolo pelos poros de Cohn • Há ingurgitamento dos capilares pulmonares com líquido intra-alveolar • Há IL6, TNF alfa e óxido nítrico • Hepatização Pulmonar - Vermelha pelos eritrócitos - Cinzenta pelos leucócitos Manifestações Clínicas • Nos mais jovens: febre de início súbito com calafrios (calafrios = marcador de gravidade), tosse e dor no lado da pneumonia que prejudica os movimentos torácicos • Nos mais velhos sintomas e sinais menos intensos • Taquipneia e cianose podem estar presentes • Nos lactentes, a febre é mais alta e tem mais taquicardia • Nos idosos, pode haver apenas rebaixamento do nível de consciência • Escarro ferruginoso • Creptos e roncos • Pecterilóquia • Pneumonia lobar x broncopneumonia • Pneumonia lobar: 1,2,3,5,7 e 8 e a broncopneumonia está associada aos sorotipos 3,7,8,10,18 e 20 em adultos • Há um escore de gravidade de I até V • CURB 65 - uso de apps • Complicações: efusão pleural estéril, empiema, pneumonia necrotizante • Complicações cardíacas Diagnóstico Identificar o agente no escarro, sangue ou pela pesquisa de antígenos Imagens Tratamento • Betalactâmicos (amoxacilina com ou sem clavulanato), cefalosporina de 3a geração, penicilina cristalina • Combinação com cobertura para atípicos (combinada com macrolídeos) • Duração curta de terapia Prevenção • Vacinação das crianças e adultos mais velhos • Parar de fumar • Vacinação contra influenza Outros streptococcus: Faringoamigdalite bacteriana • Agente causador: S. Pyogenes • Causa de faringoamigdalite em crianças e adolescentes • Pode ter dor abdominal (um diferencial) • A doença é clinicamente diferente entre crianças maiores de 3 anos e nos menores de 3 anos • Pode produzir complicações supurativas (abscesso amigdaliano, meningite) e não supurativas (glomerulonefrite - GNDA ou Febre Reumática) Tratamento • Pode ter um curso autolimitado • Uso de betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas de 1a) • Em casos de alergia, uso de macrolídeos Síndrome do Choque Tóxico • Produzida por exotoxinas que funcionam como superantígenos • Pode levar a morte muito rapidamente • Fatores subjacentes são fatores de risco como: diabetes, HIV, gravidez, uso de AINihs, álcool, traumas cutâneos Clínica • Pode parecer um hematoma, torção de tornozelo • Choque • Comprometimento de partes moles • Taquicardia • Febre ou hipotermia • Alteração do estado mental Tratamento • Penicilina + clindamicina• Imunoglobulina? • Desbridamento cirúrgico Impetigo • Causado pelo S. Pyogenes • Tratamento com água e sabão • Pode se usar betalactâmicos (cefalosporinas de 1a - cobre tanto strepto quanto MSSA) • Pode complicar com GNDA
Compartilhar