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SENAC – Serviço Nacional de aprendizagem Comercial Curso: Técnico em Nutrição e Dietética Professora: Vanessa da Silva Costa Alunos: Ana Karoline Cleiton Santana Luciane Aparecida AULA PRÁTICA DE FATOR DE CORREÇÃO E APROVEITAMENTO INTEGRAL DOS ALIMENTOS Brasília Data: 25/11/2020 2 Introdução Todas as pessoas, independente da situação financeira, podem alimentar-se de forma saudável. No entanto, essa é uma escolha do indivíduo. Mudanças de hábitos são relativamente difíceis e para que isso ocorra, é necessário que o indivíduo este já disposto. O indicador fator de correção tem como finalidade nos orientar quanto às compras, rendimento e custo das preparações. Para elaborar uma dieta deve-se ter em mente qual objetivo pretende ser alcançado, com determinados hábitos e recursos disponíveis. Para realizar preparações, os alimentos são submetidos a processos de limpeza e cocção, nisso são removidas partes não necessárias do alimento, nos mostrando a quantidade de descarte. Dependendo da grossura das cascas removidas e das aparas, por exemplo, e esse descarte pode vir a ser um desperdício (ORNELAS, 2006). O aproveitamento integral dos alimentos tem como objetivo utilizar o alimento propriamente dito: integralmente. Isso inclui desde a raiz, o caule, as folhas, caroços, polpa e cascas, sem pré-conceitos estabelecidos observando-os de uma outra maneira. Maneira essa que pode render muitos nutrientes e evitar a perda dos mesmos. 3 Objetivos Calcular o fator de correção dos alimentos. Verificar a porcentagem de perdas. Relacionar as perdas dos alimentos com o custo. Preparar uma receita com o aproveitamento integral dos alimentos e relacionar com o ganho nutritivo. Método de preparo Após instruções, foi realizada a higienização das laranjas (ingrediente chave) com desinfetante para hortifrutícolas, em seguida foi feita a pesagem dos alimentos para a realização dos cálculos de fator de correção (método preciso que prevê perdas e desperdícios, sofridos pelos alimentos no período de pré-preparo) para os alimentos que foram previamente analisados como possíveis alimentos que poderiam sofrer perdas durante o processamento, sendo eles: laranjas e ovos. Foram realizadas anotações da pesagem de cada alimento. O primeiro processo foi pesar a laranja in natura para a obtenção do peso bruto, e após a extração do seu suco, foi realizada a pesagem para a obtenção do peso líquido. Foi feito em seguida a pesagem dos ovos utilizados com a casca para a obtenção do peso bruto e em seguida a pesagem apenas da clara e da gema para o resultado do peso líquido. Foi realizado o cálculo do fator de correção, o cálculo de desperdício e o percentual desses alimentos e a perda relacionada ao custo desses ingredientes. Para o preparo da massa, foi realizado o corte “em cruz” da laranja e desprezamos a membrana branca que fica localizada em seu interior ligada ao núcleo central, sendo essa membrana responsável pelo sabor amargo, tornando o alimento não atraente para o consumo. Foi realizada toda a mistura dos ingredientes, resultando em uma massa bem consistente e fibrosa (devido ao preparo com as fibras e cascas da laranja), sendo posteriormente levada ao forno a 180º durante 30 minutos. Figura 1. Ingredientes do preparo em quantidade e pesagem analisadas. 4 Ingredientes Quantidade Técnica de preparo Fermento em pó 1 colher de sopa 1. Lavar e pesar 2 laranjas separadamente. 2. Cortar as laranjas ao meio; 3. Espremer as laranjas em um espremedor; 4. Calcular o FC, porcentagem de perdas e custo das perdas; 5. Reservar e separar o suco; 6. Lavar e cortar 2 laranjas em quatro, retirar as sementes e a parte branca do centro (deixar a casca e o bagaço); 7. Bater no liquidificador as laranjas, o óleo, os ovos, o açúcar e a baunilha; 8. Despejar esta mistura em uma vasilha; 9. Acrescentar a farinha de trigo mexendo bem e, por último, o fermento, misturando levemente; 10. Assar em forma untada. Despejar sobre o bolo quente suco de duas laranjas, adoçado com 2 colheres (sopa) de açúcar. 11. Das cascas da laranja utilizadas para o suco, faça um chá ou use a sua criatividade. Sugestão: Se preferir, utilizar o suco de laranja e açúcar para realização de calda. Farinha de trigo 2 xícaras de chá Açúcar 2 xícaras de chá Açúcar para a calda 2 colheres de sopa Óleo ¼ de xícara Laranjas médias 4 unidades Ovos 3 unidades Baunilha q.s Figura 2. Receita protocolo – Bolo de casca de laranja 5 Resultados Alimento PB (g) PL (g) FC D %D Laranja (pera) 338,2 143,4 2,35 194,8 58% Ovos 167,8 145,0 1,15 22,8 14% Farinha de trigo 126,0 - - - - Açúcar Refinado 85,0 Fermento biológico 11,4 - - - - Óleo de soja - - - - - Figura 3. Tabela valores de peso bruto (PB), peso líquido (PL), fator de correção (FC), desperdício e percentual de desperdício dos alimentos. De acordo com a tabela acima, apenas dois ingredientes apresentaram perdas inevitáveis (cascas), porém foi possível aproveitar ao máximo essas partes. Uma parte das cascas das laranjas foi utilizada no preparo do bolo, e as cascas das quais foram extraídos o suco para o preparo da calda, foram descartadas no laboratório durante o processo de preparo, porém, tendo a opção de serem armazenadas para o preparo de chás, possuindo benefícios medicinais de acordo com a medicina popular. De acordo com os cálculos, a quantidade de laranjas utilizadas no preparo da calda (2 laranjas), obtivemos uma perda de R$0,42 centavos, referente ao valor investido em 223g de laranjas, sendo o valor total de R$ 1,90 o kg. Já os ovos que também tiveram descartes inevitáveis (cascas), apresentaram uma perda de R$0,18 centavos, referente a 3 ovos, sendo o valor total de sua dúzia (12) R$5,50. O descarte de suas cascas apresenta benefícios de aproveitamento, como por exemplo, podendo ser utilizado como adubo, fertilizando canteiros e hortas. 6 Conclusão O aproveitamento integral dos alimentos é a utilização de um determinado alimento na sua totalidade. Com isso vindo a diminuir os gastos com alimentação, reduz-se o desperdício de alimentos e melhora a qualidade nutricional de preparação, pois para muitos alimentos o teor de nutrientes na casca ou nos talos é maior em relação à polpa de alguns alimentos, gerando assim redução no custo de preparação. O descarte e o desperdício possuem definições distintas, sendo que no descarte não se faz uso apenas do que não é comestível e no desperdício é inutilizada uma parte maior, que é considerada comestível. Tendo como análise sensorial, o Aroma do bolo sendo agradável, de coloração amarelada pouco intensa, sua estrutura um pouco corada de sabor doce, podendo sentir bem o sabor da fruta que foi utilizada como ingrediente principal, com caráter macio. Com todo o preparo, foi possível alcançar um resultado melhor do que o esperado, respeitando a proposta inicial de aproveitar ao máximo os ingredientes fornecidos. 7 Referências bibliográficas ORNELAS, L. H. Técnica e Dietética, Seleção e Preparo de Alimentos. Editora Atheneu, São Paulo, 2006. PHILIPPI, Sônia Tucunduva. Nutrição e técnica dietética. Editora Manole, 2003.
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