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CLÍNICA COMPLEMENTAR AO DIAGNÓSTICO I - IMAGEM (UAM)

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INTRODUÇÃO À 
INTERPRETAÇÃO 
RADIOGRÁFICA 
As imagens radiográficas são possíveis porque os 
raios X atravessam a matéria, então os tecidos 
absorvem os raios X e, partir do tipo de tecido e a 
sua espessura, pode-se criar uma imagem padrão 
de raio X. 
As áreas da imagem que são pretas representam 
regiões onde muitos raios X passaram através do 
paciente e atingiram o receptor. As áreas de 
imagem que são brancas representam regiões 
onde muitos raios X foram absorvidos pelo 
paciente e, poucos ou nenhum atingiram o recepto. 
Entre os dois extremos de preto e branco, estão os 
muitos tons de cinza. A radiopacidade de cada um 
está diretamente relacionada com o número de 
raios X que penetram o paciente e atingem o 
receptor. 
 
 
 
NOMEANDO AS PROJEÇÕES 
RADIOGRÁFICAS 
As projeções radiográficas são nomeadas de 
acordo com a direção em que o raio central do 
feixe primário de raios X penetra na parte de 
interesse do corpo (do ponto de entrada ao ponto 
de saída) 
 
 
 
 
Denominando as projeções: 
Membro torácico 
• Craniocaudal (imagem de frente pra trás) 
• Dorsopalmar (depois do carpo) 
• Médiolateral (de um lado para o outro) 
• Lateromedial (grandes animais) 
Membro pélvico: 
• Dorsoplantar (depois do tarso) 
• Ventrodorsal 
 
SISTEMA ÓSSEO 
2.1 - HISTOLOGIA 
O sistema ósseo tem a função de sustentação do 
corpo e seus componentes musculoesquelético, de 
tecidos moles, protege dos órgãos vitais, aloja a 
medula óssea, reserva íons e compostos 
inorgânicos sendo os mais importantes cálcio e 
fosfato. O tecido ósseo é um tipo especializado de 
tecido conjuntivo. A mineralização da matriz 
proporciona dureza ao tecido, sendo que, a matriz 
colágena concede certa flexibilidade sendo 
demasiadamente dinâmicas, podendo crescer, se 
remodelar e manter sua atividade durante toda a 
vida do organismo. 
CLÍNICA COMPLEMENTAR AO DIAGNÓSTICO I 
EXAMES DE IMAGEM 
 
Os OSTEOBLASTOS são responsáveis pela 
sintetização da matriz orgânica óssea, é 
encontrado na periferia da matriz óssea. 
Os OSTEÓCITOS são osteoblastos aprisionados 
dentro da matriz óssea, responsáveis pela 
manutenção da matriz óssea, é encontrado dentro 
da matriz óssea. 
Os OSTEOCLASTOS são responsáveis pela 
reabsorção e remodelagem óssea, a sua atividade 
é regulada por hormônios. Encontra-se na periferia 
da matriz óssea. 
A PARTE INORGÂNICA DA MATRIZ ÓSSEA 
é aproximadamente de 50% do peso da matriz 
óssea. Os íons mais abundantes são o fosfato e o 
cálcio. Possuem também bicarbonato, magnésio, 
potássio, sódio e citrato em pequenas quantidades. 
Os cristais que se formam pelo cálcio e o fósforo 
têm a estrutura da hidroxiapatita, com a seguinte 
composição: Ca10 (PO4) 6(OH) 2. 
A PARTE ORGÂNICA DA MATRIZ ÓSSEA é 
constituída por fibras colágenas, sendo 
aproximadamente de 95%. São formadas de 
colágeno do tipo I e por pouca quantidade de 
proteoglicanos e glicoproteínas. A combinação de 
hidroxiapatita a fibras colágenas é responsável 
pela rigidez e resistência do tecido ósseo. 
O PERIÓSTEO é uma membrana de tecido 
conjuntivo denso modelado que reveste as 
camadas externas do osso. É responsável pela 
nutrição, inervação e pela osteogênese. Contém 
osteoblastos e osteoclastos. 
O ENDEÓSTEO é semelhante ao periósteo, 
porém é mais delgada e reveste as camadas 
internas dos ossos esponjosos. 
 
2.2 - ALTERAÇÕES NA RADIOPACIDADE 
DO OSSO 
DIMINUIÇÃO DA RADIOPACIDADE: 
OSTEÓLISE 
É destruição óssea em decorrência da 
reabsorção da mesma pelos osteoclastos. 
Esta condição ocorre mais frequentemente nos 
ossos do quadril, membros inferiores, tórax e 
coluna. Surge quando não estão sendo produzidas 
células ósseas suficientes para substituir as células 
antigas, que sofreram reabsorção. Fatores que 
levam à osteólise: neoplasias ósseas e mieloma, 
metástase de neoplasias, inflamação das 
articulações e cirurgia de substituição articular. 
REABSORÇÃO ÓSSEA 
O processo da remodelação óssea ocorre através 
da reabsorção e da formação óssea, dois 
processos intermediados pelos osteoclastos e 
osteoblastos. Durante a reabsorção óssea ocorre 
o adelgaçamento da região cortical óssea. A 
estrutura óssea é dissolvida e digerida pelos 
ácidos e enzimas produzidas pelos osteoclastos. 
OSTEOPENIA 
Condição fisiológica característica pela diminuição 
da densidade mineral (massa), principalmente de 
cálcio e fósforo dos ossos, precursora 
da osteoporose. Classifica-se osteopenia quando a 
massa óssea é de 10% a 25% menor que a 
considerada normal. Mais do que isso, classifica-se 
como osteoporose. 
AUMENTO DA RADIOPACIDADE: 
PROLIFERAÇÃO PERIOSTAL 
É o crescimento de tecido ósseo sobre os ossos 
dos membros torácicos e/ou pélvicos. 
É irregular e possui orientação perpendicular à 
córtex. A intensidade das reações periosteais pode 
ser uniforme, regular ou ainda agressivo. 
Assemelha-se a espículas ósseas muito próximas 
entre si. 
ESCLEROSE (OSTEOCLEROSE) 
Condição em que a densidade óssea é aumenta 
significativamente. Ocorre o endurecimento e 
engrossamento ósseo. Causado por osteoartrite e 
osteoma. 
https://www.infoescola.com/citologia/osteoclasto/
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Condi%C3%A7%C3%A3o_fisiol%C3%B3gica&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osteoporose
2.3 - REAÇÃO PERIOSTAL 
Quando ocorre um insulto que induz a reação 
periosteal, há proliferação vascular e 
espessamento do periósteo normal em resposta ao 
fator desencadeante. As causas de reação 
periosteal podem ser muito variadas e uma lista 
geral deve incluir tumores, infecção, trauma, 
drogas, estase venosa, doenças osteometabólicas, 
congênitas e artrites. A morfologia da reação 
periosteal reflete a intensidade, a duração e a 
agressividade do agente desencadeante. 
 
TIPOS DE REAÇÃO: 
SÓLIDA 
A reação periosteal sólida representa uma 
neoformação óssea contínua e acoplada à 
superfície externa do córtex e tipicamente ocorre 
em resposta a processos indolentes e benignos. 
Pode ser fina, mas esporadicamente processos 
crônicos podem originar reações sólidas mais 
espessas. 
LAMELAR 
A reação periosteal lamelar, também denominada 
“casca de cebola”, origina-se pela deposição de 
camadas concêntricas e superpostas de 
neoformação óssea periosteal, separadas por 
dilatação vascular e por tecido conjuntivo frouxo. 
ESPICULADA 
A reação periosteal espiculada corresponde a finas 
espículas com orientação perpendicular à cortical 
óssea (as espículas apontam para um epicentro no 
osso). “Sunburst”. 
TRIÂNGULO DE CODMAN 
O triângulo de Codman é a versão interrompida da 
reação lamelar. A região do triângulo de Codman 
em geral é livre de tumor, mas pode ser 
secundariamente infiltrada. Este tipo de reação 
periosteal foi descrito inicialmente no 
osteossarcoma, mas pode ser observado em 
outros tumores ósseos primários malignos ou nas 
metástases ósseas, na osteomielite, no trauma, em 
tumores benignos, porém ativos, como o cisto 
ósseo aneurismático. 
2.4 - FRATURAS ÓSSEAS 
As fratura ósseas podem ser completas ou 
incompletas. A FRATURA COMPLETA é aquela 
que o osso sofre descontinuidade total. A 
FRATURA INCOMPLETA atravessa apenas 
uma parte do osso (são fraturas com um pequeno 
desvio). 
DIÁSTASE é quando ocorre a ruptura/perda da 
continuidade do osso (solução de continuidade). É 
o afastamento ou desvio atípico e duradouro de 
duas estruturas que, em regra geral, se encontram 
em contato contíguo. 
• O desvio do eixo ósseo é sempre 
considerado a partir do fragmento distal ao 
foco da fratura 
CLASSIFICAÇÃO DA FRATURA: 
POR ESTRESSE OU ESFORÇO 
Fratura induzida por fadiga óssea causada por 
tensão repetida ao longo do tempo. Em vez de 
resultar de um único impacto severo, as fraturas 
por estresse resultam de traumas acumulados de 
carga submáximas repetidas, como correr e pular. 
Comum em equinos. 
ABERTAOU FECHADA 
As FRATURAS ABERTAS (EXPOSTA) são 
aquelas em que os ossos quebrados saem do 
lugar, rompendo a pele e deixando exposta 
uma de suas partes, que pode produzida pelos 
próprios fragmentos ósseos ou por objetos 
penetrantes. Pode causar infecções. 
As FRATURAS FECHADAS (INTERNAS) são 
aquelas nas quais os ossos permanecem no 
interior do membro sem perfurar a pele. Pode, 
entretanto, romper um vaso sanguíneo ou cortar 
um nervo. 
SIMPLES OU MÚLTIPLA 
A FRATURA SIMPLES é quando apenas um 
osso é afetado. 
A FRATURA MÚLTIPLA é aquela que existe 
mais de uma fratura no mesmo osso. Existem dois 
tipos de fraturas múltiplas: cominutiva e 
segmentada. A FRATURA COMINUTIVA é a 
fratura com numerosos fragmentos. A 
FRATURA SEGMENTADA (DUPLA) é quando 
há até 3 fraturas no mesmo osso. 
OSTEOCONDRAL 
Defeito na cartilagem de uma articulação e no 
osso subjacente. Cartilagem é um tecido 
conjuntivo que cobre os ossos entre as 
articulações. Quando há degeneração, separação 
ou ruptura da cartilagem, pode ser referida como 
uma lesão osteocondral. O osso direito embaixo da 
cartilagem pode também ser afetado. A articulação 
do joelho, do tornozelo e do cotovelo são locais 
comuns onde esse defeito ocorre principalmente 
em animais atletas. No exame de imagem não é 
possível enxergar a parte cartilaginosa. Não há 
formação de calo ósseo pois não se encontra no 
periósteo. 
PATOLÓGICA 
Ocorre por uma doença óssea prévia, afetando a 
estrutura óssea e o enfraquecendo. Comum em 
desbalanços nutricionais, osteossarcoma, 
osteomielite e osteoporose. 
EPIFISÁRIA (SALTER-HARRIS) 
Utilizada para classificar fraturas ósseas que 
afetam a cartilagem de crescimento do osso. 
Usado em fraturas de animais em crescimento. 
Após o crescimento completo do osso essa 
classificação não será mais utilizada. 
Classificada em 5 tipos: 
• I: fratura transversa através da placa de 
crescimento (fise) 
• II: fratura através da placa de crescimento e 
metáfise, mas poupando a epífise 
• III: fratura através da placa de crescimento 
e epífise, mas poupando a metáfise 
• IV: fratura atravessa todos os três 
elementos do osso (placa de crescimento, 
metáfise e epífise) 
• V: fratura compressiva da placa de 
crescimento (que resulta em uma 
diminuição na percepção do espaço entre a 
epífise e diáfise no RX 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TRAÇO: 
TRANSVERSA 
O osso se fratura transversalmente (em 90°) em 
relação ao eixo. 
LONGITUDINAL 
Fratura incompleta ao longo do eixo do osso. Fácil 
cicatrização. 
OBLÍQUA 
A fratura cresce na diagonal. 
ESPIRAL 
Fratura por força rotacional. Fratura onde um 
pedaço do osso é girado. O osso tende ir à 
diáfise. 
COMINUTIVA 
O osso quebra em vários pedaços 
(fragmentos). É uma fratura grave, sem 
osteosíntese e sem procedimentos cirúrgicos. 
AVULSÃO 
Ocorre próximo às articulações. A própria 
articulação faz compressão no osso. Uma forte 
contração muscular separa o tendão do osso. 
Entorce (cão). Tração muscular (equino) 
IMPACTAÇÃO 
Fratura por queda ou esmagamento (rara). 
GALHO VERDE 
O osso se deforma, mas não ocorre a fratura. É a 
flexão excessiva do membro. Comum em filhotes 
pela imaturidade óssea. Fratura de fácil reparação. 
LUXAÇÃO 
Deslocamento repentino e duradouro, parcial 
ou completo de um ou mais ossos de uma 
articulação. Sucede quando uma força atua 
diretamente ou indiretamente numa articulação, 
empurrando o osso para uma posição anormal. 
Perda da articulação óssea. 
SEQUESTRO ÓSSEO 
É quando um fragmento ósseo 
necrosado se destaca ou se separa 
de sua região de origem. Tem 
formato elíptico e é muito evidente 
no osso cortical. É geralmente 
secundário a traumas. Comum em 
equinos. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À 
LOCALIZAÇÃO: 
• Intrarticular 
• Diafisária 
• Epifisária 
• Salter-Harris 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO 
PACIENTE COM FRATURAS ÓSSEAS: 
Os sinais e sintomas de uma fratura dependem do 
osso afetado, idade, saúde geral e gravidade das 
lesões 
• Dor 
• Aumento do volume no local lesionado 
(edema) e formação de calo ósseo 
• Esquimoses, hematomas ou manchas na 
pele. Mudanças na cor da pele. 
• O paciente não é capaz de suportar o peso 
sobre a perna ferida (impotência funcional e 
claudicação) 
• Barulho de crepitação no segmento ósseo 
afetado 
• Fístula-tunante 
 
 
 
 
 
 
 
2.5 - FORMAÇÃO DO CALO ÓSSEO 
FASE 1: INFLAMATÓRIA 
Imediatamente após o trauma, ocorre a formação 
de um hematoma formado por células 
sanguíneas. A lesão inicia uma resposta 
inflamatória que é necessária para o processo de 
cicatrização. A resposta inflamatória faz com que o 
hematoma coagule entre e ao redor das 
extremidades da fratura, e dentro da medula 
formando um modelo para a formação do calo 
ósseo. Secreções rápidas e bem reguladas de 
moléculas pró-inflamatórias após uma lesão aguda 
é fundamental para a regeneração do tecido. 
A resposta inflamatória aguda atinge seu pico nas 
primeiras 24 horas e se completa após sete dias, 
embora as moléculas pró-inflamatórias mais tarde 
continuem desempenhando um papel importante 
no final da regeneração. 
FASE 2: RECRUTAMENTO DE CTM 
Para o osso se regenerar, células-tronco 
mesenquimais (CTM) específicas devem ser 
recrutadas, proliferar, e se diferenciar em células 
osteogênicas. 
FASE 3: FORMAÇÃO DO CALO ÓSSEO 
CARTILAGINOSO E PERIOSTAL 
Embora a consolidação da fratura consista de uma 
ossificação intramembranosa e endocondral, 
ocorre a formação de um calo cartilaginoso, que 
posteriormente sofre mineralização, reabsorção e é 
então substituído por osso que é a característica 
principal deste processo. 
Após a formação do hematoma primário, é 
formado um tecido de granulação rico em fibrina. 
Dentro desses tecidos, ocorre a formação 
endocondral entre as extremidades da fratura e o 
periósteo. Essas regiões são mecanicamente 
menos estáveis e o tecido cartilaginoso forma um 
calo que promove maior estabilidade na região 
local da fratura 
FASE 4: REVASCULARIZAÇÃO E 
NEOANGIOGÊNESE 
A consolidação das fraturas requer um suprimento 
sanguíneo e a revascularização é essencial para o 
sucesso da reparação óssea. 
FASE 5: FORMAÇÃO DO CALO ÓSSEO 
DURO 
Para que a regeneração óssea progrida, o calo 
mole principal precisa ser reabsorvido e substituído 
por um calo ósseo. 
O mecanismo de calcificação envolve o papel da 
mitocôndria, que contém grânulos de cálcio, 
criando hipóxia no local da fratura. Depois de 
preparar o citoplasma, os condrócitos do calo da 
fratura e os grânulos de cálcio são transportados 
para a matriz extracelular onde se precipitam com 
o fosfato e iniciam a formação de depósitos 
minerais. Esses depósitos de cálcio e fosfato se 
agrupam e formam cristais de apatita. 
Com o tempo o calo rígido e a cartilagem 
calcificada são substituídos por osso esponjoso e 
se torna mais sólido e mecanicamente rígido. 
FASE 6: REMODELAÇÃO E 
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA 
Embora o calo rígido seja uma estrutura que 
proporcione uma estabilidade biomecânica, ele não 
restaura completamente as propriedades 
biomecânicas do osso normal. Para alcançar isso, 
o processo de cicatrização da fratura inicia uma 
segunda fase de reabsorção, desta vez para 
remodelar o calo rígido em uma estrutura de osso 
lamelar com uma cavidade central medular. 
O processo de remodelação é realizado por um 
difícil equilíbrio de reabsorção do calo pelos 
osteoclastos, e deposição de osso lamelar pelos 
osteoblastos. 
Para que a remodelação óssea seja bem-sucedida, 
um adequado suprimento sanguíneo e um 
aumento da estabilidade mecânica são decisivos. 
Isto é claramente demonstrado nos casos em que 
esses fatores decisivos não são atingidos, 
resultando no desenvolvimento de uma fibrose 
atrófica (não união óssea). No entanto, nos casos 
em que se tem uma boa vascularização, mas há 
uma fixação instável, o processo de cicatrizaçãoevolui para a formação de um calo cartilaginoso, 
que resulta em uma pseudoartrose (não união 
hipertrófica). 
 
 
 
 
2.6 - DEFEITOS E COMPLICAÇÕES NAS 
CONSOLIDAÇÕES ÓSSEAS 
OSTEOPOROSE POR DESUSO 
Causada falta de sustentação de peso e de 
atividade física, provocando uma diminuição no 
estímulo mecânico necessário para crescimento e 
remodelamento ósseo. Carga mecânica promove 
deformação no osso, e conseqüentemente gera 
um estímulo para uma resposta óssea local. 
CALO ÓSSEO EXUBERANTE 
Formado quando o periósteo é bastante 
vascularizado (comum em filhotes), a formação do 
calo ósseo é reduzido, formando um calo ósseo 
precoce e exuberante. 
NÃO UNIÃO DA FRATURA 
Quando a reparação e cicatrização não ocorreu, 
não apresentando progresso em sequências 
radiográficas. Radiograficamente a não-união 
apresenta defeitos entre as extremidades da 
fratura, cavidade medular fechada, superfícies lisas 
dos fragmentos da fratura, esclerose, com ou sem 
hipertrofia ou atrofia dos fragmentos ósseos. 
PSEUDOARTROSE 
O osso nunca se regenera. A pseudoartrose 
geralmente ocorre quando as fracturas não foram 
imobilizadas na posição adequada e por tempo 
suficiente para consolidação óssea ou quando os 
ossos não receberam nutrientes suficientes pelos 
vasos sanguíneos. Sem tratamento resulta em 
deformidade e prejuízo permanente da função, 
como por exemplo uma perna torta e incapaz de 
suportar peso se a pseudoartrose é no fêmur ou na 
tíbia. O tratamento é cirúrgico e a recuperação 
demora muitos meses. 
OSTEOMIELITE 
Geralmente por bactérias como Staphylococcus 
aureus ou Streptococcus grupo A. Raramente é 
causado por fungos. Comum em ossos longos e MO. 
Pode afetar qualquer animal vertebrado. Os ossos 
podem infectar-se por três vias: a circulação 
sanguínea, a invasão direta e as infecções dos 
tecidos moles adjacentes. No RX: refração óssea 
(perda da mineralização), sequestro ósseo e esclore 
em casos tardios). 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Staphylococcus_aureus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Staphylococcus_aureus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Streptococcus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Animal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vertebrado
2.7 - OSTEODISTROFIAS (OR) DE ORIGEM 
NUTRICIONAL 
É uma doença comum em cães jovens de regiões 
marginalizadas pela má nutrição. Pode ser também 
atribuída a nutrição inadequada de animais 
silvestres e exóticos. 
A concentração de cálcio no plasma é regulada por 
hormônios calciotrópicos por meio de sistemas que 
envolvem o intestino, os rins e o osso. Os 
hormônios calciotrópicos que incluem o 
paratormônio (PTH), a calcitonina (CT) e os 
metabólitos da vitamina D têm em comum a 
habilidade de regular o metabolismo do cálcio com 
influência direta na mineralização do esqueleto. 
PTH e CT são sintetizados nas glândulas 
paratireóides e tireóides respectivamente, 
enquanto os metabólitos da vitamina D, no cão, 
existem como formas hidroxiladas da vitamina D 
que provém da dieta. Os hormônios calciotrópicos 
regulam o metabolismo do cálcio em um esforço 
de manter a concentração de cálcio circulante 
dentro de limites estreitos. 
 
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO 
NUTRICIONAL 
É a doença mais frequente em cães jovens. 
Desenvolve-se em dietas pobres em cálcio e/ou 
ricas em fósforo. A hipocalcemia é estímulo para a 
hiperatividade da paratireóide. Esta pode ser 
induzida, do ponto de vista nutricional, por uma 
dieta pobre em cálcio, rica em fósforo, ou ambas 
as situações. Em resposta à hipocalcemia de 
origem nutricional, as células da paratireóide 
sofrem hipertrofia e hiperplasia. O excesso de 
paratormônio impede a mineralização do osteóide. 
Aspectos radiográficos: 
• Mineralização óssea inadequada 
(aparentam ter a mesma radiopacidade dos 
tecidos moles) - Osteopenia 
• Corticais extremamente delgadas (pode 
estar presente uma linha de maior 
densidade nos bordos epifisários das 
metáfises) - Diáfises 
• Desvio do eixo anatômico da coluna 
vertebral 
• Estreitamento pélvico (gera constipação) 
• Fraturas patológicas 
 
RAQUITISMO 
O cão é capaz de sintetizar vitamina D na pele 
através de compostos lipídicos sob a influência de 
raios ultravioleta. Porém, esta quantidade parece 
não ser suficiente para as suas necessidades 
diárias. Deficiências, entretanto, são raras e níveis 
críticos são atingidos apenas quando os níveis de 
cálcio e fósforo estão baixos.A deficiência de 
vitamina D causa a produção de uma matriz de 
cartilagem altamente estável e, portanto, não 
calcificável e difícil de ser reabsorvida. Há um 
acúmulo de células de cartilagem que produzem 
mais matriz não reabsorvível. 
Aspectos radiográficos: 
• Alargamentos dos discos epifisários e das 
metáfises 
• Falha na ossificação da fise (afeta todas as 
linhas fisárias) 
• Falha na mineralização adequada dos 
ossos 
• Encurvamentos dos ossos longos e 
engrossamentos extremo das metáfises 
adjacentes aos discos epifisários 
• Pode resultas em severas deformidades 
ósseas 
OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA 
Afeta principalmente cães jovens de raças grandes 
e gigantes, com desenvolvimento rápido. Doença 
envolvida na “superalimentação” pela dieta rica em 
proteína e carboidrato, fazendo o osso produzir 
excessivamente cálcio (hipercalcitonismos), o que 
retarda a absorção óssea. As manifestações 
clínicas são variáveis: aumento de volume e 
sensibilidade das regiões metafisárias dos ossos 
afetados, febre, diarreias, hiperqueratose dos 
coxins, leucocitose, anemia e pneumonia. 
Aspectos radiográficos: 
• Linha radiotransparente nas metáfises dos 
ossos longos “colar de osso”. As metáfises 
acabam se tornamento mais densas e 
perdem o padrão trabecular 
• Lesões bilaterais e simétricas nas regiões 
metafisárias dos ossos longos nos terços 
distais de rádio, ulna e tíbia 
• Osteólise paralela a linha metafisária e 
proliferação periostal 
• Esclerose óssea metafisária e alargamento 
da região metafisária 
2.8 - OSTEODISTROFIAS DE ORIGEM 
METABÓLICA 
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO 
RENAL 
Geralmente acomete cães e gatos jovens (fase de 
crescimento), estando mais susceptíveis aos efeito 
secundários do hiperparatireoidismo. Acomete 
também animais em DRC (principalmente cães), 
impossibilitando total excreção de fosfato e, 
subsequentemente, hiperfosfatemia por 
hipocarcemia. A balanço alterado na relação P:Ca 
resulta em hiperpatireoidismo. 
Aspectos radiográficos: 
• Osteopenia (formação de lâmina dura ao 
redor dos dentes e alvéolos) 
• “Dentes flutuantes” 
• Diminuição da radiopacidade óssea e 
aumenta de tecidos moles 
• Mineralização de parede gástrica 
 
OSTEOPATIA HIPERTRÓFICA (OH) 
A OH é uma doença que resulta no aparecimento 
de proliferação periosteal (crescimento de tecido 
ósseo) sobre os ossos dos membros torácicos e/ou 
pélvicos. No início, observa-se reação periosteal 
nos ossos dos dedos e depois a proliferação pode 
atingir grandes ossos das patas dianteiras e 
traseiras. Normalmente está relacionado a tumores 
primários de tórax ou metástases pulmonares cujo 
tumor primário pode ter várias origens. Outras 
causas: abscesso pulmonar, infecção parasitária 
pulmonar como Spirocerca lupi, Dirofilariose, 
sarcoma em esôfago, persistência de arco aórtico, 
megaesôfago congênito, endocardite infecciosa, 
tuberculose e corpo estranho brônquico com 
pneumonia lobar.O mecanismo de formação da 
reação periostal não é totalmente conhecido e 
sugere-se como causa a anóxia crônica, 
mecanismos reflexos autônomo pelos ramos 
eferentes do vago ou de nervos intercostais. 
Manifestações clínicas: espessamento dos 
membros (edema dos membros), dor e 
claudicação, anorexia, perda de peso, 
emagrecimento e apatia 
Aspectos radiográficos: 
• Reação periostal em paliçada nas 
extremidades dos membros locomotores 
PANOSTEÍTE 
A panosteíte é uma doença causada pela 
escassez óssea, levando a uma produção deum 
novo osso a partir de uma cavidade formada. 
Ela ocorre espontaneamente em cães de rápido 
crescimento (porte médio e grande), geralmente 
sem história de trauma ou exercício excessivo. A 
doença se manifesta sob forma de claudicação 
intermitente de um ou mais membros e é 
autolimitada, podendo eventualmente desaparecer, 
com ou sem tratamento. Em muitos casos, os 
membros dianteiros são primeiramente afetados e 
logo após, o problema progride de perna em perna, 
ou podendo ter claudicação alternada dos 
membros. Mais comum em machos. 
Aspectos radiográficos: 
• Aumentos da radiopacidade do canal 
medular 
• Aumento da opacidade adjacente aos 
forames nutrientes 
 
 
 
2.9 - PROCESSOS INFECCIOSOS 
OSTEOMIELITE E OSTEÍTE INFECCIOSA 
As bactérias, micobactérias ou fungos podem 
infeccionar os ossos, disseminando-se através da 
corrente sanguínea ou, mais frequentemente, 
disseminando-se a partir de tecidos próximos 
infectados ou de uma ferida aberta contaminada. 
A osteomielite ocorre mais comumente em filhotes 
e em animais idosos, porém, todas as faixas 
etárias estão em risco. Quando um osso se torna 
infectado, a MO muitas vezes incha. À medida que 
o tecido inflamado pressiona a rígida parede 
externa do osso, os vasos sanguíneos da MO 
podem ser comprimidos, o que reduz ou corta o 
fornecimento de sangue ao osso. Pode ocorrer 
necrose. 
As manifestações clínicas mais comuns são: 
claudicação quando em aparelho locomotor, 
pontos drenantes, fístulas, trauma prévio, fratura 
ou cirurgias, febre e edema local 
 
 
Aspectos radiográficos: 
AGUDO CRÔNICO 
• Edema de tecidos 
moles 
• Proliferação 
periostal 
• Osteólise 
• Alteração mista 
(heterogênea) 
• Linha radiotrans-
parente entre o 
córtex e a prolife-
ração 
• Alteração do 
trabeculado ósseo 
em osso 
esponjoso 
• Margens 
escleróticas ao 
redor da esteólise 
• Proliferação 
periostal 
• Sequestro ósseo 
• Edema de tecidos 
moles 
• Fistula 
• Fraturas 
patológicas 
• Separação de frag-
mentos ósseos ou 
de reações esteo-
proliferativas 
 
2.10 - NEOPLASIAS ÓSSEAS 
Tumores ósseos primários são caracterizados por 
uma única lesão óssea agressiva metafisária. 
Neoplasia benigna: é menos comum, aparenta 
forma de cisto ósseo, acomete cães e gatos 
jovens, de crescimento lento e sem manifestações 
clínicas. 
Neoplasia maligna: é mais comum, é predisposto 
em raças grandes/gigantes e em animais adultos e 
velhos. Causa claudicação aguda ou progressiva 
do membro afetado. Os tipos mais comuns: 
osteossarcoma (90%), fibrossarcoma, 
condrossarcoma, hemangiossarcoma, histiocitoma 
maligno, linfossarcoma e melanoma múltiplo. 
OSTEOSSARCOMA 
Pode se originar em qualquer lugar do esqueleto, 
mas ocorrem classicamente na metáfise dos ossos 
tubulares longos. Os sítios mais comuns de 
osteossarcoma: membro anterior (úmero proximal 
e distal do rádio - longe do cotovelo) e no membro 
posterior (fêmur distal e tíbia proximal - perto do 
joelho). 
Aspectos radiográficos: 
• Lesão solitária e focal na metáfise 
(raramente na diáfise/epífase) 
• Osteólise agressiva 
• Sunburst 
• Triângulo de Codman 
• Margem pouco definida entre o osso normal 
e anormal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES 
ARTICULARES 
3.1 - ARTICULAÇÃO SINOVIAL 
As superfícies articulares dos ossos são protegidas 
por uma cartilagem do tipo hialina que confere 
resistência à superfície articular. As superfícies 
articulares estão então revestidas por uma camada 
de cartilagem que forma como que uma bolsa onde 
se encontra a articulação. Os ligamentos, que 
também são feitos de tecido fibroso muito 
resistente, ajudam a manter a estabilidade da 
articulação, podendo inclusive ser expansões da 
capsula articular. A área dentro dessa cápsula 
articular é chamada de cavidade articular e está 
repleta de um fluido chamado líquido sinovial que 
nutre a articulação uma vez que não é irrigada 
diretamente e permite que as superfícies deslizem 
entre si pela lubrificação. 
Aspecto radiográfico: 
• Interlinha radiográfica 
• Duas fazes articulares 
• Espaço articular 
As cartilagens articulares, o fluído sinovial e a 
cápsula articular não são visíveis 
radiograficamente. 
 
 
 
 
 
 
3.2 - DOENÇA ARTICULAR 
DEGENERATIVAS (DAD) 
É uma desordem não-inflamatória de articulações 
móveis, sendo considerada como um grupo de 
distúrbios caracterizado pela deterioração 
progressiva da cartilagem articular acompanhada 
de alterações ósseas e de tecidos moles. 
Acrescente-se que a DAD é uma condição crônica 
que leva a degeneração do menisco e ao 
espessamento da cápsula articular 
DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA 
PRIMÁRIA OU SECUNDÁRIA 
A DAD é classificada em primária quando sua 
origem é desconhecida/senescência e secundária 
quando há fatores predisponentes à ocorrência de 
defeitos de conformação (doenças articulares) ou 
infecção articular. 
O estágio final das DAD é chamado de angulose: 
quando ocorre a perda da movimentação articular. 
Aspectos radiográficos: 
• Diminuição do espaço articular 
• Aumento de tamanho de partes moles 
(efusão articular ou aumento de tamanho 
de tecidos moles) 
• Esclerose óssea subcondral 
• Osteofitos 
• Enteseofitos 
• Mineralização intra e periarticulares 
 
OSTEOARTROSE INTERFALANGEANA 
PROXIMAL (RING BONE) 
Os cavalos praticantes de saltos de obstáculos, 
dressage e modalidades western estão 
predispostos a este tipo de lesão, devido ao efeito 
cumulativo de microtraumas durante o treino e 
provas. 
Estes microtraumas levam à inflamação da 
articulação e da cápsula articular, cujo processo 
inflamatório persistente conduz à degeneração 
articular. Este tipo de lesão está frequentemente 
associado a traumas primários como fraturas 
articulares, infeções ou osteocondrose. 
Manifestações clínicas: incluem um claudicação 
média a severa de início espontâneo, 
apresentando a região da quartela um aumento de 
volume. 
Aspectos radiográficos: 
• Diminuição do espaço articular 
• Osteófitos peri-articulares 
• Esclerose do osso subcondral 
• Proliferação óssea peri-articular e periostal 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADquido_sinovial
3.3 - DOENÇAS DO DESENVOLVIMENTO 
NÃO-UNIÃO DO PROCESSO ANCÔNEO 
(NUPA) 
É uma doença que afeta cães de grande porte 
em fase de crescimento, em que o processo 
ancôneo não forma união óssea a ulna. O 
processo ancôneo surge como um centro 
secundário de ossificação no cotovelo com 11-12 
semanas de idade. Ele não se funde a ulna antes 
de 4 a 5 meses de idade, portanto o diagnóstico de 
NUPA não pode ser feito antes dessa idade. 
A falha na ossificação endocondral oportuna da 
ligação do processo ancôneo com a ulna induz 
espessamento, necrose e fissuras de cartilagem. O 
estresse de sustentação de peso nessa cartilagem 
anormal causa a falha na união da ulna. 
 
Manifestações clínicas: claudicação no membro 
afetado, dor, dificuldade em estender e flexionar o 
cotovelo e edema. A melhor projeção é ML com o 
membro hiperflexionado. 
Aspectos radiográficos: 
• Linha radiotransparente separando as 
estruturas 
FUSÃO OU FECHAMENTO PRECOCE DO 
DISCO DE CRESCIMENTO DISTAL DA 
ULNA EM CÃES 
A incongruência articular tem sido definida como 
má-formação e desalinhamento da articulação do 
cotovelo. A incongruência era definida apenas 
como desenvolvimento anormal da incisura troclear 
da ulna, resultando em uma superfície articular 
levemente elíptica com um arco de curvatura 
pequeno em comparação com a tróclea umeral. 
Isso poderia criar uma articulação com maior ponto 
de contato nas áreas dos processos ancôneo e 
coronoide, mas sem um ponto de contato entre a 
incisura troclear e a tróclea umeral. 
A cartilagem distal da ulna tem formado em “V” no 
RX 
Manifestações clínicas: claudicação, dor à 
palpação do processo coronóide medial e da 
manipulaçãoda articulação e atrofia muscular 
Aspectos radiográficos: 
• Perda do formato da cartilagem em “V” da 
articulação 
DISPLASIA DO COTOVELO (DC) 
É um desenvolvimento anormal da articulação 
úmero-rádio-ulnar que afeta principalmente cães 
de grande porte durante a fase de crescimento, 
sendo uma das causas mais comuns de 
claudicação em cães jovens. 
A DC pode ser resultante de pelo menos quatro 
anormalidades principais: osteocondrite dissecante 
(OCD), não-união do processo ancôneo (NUPA), 
fragmentação do processo coronóide medial da 
ulna (FPCM) e incongruência articular (IA) 
Estas anormalidades parecem ser decorrentes de 
distúrbios na ossificação endocondral 
(osteocondroses) sejam das cartilagens fisárias 
(NUPA, FPCM e IA) ou articulares (OCD) 
Aspectos radiográficos: 
• Esclerose da incisura troclear 
• Desnível entre rádio e ulna 
• Osteófitos 2-5mm ou > 
DISPLASIA COXOFEMORAL (DCF) 
É uma alteração do desenvolvimento que afeta a 
cabeça e colo femoral, e o acetábulo. Sua 
transmissão é hereditária, recessiva, intermitente e 
poligênica. Fatores nutricionais, biomecânicos e de 
meio ambiente, associados à hereditariedade, 
pioram a condição da displasia. A doença afeta 
muitas raças caninas sendo mais comum nas de 
grande porte, tais como Pastor-Alemão, Rotweiller, 
Labrador e São Bernardo. Pode acometer gatos. O 
exame radiográfico deve ser feito na posição 
ventro-dorsal. 
Manifestações clínicas: claudicação uni ou 
bilateral, dorso arqueado, peso corporal deslocado 
em direção aos membros anteriores, com rotação 
lateral desses membros e andar bamboleante. 
Aspectos radiográficos: 
• Usualmente bilateral 
• Rasamento acetabular 
• Cabeça do fêmur deslocada do acetábulo 
• Remodelamento da cabeça e do colo 
femoral 
• DAD secundária 
• Ângulo de Norberg maior que 105° 
(boderline de 90-105°) 
 
OSTEOCONDROSE (OC) 
É uma desordem da ossificação endocondral, 
em que porções da fise e camadas profundas da 
superfície articular perfazem uma maturação 
errônea. Essa doença resulta em um 
espessamento de cartilagem articular, havendo 
assim a morte dos condrócitos das camadas mais 
profundas. É uma doença que ocorre na superfície 
articular de animais em crescimento. Exame 
contrastado pela Artrografia de Iohexol 
(300mgI/ml -0,1 ml/kg). 
Tipos: 
• Adensamento de cartilagem articular 
• Distanciamento do osso subjacente 
• Não-união do processo ancôneo 
• Retardamento do crescimento de um osso 
longo 
Articulações comprometidas: 
• Escápulo-umeral (cabeça umeral) 
• Úmero-rádio-ulnar (côndilo-ulnar) 
• Fêmoro-tíbio-patelar (côndilos femorais) 
É uma doença com predisposição genética/racial e 
outros fatores secundários, como: efeitos 
nutricionais, como superalimentação mineral e 
calórica; e influências traumáticas sobre 
articulações. 
Aspectos radiográficos: 
• Irregularidade óssea subcondral 
• Osteólise subcondral 
OSTEOCRONDRITE DISSECANTE (OCD) 
É uma complicação originada da osteocondrose, 
um distúrbio de ossificação endocondral, que 
resulta em atraso na ossificação e espessamento 
da cartilagem, em que a mesma comumente sofre 
uma maior pressão. Acomete cães mais jovens, 
entre quatro e cinco meses de idade, visto que é 
nesta fase que o animal encontra-se em 
desenvolvimento. Cães de porte grande e gigante 
são mais prédispostos como, Labrador, Golden 
Retriever, Dogue Alemão, Rottweiler, Bernese, 
Pastor Belga, Border Collie e Sheepdog, entretanto 
pode acometer animais de médio porte. Fatores 
como excesso de peso, hereditariedade, traumas, 
exercícios que causem força nas articulações e 
excesso de suplementação podem levar ao 
surgimento de OCD. 
O animal afetado pode apresentar menor 
resistência ao atrito, perda de massa 
osteocartilaginosa, dor, e em casos mais graves 
necrose. Segundo estudos, machos são mais 
acometidos que fêmeas, pois alguns deles tendem 
a crescer mais rapidamente. Dietas errôneas com 
exagerados níveis de proteínas podem se tornar 
um agravante 
Manifestações clínicas: claudicação unilateral ou 
bilateral, dor à palpação, inchaço do membro e 
necrose articular 
Os tipos e as articulações acometidas são as 
mesmas da OC já que a OCD é uma complicação 
da OC. 
Aspectos radiográficos: 
• Irregularidade óssea subcondral 
• Osteólise subcondral 
• Retalho cartilaginoso intra-articular 
(mineralizado ou não) 
NECROSE ASSÉPTICA DA CABEÇA 
FEMORAL (NACF) 
É uma afecção não inflamatória e asséptica da 
cabeça e colo femoral que ocorre principalmente 
em animais de pequeno porte e jovens (3 a 13 
meses), antes do fechamento fisário da cabeça do 
fêmur. 
Ocorre devido a uma diminuição do fluxo 
sanguíneo intraósseo na cabeça do fêmur, que 
acarreta morte do tecido ósseo, levando a focos de 
isquemia. Essa isquemia acaba fragilizando a 
cabeça do fémur que posteriormente evolui para 
necrose provocando microfraturas e consequente 
deformação na superfície articular 
Manifestações clínicas: claudicação, incapacidade 
parcial de sustentação do próprio peso sobre o 
membro afetado, dor na manipulação da 
articulação afetada, limitação da amplitude dos 
movimentos, crepitação, podendo ocorrer até 
atrofia muscular do membro afetado 
Aspectos radiográficos: 
• Osteólise da epífise da cabeça femoral 
• Colapso da epífise 
• Esclerose na metáfise 
• Fratura da cabeça femoral 
• Remodelamento ósseo da cabeça femoral 
 
3.4 - CONGÊNITAS 
LUXAÇÃO PATELAR 
A afecção pode ser congênita, também referida 
como de desenvolvimento, ou traumática, sendo a 
luxação de patela medial congênita a mais 
frequentemente observada. A pétala se desvia sua 
posição normal, geralmente, medial ou lateral. 
A luxação de patela em cães pode ter diferentes 
origens. Na maioria das vezes, é uma questão 
congênita: o cachorro já nasce predisposto ao 
problema, e apresenta sintomas após certa idade. 
Tipos: 
• Luxações mediais: cães de raças “toy”, 
miniatura, e de grande porte. É a mais 
comum 
• Luxações mediais resultantes de 
traumatismo: cães de várias raças (raras) 
• Luxações laterais: cães de raças de 
grande porte e gigantes 
Graus: 
• I: O veterinário consegue deslocar a paleta 
do lugar e ela volta automaticamente para o 
local correto. Geralmente, o problema se 
encerra aí 
• II: Neste caso, a paleta fica saindo e 
voltando para o lugar correto. Recomenda-
se cirurgia. 
• III: Neste caso, a patela sai do lugar de 
maneira permanente, e é necessário o 
auxílio médico ou cirúrgico 
• IV:Cirúrgico 
Aspectos radiográficos: 
• Normal: se luxação intermitente 
• Deslocamento LM da petalea: projeção 
Cr-Ca 
• Patela sobreposta aos côndilos 
femorais: projeção ML 
• Deformidades ósseas: artrose 
 
 
 
 
 
3.5 - TRAUMÁTICAS 
RUPTURA DO LIGAMENTO CRUZADO 
CRANIAL (RLCC) 
O mecanismo mais comum da ruptura aguda do 
LCC é a rotação interna extrema da tíbia com a 
articulação FTP flexionada entre 20-50°. Nesta 
posição, os ligamentos cruzados giram entre si 
para limitar a rotação interna da tíbia. Porém, essa 
rotação excessiva, o LCC torna-se bastante tenso 
e susceptível ao trauma provocado pelo côndilo 
femoral lateral. Na prática, esse tipo de lesão 
ocorre quando o cão gira o seu corpo lateralmente 
apoiando o peso sobre o membro pélvico fixo ao 
solo, o que leva à ruptura do ligamento ou ao 
arrancamento em sua inserção. Está também 
associado a idade, conformação, atividade 
excessiva e a processos imunomediados. 
Embora a ruptura aguda do LCC normalmente 
possa ocorrer por traumatismo, acredita-se que, na 
maioria das vezes, o ligamento encontra-se 
enfraquecido em decorrência de um processo 
degenerativo crônico (lesão crônica). A 
degeneração é mais intensa na região central do 
ligamento, provavelmente devido ao menor 
suprimento sanguíneo. 
Manifestações clínicas: claudicação. Sinal de 
gaveta +/- 
Aspectos radiográficos: 
• Desvio cranial da tíbia em relação ao fêmurna projeção ML 
• Efusão articular 
• DAD secundária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDULA ÓSSEA 
CÃO E GATO 
A fórmula vertebral do cão e do gato é C7-T1-3L-
7S-3Cd (variável). As vertebrais caudais são 
variáveis nos carnívoros. Sem disco intervertebral 
entre C1-2. Na C6 o processo transverso é maior 
(serve como referência). 
A vértebra torácica com um processo espinhoso 
vertical é chamada vértebra anticlinal (entre T10-
11). Cranial à vértebra anticlinal, os processos 
espinhosos angulam caudalmente, enquanto que 
caudal à vértebral anticlinal, os processos 
espinhosos angulam cranialmente. 
4.1 - CONGÊNITAS: 
SUBLUXAÇÃO ATLANTOAXIAL 
Doença também conhecida como “instabilidade 
atlantoaxial”. É uma doença relacionada ao 
aumento da distância entre C1-2. É uma doença 
genética que afeta principalmente cães jovens e 
miniaturas. 
Aspectos radiográficos: 
• Aumento da distância entre C1-2 
 
4.2 - DEGENERATIVAS: 
ESPONDILITE OU ESPONDILOSE 
DEFORMANTE 
É uma doença degenerativa e proliferativa da 
coluna vertebral caracterizada pela presença de 
osteófitos entre as vértebras resultando na 
formação de pontes ósseas entre os corpos 
vertebrais. É caracterizada pelo aparecimento de 
projeções ósseas nas vértebras torácicas, 
lombares e lombo-sagradas. Estas projeções 
podem unir-se formando pontes ósseas entre os 
corpos vertebrais adjacentes. 
A espondilose pode aparecer adjacente a um disco 
intervertebral degenerado, herniado ou normal. É 
uma doença relacionada a senescência. 
Aspectos radiográficos: 
• Diminuição dos espaços intervertebrais 
• Esclerose dos corpos vertebrais 
• Estenose do canal vertebral 
DOENÇA DEGENERATIVA DO DISCO 
INTERVERTEBRAL (DDIV) 
Ocorre a formação de hérnias de disco. Com o 
passar dos anos o anel fibroso e o núcleo pulposo 
perdem água causando degeneração e perda da 
elasticidade do disco intervertebral, o que prejudica 
as funções de absorver os impactos e permitir 
mobilidade da coluna vertebral. Existem dois tipos 
principais de hérnia de disco intervertebral: 
• Extrusão: também chamada de Doença de 
Hansen Tipo I, o anel fibroso se rompe e a 
substância, já então desidratada e 
calcificada, contida no núcleo pulposo entra 
em contato com a medula. Ocorre o que se 
costuma chamar de extrusão ou uma 
“explosão” do disco 
• Protrusão: também chamada de Doença 
de Hansen Tipo II, ocorre o inchaço do 
disco, que vai pressionar a medula espinhal 
e suas ramificações 
Aspectos radiográficos: 
• Diminuição do espaço intervertebral 
• Diminuição do forame intervertebral 
• Diminuição da interlinha entre as faces 
articulares 
• Aumento da radiopacidade (mineralização) 
em espaços ou forames intervertebrais 
• Mineralização quando extrusão 
• Presença de osteofitos e esclerose 
subcondral 
 
SÍNDROME DA CAUDA EQUINA (SCE) 
A SCE é caracterizada pela compressão das 
raízes nervosas lombares e sacrais de L6-7 e S1. 
É uma doença provocada por estenose congênita 
ou adquirida do canal vertebral lombossacro. 
É comum em cães de grande porte, especialmente 
da raça Pastor Alemão, Border Collie e Labrador 
Retriever e acomete mais machos do que fêmeas, 
entre os 2 e 13 anos. As causas mais comum é por 
adquirida: extrusão de disco, estenose do canal 
devido à espondilose crônica, fraturas e luxações, 
que determinam a compressão da região. 
As manifestações clínicas: lentidão e relutância 
ao exercício, claudicação e fraqueza dos membros 
pélvicos e retenção de urina e fecal. 
A cauda equina é um feixe de nervos contidos no 
interior do canal espinhal da coluna vertebral 
lombar inferior e sacral. Ela contém grande número 
de raízes nervosas em uma pequena área 
localizada em L6 até S3 e, por isso, uma lesão na 
região pode envolver vários nervos. 
Aspectos radiográficos: 
• Estenose da região lombossacral (L7-S1) 
 
SÍNDROME DE WOBBER 
Também conhecida como Espondilomielopatia 
Cervical (EMC). É uma doença de etiologia 
multifatorial ligada à genética, nutrição, taxa de 
crescimento rápida e conformação corpórea. É 
comum em adultos jovens de raças grandes como 
Dogue Alemão, Doberman e Rottweiler. 
 A patogenia envolve basicamente estenose do 
canal vertebral, presente em praticamente todos os 
casos, associada com uma compressão mais 
severa em algum ponto da coluna vertebral 
cervical, causada por herniação do disco 
intervertebral ou má-formação óssea 
As manifestações clínicas é a ataxia 
proprioceptiva (incoordenação) nos membros 
pélvicos. O andar é incoordenado com passadas 
com amplitude exagerada, geralmente com base 
ampla. 
O diagnóstico é geralmente feito por mielografia. 
Aspectos radiográficos: 
• Malformação de um ou mais corpos 
vertebrais (C5-6-7) 
• Diminuição do espaço intervertebral 
• Espondilose deformante associada 
• No cão a localização mais frequente é entre 
C6-7 e, no equino, C3-C4 
 
 
 
 
 
 
 
4.3 - INFECCIOSA: 
DISCOESPONDILITE E OSTEOMIELITE 
DAS VÉRTEBRAS ADJACENTES 
A discoespondilite é uma infecção dos discos 
intervertebrais e corpos vertebrais adjacentes. As 
bactérias podem localizar-se nas articulações 
espinais, particularmente nos discos 
intervertebrais, sendo que o espaço discal 
lombossacro é o mais comumente afetado. 
As causas mais comuns são por corpo estranho 
inalado, ferida penetrante, complicações cirúrgicas 
prévias, hematógena (infecção do trato urinário, 
odontológico ou endocardite), Staphylococcus sp e 
Brucelas canis. 
 
Aspectos radiográficos: 
Em fase aguda: 
• Osteólise das faces articulares dos corpos 
vertebrais 
• Espessamento do espaço intervertebral 
Em fase crônica: 
• Esclerose das faces articulares dos corpos 
vertebrais 
• Colapso do espaço intervertebral 
• Espondilose 
• Espondilose deformante

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