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Farmacologia dos laxantes

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A constipação pode ser corrigida com uma dieta rica em fibras (20-35 g/dia), pela ingestão 
adequada de líquidos, pelos hábitos intestinais e treinamentos apropriados e evitando fármacos 
que a causam. A constipação causada por medicamentos pode ser corrigida com o uso de outros 
fármacos, quando for possível, ou com ajustes da dose. Se as medidas não farmacológicas 
isoladamente forem inadequadas, elas podem ser suplementadas com fármacos formadores do 
bolo fecal ou laxantes osmóticos. 
Quando forem usados laxantes estimulantes, estes devem ser administrados na menor dose eficaz 
e pelo menor tempo possível para evitar abuso. Além de perpetuar a dependência dos fármacos, 
o hábito de usar laxantes pode levar à perda excessiva de água e eletrólitos; se a depleção de 
volume for grave, pode ocorrer aldosteronismo secundário. Existem relatos de esteatorreia, 
enteropatia com perda proteica com hipoalbuminemia e osteomalacia decorrente de perda 
excessiva de cálcio nas fezes. 
Há uma diferença entre laxação (evacuação de material fecal formado do reto) e catarse 
(evacuação de material fecal não formado, geralmente na forma líquida, de todo cólon). A 
maioria dos agentes comumente usados produz laxação, mas alguns são realmente catárticos 
que funcionam como laxantes em doses baixas 
O volume, a consistência e a hidratação das fezes dependem do teor de fibras da dieta. A fibra 
é a parte do alimento que resiste à digestão enzimática e chega ao cólon praticamente 
inalterada. 
Classificação: 
• Fármacos ativos no lumen intestinal: coloides hidrofílicos; agentes formaores de bolo fecal 
(farelo de cereais, psilio, etc); agentes osmóticos, agente umectantes e emolientes fecais 
• Fármacos estimulantes ou irritantes inespecíficos (com efeitos na secreção de fluidos e na 
motilidade): difenilmetano, antraquinonas, óleo de rícino 
• Fármacos procinéticos: agonistas do receptor 5HT4, antagonistas dos receptores de 
dopamina, motilideos (eritromicina) 
Fibras e suplemento dietético 
A fermentação das fibras exerce dois efeitos importantes: (1) forma ácidos graxos de cadeias 
curtas, que atuam como fatores tróficos no epitélio colônico; e (2) aumenta a massa bacteriana. 
Embora a fermentação das fibras geralmente reduza a quantidade de água das fezes, os ácidos 
graxos de cadeia curta podem exercer um efeito procinético, e o aumento da massa de bactérias 
pode contribuir para o aumento do volume fecal. Entretanto, a fibra que não é fermentada pode 
atrair água e aumentar o bolo fecal. Desse modo, o efeito final nas evacuações varia conforme 
as diferentes composições das fibras dietética. . O começo da ação desses laxantes formadores 
de bolo fecal é, em geral, entre 12 e 72 horas. O inchaço é o efeito adverso mais comum dos 
produtos com fibras solúveis (talvez devido à fermentação colônica), mas geralmente diminui com 
o tempo. 
Agentes osmoticamente ativos 
Soluções eletrolíticas de polietilenoglicol. Os PEG de cadeia longa (PM ~ 3.350 Da) são pouco 
absorvidos e retêm água em virtude de sua natureza altamente osmótica. Quando administradas 
em grande volume, as soluções aquosas de PEG com eletrólitos provocam catarse eficaz. Para 
evitar a passagem de íons através da parede intestinal, essas preparações contêm uma mistura 
isotônica de sulfato de só-dio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e cloreto de potássio. A 
atividade osmótica das moléculas de PEG retém a água adi-cional, e a concentração eletrolítica 
assegura pouca ou nenhuma transferência iônica. 
Laxantes salinos: Os laxantes contendo cátions magnésio ou ânions fosfato são conhecidos como 
laxantes salinos: sulfato de magnésio, hidróxido de magnésio, citrato de magnésio e fosfato de 
sódio. Acredita-se que a ação catártica desses fármacos resulte da retenção de água mediada 
osmoticamente, que, em seguida, estimula a peristalse. Os laxantes que contêm magnésio podem 
estimular a liberação de CCK, o que leva ao acúmulo intraluminar de fluidos e eletrólitos e 
aumenta a motilidade intestinal. Os efeitos adversos mais comuns desses laxantes são urgência em 
defecar e fezes aquosas. sais de fosfato são mais bem absorvidos que os compos-tos à base de 
Mg2+, razão pela qual precisam ser administrados em doses maiores para induzir catarse. 
Entretanto, devido ao ris-co de nefropatia aguda por fosfato, os fosfatos por via oral não são 
recomentados para o tratamento da constipação e devem ser completamente evitados em 
pacientes com esse risco 
Fármacos umectantes e emolientes fecais 
Os sais de docusato são surfactantes aniônicos que re-duzem a tensão superficial das fezes com 
o objetivo de facilitar a mistura das substâncias aquosas e gordurosas, amolecer as fezes e permitir 
a evacuação mais fácil. Esses agentes também estimulam a secreção intestinal de líquidos e 
eletrólitos (possivelmente pelo aumento do nível de AMPc na mucosa) e alteram a permeabili-
dade da mucosa intestinal. Quando o óleo mineral é administrado por via oral du-rante 2 ou 3 
dias, ele penetra e amacia as fezes, podendo interferir na reabsorção da água. Os efeitos adversos 
impedem sua utili-zação prolongada e incluem: interferência na absorção de subs-tâncias 
lipossolúveis (como as vitaminas); desenvolvimento de reações de corpo estranho na mucosa 
intestinal e em outros teci-dos; e fuga do óleo pelo esfincter anal. 
Laxantes estimulantes – irritantes 
Os laxantes estimulantes têm efeitos diretos nos enterócitos, nos neurônios entéricos e no músculo 
liso GI e provavelmente indu-zem inflamações limitadas de grau leve nos intestinos delgado e 
grosso para promover o acúmulo de água e eletrólitos e estimular a motilidade intestinal (Lacy et 
al., 2014; Paré e Fedorak, 2014). O grupo inclui derivados do difenilmetano, antraquinonas e áci-
do ricinoleico. Risco de atonia do cólon (cólon catártico) 
Agonistas do receptor 5HT4: 
1. Prucaloprida: agonista inespecífico do receptor 5HT4. Aumenta o transito colonico. 
Tratamento da constipação crônica 
2. Tegaserode: agonista parcial do receptor 5HT4. Usada para constipação crônica. 
Incidência elevada de evento cardiovasculares: usada com restrição no brasil. 
Fármacos antidiarreicos 
A diarreia pode ser causada pela sobrecarga osmótica presente no intestino (resultante da 
retenção de água dentro do lúmen); pela secreção excessiva de eletrólitos e água para o lúmen 
intestinal; pela exsudação de proteínas e fluidos da mucosa; e pela alteração da motilidade 
intestinal resultando em aceleração do trânsito (e redução da absorção de fluidos). Na maioria 
dos casos, vários processos são envolvidos simultaneamente e resultam no aumento global do 
peso e do volume das fezes com elevação da porcentagem de água. 
• Diarreia secretora: fluido isotônico → toxinas 
• Diarreia osmótica: fluido hipertônico → má absorção intestinal 
• Diarreia exsudativa: processo inflamatório 
• Diarreia por aumento na motilidade: aumento do trânsito intestinal 
• Diarreia congênita por excreção de cloreto: ausência de atividade do trocador 
Cl/HCO3 
O subsalicilato de bismuto é uma preparação popular de venda livre que consiste em bismuto 
trivalente e salicilato suspensos numa mistura de silicato de magnésio e alumínio. No pH baixo do 
estômago, o subsalicilato de bismuto reage com o ácido clorídrico e forma oxicloreto de bismuto 
e ácido salicílico. O bismuto parece produzir efeitos antissecretores, anti-inflamatórios e 
antimicrobianos. Ele também alivia náuseas e cólicas abdominais. A argila no subsalicilato de 
bismuto e em formulações genéricas pode ter algum efeito benéfico adicional na diarreia, mas 
isso não está claro. O subsalicilato de bismuto é usado para prevenção e tratamento da diarreia 
do viajante, mas também é eficaz contra outras formas episódicas de diarreia e na gastrenterite 
aguda 
Os coloides ou os polímeros hidrofílicos pouco fermentáveis, como a carboximetilcelulose e a 
policarbofila cálcica, absorvem água e aumentam o volumefecal

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